Sunday, March 25, 2012

O Massacre de Toulouse - 25/3/2012

No domingo passado escolhi lembrar a familia Fogel massacrada há um ano em sua casa em Itamar. Nunca poderia imaginar que no dia seguinte estaria olhando em choque, cenas de outro massacre, desta vez na França. Outro pai morto como Ehud Fogel, o Rabino Yonathan Sandler. 

No lugar de Yoav de 4 anos e Elad de 11, agora foram o pequeno Gabriel de 3 anos e Arieh de 5. No lugar da bebê Hadass, decapitada em seu berço estava Myriam de 7 anos, agarrada pelos cabelos e assassinada com um tiro de uma colt 45 na cabeça.  

Enquanto que Israel acabou prendendo os dois sub-humanos tornados heróis pela Autoridade Palestina que cometeram os assassinatos em Itamar as autoridades francesas depois de horas negociando com este monstro, matou Mohamed Mehra.

A mídia reportou o choque do mundo à brutalidade dos assassinatos cometidos por ele e tentou distanciar a Autoridade Palestina dos crimes, apesar da causa palestina ter sido usada como desculpa pelo seu ataque à escola judaica em Toulouse.

O que faz alguém tão cruel, capaz de atos de tanta barbárie? Esperem aí.. Não foi esta a pergunta que repetimos durante décadas após o holocausto sobre o povo alemão?  

A mídia francesa descreveu Mehra como um psicopata, um solitário especialmente violento. Quanto mais extrema a descrição, mais o público tinha a impressão de se tratar de um caso excepcional e que não haveria mais com que se preocupar assim que ele fosse pego. Mas Mohamed Mehrah não surgiu do vácuo. Ele cresceu num ambiente que promove o terrorismo e geralmente conduz ao assassinato em massa e missões suicidas. E não só isso.  

O fato é que a Europa como um todo se recusa a abandonar seu antisemitismo milenar. Hoje ele é vestido de anti-israelismo para ser politicamente correto, mas é o mesmo ódio que faziam os europeus dançar ao redor das fogueiras aonde queimavam judeus durante a inquisição. O mesmo antisemitismo que está na corrente sanguínea dos franceses, e aparece logo que raspamos a fina camada de liberdade, igualdade e fraternidade de suas peles.

Além de abraçar o islamismo radical, as ações de Mehra foram encorajadas pela falta de vontade das autoridades da França de punir atos antisemitas. Em 2011 houveram quase 400 ataques contra judeus, escolas, sinagogas e cemitérios. Alguém ouviu sobre eles?  Mais de 30 túmulos de judeus foram desecrados na cidade de Nice nesta última sexta-feira. Menos de uma semana depois dos ataques em Toulouse.

Uma pesquisa feita nos dias seguintes ao ataque mostrou que o antisemitismo na França está em alta: 45% dos entrevistados admitiram ter sentimentos antisemitas. E o resto da Europa não está melhor. Na Espanha, 53% dos entrevistados admitiram serem antisemitas. Na Polonia o resultado foi 48%  e na Hungria 63%.

A pesquisa não era necessária. Basta ver a posição da Europa e das Nações Unidas em relação a Israel. No mesmo dia do massacre, Mehra pode ouvir Catherine Ashton, a representante da Comunidade Europeia para Assuntos Estrangeiros dizer a jovens palestinos que o ocorrido em Toulouse lhe lembrava o que estava acontecendo em Gaza.  

Quer dizer, para Ashton, o massacre das crianças judias em Toulouse a queima-roupa se equipara com o que ocorre em Gaza???!!! Israel exigiu uma retratação e ela se recusou! É por isso que estes débeis mentais se sentem no direito de sair por aí matando quem estiver pela frente usando qualquer desculpa como o suposto sofrimento de um povo do qual eles nem fazem parte.

Mas a coisa não parou por aí. Não deu tempo para os corpos das vítimas esfriarem e o Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu na quinta-feira nomear um comitê para investigar o efeito dos assentamentos judaicos na Judéia e Samária nos direitos humanos dos palestinos. Mais uma ação para manter os palestinos longe da mesa de negociações e conduzirem mais ataques contra judeus. Dos 47 estados membros, 36 votaram a favor, entre eles, campeões dos direitos humanos como a Líbia, Cuba, China e Arábia Saudita. Só os Estados Unidos votaram contra.

Não há maior hipocrisia do que ignorar as violações de direitos humanos dos países islamicos. Na Árabia Saudita no ano passado a mídia reportou que mais de 60 pessoas foram decapitadas em praça pública por “crimes” como bruxaria ou trabalhadores estrangeiros que atacaram seus empregadores que os estupravam e escravizaram. O Irã está para executar Yussef Nadarkhani porque se converteu ao cristianismo. Com tudo o que está acontecendo no mundo, especialmente na Síria, mais de 250 mísseis enviados ao sul de Israel e a maior preocupação do Conselho de Direitos Humanos são os assentamentos de judeus?

A atmosfera anti-Israel nos corredores da ONU é o mesmo antisemitismo da era nazista. E este sentimento encoraja os terroristas a agirem contra judeus e israelenses. Não se passaram muitos anos após o Holocausto e o mundo outra vez está se enchendo de ódio contra os judeus. A diferença é que desta vez, o estado de Israel está aí para nos defender. E o mundo sabe que precisa enfraquecer e destruir Israel para poder acabar o trabalho que Hitler começou.

Em sua entrevista à polícia francesa, o irmão do terrorista, Abdelkader Mehra disse que estava orgulhoso dos assassinatos cometidos por seu irmão. Enquanto a França tentava honrar as vítimas de Toulouse, uma professora ao norte de Paris, pediu um minuto de silêncio para o assassino, dizendo que o que falavam de Mohamed Mehra havia sido inventado pela mídia e pelo presidente Sarkozy.

Quando os ataques aconteceram, o governo francês correu para a imprensa dizendo que procurava um neo-nazista. Minha primeira reação foi de descrença pois eles não poderiam ter um perfil do assassino tão rápido. Parecia mais uma tentativa de insular e apaziguar a comunidade muçulmana.
Hoje podemos dizer que o nome da chacina de Toulouse é um terrorismo nazi-islâmico.

Há uma canção famosa em hebraico que diz: Me-She-nichnas Adar, marbim be-simcha. Quando o mês de Adar chega, a alegria é abundante”. Não nos últimos 2 anos, infelizmente.

Precisamos combater a lavagem cerebral feita pelos líderes muçulmanos que está radicalizando esta geração usando a mesma técnica de desumanização de judeus usada pelos nazistas. A liberdade de culto e de expressão tem limites. Você não pode gritar fogo num teatro cheio de gente. Você também não pode ensinar que os judeus são descendentes de macacos e porcos e portanto é ok você mata-los pois não são seres humanos. É este tipo de pregação feita por muçulmanos que causa atos como os desta semana.

Para estes assassinos, aonde um judeu andar, seja em Israel ou na diáspora é um território ocupado. Para eles os judeus não têm lugar no mundo e devem ser exterminados. Devemos exigir que esta retórica seja banida de todos os meios de comunicação. Há lixo que não merece ser publicado nem mesmo na internet.

Todos nós vimos a profundidade da dor e da tristeza desta jovem mãe que perdeu seu marido e seus dois filhos pequenos. A agonia das vidas cortadas antes do tempo e as esperanças de um futuro, de ve-los crescer, esmagadas.

Ela disse que se arrependia de não te-los beijado mais, de não ter dito que os amava com mais frequência e nos aconselhou a fazê-lo todos os dias com nossos filhos pois nunca sabemos o dia de amanhã. Sei que foi o que eu fiz com a minha filha todos os dias desde então e não vou parar, se D-us quiser, até o final dos meus dias. 

Sunday, March 18, 2012

Um Ano do Massacre em Itamar - 18/03/2012

Domingo passado marcou um ano dos assassinatos da familia Fogel no assentamento de Itamar na Samaria.

Ninguém aqui consegue imaginar o que se passa na cabeça dos filhos que sobreviveram, Tamar de 13 anos, Roi de 8 e Yishai de 3, um ano sem sua mãe, seu pai e 3 irmãos. Hoje eles vivem em Jerusalem com seus avós, mas nesta semana retornaram para o lugar que eles chamavam de lar, o lugar para sempre tingido com o sangue dos seus. Foi a pequena Tamar de então 12 anos, que entrou em casa e descobriu a cena horripilante naquela noite de sexta-feira.

Os Fogels estavam entre os evacuados de Gaza em 2005. Eles foram arrancados de sua casa, colocados em um trailer e só depois de muitos sacrifícios conseguiram se estabelecer em Itamar.

Na época, jornais do mundo inteiro mostraram o choque e as condenações, inclusive da hipócrita Autoridade Palestina. Digo hipócrita porque 10 meses após o massacre (que incluiu decapitar a bebê Hadas de 3 meses e cortar a garganta dos seus irmãos Yoav de 11 e Elad de 4 além de seus pais), em sua televisão estatal, ela fez um tributo aos dois terroristas assassinos chamando-os de “heróis” que se tornaram “lendas” entre os palestinos.

Acho que não há melhor tributo para esta família do que exigir o fim da demonização destes judeus que a mídia chama de “colonos”. A redução dos mais de 200 mil israelenses que moram além da “Linha Verde” à cidadãos de segunda classe deve acabar.

Estes israelenses são pioneiros que compraram terras na Judéia e Samária, ou se mudaram para comunidades existentes, hoje vivem em constante incerteza, pois não sabem se ficarão nas casas pelas quais trabalharam tão duro e arriscaram tudo.

Muitas vezes a retratação destes israelenses na mídia chega a lembrar os libélos de sangue da Idade Média nos quais judeus eram acusados de matar crianças cristãs para fazer a matzah na Páscoa. Eles são chamados de “sanguessugas”, “cruéis”, “serpentes”, “primitivos”e “medievais”. Suas comunidades são rotuladas de “ilegais” o que os torna párias da sociedade. Eles são alvos dos estrangeiros que odeiam Israel e da esquerda israelense.

Alguns jornais locais os pintam como uma raça aparte do povo de Israel e são vilificados como um peso desnecessário para o orçamento de defesa do país.

Suas casas são demolidas, seus filhos traumatizados, seus negócios arruinados. Eles são acusados de tirar vantagem do governo pagando menos impostos e recebendo moradia subsidiada. Como se isto fosse uma contrapartida justa por terem seus direitos humanos e democráticos pisoteados ou esquecidos.

São israelenses que escolhem viver pelo que é melhor para o país e não pelo que é melhor ou mais confortável para eles. São pessoas normais, mas idealistas, que se vêem como parte de um projeto em andamento: o estado de Israel. Suas vidas são a declaração de que Deus deu esta terra ao povo judeu, o registro de imóveis é a Bíblia e por ela estão preparados  a lutar e a dar suas vidas.

Qualquer sociedade teria inveja de seu sentimento comunitário e de soliedariedade. Eles geram os melhores soldados do exército de Israel igual à juventude de esquerda dos kibutzim de outrora.

Em 1948 conseguiram conter os exércitos árabes invasores.  Mas também plantaram tomates na areia. Eles causam hostilidade pela mesma razão que judeus em toda a história foram vilificados: sua recusa em comprometer seus princípios judaicos.

E os árabes? Eles não tem qualquer problema com degolar ou desfigurar crianças. Nem mesmo suas próprias crianças. 6 dias atrás, ativistas sírios colocaram fotos online dos corpos de cinco crianças sírias desfiguradas após serem mortas pelo exército de Assad.

Os árabes em geral mas os palestinos em particular não têm o direito moral de serem soberanos, nem mesmo estando sentados em poços de petróleo. Quando os aliados viram as atrocidades cometidas pelos nazistas na segunda guerra mundial eles impuseram uma política de não fraternização com os alemães. Na Conferência de Postdam, foi decidida a transferência das populações alemãs que se encontravam na Polônia, Checoslováquia e Hungria. Milhões de alemães foram transferidos para as áreas de controle dos aliados. E porquê? Porque aos olhos do mundo, as atrocidades cometidas pelos nazistas tiraram do povo alemão seu direito de conduzirem suas vidas.

E os palestinos não são diferentes. Em vez de promover educação, desenvolvimento, liberdade e paz, eles glorificam terroristas, massacres, jihadismo e opressão. Esta sociedade, como a alemã em 1945, não tem legitimidade e não tem direito moral a um estado.

Toda vez que ocorre um ataque ouvimos: se só estas comunidades de judeus saíssem da Judéia e Samária os árabes iriam reconhecer Israel e viver em paz. Israel já tentou isso quando saiu de Gaza e vimos o resultado.

Os assentamentos israelenses na Judéia e Samária não são rotulados de “ilegitimos” porque há realmente algo de ilegítimo com eles. É simplesmente uma tática para enfraquecer Israel. Não duvidem que se algum dia os judeus da Judéia e Samária forem evacuados, o próximo alvo será a Galiléia ou o Negev e assim por diante, até a destruição do estado judeu.

Israel deve deixar bem claro que sua legitimidade é indivisível. Não há diferença entre construir em Itamar e Ma’aleh Adumim, Netanyah e Tel Aviv. Ela tem que parar  de ceder às pressões internacionais que só convidam mais pressões. Chegou a hora destes israelenses que vivem além da linha verde receberem o reconhecimento que merecem. E isto deve ser o ponto final desta questão. 

Sunday, March 11, 2012

Depois da visita de Netanyahu aos Estados Unidos, os discursos grandiosos no domingo e a repetida promessa que a América protegerá Israel, Obama anunciou que sua administração decidiu tentar mais um round de negociações com o Irã sobre seu programa nuclear. A sensação de mesmisse que paira no ar foi até notada pelo Supremo Líder, Ayatollah Ali Khamenei que se disse satisfeito com estas últimas declarações de Obama.

Mais uma tentativa. É isto que temos depois de 14 meses do último grupo de negociadores ter falhado em Istambul por causa da falta de seriedade e táticas protelatórias dos iranianos. Mesmo assim, as novas negociações serão sem pré-condições e precedidas por outras negociações para decidir trivialidades como o local de encontro.

É bem óbvio que o Irã concordou com estas negociações para ganhar tempo e avançar ainda mais seu programa nuclear ao mesmo tempo em que efetivamente paralisa Israel. Se Israel atacar em meio a “negociações” será condenada universalmente por ter abortado uma solução diplomática.

Sei que estou parecendo alguém que quer resolver a situação no tapa. Não. Posso garantir que ninguém quer guerra ou aniquilação. Mas se a administração americana estivesse mesmo séria em conseguir um resultado em vez de só retocar a maquiagem, ela teria avisado ao Irã que esta é sua última chance e exigido uma agenda bem curta. Não foi isso o que Obama impôs nas negociações entre Israel e os Palestinos? Por que deixar o calendário aberto quando o relógio nuclear está batendo?

Esta decisão de re-engajar o Irã em negociações veio em seguida a declarações de Obama que a opção militar está na mesa, que ele não blefa e no último domingo frente ao AIPAC – o Comitê Americano Público para Assuntos de Israel -  quando disse que “os líderes iranianos não devem ter qualquer dúvida sobre a determinação dos Estados Unidos”. E aí, dois dias depois, na terça-feira, Obama voltou para a mesma política que ele mesmo admitiu ter falhado antes.

Mas será que as sanções não farão diferença desta vez? Elas podem estar afetando o Irã economicamente mas por décadas a Korea do Norte preferiu morrer de fome a abandonar seu programa nuclear. E os americanos sabem disso.

Obama conseguiu muitos aplausos dos líderes judeus quando disse que esta era uma política de prevenção. Mas ele está prevenindo o quê? Manter uma coalisão não é prevenção. Jogar conversa fora não é prevenção e tampouco são sanções. Prevenir significa reverter o programa nuclear.

O Irã está triplicando seu enriquecimento de urânio, transferindo suas usinas para o fundo de montanhas perto de Qom e impedindo as visitas dos inspetores. Então qual é o objetivo real de Obama? A resposta veio de um oficial de sua administração que pediu para não ser identificado numa declaração ao Washington Post. Ele disse que o objetivo era dificultar ao máximo a decisão de Israel de atacar o Irã.

É bem revelador e chocante. Quer dizer que na verdade, a prioridade desta administração americana não é parar o Irã mas parar Israel? O maior exportador de terrorismo do mundo – de acordo com o próprio Departamento de Estado americano, um assassino sistemático de americanos no Iraque e Afganistão, um inimigo declarado que instituiu o feriado do Dia de Morte à América, patrocinador da Hezbollah e Hamas que passou o final de semana bombardeando Israel, e que está se aproximando perigosamente da bomba nuclear – e o foco da política americana é impedir que seu único aliado democrático na região, ameaçado com destruição, se defenda?

Pois é. E esta nova tentativa de negociações irá calhar muito bem com a estratégia de amarrar Israel. Obama disse para o AIPAC que “protegeria as costas de Israel”. Quanto tempo pudemos confiar nesta promessa? Exatamente 48 horas.

Dois dias depois, para a imprensa ele disse que esta frase tinha sido só uma referência histórica ao apoio a aliados como a Inglaterra e o Japão – totalmente contradizendo a impressão que ele queria dar ao AIPAC de estar dando uma proteção especial a um aliado ameaçado com aniquilação.

Para o AIPAC ele declara que “nenhum governo israelense pode tolerar uma arma nuclear nas mãos de um regime que nega o Holocausto, ameaça apagar Israel do mapa, e apoia grupos terroristas que querem destruir Israel” e afirma que “Israel tem o direito de tomar suas próprias decisões em relação a sua segurança”.

E aí ele vira as costas e anuncia negociações sem agenda e sem pré-condições com o Irã, exalta a eficácia das sanções, dá avisos graves sobre falar em guerra, todos com o objetivo de impedir Israel de exercer seu direito a defesa própria.

O porquê destas contradições é óbvio. Obama quer passar a data de 6 de novembro sem trepidações que ameacem sua reeleição. Ninguém acredita que um presidente americano abandonaria um segundo termo para preservar o estado judeu. Mas ele ainda precisa dos votos e das contribuições.

A América continua em sua cadeira confortável impondo soluções para os probleminhas dos outros sem medir muito as consequencias para si ou Israel, e o povo judeu tem que lidar com outra tentativa de extinção que acontece a “cada geração”, como lemos na estória de Purim esta semana.

Se as declarações de Obama foram bem recebidas em Israel, elas também o foram em Teherã. Os Mullahs e Ahmadinejad sabem que este presidente americano não morde. Eles estão vendo sua inércia com Assad que continua a massacrar sua população impune. Ele não conseguiu nem mesmo expulsar a Síria do Comitê de Direitos Humanos da ONU!

Do lado de Israel, Netanyahu entendeu o jogo. Em seu discurso ao AIPAC, o primeiro ministro pediu à audiência para se unir em uma campanha contra um Irã nuclear. Netanyahu sabe que uma campanha desta poderá ter uma grande influencia na administração Americana neste ano de eleição.  

Israel foi forçada a desistir de incontáveis vantagens estratégicas no processo de paz com os palestinos em troca de promessas da comunidade internacional que nuncam foram cumpridas. Imaginem só a situação hoje se Israel tivesse dado os Altos do Golan para a Síria em troca de “garantias” internacionais. Qual é o país que iria intervir quando Bashar Assad rolasse os tanques para dentro da Galileia?

Quando colocamos a existência de uma nação vibrante e seus 6 milhões de judeus de um lado e a vontade de Obama de se sentar na cadeira de presidente uma segunda vez do outro, o contraste é inescapável. O desejo de Israel de não desaparecer gentilmente dentro da noite tem um peso moral muito maior que o futuro político de um homem. Mesmo ele sendo o presidente dos Estados Unidos.

Sunday, March 4, 2012

O Encontro de Obama com Netanyahu - 04/03/2012

Sexta-feira ocorreram eleições para o parlamento do Irã e o que se espera desta vez é que Ahmadinejad e seu partido sejam os grandes perdedores. Desde 2009 quando recebeu o apoio do Ayatollah Ali Khamenei para se manter no poder, o presidente do Irã tem se indisposto com Supremo Líder que deve ser seguido cegamente. Como os partidos de oposição foram banidos da política e as eleições são fraudadas, mesmo se um outro partido vencer, não haverá mudanças na política externa de Teherã.

Este fato é importante porque muitos analistas indicaram que se Ahmadinejad perder o apoio do parlamento, o Irã poderia dar um rumo diferente ao seu programa nuclear. Isto não deve ocorrer, especialmente porque a ameaça de destruir Israel não partiu somente de Ahmadinejad mas também do Supremo Líder.

Apagar Israel do mapa, efetivamente conclamando um segundo holocausto, é um objetivo bastante real para os Ayatollahs.

Para Israel é uma questão existencial que fica mais urgente a cada dia que passa. E é por isso que Netanyahu está novamente em Washington.
Desta vez, seu encontro com Obama pode determinar se estes dois líderes podem mobilizar um esforço internacional ou apenas bilateral para acabar com os esforços do Irã de se tornar uma potência nuclear.

Netanyahu quer que o mundo livre, liderado pelos Estados Unidos intensifique sua política de dissuasão impondo maiores sanções econômicas, exercendo maior pressão diplomática e lançando operações militares para eliminar as ambições nucleares do Irã.

Obama declarou na sexta-feira que não está blefando quando diz que todas as opções contra o Irã, inclusive uma ação militar, estão na mesa. Apesar de agora os Estados Unidos não serem um alvo direto do Irã, se os ayatollahs puserem as mãos numa bomba nuclear, todo o Oriente Médio estará desestabilizado, o que não é do interesse americano.

E somente dois países – Estados Unidos e Israel – têm a capacidade tática para destruir as usinas nucleares iranianas.

Qualquer ataque contra o Irã terá um efeito significativo. O impacto a curto ou médio prazo dependerá da inteligência acumulada, que não é compartilhada com a mídia, mas que dizem Netanyahu deve entregar a Obama. A presumida capacidade de Israel de obter informações sigilosas no Irã através de seus próprios meios é um fator importantíssimo na sua relação de aliado mais fiel aos Estados Unidos na região.

20% de Israel é árabe muçulmana. Na Judéia e Samária há 1.5 milhão de árabes palestinos, isto sem falar do milhão que vive em Gaza. Todos estariam expostos a uma bomba nuclear. Mas a noção de que milhares de árabes palestinos muçulmanos possam morrer num ataque desses, parece não ser um fator levado em conta pelos ayatollahs. A lógica fornecida é a mesma de Osama Bin-Laden quando perguntado sobre muçulmanos que morreram nos ataques de 11 de setembro de 2001. Ele disse que se eram bons muçulmanos, então ele lhes fez um favor pois estariam agora nos braços das 72 virgens.

O pior é que até agora, não houve qualquer protesto internacional ou mesmo de outros países muçulmanos contra esta ameaça de destruição de lugares que eles mesmo dizem considerar santos, incluindo Jerusalem.

Nas últimas duas décadas ou mais, muçulmanos engajaram em incontáveis atos de violência nos quais outros muçulmanos foram alvejados e mortos. Estas vítimas incluiram peregrinos no Iraque, Paquistão e hoje os massacres diários na Síria. A Turquia que almeja liderar o mundo islâmico, disse que Bashar Assad está cometendo crimes contra a humanidade mas não pretende enviar nenhuma “flotilha” para ajudar os manifestantes.

A história recente mostra que só há escândalo, horror, protestos e condenações quando se trata de ações tomadas por judeus contra muçulmanos.

Agora a questão é o tempo. Só podemos especular que a data de um possível ataque deva estar entre as prioridades das negociações entre Netanyahu e Obama.

O problema é que em política internacional deve existir não só o interesse mútuo das partes para uma ação militar mas elas devem estar em consenso.

A profunda antipatia de Obama para com Netanyahu não é nenhum segredo. Para complicar a situação, Obama pode não concordar com um ataque antes das eleições de Novembro porque pode lhe custar votos se os resultados forem insatisfatórios ou inexpressivos ou se tiver o potencial de arrastar a América para outra guerra interminável. Ainda há a relutância dos americanos em se associarem aos israelenses no nível operacional.

Os Estados Unidos não querem perder a imagem de “intermediário honesto” que se beneficia tanto da relação com os árabes como com Israel. Há 22 anos atrás, durante a primeira guerra contra o Iraque, esta já era a posição americana, quando pediu educadamente para Israel não retaliar os ataques de Saddam Hussein. 

Os conselheiros de Obama devem ter lhe dito que uma cooperação militar aberta entre os Estados Unidos e Israel contra o Irã poderá colocar a monarquia saudita em uma situação difícil. A Arábia Saudita vê os shiitas do Irã como uma ameaça à sua sobrevivência mas por outro lado não podem ser vistos do mesmo lado de Israel.

Mas ao final, nem a América, nem os sauditas e muito menos Israel podem viver com um programa nuclear iraniano conduzido em desafio à Agência Internacional de Energia Atômica. O fato dos inspetores da Agência terem sido expulsos do Irã em sua última visita e acesso às usinas negado, deve ser o suficiente para Obama e Netanyahu passarem por cima de suas diferenças e trabalharem num plano realista para acabar com o pesadelo de um Irã nuclear assim que possível.

Obama tem que colocar as considerações políticas de lado e como líder do mundo livre, tomar esta decisão com base somente na segurança e estabilidade internacional. Netanyahu por seu lado não pode deixar a decisão somente para os americanos e têm que desenvolver alternativas para agir sozinho.