A pergunta
feita nos últimos dias em Israel é se estamos frente a uma terceira intifada. Primeiro,
um árabe terrorista tentou assassinar Yehuda Glick, um ativista pelos direitos
de todas as religiões rezarem no Monte do Templo. Depois, em resposta à
tentativa de apreensão seguida de morte do terrorista, Jerusalém se tornou
palco de vários ataques de pedras contra carros israelenses e dois incidentes
distintos em que árabes jogaram suas vans contra passageiros em pontos de
ônibus matando dois.
A mídia
retratou Yehudah Glick como um ativista de extrema direita. Quando muitos da
esquerda israelense nunca tiveram qualquer relacionamento com palestinos,
Yehudah mantém diálogo e amizades com árabes. Para ele, todos têm o direito de
subir ao Monte do Templo e rezar para Deus. Muçulmanos, Cristãos e Judeus. Por
isso ele foi chamado de Gandhi israelense. Alguém sábio, antiviolência e cheio
de compaixão.
Mas a
verdadeira questão é por que os palestinos resolveram começar uma intifada agora.
Por mais de
uma década, aceitamos de olhos fechados que Mahmoud Abbas era o líder palestino
mais aberto e razoável que os israelenses poderiam encontrar. O melhor parceiro
para a paz; o moderado com o qual o grande acordo poderia ser feito.
Israelenses se convenceram desta premissa e até hoje, a esquerda a defende.
Mas aí
tivemos o Abbas, que simplesmente levantou da mesa de negociações depois de Ehud
Olmert lhe ter oferecido 96% de todo o território conquistado por Israel em
1967 e mais 4% em troca de terras, inclusive metade de Jerusalém e temos Abbas
que recusou negociar com Benjamin Netanyahu mesmo depois de ele ter congelado
todas as construções na Judéia e Samaria por 10 meses.
Aí houve vazamentos
que Abbas teria feito um acordo sobre o número de refugiados que retornariam para
Israel própria, sobre Jerusalém e fronteiras. Imediatamente Abbas negou que tal
acordo tivesse sido alcançado e desde então, ele assumiu a postura agressiva e
falsa de todos os maximalistas palestinos – a postura mais longínqua possível
de um parceiro da paz.
Desde então Abbas
tem usado todos os fóruns internacionais para vomitar sua retórica extremista
contra Israel, procurando criminalizar o estado judeu. Quando ele fala aos
palestinos ele legitima e glorifica o terrorismo como resistência justificada.
Ele se aproximou do Hamas e do Irã, explicitamente rejeitando qualquer
compromisso nos assuntos-chave que poderiam levar a um acordo de paz com
Israel.
Suas
passagens nas Nações Unidas atestam para seu radicalismo. Em 2011, na Assembléia Geral ele chamou Israel
de “brutal”, “agressiva”, “racista”, “apartheid”, “horrenda” e uma ocupadora
militar “colonial”. Acusou Israel de limpeza étnica e de assassinar civis
palestinos com artilharia e força aérea.
Ele ainda declarou
que a exigência de Israel de ser reconhecida como um estado judeu iria “transformar
o conflito regional num conflito religioso e ameaçar o futuro de 1.5 milhão de
palestinos cristãos e muçulmanos, cidadãos israelenses”. Ele falou sobre o elo
histórico dos cristãos e muçulmanos à Terra Santa, mas negou que existisse
qualquer elo dos judeus. E ao falar de 63 anos de ocupação, ele abriu o jogo.
Para ele, não é só a ocupação a partir de 1967, mas a decorrente da criação do
Estado de Israel.
Em 2012 Abbas
procurou forçar o mundo a declarar seu estado “Palestina” sem chegar a um
acordo. Ele pediu à comunidade internacional para “impor uma solução” mais uma
vez acusando Israel de “limpeza étnica”, “terrorismo”, “racismo”, “incitação” e
“apartheid”.
Em 2013, novamente
na Assembleia Geral, Abbas disse que Israel estaria preparando uma nova “nakba”
contra os palestinos. Ele pediu para a ONU penalizar a própria existência de
Israel como uma força ocupadora em todo o território palestino e ameaçou pedir seu
indiciamento na Corte Penal Internacional.
Subsequentemente,
Abbas jurou nunca reconhecer Israel como o estado nacional do povo judeu,
de nunca desistir do chamado “direito do retorno” dos palestinos a
Israel própria, de nunca aceitar o controle da segurança de Israel no
Vale do Jordão, de nunca aceitar que qualquer judeu viva na Judéia ou
Samaria e de nunca aceitar a soberania de Israel sobre qualquer parte da
Cidade Velha de Jerusalém, incluindo o Muro das Lamentações.
Em setembro
deste ano, Abbas foi mais uma vez para a ONU acusar Israel de genocídio dos
palestinos de Gaza, nunca mencionando as centenas de mísseis lançados em
Israel. Abbas disse que em vez de concertar uma “injustiça histórica” cometida
em 1948 com a Nakba (note 1948 e não 1967), Israel teria cometido “crimes de
guerra absolutos” e imposto um “estado de terror”. Para ele, os judeus teriam
que revogar a criação do estado de Israel em 1948 para retificar o que ele
chama de “injustiça histórica”.
Mesmo Tzipi
Livni foi forçada a reconhecer este discurso como “horrível”. O Departamento de
Estado americano declarou o discurso “imprestável” e “preocupante”, mas não
censurou Abbas como se apressa a fazê-lo com Israel.
Abbas está
chegando ao final de sua liderança e quer deixar um legado qualquer. Ele decidiu
que será lembrado como um herói político e religioso que liderou a revolta
palestina para defender a mesquita de Al-Aqsa no Monte do Templo.
Para chegar a
este objetivo, Abbas tem conclamado e incitado os palestinos a promoverem
violência em Jerusalém. Em 17 de outubro na rede de televisão oficial palestina
ele disse que “os palestinos precisavam prevenir de todas as formas que os colonos
entrassem no Nobre Santuário. Que os judeus não têm nenhum direito de entrar e profana-lo.
Precisamos confronta-los e defender nossos lugares santos”. Como se Israel
tivesse tomado o Monte do Templo. A linguagem usada é muito esclarecedora.
Abbas se refere aos “colonos” que “profanam” o Monte do Templo.
Seguindo
ordens de Abbas, o ministro do exterior palestino espalhou rumores mentirosos
sobre planos israelenses de destruir ou de “judaizar” a mesquita de Al-Aqsa, o que
quer que isso seja. “Ele disse que os planos incluíam recrutar colonos para
tomarem a mesquita e realizar seus “rituais talmúdicos” no local”. Rituais
talmúdicos é a forma jocosa com a qual os palestinos se referem às preces dos
judeus, em seu lugar santo.
Era
inevitável que algum palestino decidisse matar Yehudah Glick, o advogado-mor da
liberdade de culto no Monte do Templo. A retórica de Abbas foi diretamente responsável
por este ataque, dando-lhe a aprovação presidencial. Abbas e não Israel tem hoje
interesse de transformar o Monte do Templo no campo de batalha entre o estado
judeu e o mundo árabe.
No dia 1º de
novembro, Abbas escreveu uma "carta de encorajamento e apoio" à família
de Moatez Hijazi, o terrorista que tentou assassinar Glick. Ele chamou Hijazi
um mártir que teria ascendido ao céu ao defender os lugares santos muçulmanos. Abbas
descreveu a morte de Hijazi como um "crime abominável" cometido por
uma "gangue de terroristas do exercito israelense de ocupação". Só
para esclarecer, a família Hijazi é originária do Hejaz, na Arábia Saudita e
não é palestina.
Abbas está se
distanciando de qualquer compromisso, está encorajando a violência, está venerando
terroristas e promovendo a criminalização de Israel internacionalmente mas para
o mundo, a esquerda israelense e administração Obama ele continua a ser o
modelo para a paz . O que será necessário para acordar esta gente e faze-los
procurar outras opções?
Esta é uma
questão importante por uma razão histórica simples. Israel sofreu o mesmo
tratamento por Yasser Arafat durante os acordos de Oslo. Na época a
administração Clinton também fechou os olhos para a incitação, o antissemitismo
e o patrocínio de ataques terroristas por Arafat. Tudo era válido para manter o
processo de paz.
Os que denunciavam
as ações de Arafat eram chamados “inimigos da paz”. Suas ações eram apenas para
“consumo interno” e o mundo precisava se concentrar em avançar o acordo de paz.
O mesmo processo patético que está se repetindo com Abbas.
O extremismo
é ignorado, a obstrução rejeitada e críticos são ostracizados. Mas nesta
semana, Abbas se desmascarou a si próprio. Ele não se importa com a vida dos
palestinos. Eles são apenas peões de uso pessoal de alguém que nunca pretendeu
criar qualquer estado. No final de sua carreira Abbas quer entrar para a
história como Nero, um imperador que pereceu nas chamas da cidade que ele próprio
incendiou.
No comments:
Post a Comment