Sunday, June 19, 2011

A Hora da Verdade Para Israel - 19/06/2011

Parece que todas as manchetes que lemos ultimamente são sobre o Oriente Médio e muitas destas reportagens são verdadeiramente preocupantes. Só esta semana tivemos manchetes sobre a Síria, Autoridade Palestina, Egito, Turquia, Líbano, Yemen e Paquistão.

Na Síria, Assad continua com sua violenta repressão da revolta popular contra sua tirania. Neste final de semana 19 pessoas foram mortas por suas forças de segurança. Na terça-feira em Jisr al Shughour, cidade do norte da Síria, foi encontrada uma cova coletiva com dezenas de corpos depois da saída dos tanques de Assad. O que não é compreensível é a posição americana que ainda se recusa a dar assistência à oposição. Por seu lado, Bashar Assad está se beneficiando de ajuda ilimitada do Irã para matar seu próprio povo.

As negociações no Cairo esta semana entre a Autoridade Palestina e o Hamas mostraram quem é que está mandando. O Hamas conseguiu vetar de vez a participação de Salam Fayad como primeiro ministro do governo de união, apesar da enorme pressão americana. O Hamas ainda manteve sua recusa em aceitar as condições impostas pelo Quarteto de reconhecer Israel, acabar com o terrorismo e de respeitar os acordos passados. 

Dada a inflexibilidade do Hamas em não mudar sua política de destruição do estado judeu e a inabilidade da Fatah de se impor neste governo de união, ficou claro que o Hamas é o líder e em nenhuma circunstância a Autoridade Palestina fará a paz com Israel.

E ainda assim, com a realidade esfregando em sua cara, o presidente Barack Obama continua a pressionar Israel para aceitar as precondições da Fatah para voltar a se sentar na mesa de negociações. Obama está exigindo que Israel renda seu direito à fronteiras defensáveis e voltar para as linhas de armistício de 1949.

E não é de surpreender que este acordo de união, que deu ao Hamas controle sobre a Autoridade Palestina, tenha acontecido no Cairo na era pós-Mubarak. Apesar do cénario cor-de-rosa pintado por esta administração americana sobre o futuro do país, o Egito está se moldando num lugar perigoso e amedrontador.

O partido supostamente liberal Wafd se uniu à Irmandade Muçulmana esta semana levando este grupo até agora banido por sua radicalidade, a um passo mais próximo da liderança do Egito com as eleições em setembro. Ainda, a decisão da Junta Militar que governa o país hoje de prender Ilan Grapel, um americano que também é israelense por alegações absurdas de espionagem, demonstra que o Egito está virando as costas à Israel e à América.

Washington ficou reduzida a suplicar à Junta Militar para re-prender um número de terroristas que haviam sido libertados durante as manifestações contra Mubarak. A piada é que não só eles não foram presos mas alguns chegaram a formar partidos politicos para concorrer nas eleições de setembro. Se a Irmandade Muçulmana controlar o próximo governo no Egito, ele será junto com o Líbano e Turquia mais um país liderado por muçulmanos radicais.

No Líbano, nesta semana que passou, o governo foi oficialmente engolido pela Hezbollah.  As repercussões disto são inimagináveis.

E aí temos a Turquia. Na semana passada, seu primeiro ministro Recip Erdogan foi reeleito pela terceira vez. Em seu discurso de posse, ele deu um sinal aos islamistas de suas ambições. Ele disse que as cidades anteriormente sujeitas ao Imperio Otomano, de Sarajevo a Jerusalem, de Damasco a Beirute e Ramallah, todas estavam comemorando sua vitória. E a Turquia está prestes a pedir um papel mais independente da OTAN.

Tanto o Paquistão quanto o Yemen, estão à beira de serem tomados pela Al-Qaeda e grupos simpatizantes. A saída do presidente Al-Saleh há duas semanas deu à Al-Qaeda a oportunidade de intensificar os ataques às instalações do governo em Aden e no resto do país.

No Paquistão o assassinato de Bin Laden no mês passado expôs os segredinhos sujos da colaboração das suas forças armadas com Al Qaeda e esta semana 5 pessoas foram presas, acusadas de terem passado a informação aos Estados Unidos. Os 21 bilhões de dólares enviados em ajuda ao Paquistão nos últimos 9 anos pelos Estados Unidos, não compraram muitos amigos entre seus líderes. O problema é que o Paquistão está sentado num arsenal nuclear enorme que poderá cair nas mãos da AlQaeda ou seus mandados.

Mas todos estes acontecimentos no Oriente Médio, não chegam a preocupar tanto como o que está ocorrendo no Irã, abertamente para todos verem. Só que o mundo escolheu virar o rosto. Na segunda feira passada, o Wall Street Journal fez um resumo da situação no Irã.
Primeiro, a Agencia Internacional de Energia Atômica liberou documentos classificados que mostraram que Teherã enriqueceu 970 Kilos de urânio trazendo o total de uranio enriquecido a 4 mil e 105 kilos (isto é o que sabemos).

O Irã também enriqueceu 56,7 kilos de urânio a 20%. Deste ponto é fácil enriquece-lo à 90%, necessário para uma bomba nuclear. De acordo com especialistas da Corporação Rand, o Irã pode hoje produzir armas nucleares quando quiser.

Em cima disto esta semana o Irã lançou com sucesso, seu segundo satélite no espaço. Só que a tecnologia para colocar um satélite no espaço é a mesma para lançar mísseis balísticos intercontinentais. Esta capacidade, juntamente com seu programa nuclear são um perigo claro e iminente para os Estados Unidos e a Europa, sem falar de Israel.

Assim, depois de anos de advertência ao mundo livre, está claro que a política de sanções impostas pela Europa e Estados Unidos falhou completamente a convencer o Irã a abandonar sua busca por armas nucleares. Só ficou a opção de atacar suas instalações se alguém quiser se arriscar.

Durante anos, os sucessivos governos de Israel deixaram os Estados Unidos liderarem este problema. De Ariel Sharon a Ehud Olmert e Netanyahu, desde 2003 quando o programa nuclear Iraniano foi revelado, Israel se convenceu que os Estados Unidos iriam remover o maior perigo para sua sobrevivência em toda sua história.  

Mas quando em 2003 o presidente Bush decidiu ir para o Conselho de Segurança da ONU apesar da aberta oposição da Russia, que estava montando as usinas nucleares no Irã e da China que não podia mais ficar sem o gás natural importado dos Ayatollahs, ficou claro que os Estados Unidos não iriam levar esta ameaça a sério. E a desculpa para os Estados Unidos não fazerem nada para impedir que os mullahs adquirissem armas nucleares veio em 2007 quando um estudo da Agência de Inteligência Nacional disse que o Irã já havia abandonado o programa nuclear em 2003.

Este estado só piorou com a inauguração de Obama como presidente em 2009.
A única política de Obama para lidar com o regime Iraniano é o apaziguamento. E não há apaziguamento que convencerá estes lunáticos fanáticos que se auto elegeram para trazer o final dos tempos, a abandonar sua busca pela bomba nuclear.

Obama vê o apaziguamento não como um meio mas como um fim. É por isso que ele nem mesmo ousa dizer abertamente que a força é uma opção para prevenir que o Irã consiga armas nucleares. 

Para nós, o que isto quer dizer – como no caso de maio de 1967, quando os exércitos combinados árabes haviam se reunido para apagar Israel do mapa – é que Israel hoje também está só em sua hora de grande perigo. Todas as ameaças menores vindas do Egito, da Autoridade Palestina, da Síria, Líbano e Turquia, se tornarão insuperáveis se o Irã se tornar uma potência nuclear.

E como foi o caso em maio de 1967, Israel chegou na hora da verdade. E todos nós devemos rezar muito para que seus líderes, seus soldados e sua nação tenham a força e a coragem para tomar as decisões corretas para assegurar a sobrevivência do estado judeu para as futuras gerações.

Sunday, June 12, 2011

Restaurando a Coragem - 12 de Junho de 2011

A violência continua na Siria e surpreendentemente somente o primeiro ministro da Turquia, que está abrigando milhares de refugiados sírios, teve a coragem de dizer a Assad que ele é um criminoso de guerra. Num país que está se tornando cada vez mais islâmico, Erdogan condenou seu vizinho que é da minoria alawita, por massacrar a maioria sunita da Siria às vésperas das eleições na Turquia que dará a Erdogan seu terceiro turno e a possibilidade de reescrever a constituição do país.


Na Líbia, Muamar Khadafi está sendo acusado de distribuir viagra às suas tropas para estuprarem mulheres no país como meio de punição e controle. Num país muçulmano isto é a pior coisa que uma familia pode sofrer.

Só lembrando, há apenas 2 anos a Líbia chegou a ser presidente da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, a predecessora do Conselho de Direitos Humanos do qual também era membro e a Síria estava concorrendo este ano também para entrar no clube. Quanta hipocrisia. Entre outros membros estão a China que proibe a liberdade de expressão e de religião, a Arábia Saudita que tem decepações e decapitações todas as sextas-feiras, Cuba e o Pakistão, todos bastiões dos direitos humanos.

E querem saber mais? Israel é o único país que não pode pleitear sua carteirinha de membro. E não só do Conselho de Direitos Humanos mas de qualquer outra organização das Nações Unidas porque sua participação está excluida de qualquer grupo regional.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina dá entrevistas e diz claramente que não vai admitir a presença de um só israelense no solo do futuro estado palestino. Ele ainda esclarece que se tropas da OTAN forem posicionadas, ele não irá aceitar um só israelense ou judeu que faça parte delas. Imaginem se qualquer político israelense fizesse uma declaração racista desta.

Aonde está o mundo nisto? Aonde está o escândalo? Aonde está a indignação? Ele está na condenação da reação israelense à tentativa de violação de suas fronteiras. Quando as tropas atiraram, isto foi causa de indignação. Ahmed Tibi, membro da knesset chamou a reação de massacre. Mas o Sr. Tibi ficou calado a semana toda sobre as reportagens dos milhares mortos na Síria.

Mas se quiserem saber aonde os palestinos irão amanhã, é só ouvir o que o presidente Barack Obama tem a propor. Em maio de 2009 ele disse que os assentamentos tinham que parar e isto se tornou uma precondição palestina para negociar. Até então construções dentro dos assentamentos existentes nunca haviam sido objeto de discussão.

Como o próprio Abbas disse numa entrevista em Abril na Newsweek, foi Obama quem sugeriu o congelamento total de assentamentos. Aí Abbas respondeu, ok, eu aceito. E disse: Ambos subimos na árvore. Depois disso Obama desceu numa escada e me deixou lá para pular.

Outra vez em Setembro do ano passado na Assembléia Geral da ONU, em seu discurso Obama colocou Setembro de 2011 como data para a criação do estado da Palestina e ela virou o prazo final de Abbas. Até Obama falar da Palestina como um novo membro da ONU em 2011 ninguém havia levantado esta exigência.



Desde o discurso de Obama, a União Européia tem marcado para Setembro de 2011 todo o tipo de prazos para a finalização de um acordo de paz entre Israel e os palestinos. Esta posição européia é totalmente divorciada da realidade. Será que alguém realmente acredita que um acordo será alcançado nos próximos 3 meses quando os lados não estão nem falando um com o outro?

Assim, Obama joga, sem pensar, suas teorias de acadêmico. Só que como presidente o que ele fala tem consequencias na vida real. Os palestinos hoje estão determinados a cumprir a profecia de Obama, independente das consequencias. Como no salto em altura, Obama levantou a barra e os palestinos não irão abaixá-la. Eles farão de tudo para pula-la mesmo se não houver aonde aterrisar do outro lado.

A terceira vez foi no mês passado. Em 19 de maio o presidente americano disse que o futuro estado da palestina deve ser baseado nas linhas de armistício de 1948 com trocas de terras. Obama também publicamente adotou a posição palestina dizendo que os dois fatores mais emocionais: Jerusalem e refugiados deveriam ser deixados para o final das negociações.

Se esta é a posição americana, quem são os palestinos para discutirem? E eles não discutiram. De fato, Saeb Erekat, negociador de Abbas, disse em Washington que as negociações só poderiam ser retomadas se Netanyahu aceitasse a premissa americana formalmente. Isto é, em vez das partes negociarem quais serão as fronteiras de seus estados, agora os palestinos querem que o ponto de partida seja todo o território capturado da Jordania em 1967 e o resto de Israel é negociável.

Netanyahu deixou claro que ele não tem qualquer intenção de aceitar tal precondição. Erekat disse que sem isso a Autoridade Palestina iria direto para as Nações Unidas para declarar o estado.

E aí temos o modus operandi: Obama faz uma declaração que Israel não pode aceitar e ela se torna a nova precondição palestina para negociação. Mas quando os palestinos fazem isto, eles sabem que isto não levará à uma solução mas somente uma fonte de fricção entre os Estados Unidos e Israel. E isto é muito bom para alguém como Abbas que não tem qualquer interesse em negociar com Netanyahu.

Hoje Abbas está preocupado com seu acordo de unidade com o Hamas que já mostra sinais de rachaduras. Apesar do acordo dizer que o governo será gerenciado por tecnocratas e não políticos, o Hamas já disse que não aceitará de modo algum a presença de Salaam Fayad no governo. Fayad é hoje o primeiro ministro palestino e o único com credibilidade no exterior.

O que Obama está fazendo na prática com estas declarações é dar a Abbas razões para ficar longe das negociações e ao mesmo tempo culpar Israel por sua rejeição das propostas inaceitáveis.

Os palestinos hoje querem que Netanyahu congele novamente toda a construção de judeus na Judéia, Samária e Jerusalem. E querem que as negociações partam das linhas de armistício de 1948 sem que tenham que nem mesmo reconhecer Israel como o estado do povo judeu ou abandonar seu pleito de retorno de refugiados para dentro de Israel próprio.

Obama mostrou que tem uma habilidade fora do comum para amarrar o próprio processo diplomático que ele diz estar fomentando. E está levando o mundo a um anti israelismo e anti-semitismo a níveis somente vistos antes da Segunda Guerra Mundial. Mas este presidente americano não põe os pés pelas mãos somente com o Oriente Médio. Dentro dos Estados Unidos suas políticas aumentaram o desemprego a níveis jamais vistos e os preços da gasolina, eletricidade subindo sem parar. Ele só será reeleito se o partido republicano não conseguir um candidato forte o suficiente.

Em setembro do ano passado falei aos ouvintes do radialista Glenn Beck que tem um show na rede de tv Fox aqui nos Estados Unidos. Em agosto de 2010 ele fez história quando reuniu centenas de milhares de pessoas no Memorial de Lincoln na data em que Martin Luther King fez seu discurso histórico em 1963. Aquele comício foi chamado para restaurar a honra americana.

Na ocasião, havia dito que um ano depois de ser eleito, o povo sentiu a necessidade de reclamar para si o credo americano rejeitado por Obama. Este credo diz que a América é um país excepcional, os americanos uma nação excepcional e portanto, a melhor esperança da humanidade.

Glenn Beck nos surpreendeu mais uma vez este ano.

Depois de uma série de programas em que mostrou a tendência do mundo contra Israel, Beck decidiu fazer um outro comício, desta vez em Jerusalém, nas escadarias do Templo no próximo dia 24 de agosto. Ele está chamando este comício de “Restaurando a Coragem”. A coragem de ficar do lado de Israel.

Antes da segunda Guerra Mundial as pessoas do mundo livre tiveram a escolha de ficar do lado do bem ou do lado de Hitler. As que simplesmente se calaram, ficaram do lado de Hitler. Hoje ainda podemos levantar nossa voz, e por menor que ela seja, não percamos esta oportunidade. Convido os ouvintes a participarem deste comício, se não em pessoa, pelo menos pela internet. Procurem o site 8.24 Restoring Courage no Facebook e clique no “like”. Podem visitar também o site www.glennbeck.com/israel para mais detalhes.

Sunday, June 5, 2011

Disturbios na Fronteira Siria - 5 de Junho de 2011

Foi só a presença de espírito e calma do pequeno contingente de soldados israelenses da reserva que evitaram que milhares de palestinos “refugiados” tornassem o dia da Nakbah, num sangrento episódio. Isto foi há 2 semanas quando Israel comemorava o dia de sua independência, considerado uma catástrofe para os árabes. Uma multidão de sírios e palestinos tentou derrubar a cerca que separa a Síria de Israel, claramente para provocar uma resposta letal dos soldados e produzir alguns “mártires” para a causa.


Além disso, como subproduto, o governo sírio esperava desviar a atenção de sua população dos massacres diários de seus próprios cidadãos, para massacres perpetrados por Israel. O dilema para o estado judeu era e é: proteger a soberania de Israel a qualquer custo, mesmo ao custo de vidas de manifestantes ou permitir o temporário atropelo da fronteira, o que sem dúvida encorajaria multidões maiores e consequencias piores.

O resultado não foi catastrófico. 2 mortos e 100 manifestantes presos e retornados à Siria. Mas na era do Facebook, o momento não poderia ser perdido. Agora os árabes inventaram o dia da Naksa. Se para eles o dia da criação de Israel em 1948 foi uma catástrofe, o dia da reunificação de Jerusalem em 1967 foi uma “desfeita temporária”. E estão conclamando milhares de refugiados palestinos dispostos ao martírio para convergirem para a fronteira com Israel a partir de hoje e culminando nos dias 5 a 7 de Junho.

Poucos destes árabes podem realmente ser considerados “refugiados” pois nunca puseram os pés em Israel, muito menos foram expulsos. Eles são, no máximo, descendentes daqueles que saíram de Israel confiando na palavra dos líderes árabes que haviam prometido uma rápida vitória que culminaria com jogar os judeus ao mar. Estes palestinos continuam a viver alimentados pela esperança dada por estes mesmos líderes que seu retorno às suas antigas casas está assegurado.

Mas depois de 63 anos, os desafios que Israel está encontrando são diferentes dos do passado. E o país precisa se adaptar e estar à altura para responder.

O incidente da flotilha turca de Maio passado mostrou como de vítima, Israel passou a ser o vilão. Ela não estava preparada para lidar com a mídia internacional e apresentar seu lado ao mundo. Pior ainda, parece que o aparato de inteligência de Israel também não parece estar andando com o tempo ao não conseguir antecipar eventos que ocorrem na sua própria fronteira.

Duas semanas antes de Mubarak apresentar sua resignação como presidente do Egito, um representante da Knesset perguntou ao chefe da inteligência militar de Israel se os eventos da Tunisia poderiam afetar os vizinhos, especialmente o Egito. A resposta foi que não, que o Egito era diferente. O incidente da Flotilha e de novo há duas semanas quando os manifestantes conseguiram atravessar a fronteira, mostram que os distúrbios nos países árabes não estão tirando o foco de Israel, como alguns esperavam.

Israel também está ocupada com seu inimigo existencial número um: o Irã e em maneiras para reduzir a ameaça da Republica Islâmica.

Enquanto Israel se preocupa com estas ameaças estratégicas, ela deixa passar as mudanças que estão ocorrendo: os palestinos e seus patrocinadores vendo os sucessos na Tunísia, Egito, agora no Yemen, se deram conta que não precisam trazer Israel para um confronto militar mas provocar uma resposta militar de Israel contra civis para ridiculariza-la aos olhos do mundo. Mostrar que é um país arrogante que não respeita os direitos humanos.

A ideia é de perpetuar a imagem de vítima. De mandar centenas de manifestantes desarmados para atravessarem a fronteira. Neste confronto não há como Israel ganhar.

Mas por outro lado, é preciso entender as intenções daqueles que estão por trás desta nova tática. Numa entrevista recente ao The New York Times, Rami Makhlouf, primo do presidente Sirio Bashar Assad, disse que se não houvesse estabilidade na Síria, não haveria estabilidade para Israel.

E é o que temos hoje. Desde esta manhã, a fronteira com o Líbano parece calma mas a fronteira com a Síria está em ebulição. Além disso houveram confrontos em alguns pontos na Judéia, manifestações em Gaza e assim por diante. Os olhos estão voltados para as fronteiras de Israel e não para as dezenas de funerais que estão ocorrendo na Síria.

Com o regime usando mão pesada contra seus próprios cidadãos há semanas, se o regime da Síria não quisesse, não haveria ninguém na sua fronteira com Israel hoje. A Hezbollah está presente ajudando Assad e organizando estas marchas “pacíficas”. E acima de tudo, parece que conselheiros iranianos foram despachados de Teherã para comandar a bagunça na fronteira.

A resposta pobre de Israel há duas semanas, consolidou a idéia de que esta é a maneira correta de atacar o país e com um custo muito baixo para os árabes. Desde aquele dia, os manifestantes têm dito que não precisam de exércitos. Que com as mãos nuas libertarão a Palestina e Jerusalém.

O ex-primeiro ministro de Israel Yitzhak Rabin dizia que Israel não precisava de um departmento de relações públicas. Que o mundo iria julgar Israel por suas ações e comportamento.” Isto era na época dele. Gostaria de saber o que ele faria hoje com a Internet.

Israel precisa começar a agir com a cabeça e encontrar novos meios para confrontar estes manifestantes desarmados e dissuadí-los de suas tentativas. É imperativo que Israel previna que suas fronteiras sejam violadas por multidões que são apenas peões daqueles que não estão nem aí para sua situação. Se estivessem, depois de 3 gerações, teriam dado à estes descendentes de palestinos a cidadania dos países aonde nasceram e os direitos de qualquer outro cidadão. Mas estes governos, como a Síria querem simplesmente avançar sua própria agenda e se manter no poder a qualquer custo e se usar estes manifestantes contra Israel servir a seus propósitos, então que seja.

Dia 15 de Maio foi o primeiro dia. Hoje, dia 5 de Junho é o segundo e temos dias 6 e 7 de Junho, a comemoração da derrota árabe em 1967 na Guerra dos Seis Dias. Bem ou mal, o calendário árabe não acaba aí: está cheio destas “comemorações” de derrotas árabes.

Eu não sei qual é a resposta para este dilema hoje. Mas sem dúvida, parte da solução está em Israel se dar conta de que ela realmente precisa de um departamento de relações públicas.