Sunday, April 23, 2023

Se Perguntar ao Seu Vizinho... 23/4/2023

 

Há apenas duas semanas, o governo Biden anunciou suas conclusões sobre a retirada do Afeganistão que aconteceu em agosto de 2021. Estas conclusões normalmente, num  mundo sano, exigiriam o impeachment de Biden, já que líderes nunca podem abandonar seus cidadãos, civis, numa zona de guerra, mas ele fez. O pior é que Biden não sente qualquer remorso, nem acha que seja responsável por este desastre.

Na verdade, ele diz que está “orgulhoso” do que fez e daria a si próprio nota 100.

Como a Rádio Nacional Pública – a NPR resumiu: “As forças dos EUA se retiraram às pressas em agosto de 2021, quando o Talibã recapturou o país. Em meio ao caos, um atentado suicida matou 13 soldados americanos e mais de 100 afegãos.

Ok. E de quem foi a culpa disto de acordo com o relatório? “O resumo de 12 páginas culpou o governo Trump, a inteligência ruim e os próprios afegãos.”

Entenderam? Biden fez isso, mas a culpa é de Trump… e isso, em poucas palavras, é a história da América em 2023 e essa será a história nas próximas eleições no ano que vem e além. Tudo de errado é culpa de Trump, como em Israel, tudo de errado é culpa de Netanyahu.

Como dizemos, a notícia é o primeiro rascunho da história. Mas para o resto da mídia, este foi mais um dia para falsificar o registro e manter o prato da verdade vazio. A história será contada pela metade. A metade deles, e se seu vizinho disser que nunca ouviu falar de Hunter Biden ou de seu laptop onde estão provas de suborno, acredite nele.

Acredite nele se ele disser que não sabe nada sobre os membros da família Biden, incluindo o Grandão, enriquecendo com dinheiro da China, Rússia, Ucrânia. Esse vizinho também não sabe sobre os milhões de refugiados de mais de 80 países que chegam a pagar milhares de dólares aos cartéis, estão invadindo os Estados Unidos, promovendo o tráfego humano, sexual e trazendo drogas que só no ano passado mataram mais de 100 mil americanos.

E se este seu vizinho acha que Biden aprendeu alguma coisa com seus erros, está muito enganado. Ele, que só ouve as notícias de canais de esquerda, também não sabe que a generosidade de Biden paga grandes somas a terroristas que odeiam Israel, inclusive o Irã.

Nada parece impedir o governo Biden de querer recompensar os mulás com um acordo nuclear que abrirá caminho para o regime islâmico obter legalmente quantas armas nucleares quiser, capacitar os aiatolás com bilhões de dólares, suspender as sanções contra seu regime teocrático, permitir que voltem ao sistema financeiro global e aumentarem sua legitimidade no cenário global além de expandir sua hegemonia no Oriente Médio que já está presente no Iraque, Síria, Iêmen, Líbano, na Faixa de Gaza – e na América Latina.

De acordo com o jornal Independent Persian em 23 de fevereiro:

"Ali Bagheri Keni, o principal negociador nuclear da República Islâmica, enfatizou a continuação das negociações para reviver o acordo e que os  americanos estão mantendo seu desejo de negociar com a República Islâmica em segredo em meio à negação e ao silêncio".

Não importa que desde que o governo Biden assumiu o cargo, o regime iraniano tenha cometido várias ações terroristas como o assassinato de um empreiteiro americano na Síria junto com outros seis soldados americanos que ficaram feridos. O lançamento de mísseis contra as forças americanas no nordeste da Síria e a participação do Irã na guerra contra a Ucrânia.

Sim, porque ao fornecer armas e tropas à Rússia, o Irã está testando e aperfeiçoando seus drones kamikazes.  

O secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, disse que “esses ataques covardes de drones pelo Irã causaram um sofrimento incalculável ao povo da Ucrânia."

Além disso, o Irã, chamado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos de "principal patrocinador do terrorismo de estado", vem aumentando sua presença e células terroristas na América Latina enquanto usa esse continente como um santuário. Tudo encoberto pelos governos locais de esquerda. No final de fevereiro último, o Brasil permitiu que 2 navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro em contravenção às sanções internacionais impostas.

Hospedar embarcações navais iranianas pertencentes a um regime que está brutalmente reprimindo seu povo, matando mulheres por não usarem o véu de modo apropriado e fornecendo armas à Rússia para usar na guerra contra a Ucrânia, envolvido em terrorismo e proliferação de armas em todo o mundo, envia uma mensagem que estamos indo na direção errada.

Mas voltando ao governo Biden, o regime iraniano tentou cometer vários ataques em solo americano. Tentou assassinar John Bolton (ex-conselheiro de segurança nacional), e Mike Pompeu (o ex-secretário de estado), além da tentativa de sequestro da ativista iraniana Masih Alinejad, refugiada em Nova Iorque.

Até mesmo o Washington Post apontou que a tentativa de sequestro em solo americano pelo Irã deveria ser um sério aviso ao governo Biden. Mas não.

Em vez disso, o governo Biden permanece em silêncio e evidentemente ainda quer recompensar os mulás com o acordo nuclear e continua a ver o apaziguamento - como o único caminho para lidar com o regime iraniano.

Nada, nem mesmo matar e ferir cidadãos americanos, parece impedir o governo Biden acesso ilimitado a armas nucleares. E sem a liderança americana o resto do mundo se cala.

Hoje vemos um novo tipo de revolução da esquerda. Mas o objetivo é o mesmo: um partido, uma opinião, uma conformidade ocupando todo o sistema.

E estão conseguindo. Nos Estados Unidos e até em Israel com estes protestos contra a reforma judiciaria. E a mídia, transformada em ativistas e propagandistas em total desrespeito à verdade e ao que deixarão como registro da história.

E para nós, cabe lutar pela verdade. E esta luta está mal começando.

Sunday, April 16, 2023

O Fim da Clareza Moral - 16/4/2023

 

Mais uma vez me vi compelida a cancelar minha assinatura do jornal The New York Times. Reportando sobre a situação em Israel, o jornal colocou uma manchete que poderia descrever qualquer dia de tumulto na região: Tensões se Reduzem no Sul do Líbano, mas Aumentam Novamente na Cisjordânia e Israel”.

Tensões frequentemente aumentam nesta vizinhança. Elas aumentam quando a Hezbollah constrói novos postos de observação perto da fronteira norte de Israel. Elas aumentam quando o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia protesta contra visitas de judeus ao Monte do Templo. Elas aumentam quando Israel explode um carregamento de armas iranianas na Síria.

No dia em questão, porém, um terrorista palestino massacrou uma família de judeus civis.

O terrorista assassinou Rina Dee, de 15 anos, e sua irmã Maia, de 20, e feriu mortalmente sua mãe, Lucy, enquanto dirigiam no Vale do Jordão em 7 de abril. É de cortar o coração. A dor que o Rabino Leo Dee e seus outros filhos estão sentindo é inimaginável. Ele estava no carro mais à frente e não viu quando o palestino saiu de uma moita e descarregou sua Kalashnikov no carro de Lucy. Maia e Rina morreram imediatamente. Nos seus enterros o pai perguntou como ele iria explicar a morte das meninas para sua esposa que ainda estava no hospital. Ele não teve este trabalho. Lucy não resistiu e se juntou às filhas no cemitério 4 dias depois.

Desde Setembro de 2000, 1420 israelenses foram mortos por palestinos. Somente em 2023, dezenove judeus foram mortos em ataques árabes. Dezoito deles eram civis. Um terço desse número eram pares de irmãos: Yaakov e Asher Paley, de apenas 6 e 8 anos, assassinados em fevereiro. Hillel e Yagel Yaniv, de 22 e 20 anos, baleados duas semanas depois. E agora, as irmãs Dee.

O que torna tudo ainda mais insuportável é a reação de grande parte do ocidente a tanto horror. A família Dee mora em Efrat e o ataque aconteceu no vale do Jordão, localizados na Judéia e Samaria. Judeus israelenses que são atacados nesses territórios tendem a ser desumanizados por comentaristas ocidentais como “colonos” nos “territórios ocupados” que estavam “pedindo por isso”; ou então são totalmente ignorados pela mídia.

O Ocidente desaprova a presença de judeus nessas áreas porque caíram na ridícula ficção de que os árabes são o povo nativo, original desta terra (não que tenham vindo da Arábia) – Vamos deixar claro que este status pertence apenas aos judeus.

Devido ao fato do Ocidente ter engolido a mentira que apagou os judeus de sua própria história na terra, as simpatias de grande parte do mundo estão absurdamente, do lado dos perpetradores árabes desses ataques.

A família Dee imigrou para Israel em 2014 da Inglaterra aonde o pai, servira como rabino da comunidade de Radlett um subúrbio de Londres. Poderiamos ter pensado que o governo britânico ficaria indignado com o assassinato de três de seus cidadãos. Poderiamos ter pensado que ele buscaria responsabilizar os árabes palestinos por seu incitamento e cumplicidade. Mas a resposta inicial do governo do Reino Unido foi chocante. Como o ex-embaixador de Israel nos EUA, Michael Oren, twittou com desgosto:

O governo britânico ficou apenas "triste ao saber das mortes de cidadãos anglo-israelenses e dos ferimentos graves sofridos por um terceiro indivíduo" e pediu a "todas as partes que reduzam as tensões". Nenhuma menção a palestinos ou terror, nenhuma indignação. As irmãs simplesmente “morreram” e uma terceira, a mãe, ficou ferida de alguma forma. Os cidadãos não são realmente britânicos, mas sim “britânicos-israelenses” qualificados. E “todas” as partes, incluindo as vítimas israelenses, são instadas a diminuir as “tensões”.

Que vergonha para a Inglaterra. Aqui, em contraste, estava a resposta da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni ao assassinato do um cidadão italiano na mesma sexta-feira: “Expresso profunda tristeza e condolências pela morte de um de nossos cidadãos, Allesandro Parini, no ataque terrorista ocorrido à noite em Tel Aviv. Condolências à família da vítima, aos feridos e solidariedade ao Estado de Israel pelo covarde ataque que o atingiu”. Isso é clareza moral e liderança.

Mas é claro que o próprio governo britânico é cúmplice neste e em todos os outros ataques a israelenses desde a época do Mandato Britânico. A Inglaterra é conivente com a incitação ao assassinato de judeus israelenses ao insistir falsamente que Israel “ocupa ilegalmente a Judeia e Samária”; continua a higienizar ou ignorar a incitação fanática árabe islâmica palestina para assassinar judeus israelenses e roubar suas terras; continua a se recusar a exercer qualquer pressão sobre os árabes palestinos para que cessem sua guerra de extermínio contra o Estado de Israel. Em vez disso, pede a ambos os lados que “diminuam as tensões” – uma equivalência moral obscena entre terroristas e aterrorizados, o que significa, na prática, dizer a Israel para não ousar tomar as medidas necessárias para proteger seu povo.

Os judeus são as únicas pessoas com direito legal, histórico e moral a esta terra. É por isso que em 1922 a comunidade internacional consagrou na lei do tratado a promessa de estabelecer os judeus sozinhos em todo o mandato da Palestina - a terra que agora é Israel, a "Cisjordânia" e Gaza, além da Jordânia. Os pretensos colonizadores não são os judeus. Os pretensos colonizadores são, como têm sido há décadas, os árabes.

Esses comentários do governo do Reino Unido foram doentios. Infelizmente, isso é o que passa por sabedoria convencional entre tantos no Ocidente e é um dogma incontestável nos círculos liberais e de esquerda.

Mas fica pior. Após a morte de Lucy Dee, e sem dúvida ciente da crescente indignação com a resposta inicial do governo britânico, o ministro das Relações Exteriores, James Cleverly, twittou:

Notícia trágica de que Leah Dee também morreu após os ataques abomináveis na Cisjordânia. Não pode haver justificativa para o assassinato de Leah e suas duas filhas, Maia e Rina. Continuaremos a trabalhar com as autoridades israelenses para acabar com essa violência sem sentido.

Isso é muito pouco, muito tarde e uma declaração totalmente vazia. O ataque à família Dee não foi "violência sem sentido". Ela faz parte de uma estratégia árabe centenária de extermínio destinada a remover a presença judaica de toda a terra. A menos que o governo do Reino Unido comece a exercer pressão sobre a Autoridade Palestina reduzindo a ajuda e o reconhecimento diplomático até que pare com sua política de pagar para matar, seu rejeicionismo, todos esses protestos de simpatia pelas vítimas israelenses permanecerão apenas uma hipocrisia nauseante.

Árabes palestinos cometeram esse ato vil. Mas eles são consistentemente apoiados, encorajados, higienizados, desculpados e incentivados por muitos outros que, continuam a manter essa guerra de extermínio centenária. Lucy Dee e suas duas filhas, são apenas as últimas vítimas e infelizmente não acredito que serão as últimas.

Que a memória de Lucy, Maia e Rina Dee seja uma bênção de paz para todo Israel.

Sunday, April 9, 2023

Em Cada Geração Eles Se Levantam Para Nos Destruir - 09/04/2023

Todo o ano, nesta época da Páscoa judaica, recitamos a frase: “em cada geração, eles se levantam para nos destruir. Mas o Santo, bendito seja, livra-nos de suas mãos”.

É uma das passagens mais melancólicas da Hagadá de Pessach, carregada com o peso da nossa experiência e da nossa história. E geração após geração, de fato, há aqueles que desejam livrar o mundo dos judeus e confirmar a validade da afirmação no próprio feriado.

O libelo de sangue medieval – a mentira cruelmente absurda de que os judeus usam o sangue de crianças cristãs para seus rituais – centrou-se precisamente nos preparativos da Páscoa, quando os judeus teriam usado o sangue para preparar matzot. O historiador Walter Laqueur registrou cerca de 150 casos de libelo de sangue ao longo dos tempos. “Em quase todos os casos”, escreveu ele, “os judeus foram assassinados, às vezes por uma turba [procurando vingança], e às vezes após tortura e julgamento”.

Em 1903, no sétimo dia da Páscoa, uma multidão sedenta de sangue invadiu Kishinev (atual Chișinău), hoje a capital da Moldova, motivada por relatos de que duas crianças cristãs haviam sido assassinadas pela comunidade judaica para a preparação de matzot. Dezenas de judeus foram assassinados, mulheres judias foram estupradas e casas e negócios judeus foram saqueados e destruídos. O Pogrom de Kishinev, como ficou conhecido, chamou a atenção do mundo para a situação dos judeus no Império Russo e levou um número crescente de pessoas a buscar refúgio no Ocidente e na Terra Santa.

Em 1943, na véspera da Páscoa, os nazistas iniciaram a liquidação do gueto de Varsóvia e dos judeus remanescentes. Um relatório contemporâneo da JTA descreveu “as ruas de Varsóvia ecoando os tiros dos assassinos nazistas e os gritos das vítimas”. Os defensores do gueto ficaram sobrecarregados quando milhares de soldados Waffen-SS se espalharam, incendiando e explodindo os prédios do bairro antes de demolir a Grande Sinagoga da cidade. 56.000 judeus foram assassinados ou deportados para campos de extermínio naquele dia.

Em 2001, na primeira noite da Páscoa, um homem-bomba do Hamas entrou no Park Hotel em Netanya, foi até a sala de jantar do hotel e se explodiu, matando 30 judeus enquanto participavam de um Seder. Os mortos incluíam vários sobreviventes do Holocausto, vários casais e um pai e uma filha. A vítima mais jovem tinha 20 anos.

Pensamos, que isto tudo é história. Mas aí então, temos a semana que passou. Milhares de famílias israelenses começaram a Páscoa reunidas em abrigos antiaéreos enquanto dezenas de mísseis do Líbano e de Gaza caíam sobre o norte e o sul de Israel. Na sexta-feira, segundo dia da Páscoa, Maia, de 20 anos, e Rina Dee, de 16, foram mortas a tiros enquanto viajavam pelo Vale do Jordão; a mãe delas, que também estava no carro, permanece em estado crítico. Na mesma noite de sexta-feira, um terrorista dirigiu seu carro para o calçadão à beira-mar de Tel Aviv, matando Alessandro Parini, de 35 anos, um turista italiano, e ferindo vários outros turistas.

Durante o sábado mísseis foram lançados da Síria. Israel hoje está em 5 fronts de batalha: mísseis do norte, do Líbano e Síria, mísseis do sul, vindos de Gaza, turbulência em Jerusalem por muçulmanos contra residentes judeus, ataques de palestinos vindos da Judeia e Samaria e protestos violentos das comunidades árabes de dentro de Israel como Nazareth, Sakhnin, Baqa el Gharbiya, Kafr Manda e Um el Fahm.

Mas enquanto os judeus das gerações anteriores estavam em grande parte à mercê de outros, as forças de segurança de Israel estiveram ativas nos últimos dias, perseguindo os perpetradores dos últimos ataques, realizando ataques aéreos contra aqueles que os planejaram e trabalhando diligentemente para evitar mais violência.  Nossos inimigos sabem que serão procurados e que eventualmente a justiça será feita.

Nenhuma palavra pode consolar as famílias das últimas vítimas do terror, assim como não fomos capazes de oferecer conforto às famílias e comunidades devastadas pelas atrocidades da Páscoa das gerações anteriores.

Mas embora nossos inimigos ao longo dos tempos possam ter escolhido este festival da liberdade para atingir os judeus enquanto se reuniam para celebrar a libertação de seus ancestrais da escravidão, as próximas semanas ilustrarão o quão longe chegamos.

Na verdade, essas semanas sagradas são um microcosmo, uma contração da experiência judaica. Comemoramos o Êxodo do Egito na Páscoa, lembramos as vítimas do Holocausto em Yom HaShoah, lamentamos nossos soldados caídos e vítimas do terror em Yom HaZikaron e depois celebramos a reconstituição da soberania judaica em Yom HaAtzma'ut – o 75º Dia da Independência de Israel.

Enquanto lamentamos as últimas vítimas e oramos pelos feridos, fortalecemos as mãos de nossos soldados e mulheres e encontramos um pouco de conforto em saber que o povo judeu nunca mais será impotente contra aqueles que desejam nos destruir.


Sunday, April 2, 2023

Por que Biden Está Surrando Israel? 02/04/2023

 

Toda a senilidade do presidente dos EUA, Joe Biden, não explica por que ele esperou Netanyahu resolver congelar os trabalhos da controversa comissão de reforma judiciaria para emitir a repreensão mais dura de todos os tempos ao governo de Israel, alertando que “o país não pode continuar neste caminho” – pois ele considera a reforma judicial “antidemocrática”. “Espero que Netanyahu se afaste disso”, disse Biden, declarando que não tem planos de convida-lo para a Casa Branca “no curto prazo”.

Só para deixar claro, se todas as reformas forem aprovadas, Israel terá o mesmo sistema que a Australia, a Nova Zelândia e a Inglaterra. Nenhuma democracia está sendo destruída e a continuação dos protestos, mesmo com o compromisso da coalisão, mostra que o objetivo não é a reforma judiciaria, que tem sido defendida no passado por muitos da oposição, mas um golpe de estado da esquerda para depor o governo eleito em novembro.

Infelizmente, vamos ainda ouvir os porta-vozes da Casa Branca e do Departamento de Estado aumentando a pressão sobre Netanyahu, pontificando ainda mais sobre a necessidade de “proteger a democracia” e “evitar o autoritarismo”.

Esses porta-vozes irão repetir que “acreditam que o respeito pelos direitos humanos, é extremamente importante para uma governança responsável”, o que implica que Israel não compartilha dessa crença porque recentemente baniu seis ONGs palestinas apoiadas por terroristas e porque a reforma judicial prejudicaria os autoarrogados poderes da Suprema Corte de Israel.

Isso será dito junto com a condenação dos assentamentos, que, segundo eles, “são completamente inconsistentes com os esforços para diminuir as tensões e garantir a calma, e que prejudica as perspectivas de uma solução de dois Estados ...” ou algo do gênero.

E ao primeiro sinal de ação do exército ou da polícia israelense contra manifestantes palestinos em Jerusalém ou na Judeia e Samaria – violência que, é bastante previsível neste mês de Ramadã, - o governo Biden atacará Israel outra vez.

Sua administração então pedirá a “todas as partes” para interromper a violência, mas deixará claro que Washington vê as operações de segurança de Israel como inflamatórias e “desproporcionais”.

E aí levantarão novamente a possibilidade de reabrirem o consulado americano no centro de Jerusalém, para servir somente os palestinos. Isso seria, de fato, uma embaixada para a Autoridade Palestina no meio da capital de Israel. (Este consulado foi fechado pela administração Trump quando reconheceu a plena soberania de Israel em Jerusalém e transferiu a Embaixada dos EUA de Tel Aviv para a capital).

Mas por que o governo Biden está perseguindo Israel? Por que resmungar sobre um assunto completamente interno de Israel, como a reforma judicial, ou sobre Jerusalém, palestinos e assentamentos quando até mesmo os funcionários menos pró-Israel do governo americano sabem que a Autoridade Palestina não merece absolutamente nenhum prêmio de Washington e que não há um processo de paz em andamento?

Que vantagem ganha Washington na luta muito mais importante no Oriente Médio – a grande competição estratégica que os EUA enfrentam contra o expansionismo chinês e o engrandecimento russo – ao derrotar seu parceiro de segurança, Israel?

Será que é porque Biden realmente teme pela pureza da democracia em Israel? Longe disso! A atual escalada nas tensões entre os EUA e Israel prova a capitulação americana ao Irã.

Todo o time de conselheiros de Biden sobre o Oriente Médio veio direto da administração Obama. E eles têm Israel na garganta. Eles odeiam Netanyahu por ele ter passado por cima da Casa Branca quando se fez convidar pelo Congresso. E detestam Ron Dermer, que na época era o embaixador de Israel em Washington por ter articulado a visita.

Este time tem a filosofia de que deve haver um equilíbrio de poder no mundo. E se os Estados Unidos aprenderam a viver com a União Soviética nuclear, Israel terá que aprender a viver com o Irã nuclear.

Só que a União Soviética e a Rússia de hoje, a Índia, o Paquistão, e as outras nações nucleares, têm o sentimento de autopreservação. Não o Irã. Os próprios mulás enviaram seus filhos menores com chaves de plástico para o céu penduradas em seus pescoços para o front de batalha com o Iraque para se explodirem e limparem o terreno de minas. Que tipo de gente é esta?

Não há dúvida de que o Irã irá lançar a bomba, contra Israel ou qualquer outro aliado americano, mesmo sofrendo as consequências porque para estes lunáticos, eles estarão trazendo o 12º Mahdi (seu messias) e o fim dos tempos.

Assim, com sua crítica, Biden está sinalizando para Netanyahu: cale a boca sobre a bomba nuclear do Irã e não ouse atacar o Irã, ou então os EUA tornarão sua vida miserável em muitas outras frentes.

Em outras palavras, Biden está surrando Israel sobre a escolha de juízes, a reforma judicial, Jerusalém e o uso de força nos territórios, principalmente para forçar Netanyahu à submissão em relação ao Irã.

Não nos enganemos! Biden não vai agir contra o Irã – apesar dos ataques iranianos às tropas americanas no Iraque e outros alvos no Golfo e apesar de sua exportação de drones militares para a Rússia para uso na Ucrânia. Apesar do enriquecimento de urânio a níveis próprios para uma arma nuclear, apesar do acúmulo de urânio para produzir armas nucleares e apesar da promessa de Biden de que nunca permitirá que o Irã adquira uma arma nuclear.

E como sabemos que Biden já capitulou? Uma declaração do chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark A. Milley, deixou isso claro quando disse em uma audiência no Congresso na semana passada que os EUA “permanecem comprometidos, como uma questão de política, de que o Irã não tenha uma arma nuclear em campo”. Observe o novo termo “em campo”. Isso sugere que o governo Biden agora está preparado para tolerar armas nucleares nas mãos do Irã, desde que a arma não seja “colocada em campo”, em outras palavras, lançada contra outro país.

Esta é uma mudança dramática na política do governo – de uma estratégia de proibição de armas nucleares para uma posição muito mais branda de impedir o lançamento de armas nucleares, mas não sua produção. Quase ninguém notou esse espantoso rebaixamento na política americana em uma das maiores questões de segurança global!

Ficou claro que Biden não usará a força para impedir que o Irã quebre seus compromissos de não proliferação e produza uma ou mais armas nucleares. Ele só quer o problema do Irã nuclear fora de sua agenda e fora do caminho – em outras palavras, ele quer chutar o abacaxi para a frente.

O governo Biden certamente não permitirá que israelenses ou outros críticos atrapalhem. Não quer que Israel ataque o Irã. O melhor caminho para garantir a conformidade israelense com a política americana em relação ao Irã, na prática, é ameaçar o distanciamento dos EUA de Israel em questões de “princípio democrático” ou em questões relacionadas aos palestinos.

O que é particularmente triste aqui é que existem maneiras de deter a marcha inexorável do Irã em direção a uma bomba nuclear e em direção à hegemonia regional sem necessariamente chegar à guerra. E isso inclui uma ameaça militar crível dos Estados Unidos contra o regime dos aiatolás.

Infelizmente, o presidente Biden prefere fazer concessões ao Irã e repreender Israel; poupar os aiatolás e repreender Netanyahu.