Monday, November 10, 2014

A Terceira Intifada - 09/11/2014

A pergunta feita nos últimos dias em Israel é se estamos frente a uma terceira intifada. Primeiro, um árabe terrorista tentou assassinar Yehuda Glick, um ativista pelos direitos de todas as religiões rezarem no Monte do Templo. Depois, em resposta à tentativa de apreensão seguida de morte do terrorista, Jerusalém se tornou palco de vários ataques de pedras contra carros israelenses e dois incidentes distintos em que árabes jogaram suas vans contra passageiros em pontos de ônibus matando dois.

A mídia retratou Yehudah Glick como um ativista de extrema direita. Quando muitos da esquerda israelense nunca tiveram qualquer relacionamento com palestinos, Yehudah mantém diálogo e amizades com árabes. Para ele, todos têm o direito de subir ao Monte do Templo e rezar para Deus. Muçulmanos, Cristãos e Judeus. Por isso ele foi chamado de Gandhi israelense. Alguém sábio, antiviolência e cheio de compaixão.

Mas a verdadeira questão é por que os palestinos resolveram começar uma intifada agora.

Por mais de uma década, aceitamos de olhos fechados que Mahmoud Abbas era o líder palestino mais aberto e razoável que os israelenses poderiam encontrar. O melhor parceiro para a paz; o moderado com o qual o grande acordo poderia ser feito. Israelenses se convenceram desta premissa e até hoje, a esquerda a defende.

Mas aí tivemos o Abbas, que simplesmente levantou da mesa de negociações depois de Ehud Olmert lhe ter oferecido 96% de todo o território conquistado por Israel em 1967 e mais 4% em troca de terras, inclusive metade de Jerusalém e temos Abbas que recusou negociar com Benjamin Netanyahu mesmo depois de ele ter congelado todas as construções na Judéia e Samaria por 10 meses.

Aí houve vazamentos que Abbas teria feito um acordo sobre o número de refugiados que retornariam para Israel própria, sobre Jerusalém e fronteiras. Imediatamente Abbas negou que tal acordo tivesse sido alcançado e desde então, ele assumiu a postura agressiva e falsa de todos os maximalistas palestinos – a postura mais longínqua possível de um parceiro da paz.

Desde então Abbas tem usado todos os fóruns internacionais para vomitar sua retórica extremista contra Israel, procurando criminalizar o estado judeu. Quando ele fala aos palestinos ele legitima e glorifica o terrorismo como resistência justificada. Ele se aproximou do Hamas e do Irã, explicitamente rejeitando qualquer compromisso nos assuntos-chave que poderiam levar a um acordo de paz com Israel.

Suas passagens nas Nações Unidas atestam para seu radicalismo.  Em 2011, na Assembléia Geral ele chamou Israel de “brutal”, “agressiva”, “racista”, “apartheid”, “horrenda” e uma ocupadora militar “colonial”. Acusou Israel de limpeza étnica e de assassinar civis palestinos com artilharia e força aérea.

Ele ainda declarou que a exigência de Israel de ser reconhecida como um estado judeu iria “transformar o conflito regional num conflito religioso e ameaçar o futuro de 1.5 milhão de palestinos cristãos e muçulmanos, cidadãos israelenses”. Ele falou sobre o elo histórico dos cristãos e muçulmanos à Terra Santa, mas negou que existisse qualquer elo dos judeus. E ao falar de 63 anos de ocupação, ele abriu o jogo. Para ele, não é só a ocupação a partir de 1967, mas a decorrente da criação do Estado de Israel.

Em 2012 Abbas procurou forçar o mundo a declarar seu estado “Palestina” sem chegar a um acordo. Ele pediu à comunidade internacional para “impor uma solução” mais uma vez acusando Israel de “limpeza étnica”, “terrorismo”, “racismo”, “incitação” e “apartheid”.

Em 2013, novamente na Assembleia Geral, Abbas disse que Israel estaria preparando uma nova “nakba” contra os palestinos. Ele pediu para a ONU penalizar a própria existência de Israel como uma força ocupadora em todo o território palestino e ameaçou pedir seu indiciamento na Corte Penal Internacional.

Subsequentemente, Abbas jurou nunca reconhecer Israel como o estado nacional do povo judeu, de nunca desistir do chamado “direito do retorno” dos palestinos a Israel própria, de nunca aceitar o controle da segurança de Israel no Vale do Jordão, de nunca aceitar que qualquer judeu viva na Judéia ou Samaria e de nunca aceitar a soberania de Israel sobre qualquer parte da Cidade Velha de Jerusalém, incluindo o Muro das Lamentações.

Em setembro deste ano, Abbas foi mais uma vez para a ONU acusar Israel de genocídio dos palestinos de Gaza, nunca mencionando as centenas de mísseis lançados em Israel. Abbas disse que em vez de concertar uma “injustiça histórica” cometida em 1948 com a Nakba (note 1948 e não 1967), Israel teria cometido “crimes de guerra absolutos” e imposto um “estado de terror”. Para ele, os judeus teriam que revogar a criação do estado de Israel em 1948 para retificar o que ele chama de “injustiça histórica”.

Mesmo Tzipi Livni foi forçada a reconhecer este discurso como “horrível”. O Departamento de Estado americano declarou o discurso “imprestável” e “preocupante”, mas não censurou Abbas como se apressa a fazê-lo com Israel.

Abbas está chegando ao final de sua liderança e quer deixar um legado qualquer. Ele decidiu que será lembrado como um herói político e religioso que liderou a revolta palestina para defender a mesquita de Al-Aqsa no Monte do Templo.

Para chegar a este objetivo, Abbas tem conclamado e incitado os palestinos a promoverem violência em Jerusalém. Em 17 de outubro na rede de televisão oficial palestina ele disse que “os palestinos precisavam prevenir de todas as formas que os colonos entrassem no Nobre Santuário. Que os judeus não têm nenhum direito de entrar e profana-lo. Precisamos confronta-los e defender nossos lugares santos”. Como se Israel tivesse tomado o Monte do Templo. A linguagem usada é muito esclarecedora. Abbas se refere aos “colonos” que “profanam” o Monte do Templo.

Seguindo ordens de Abbas, o ministro do exterior palestino espalhou rumores mentirosos sobre planos israelenses de destruir ou de “judaizar” a mesquita de Al-Aqsa, o que quer que isso seja. “Ele disse que os planos incluíam recrutar colonos para tomarem a mesquita e realizar seus “rituais talmúdicos” no local”. Rituais talmúdicos é a forma jocosa com a qual os palestinos se referem às preces dos judeus, em seu lugar santo.

Era inevitável que algum palestino decidisse matar Yehudah Glick, o advogado-mor da liberdade de culto no Monte do Templo. A retórica de Abbas foi diretamente responsável por este ataque, dando-lhe a aprovação presidencial. Abbas e não Israel tem hoje interesse de transformar o Monte do Templo no campo de batalha entre o estado judeu e o mundo árabe.

No dia 1º de novembro, Abbas escreveu uma "carta de encorajamento e apoio" à família de Moatez Hijazi, o terrorista que tentou assassinar Glick. Ele chamou Hijazi um mártir que teria ascendido ao céu ao defender os lugares santos muçulmanos. Abbas descreveu a morte de Hijazi como um "crime abominável" cometido por uma "gangue de terroristas do exercito israelense de ocupação". Só para esclarecer, a família Hijazi é originária do Hejaz, na Arábia Saudita e não é palestina.

Abbas está se distanciando de qualquer compromisso, está encorajando a violência, está venerando terroristas e promovendo a criminalização de Israel internacionalmente mas para o mundo, a esquerda israelense e administração Obama ele continua a ser o modelo para a paz . O que será necessário para acordar esta gente e faze-los procurar outras opções?

Esta é uma questão importante por uma razão histórica simples. Israel sofreu o mesmo tratamento por Yasser Arafat durante os acordos de Oslo. Na época a administração Clinton também fechou os olhos para a incitação, o antissemitismo e o patrocínio de ataques terroristas por Arafat. Tudo era válido para manter o processo de paz.

Os que denunciavam as ações de Arafat eram chamados “inimigos da paz”. Suas ações eram apenas para “consumo interno” e o mundo precisava se concentrar em avançar o acordo de paz. O mesmo processo patético que está se repetindo com Abbas.

O extremismo é ignorado, a obstrução rejeitada e críticos são ostracizados. Mas nesta semana, Abbas se desmascarou a si próprio. Ele não se importa com a vida dos palestinos. Eles são apenas peões de uso pessoal de alguém que nunca pretendeu criar qualquer estado. No final de sua carreira Abbas quer entrar para a história como Nero, um imperador que pereceu nas chamas da cidade que ele próprio incendiou.

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