Friday, November 28, 2014

Massacre em Jerusalém - 23/11/2014

Durante as preces da manhã numa sinagoga em Jerusalém na última terça-feira dois palestinos com intenção de perpetrarem um massacre entraram armados de facas, machados e revolveres. Eles conseguiram matar quatro rabinos e um policial druzo antes de serem mortos pela polícia.  

Imediatamente este ato foi reportado como vingança pela morte de um motorista de ônibus árabe, que trabalhava para uma companhia israelense. Só que depois da autópsia, presenciada por um patologista árabe, foi confirmado que o motorista se havia suicidado. Nos canais árabes, seus pais insistiram que ele havia sido morto por judeus.  Tumultos em todo o país se seguiram.

É compreensível que pais se recusem a acreditar que seu filho tenha cometido suicídio. Mas o que aconteceu com a mídia depois foi um verdadeiro circo. Especialmente nos maiores canais como CNN, BBC e CBS. A CNN começou com a manchete “4 isralenses e dois palestinos mortos em Jerusalém”. Isto é o mesmo que dizer “3 mil americanos e 8 sauditas morreram em Nova Iorque em 11 de setembro”. Há uma ética em jornalismo e não se equaliza as vítimas aos terroristas.  Logo depois, como para “concertar”, a CNN publicou que as mortes ocorreram num ataque a uma “mesquita” em Jerusalém.

A manchete da CBC foi que a “polícia de Jerusalém matou dois depois de um ataque aparente a uma sinagoga”. Nada sobre os judeus mortos. A BBC por sua vez, negou que os atacantes poderiam ser árabes. Sua manchete lia que a “Sinagoga de Jerusalém atacou e matou quatro israelenses”. Quando o ministro Naftali Bennett foi entrevistado e quis mostrar a foto de um dos rabinos mortos, o entrevistador da BBC pediu a ele para ele guarda-la, pois ninguém queria vê-la.

O único canal que transmitiu a festa que explodiu em Gaza, Ramallah, Belem e outras cidades palestinas, depois do massacre foi a FoxNews. Aliás que ao que parece, deixou de ser transmitida no Brasil.

Há meses que os árabes, incitados por discursos de Mahmoud Abbas e outros perpetram atos de terror. Abbas está se retirando da vida política e não conseguiu deixar qualquer legado histórico. Ele não fez a prometida paz e nunca foi o grande terrorista como Yasser Arafat. Ele nunca conseguiu sair da sombra de seu antecessor. Sua única arma para deixar qualquer marca histórica é o elemento religioso e com ele, pode atear o fogo em toda a região. Ele quer ser lembrado como o defensor dos lugares santos muçulmanos mas entrará para a história como aquele que incendiou Jerusalém.

De acordo com seus discursos, para Abbas a mera presença de um judeu em Jerusalém é um ato contra o Islão. Eles querem comparar a capital de Israel a Mecca aonde nenhum não- muçulmano pode entrar, nem mesmo na periferia. A televisão palestina oficial repete diariamente em programas de crianças, noticiários e variedades que os judeus são descendentes de porcos e macacos e portanto sua mera presença impurifica, mancha os locais santos muçulmanos.

Não só isso, mas eles agora também invocam o direito de dizer que judeus também não podem entrar nas igrejas cristãs para não suja-las com sua presença.

Há anos Yehuda Glick, uma pessoa gentil, amiga de todos, judeus, muçulmanos e cristãos, prega somente uma coisa: o direito de todos de subirem ao Monte do Templo e rezarem ao Senhor. Abbas denunciou seus esforços e quase o assassinaram há algumas semanas atrás. Hoje é um pecado rezar para Deus. No Monte do Templo ou em uma sinagoga em Jerusalém.

Esta alegação que o Monte do Templo e a Mesquita al-Aqsa é “santa” é pura falácia. Os palestinos hoje fazem picnics no lugar. Meninos árabes usam a explanada para jogarem futebol, usando os arcos do Domo Dourado como gol. Dentro da mesquita eles empilham armas e granadas. No último confronto quebraram os adornos de madeira para usarem como bastões contra a polícia. Queria ver algum deles ousar fazer tais coisas na Caaba em Meca.

Tudo isso tem a ver mesmo com o Jihad Islâmico global, a demonização e desumanização da pessoa do judeu, a negação da ligação dos judeus com o Monte do Templo, e por tabela, com Israel como um todo.

E inexplicavelmente o mundo inteiro, aceita a versão dos fatos apresentadas pelos palestinos! E os governos do ocidente que deveriam denunciar o racismo palestino, a inflexibilidade nas negociações e as declarações puramente mentirosas como Israel estar expulsando os palestinos da mesquita para reconstruir o Templo em seu lugar, continuam a condenar Israel.

Mas como fazer para restaurar o poder de dissuasão de Israel? Desde os acordos de Oslo, os palestinos têm visto todas as concessões israelenses como sinais de fraqueza. Ninguém espera que jovens que foram educados na convivência pacífica cometam massacres. Estes sinais de fraqueza foram a luz verde para os líderes palestinos criarem gerações de crianças e jovens na cultura da morte e do martírio.

Da transferência de controle sobre a população palestina nos centros populacionais da Judea e Samária, à expulsão forçada dos judeus de Gaza, à repetida libertação de terroristas das prisões, à contínua transferência de centenas de milhões de shekels em impostos para a Autoridade Palestina, à não cobrança de eletricidade e água que Israel continua a fornecer a Gaza, Israel tem mostrado a cada momento que em vez dos palestinos serem punidos por matarem judeus, eles serão recompensados por suas atrocidades.

Israel em grande parte é limitada no que pode fazer. A União Européia e a administração Obama estão obcecados com a idéia de fortalecer os palestinos contra Israel independente do que está acontecendo na região.

Somente algumas horas depois do massacre na sinagoga em Jerusalém, o parlamento espanhol decidiu de prosseguir com uma votação para reconhecer o “estado da Palestina”. Claramente os espanhóis não se importam quem são os palestinos ou as atrocidades que cometem. Por suas próprias razões internas, inclusive a grande população árabe imigrante no país, eles decidiram que seu apoio aos palestinos está no topo de suas prioridades.

Do mesmo modo, a condenação de meia boca expressada pelo presidente Obama seguido ao massacre que custou a vida de três americanos, reflete a mesma ideologia. Com os corpos ainda quentes, Obama pediu para ambos os palestinos e israelenses para se conterem.

Mas logo depois, Obama não conseguiu conter sua hostilidade patente contra Israel. Quando Netanyahu anunciou a destruição das casas dos terroristas e a construção de mais moradias em bairros judeus de Jerusalém, o Departamento de Estado americano foi rápido em condenar e rejeitar o direito dos judeus de construírem em sua capital.

Interessante para os ouvintes saberem que esta ideia de destruir casas de terroristas não foi nunca de Israel. De fato, esta é uma lei do Mandato Britânico que os ingleses usavam contra os judeus nacionalistas. E como Israel não pode mudar a lei dos locais considerados “ocupados”, então tem que aplicar esta punição. Mas como vimos, o mundo não quer saber destas legalidades ou ser lembrado que foram os ingleses que estabeleceram tal punição.

Foi ao mesmo tempo chocante e triste ver canais reputados de noticias como a CNN, a MSNBC, a CBS e a BBC fazerem de tudo para explicar o massacre na sinagoga como parte de um ciclo de violência levando sua audiência a acreditar que o ataque fora justificado. Para mim ficou demonstrada a devoção da mídia às narrativas mentirosas sobre a culpa de Israel como fonte absoluta de todos os problemas do Oriente Médio. Estes canais preferem destruir suas reputações profissionais do que falar a verdade.

E esta retórica é engolida pela elite americana e europeia fazendo qualquer passo que Israel tome para defender seu país e o direito de judeus de viverem em sua capital, seja rebatido com uma condenação automática e caluniosa.

Abbas pensa que está dando sua última cartada tentando virar a opinião pública contra Israel por uma suposta causa religiosa. Como se a reconstrução do Templo fosse o maior insulto. Os dois mil anos de preces no exílio foram para a reconstrução do Templo em Jerusalém não para ir às praias de Tel Aviv. Hoje judeus de todo o mundo estão voltando para a Terra Santa mas infelizmente a simples ideia de reconstrução do Templo é vista como uma loucura, um prelúdio para a terceira guerra mundial.  E apesar de Israel reiterar que o status quo não será mudado, o mundo inteiro está se levantando contra Jerusalém.


Estamos de fato vivendo a era do cumprimento das profecias. E se o profeta Isaias estiver correto, a reconstrução do Templo em vez de trazer a guerra, trará a paz. Ele diz que somente quando a Casa do Senhor estiver construída em seu Monte é que as espadas serão convertidas em enxadas e as flechas em foice e nenhum povo se levantará mais contra outro. Talvez precisemos pensar nisso. A ideia da reconstrução do Templo talvez não seja uma má ideia.

Monday, November 10, 2014

A Terceira Intifada - 09/11/2014

A pergunta feita nos últimos dias em Israel é se estamos frente a uma terceira intifada. Primeiro, um árabe terrorista tentou assassinar Yehuda Glick, um ativista pelos direitos de todas as religiões rezarem no Monte do Templo. Depois, em resposta à tentativa de apreensão seguida de morte do terrorista, Jerusalém se tornou palco de vários ataques de pedras contra carros israelenses e dois incidentes distintos em que árabes jogaram suas vans contra passageiros em pontos de ônibus matando dois.

A mídia retratou Yehudah Glick como um ativista de extrema direita. Quando muitos da esquerda israelense nunca tiveram qualquer relacionamento com palestinos, Yehudah mantém diálogo e amizades com árabes. Para ele, todos têm o direito de subir ao Monte do Templo e rezar para Deus. Muçulmanos, Cristãos e Judeus. Por isso ele foi chamado de Gandhi israelense. Alguém sábio, antiviolência e cheio de compaixão.

Mas a verdadeira questão é por que os palestinos resolveram começar uma intifada agora.

Por mais de uma década, aceitamos de olhos fechados que Mahmoud Abbas era o líder palestino mais aberto e razoável que os israelenses poderiam encontrar. O melhor parceiro para a paz; o moderado com o qual o grande acordo poderia ser feito. Israelenses se convenceram desta premissa e até hoje, a esquerda a defende.

Mas aí tivemos o Abbas, que simplesmente levantou da mesa de negociações depois de Ehud Olmert lhe ter oferecido 96% de todo o território conquistado por Israel em 1967 e mais 4% em troca de terras, inclusive metade de Jerusalém e temos Abbas que recusou negociar com Benjamin Netanyahu mesmo depois de ele ter congelado todas as construções na Judéia e Samaria por 10 meses.

Aí houve vazamentos que Abbas teria feito um acordo sobre o número de refugiados que retornariam para Israel própria, sobre Jerusalém e fronteiras. Imediatamente Abbas negou que tal acordo tivesse sido alcançado e desde então, ele assumiu a postura agressiva e falsa de todos os maximalistas palestinos – a postura mais longínqua possível de um parceiro da paz.

Desde então Abbas tem usado todos os fóruns internacionais para vomitar sua retórica extremista contra Israel, procurando criminalizar o estado judeu. Quando ele fala aos palestinos ele legitima e glorifica o terrorismo como resistência justificada. Ele se aproximou do Hamas e do Irã, explicitamente rejeitando qualquer compromisso nos assuntos-chave que poderiam levar a um acordo de paz com Israel.

Suas passagens nas Nações Unidas atestam para seu radicalismo.  Em 2011, na Assembléia Geral ele chamou Israel de “brutal”, “agressiva”, “racista”, “apartheid”, “horrenda” e uma ocupadora militar “colonial”. Acusou Israel de limpeza étnica e de assassinar civis palestinos com artilharia e força aérea.

Ele ainda declarou que a exigência de Israel de ser reconhecida como um estado judeu iria “transformar o conflito regional num conflito religioso e ameaçar o futuro de 1.5 milhão de palestinos cristãos e muçulmanos, cidadãos israelenses”. Ele falou sobre o elo histórico dos cristãos e muçulmanos à Terra Santa, mas negou que existisse qualquer elo dos judeus. E ao falar de 63 anos de ocupação, ele abriu o jogo. Para ele, não é só a ocupação a partir de 1967, mas a decorrente da criação do Estado de Israel.

Em 2012 Abbas procurou forçar o mundo a declarar seu estado “Palestina” sem chegar a um acordo. Ele pediu à comunidade internacional para “impor uma solução” mais uma vez acusando Israel de “limpeza étnica”, “terrorismo”, “racismo”, “incitação” e “apartheid”.

Em 2013, novamente na Assembleia Geral, Abbas disse que Israel estaria preparando uma nova “nakba” contra os palestinos. Ele pediu para a ONU penalizar a própria existência de Israel como uma força ocupadora em todo o território palestino e ameaçou pedir seu indiciamento na Corte Penal Internacional.

Subsequentemente, Abbas jurou nunca reconhecer Israel como o estado nacional do povo judeu, de nunca desistir do chamado “direito do retorno” dos palestinos a Israel própria, de nunca aceitar o controle da segurança de Israel no Vale do Jordão, de nunca aceitar que qualquer judeu viva na Judéia ou Samaria e de nunca aceitar a soberania de Israel sobre qualquer parte da Cidade Velha de Jerusalém, incluindo o Muro das Lamentações.

Em setembro deste ano, Abbas foi mais uma vez para a ONU acusar Israel de genocídio dos palestinos de Gaza, nunca mencionando as centenas de mísseis lançados em Israel. Abbas disse que em vez de concertar uma “injustiça histórica” cometida em 1948 com a Nakba (note 1948 e não 1967), Israel teria cometido “crimes de guerra absolutos” e imposto um “estado de terror”. Para ele, os judeus teriam que revogar a criação do estado de Israel em 1948 para retificar o que ele chama de “injustiça histórica”.

Mesmo Tzipi Livni foi forçada a reconhecer este discurso como “horrível”. O Departamento de Estado americano declarou o discurso “imprestável” e “preocupante”, mas não censurou Abbas como se apressa a fazê-lo com Israel.

Abbas está chegando ao final de sua liderança e quer deixar um legado qualquer. Ele decidiu que será lembrado como um herói político e religioso que liderou a revolta palestina para defender a mesquita de Al-Aqsa no Monte do Templo.

Para chegar a este objetivo, Abbas tem conclamado e incitado os palestinos a promoverem violência em Jerusalém. Em 17 de outubro na rede de televisão oficial palestina ele disse que “os palestinos precisavam prevenir de todas as formas que os colonos entrassem no Nobre Santuário. Que os judeus não têm nenhum direito de entrar e profana-lo. Precisamos confronta-los e defender nossos lugares santos”. Como se Israel tivesse tomado o Monte do Templo. A linguagem usada é muito esclarecedora. Abbas se refere aos “colonos” que “profanam” o Monte do Templo.

Seguindo ordens de Abbas, o ministro do exterior palestino espalhou rumores mentirosos sobre planos israelenses de destruir ou de “judaizar” a mesquita de Al-Aqsa, o que quer que isso seja. “Ele disse que os planos incluíam recrutar colonos para tomarem a mesquita e realizar seus “rituais talmúdicos” no local”. Rituais talmúdicos é a forma jocosa com a qual os palestinos se referem às preces dos judeus, em seu lugar santo.

Era inevitável que algum palestino decidisse matar Yehudah Glick, o advogado-mor da liberdade de culto no Monte do Templo. A retórica de Abbas foi diretamente responsável por este ataque, dando-lhe a aprovação presidencial. Abbas e não Israel tem hoje interesse de transformar o Monte do Templo no campo de batalha entre o estado judeu e o mundo árabe.

No dia 1º de novembro, Abbas escreveu uma "carta de encorajamento e apoio" à família de Moatez Hijazi, o terrorista que tentou assassinar Glick. Ele chamou Hijazi um mártir que teria ascendido ao céu ao defender os lugares santos muçulmanos. Abbas descreveu a morte de Hijazi como um "crime abominável" cometido por uma "gangue de terroristas do exercito israelense de ocupação". Só para esclarecer, a família Hijazi é originária do Hejaz, na Arábia Saudita e não é palestina.

Abbas está se distanciando de qualquer compromisso, está encorajando a violência, está venerando terroristas e promovendo a criminalização de Israel internacionalmente mas para o mundo, a esquerda israelense e administração Obama ele continua a ser o modelo para a paz . O que será necessário para acordar esta gente e faze-los procurar outras opções?

Esta é uma questão importante por uma razão histórica simples. Israel sofreu o mesmo tratamento por Yasser Arafat durante os acordos de Oslo. Na época a administração Clinton também fechou os olhos para a incitação, o antissemitismo e o patrocínio de ataques terroristas por Arafat. Tudo era válido para manter o processo de paz.

Os que denunciavam as ações de Arafat eram chamados “inimigos da paz”. Suas ações eram apenas para “consumo interno” e o mundo precisava se concentrar em avançar o acordo de paz. O mesmo processo patético que está se repetindo com Abbas.

O extremismo é ignorado, a obstrução rejeitada e críticos são ostracizados. Mas nesta semana, Abbas se desmascarou a si próprio. Ele não se importa com a vida dos palestinos. Eles são apenas peões de uso pessoal de alguém que nunca pretendeu criar qualquer estado. No final de sua carreira Abbas quer entrar para a história como Nero, um imperador que pereceu nas chamas da cidade que ele próprio incendiou.