Sunday, June 30, 2019

A Coragem e Inovação das Propostas de Paz de Trump - 30/06/2019


Hoje tivemos um momento histórico. Com sua habitual imprevisibilidade, o Presidente Trump twitou na sexta-feira que estaria na Coreia do Sul hoje e perguntou se o presidente da Coreia do Norte Kim Jon Un não gostaria de encontra-lo hoje para um aperto de mão na Zona Desmilitarizada. Organizar um encontro destes na última hora foi sem dúvida um pesadelo para os diversos serviços de segurança. Mas no meio do caos, o encontro aconteceu. E não só isso. Pela primeira vez, um presidente americano atravessou a linha de demarcação fronteiriça adentrando o território da Coreia do Norte.

Trump mostrou que não tem medo de errar, de falhar. Ele tomou um grande risco em twitar o convite. Kim Jon Um poderia não ter aparecido para encontra-lo e a mídia americana iria massacra-lo. Mas isto é o que faz um grande líder.

Para Trump esta visita foi um sucesso porque quebrou o gelo criado no Vietnam e Kim concordou em trabalhar com os times americanos para chegar a um acordo de desnuclearização da península coreana e para Kim esta foi uma jogada incrível para o consumo interno ter um presidente americano vir visitá-lo na Coreia do Norte, nem que seja há alguns passos da fronteira. Com sua retórica abrasiva e de confronto Trump conseguiu trazer o maior bully da Ásia para a mesa de negociações, suspender seus testes nucleares, suspender os testes de mísseis balísticos sobre o Japão, enfim, Trump conseguiu trazer uma medida de paz na região não sentida há quase 70 anos.

Mas hoje vamos falar de outra iniciativa de Trump que também desviou completamente do que estava sendo feito até agora. Entendendo o que os israelenses entendem, que você não pode ter um estado viável sem uma economia forte e autônoma, Trump promoveu o fórum econômico, um encontro de homens de negócio e governos árabes em Bahrain para apresentar um plano de fortalecimento da economia palestina.

Qualquer um com suas faculdades mentais intactas e tendo o bem estar de seu povo em vista ficaria eufórico com este encontro. Não só com a oportunidade de apresentar seu mercado a empresas interessadas em investir, gerar empregos, etc., mas a promessa de 50 bilhões de dólares dos Estados Unidos deveriam por de lado qualquer reserva dos líderes palestinos.

Infelizmente, nem a racionalidade, nem a lógica, nem mesmo fatos, fazem parte da mentalidade ou da cultura corrupta dos líderes palestinos.  O que ficou provado antes e depois do fórum é que eles não querem a paz, não querem a normalização com Israel e do seu ponto de vista, o povo palestino pode se lixar.

Antes do encontro, a liderança palestina fez uma pressão enorme para que o fórum fosse cancelado ou para impedir que países árabes atendessem. Protestos frente às embaixadas de Bahrain, protestos junto aos governos da Arábia Saudita, Jordânia, e de outros países do Golfo foram diários e contra Bahrain até por ter dado vistos à imprensa israelense para cobrir o evento, pedidos de condenação junto às Nações Unidas, e ainda pior, ameaças contra os empresários palestinos interessados em participar do fórum. Se a liderança palestina colocasse todos estes esforços em prol de sua economia, os palestinos não estariam na crise que estão. Teriam sua própria central elétrica, sua própria estação de tratamento de águas e esgoto, suas próprias escolas e hospitais. Mas não, eles se deleitam em se manterem como os mendigos do mundo, sempre com a mão estendida para colher as esmolas que a liderança põe no bolso, nunca prontos a enfornar seu próprio pão.

A esquizofrenia é tanta que o Ministro de Assuntos Sociais palestino, Ahmed Majdalani disse para a ONU um dia depois do fórum, que Jerusalem não é a capital de Israel mas a capital ocupada da Palestina. Isso é o que chamamos de alucinação. A capital de um estado que nunca existiu. Para Majdalani, Mahmoud Abbas e seu círculo de corruptos, antes de qualquer desenvolvimento econômico, eles precisam ter um estado independente, assim, como no modelo de Gaza. Lá os palestinos estão livres. Livres para construir túneis de ataque, mísseis, pipas incendiárias, tudo para continuarem a tentar destruir Israel.

O que a mídia não reporta é até aonde a Autoridade Palestina vai para impedir a normalização do relacionamento com Israel. Um exemplo foi o casamento do filho do prefeito de Deir Qaddis, um vilarejo perto de Ramallah em que quatro israelenses judeus foram convidados. O vídeo de israelenses judeus dançando com os palestinos em um casamento deveria ser algo para celebrar. Deveria ser uma expressão de alegria e fé conjunta no futuro. Em vez disso, trouxe perigo e desgraça ao prefeito Radi Nasser.

No dia seguinte ao casamento, com o vídeo dos judeus dançando, a Fatah expulsou o prefeito do partido; formou uma comissão de inquérito para investiga-lo; e disse que irá removê-lo como prefeito. A Fatah também pediu que as forças de segurança investigassem os palestinos que foram vistos dançando com os judeus. Os quatro judeus israelenses foram supostamente levados para o casamento por colegas palestinos que trabalham com eles em uma oficina de conserto de carros.

Mas enquanto a maioria dos israelenses - e, na verdade, alguns palestinos - via isso como um sinal inocente e encorajador, a liderança palestina ficou chocada com a presença dos israelenses no casamento e acusou o prefeito e seu filho, o noivo, de traição. O porta-voz da Fatah, Osama Qawassmeh, disse que a participação de "colonos terroristas em eventos sociais palestinos é um ato covarde, condenável, desprezível e repreensível". Participar de um casamento não é um ato "covarde" ou "desprezível". Pelo contrário. Mas aos olhos da Fatah, Nasser é culpado de um grande pecado: a normalização.

E isto vai para o que aconteceu nesta sexta-feira. Quando uns 15 empresários palestinos voltaram do Fórum em Bahrein, tiveram as forças de segurança palestina para recepciona-los e prende-los. Eles só foram soltos depois de uma ameaça real enviada pela embaixada americana em Israel. Um destes empresários, Ashraf Jabari de Hebron, disse que ao tentar prender os empresários, a liderança palestina tinha mostrado sua face real. Ele ainda disse que a Autoridade Palestina não quer a paz. Que ele foi para Bahrein como individuo e não como representante da Autoridade Palestina ou do povo palestino. Jabari ainda disse que ele e seus colegas estavam em contato com a administração americana e organizações internacionais de direitos humanos com relação à esta repressão da Autoridade Palestina.

Jabari contou que o fórum em Bahrein foi um grande sucesso e é por isso que Abbas está com medo. Ele disse que estas retaliações mostram que os palestinos não têm democracia porque Abbas manda prender qualquer um que discorde dele.  

Que qualquer sinal de normalização de relações com os israelenses ainda seja considerado um tabu entre os líderes da Autoridade Palestina não é um bom presságio.
O conselheiro de Trump, Jason Greenblatt disse que o negociador palestino “Saeb Erekat e outros estão distorcendo a mensagem americana dizendo que o forum do Bahrein foi uma tentativa de comprar os palestinos. E isso é absolutamente falso.

Greenblatt explicou o objetivo do fórum: “A cúpula do Bahrein teve como objetivo mostrar o que poderia acontecer com a economia palestina se houvesse um acordo de paz”. Ele compreende muito bem que não há economia que funcione sem paz. Mas também é impossível haver paz sem um futuro econômico. O que Trump está tentando fazer é quebrar o ciclo de ajuda e dependência e criar uma economia para os palestinos.
Estes empresários que participaram são uma minoria, mas uma que consegue vislumbrar um futuro melhor para seu próprio povo e são corajosos o suficiente para tentar realizá-lo apesar da oposição da sua liderança.

As campanhas terroristas e de anti-normalização puseram fim a qualquer esperança dos Acordos de Oslo que foram abraçados com muita esperança nos anos 90 e condenaram todas as negociações de paz subsequentes.

Esta é a verdadeira tragédia dos palestinos. Eles estão mais uma vez sendo traídos por seus próprios líderes que mostram não serem nem um pouco diferentes do Hamas.

O fórum econômico no Bahrein deveria ter sido visto como um movimento positivo para toda a região, mas enquanto os altos escalões da AP não estiverem dispostos a ver os israelenses dançando junto com palestinos em um casamento, é difícil imaginar a Autoridade Palestina permitir a seu próprio povo qualquer outra forma de alegria.



Sunday, June 23, 2019

A Estratégia Belicosa do Irã - 23/6/2019


Nesta semana a noticia que dominou as manchetes foi o abate de um sofisticado drone americano pelo Irã acima do estreito de Ormuz. A pergunta na boca de todos os comentaristas era se os Estados Unidos estavam a beira de uma guerra com o Irã. Interessante que para muitos outros países, incluindo Israel e a Arábia Saudita, um conflito de baixo nível contra crias do Irã já vem acontecendo há anos.

O Irã está passando por sua pior crise econômica de todos os tempos. Há muita inquietação e gigantes protestos por coisas como o aumento do preço do pão, são constantes em todo o país. Mas quando o presidente Donald Trump resolveu sair do deplorável acordo nuclear negociado por Obama e reimpor as sanções econômicas, em vez dos aiatolás tentarem negociar um novo acordo, eles decidiram enfiar o dedo no olho americano. E desde então estamos vendo a escalada da violência seja ela direta ou indiretamente.

No dia 12 de junho Israel atacou uma base iraniana implantada em Tel Al-Harra na sua fronteira com a Síria nos Altos do Golan. No dia seguinte, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã atacou dois petroleiros no Golfo do Iêmen. Os incidentes foram separados por milhares de quilômetros mas nos ajudam a entender o tamanho do campo de batalha que liga o Irã e seus aliados, colocando-os contra os aliados dos Estados Unidos, entre eles, Israel.

As alianças nesta região do mundo são bem conhecidas. De um lado estão o Irã, milícias xiitas pró-iranianas no Iraque, o regime sírio, a Hezbollah no Líbano, o Hamas, e o Jihad Islâmico em Gaza e os rebeldes Houthi no Iêmen.

Do outro, aliados dos EUA, como Israel e Arábia Saudita. A estratégia do Irã não é uma abordagem de cima para baixo, controlando todos seus agentes. Mas a república islâmica certamente encoraja seus aliados de várias maneiras, e provavelmente também os desencoraja em outros momentos.

Já no início de maio, depois que os EUA alertaram o Irã contra quaisquer ataques, o regime em Teerã pareceu reduzir as provocações. Mas também instigou outros ataques para sondar até onde poderiam ir.

Os EUA dizem que o Irã "quase certamente" está por trás da sabotagem de quatro navios petroleiros na costa dos Emirados Árabes Unidos em 12 de maio. Uma semana depois um míssil foi disparado perto da embaixada dos EUA em Bagdá. Ao mesmo tempo, rebeldes Houthi aumentaram seus ataques contra a cidade e o aeroporto de Abha na Arábia Saudita.

O Irã é conhecido por exportar sua tecnologia para seus aliados e agentes. Prova disto é o avanço dos mísseis do Hamas e dos mísseis balísticos dos Houthis disparados contra Riad.

E aí temos os últimos ataques dos agentes do Irã. No dia 14 de junho foram ataques com morteiros na Base Aérea de Balad, no Iraque. No dia 17 de junho contra o acampamento Taji no Iraque, onde as forças dos EUA estão estacionadas. No dia 18 de junho em Mosul. No dia 19 de junho contra instalações de petróleo perto de Basra, onde a ExxonMobil tem escritórios. E tudo isso feito de modo a que o Irã possa negar seu envolvimento. Nenhum grupo assume responsabilidade.

Mas tantos ataques em tantos lugares onde os EUA estão presentes?

A estratégia do Irã e seus aliados é mostrar que eles podem incendiar o Oriente Médio, se quiserem. Do Líbano à Síria, Iraque, Iêmen e Golfo de Omã, o Irã enfrenta os EUA e seus aliados. A decisão de Trump de não retaliar contra o ataque ao drone não foi a melhor porque o Irã agora se sente vitorioso e sua alegação de que o drone estava sobre seu território parece razoável já que os americanos não fizeram nada.

Se a coisa parasse aí estaríamos ok. Mas não. Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, disse na segunda-feira que o Irã está aumentando sua produção de urânio enriquecido para construir armas nucleares. A declaração de Amano é importante porque marca a primeira vez desde a assinatura do acordo nuclear de 2015 que a agência nuclear da ONU indicou que o Irã está violando seus compromissos.

Amano acrescentou que estava "preocupado com" o programa nuclear do Irã, e expressou a esperança de que "formas podem ser encontradas para reduzir as tensões atuais através do diálogo".

 O Irã anunciou em maio que recomeçaria a enriquecer urânio em retaliação às sanções econômicas restabelecidas pelos EUA. O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse que “aqueles que promovem guerras econômicas não podem esperar permanecer seguros". Zarif ameaçou que Teerã não iria ficar quieto em resposta ao que chamou de ameaças do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de destruir o Irã.

Netanyahu não hesitou em responder a Zarif. "Zarif está mentindo novamente", disse Netanyahu. “O Irã é quem abertamente ameaça, todos os dias, destruir o Estado de Israel. O Irã continua se entrincheirando militarmente na Síria. E hoje, a Agencia Nuclear informou que o Irã está acelerando seu programa nuclear.

 “Eu repito: Israel não permitirá que o Irã desenvolva armas nucleares que ameacem nossa existência e ponham em perigo o mundo inteiro.”

Como, Israel planeja impedir que o Irã se torne nuclear? A resposta, segundo as autoridades israelenses, é que os EUA - apoiados pela Arábia Saudita e pelos países do Golfo - devem deixar claro para Teerã que, se não sentar na mesa de negociações, as sanções serão intensificadas até que isso aconteça.

E sim, a opção militar está na mesa se o Irã continuar a perseguir um programa nuclear que ameaçaria não apenas os EUA e Israel, mas o mundo inteiro.

Lembrando que Israel destruiu o reator iraquiano em Bagdá em 1981 e o reator Sírio em 2007, o Irã deve saber que o Estado Judeu não hesitará em destruir seu programa nuclear se se sentir ameaçada. Mas seria muito melhor se a América assumisse este papel desta vez.

Não vamos nos enganar: a missão declarada do Irã é varrer Israel do mapa através de seus representantes na Síria, Líbano e Gaza, através do terrorismo e, se necessário, um confronto militar direto.

Desde que se tornou primeiro-ministro em 1996, Netanyahu fez do seu objetivo principal proteger Israel de um Irã nuclear. Ele desafiou a pressão internacional para apoiar o acordo com o Irã, falando contra ele no Congresso e em todas as oportunidades disponíveis com os líderes mundiais.

Netanyahu enfrenta outra campanha eleitoral dura em meio a acusações de suposta corrupção. Mas em uma questão ele merece crédito e apoio de todos os israelenses: ele não hesitou em sua missão de advertir contra os perigos representados por um Irã nuclear e, quando necessário, tomou medidas.

Netanyahu, se puder, gostaria de entrar para a história como o líder que impediu o Irã de se tornar nuclear.

Israel não tem nada contra o povo iraniano, que esperemos tenha força para um dia se libertar dos grilhões deste regime insano. Mas, no meio tempo, temos que interromper e impedir o programa nuclear do Irã, não importa por quais meios - antes que seja tarde demais.



Sunday, June 16, 2019

O Antissemitismo Europeu e o Contágio Americano - 16/06/2019


Nos últimos anos temos falado sobre a crescente onda de antissemitismo que está varrendo a Europa. Atos de vandalismo, violência e perseguição de judeus viraram a norma. E hoje não depende se o país aonde eles ocorrem estava do lado dos nazistas ou dos aliados na Segunda Guerra.

Enquanto isso, aqui nos Estados Unidos, tivemos em outubro, o ataque antissemita mais mortífero da história da América quando 11 judeus foram mortos. Seis meses depois tivemos o ataque à sinagoga em Poway aonde uma pessoa morreu. Na mesma época, tivemos vários ataques contra judeus em Nova York, abusos e bullying contra judeus nas ruas e nas universidades americanas.  

A pergunta é: até onde a América foi contagiada pela crescente onda de antissemitismo na Europa?

O Centro de Liberdade Religiosa do Instituto Hudson tentou responder a esta pergunta. Ao analisar a situação na Europa, o Centro concluiu que os judeus que vivem na Inglaterra são hoje o principal risco de segurança. Somente em 2018, 1.600 ataques a judeus ocorreram na Grã-Bretanha.  Esta situação se desenvolveu, em grande parte, por causa das políticas tóxicas do líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn.

O antissemitismo está tão propagado na Inglaterra que um novo termo foi cunhado para os judeus que pensam seriamente em abandonar o país: depois do Brexit, agora temos o Jewxit. Uma pesquisa do jornal Jewish Chronicle em 2018 revelou que um em cada três judeus britânicos está considerando deixar o Reino Unido se Jeremy Corbyn for eleito primeiro-ministro.

Este não é um cenário tão absurdo quanto alguns pensam. Milhares de judeus franceses já deixaram a França nos últimos anos devido ao antissemitismo. Tal saída da Inglaterra causaria grandes danos à economia do Reino Unido tanto em dinheiro como em cabeças pensantes.  

Gideon Falter, chefe da Campanha Contra o Antissemitismo, em entrevista à CNN, disse "que é uma situação muito triste porque todos nós nascemos e crescemos aqui e para a maioria é onde nossos avós encontraram refúgio durante os dias mais sombrios da humanidade".

O enviado especial do Departamento de Estado americano para monitorar e combater o antissemitismo, Elan Carr, contradisse a ideia bastante enganosa de que há um "novo" antissemitismo no mundo de hoje. "É a mesma coisa", ele disse. 

E ele tem razão.

Acusações antigas contra os judeus, como o infame "libelo de sangue", são re-embaladas em formatos novos como "israelenses assassinam bebês" e "judeus infectam crianças palestinas com o vírus da Aids". Não há nada de novo no antissemitismo de hoje. Antissemitismo e antisionismo são o mesmo mal.

Na França, a crescente violência contra os judeus desde os anos 90, culminou com o ataque ao Bataclan. Noventa pessoas foram chacinadas no teatro e outras 40 em cafés e restaurantes. Mais de 400 ficaram feridas. Tudo isso porque os terroristas acreditavam que o Bataclan pertencia a judeus. Não sabiam que seus donos judeus haviam vendido o lugar alguns meses antes.

Não há dúvidas de que os judeus da Europa enfrentam um futuro sombrio. Apesar de alguns esforços sérios sendo feitos pela liderança de alguns governos, a violência diária é muito difícil de policiar. E nesta altura do campeonato, mudar o curso da opinião pública cada vez mais islamizada, parece um sonho impossível.

E na América? Será que estamos descendo neste poço apenas um pouco mais devagar que na Europa ou há esperança?

O Instituto Hudson publicou uma pesquisa recente da McLaughlin and Associates com milhares de eleitores americanos registrados. Os resultados foram surpreendentes e encorajadores. Os resultados completos da pesquisa podem ser visualizados no site do Instituto Hudson em Hudson.org.

Para começar, a maioria dos eleitores dos EUA pesquisados ​​entende o que é o antissemitismo. Em respostas à pergunta: "Como você descreveria o antissemitismo?" 44% dos entrevistados disseram: "Ódio contra os judeus" e outros 20% disseram “intolerância, nazismo e ódio a Israel”. 34% disseram que não sabiam.

Sobre a opinião sobre Israel, 51% dos inquiridos tinham uma visão positiva de Israel; apenas 21% tiveram uma opinião negativa (os outros colocaram “sem opinião”). Quando perguntados sobre o apoio dos Estados Unidos a Israel, 55% disseram que a ajuda era "correta" ou "muito pouca"; 21% disseram que era "demasiada" e o resto não sabia.

Em resposta à pergunta: "Você é islamofóbico se criticar a congressista Ilhan Omar por suas opiniões sobre Israel?" 63% disseram que não, 14% disseram que sim e 23% não sabiam.

E houve uma resposta significativa a uma importante questão histórica: “Você acredita que é verdade que no Holocausto, o regime nazista visou e exterminou seis milhões de judeus europeus?” 80% disseram que sim, apenas 8% disseram que não; e 12% não sabiam.

A má notícia sobre a Europa é que o antissemitismo está praticamente incontrolável, e seu perigo é palpável. Mais e mais judeus estão considerando a mudança para Israel ou para outro lugar.

A boa notícia é que os americanos são muito menos antissemitas que seus primos europeus. A maioria dos entrevistados está prestando muita atenção às questões políticas que a América enfrenta hoje, incluindo aquelas relacionadas ao antissemitismo e a Israel. Isto não quer dizer que temos que passar por cima das centenas de ataques antissemitas na América que ocorrem todo o ano. Afinal, os ataques antissemitas estão no topo da lista do FBI de todos os ataques discriminatórios e seu numero está crescendo rapidamente.  

Especialmente nos campus universitários. Não podemos deixar que alunos se escondam atrás da liberdade de expressão para abusar, perseguir e atacar estudantes judeus. Especialmente os grupos de esquerda, os neo-nazistas e os islâmicos. Precisamos denunciar cada ato, responsabilizar cada perpetrador e expor seus financiadores.

Só assim poderemos impedir a América de seguir o caminho tenebroso que a Europa está trilhando.



Sunday, June 2, 2019

O Dia de Jerusalem - 02/06/2019


Hoje comemoramos o Dia de Jerusalém. O aniversário da reunificação da Cidade Santa. Durante sua longa história, Jerusalem foi atacada 52 vezes, capturada e recapturada 44 vezes, sitiada 23 vezes e duas vezes foi destruída. A parte mais antiga da cidade foi colonizada há seis mil anos, fazendo-a uma das mais antigas do mundo.

Contrariamente ao que pensa o mundo, os judeus habitaram a cidade ininterruptamente desde a época do rei David e a cidade serviu de capital somente aos dois reinados Judaicos e hoje ao independente e soberano Estado de Israel. Durante o século 19, visitantes como o escritor Mark Twain e o Imperador do Brasil Dom Pedro II observaram que a grande maioria dos moradores da cidade eram judeus, depois cristãos e armênios e apenas esporádicas caravanas de beduínos muçulmanos passavam pela cidade.

Em 1860, a superlotação dentro da cidade velha de Jerusalem motivou os judeus a construírem o primeiro bairro fora dos muros. Em 1880 já havia sete bairros judaicos na cidade nova e uma maioria judaica esmagadora. Mesmo assim os ingleses, que tinham o mandato de criar um lar nacional para os judeus, mas estavam mais interessados de promover os interesses dos árabes, impuseram restrições aos judeus aos lugares santos. Eles proibiram, por exemplo, o toque do shofar no Muro das Lamentações, ou preces em voz alta, tudo isso para não “ofender” a minoria muçulmana.

De 1930 a 1947, jovens judeus desafiaram os britânicos. Na conclusão de cada Yom Kipur, eles tocaram o shofar. Muitos foram presos e julgados, mas como disse um deles numa entrevista, eles haviam jurado recuperar a soberania judaica em Jerusalem.

Mas na Guerra de Independência, em 1948, a Jordânia capturou a cidade velha de Jerusalem. Durante os 18 anos de ocupação jordaniana de Jerusalém Oriental, contrariamente ao que havia sido acordado no armistício, a perseguição religiosa de não muçulmanos se tornou galopante. Milhares de judeus, alguns cujas famílias tinham vivido em Jerusalém por séculos, foram expulsos da cidade velha e da parte oriental da cidade nova. Mais da metade dos 16.000 cristãos fugiram de Jerusalém durante a ocupação jordaniana.

Durante este tempo, a maioria das sinagogas da Cidade Velha foram destruídas ou profanadas. No cemitério judaico do Monte das Oliveiras, lápides foram quebradas em pedaços ou usadas como materiais de construção para estruturas improvisadas; algumas antigas lápides que remontavam à época do Primeiro Templo foram usadas como latrinas. A área adjacente ao Muro das Lamentações tornou-se uma favela.

Mas a perseguição e expulsão não ficou restrita aos judeus. Cristãos que ficaram na Cidade Velha foram proibidos de comprar terras ou casas, impedindo qualquer possibilidade de expansão de suas comunidades. Além disso, os jordanianos impuseram o controle estrito sobre o ensino cristão, incluindo a proibição de abertura de novas escolas e a exigência de que o Alcorão fosse ensinado nas escolas cristãs.

E quem pensa que a situação de tolerância religiosa ficou melhor com a Autoridade Palestina, está muito enganado. A perseguição dos cristãos é tão endêmica na sua administração como sob a ocupação jordaniana. Só como exemplo, a população cristã em Belém encolheu de 85% em 1948 para apenas 16% em 2016. Em 2002, durante o cerco palestino da Igreja da Natividade, padres e freiras foram mantidos como reféns, livros de oração foram profanados e Bíblias foram usadas como papel higiênico. Essa falta de tolerância religiosa e o desprezo por artigos de fé judaicos e cristãos infelizmente se tornou a norma para os muçulmanos.

Em junho de 1967, em seis dias, Israel conquistou uma impressionante vitória sobre as nações árabes vizinhas cujo objetivo declarado era a destruição do Estado judeu. Os israelenses recuperaram o controle de toda a Jerusalém e reunificaram a cidade. Israel imediatamente removeu as restrições árabes sobre o acesso à cidade e incentivou pessoas de todas as fés para visitarem seus lugares sagrados.

No espírito da liberdade e tolerância religiosa, Israel cometeu o monumental erro de conceder a jurisdição sobre o local mais santo do judaísmo: o Monte do Templo, para as autoridades islâmicas. Hoje, baixo a bota destas autoridades, o Monte do Templo é o único lugar em Jerusalém aonde é ilegal para Judeus ou cristãos orarem.

O que ainda é incrível para mim é o mundo considerar Jerusalem como ilegalmente ocupada por judeus. Durante 4 mil anos eles viveram na cidade e hoje os árabes a exigem porque a expulsão dos judeus e destruição de suas sinagogas durante 18 anos, há 52 anos atrás, de alguma forma dá a eles este direito. O mesmo vai para a cidade de Hebron, de Gush Etzion e todas as outras comunidades aonde os judeus floresceram por milênios.

Hoje comemoramos o Dia de Jerusalem. O dia em que o exercito de Israel milagrosamente rechaçou o exército jordaniano e de repente, se viu frente ao Muro das Lamentações. Relembramos, a voz emocionada do comandante da 55ª brigada dos paraquedistas General Motta Gur, pelo rádio dizendo “o Monte do Templo está em nossas mãos! O Monte do Templo está em nossas mãos!” e as imagens gravadas em nossas mentes, dos primeiros soldados que chegaram no local, com lágrimas nos olhos, olhando para os céus e encostando suas testas suadas no Muro. E o som do shofar novamente ecoando alto e forte para todos ouvirem!

Um amigo neste Shabat me contou algo muito interessante sobre esta data. Estávamos falando sobre o fato de que a maioria dos judeus no mundo e dos israelenses em particular, apesar de serem a favor da paz, não estão prontos a entregarem qualquer parte de Jerusalem. Podemos oferecer terras no Negev, evacuar Gaza, mas Jerusalem é intocável. É a capital do Estado de Israel e do povo judeu.

Este amigo, Alexandre Barros, me disse que o Yom Hatsmaut, o dia da Independência do Estado de Israel caiu próxima à festa de Pessach, quando o povo saiu do Egito e se constituiu como povo. A liberação de Jerusalem, no entanto, aconteceu próximo à Shavuot, a festa de Pentecostes, quando o povo recebeu a Torah. O primeiro significa o corpo do povo judeu e o outro, a sua alma. Coincidência? Acho que não.

E os iranianos, iraquianos e todos os outros árabes e muçulmanos que saíram em protesto hoje, podem espernear o quanto quiserem no dia de Al-Quds, que nem mesmo eles sabem, vem da palavra em Hebraico HaKodesh, para Jerusalem.

Apesar de Yom Yerushalayim ter menos fanfarra que o Yom Hatzmaut, este dia incorpora todas as ânsias dos judeus nos últimos 2 mil anos. Afinal, não rezamos este tempo todo em direção a Tel Aviv ou quebramos o copo nos casamentos para relembrar a destruição de Haifa. Sempre foi Jerusalem e para sempre será Jerusalem, a eterna e indivisível capital do Estado Judeu, Israel.