Sunday, December 27, 2020

Veremos uma Vingança do Irã Antes da Posse de Biden? 27/12/2020

 Muito tem se falado sobre o fato de Israel ser considerado o povo eleito ou o povo escolhido. O que as pessoas não se dão ao trabalho de perguntar é “escolhido” pra quê?

Mas pelo menos aos olhos da ONU, Israel é sim, o país escolhido. Israel foi escolhida por esta organização – criada depois de 2ª guerra, para defender a paz entre os Estados - para ser castigada e condenada ano após ano apesar dela ter feito concessões que nenhum outro país jamais fez em prol da paz.

Israel desistiu de territórios importantes estratégica e economicamente como o Sinai; expulsou seus próprios cidadãos de todas as comunidades de Gaza para dar a oportunidade aos palestinos de construírem um país; deu a eles autonomia em grandes porções da Judeia e Samaria e recebeu em troca terrorismo. Ao mesmo tempo, Israel contribuiu para a humanidade em todas as áreas de ciência e assistiu com tropas e médicos em catástrofes em dúzias de países inclusive no Brasil.

Mas isso não tem qualquer impacto quando se trata de votar resoluções anti-Israel. E neste ano a coisa não foi diferente. No começo de dezembro a Assembléia Geral votou em cinco resoluções de um pacote de 20 anualmente propostas pelos palestinos que nem um Estado são. E algumas destas resoluções são coisas obscuras como a afirmação do Comitê para o Exercício Inalienável dos Direitos do Povo Palestino ou a resolução chamada de “Programa de Informação Especial sobre a Questão Palestina”.

A questão aqui é que estas resoluções, adotadas durante décadas, não alcançaram coisa alguma em termos de trazer a paz. Apenas reforçam a obsessão da ONU com Israel e a intransigência palestina em retornar à mesa de negociação.

Por outro lado, temos uma ONU que se recusa a restabelecer as sanções contra o Irã, mesmo com as piores violações deste governo insano que incluem violações de direitos humanos, como a execução do campeão mundial de luta greco-romana Navid Afkari e a prisão do resto de sua família por ele ter participado do protesto contra a situação econômica no Irã em 2018, e do jornalista Roohollah Zam. A ONU também se recusa a reconhecer a fomentação pelo Irã do terrorismo em todo o Oriente Médio e Europa, terrorismo cyber contra os Estados Unidos e a busca destes fanáticos loucos pela bomba atômica.

Nestas últimas semanas do que parece ser o final do governo Trump, parece estar acontecendo algo com o Irã.

O Irã está num dilema. Por um lado, tem que vingar as eliminações de Qassem Soleimani e de Mohsen Fakhrizadeh para não mostrar fraqueza. O Irã precisa matar alguém importante ou um numero grande de soldados americanos ou causar algum dano sério a Israel e não pode esperar até depois do dia 20 de janeiro quando Biden será empossado sem colocar em perigo a volta da América ao acordo nuclear que Biden insiste em ressuscitar. Ao atacar antes, a retaliação sairá do caminho e então o Irã poderá abrir uma nova página com o governo democrata.

E é por isso que nas últimas semanas Trump Netanyahu enviaram uma série de mensagens e sinais aos iranianos, alertando os aiatolás das consequências de um ataque lançado diretamente ou por um dos seus agentes no Líbano, Iraque ou Iêmen.

Nas últimas semanas, submarinos americanos e israelenses foram vistos navegando no Golfo Pérsico. Os EUA enviaram dois bombardeiros B-52 para a região no mês passado, pela primeira vez desde 2019, com o objetivo declarado de “deter a agressão e tranquilizar os parceiros e aliados dos EUA”.

O presidente Donald Trump ameaçou o Irã na semana passada, depois que vários foguetes foram disparados contra a embaixada dos EUA no Iraque. “Agora ouvimos rumores de ataques adicionais contra americanos no Iraque”, tuitou Trump. “Um conselho de saúde amigável ao Irã: se um só americano for morto, responsabilizarei o Irã. Pense bem. ”

Em Israel, o Chefe de Gabinete do IDF, Tenente-General Aviv Kochavi lançou uma forte ameaça contra o Irã, dizendo que se os aiatolás ou seus representantes tentarem realizar ataques contra Israel ou alvos israelenses, eles pagarão um preço alto.

Sua ameaça veio poucos dias depois que o presidente da Junta de Chefes dos Estados Unidos, general Mark Milley, visitou Israel para conversas com Kochavi, sobre a ameaça iraniana.

Kochavi ainda disse que os planos de retaliação de Israel “estão preparados e já foram treinados”.    No sábado passado, Israel emitiu outro alerta via porta-voz do IDF, Brig. Hidai Zilberman em entrevista ao jornal saudita Elaph. Ele enfatizou que todos deveriam estar em alerta máximo em relação à ameaça iraniana, que ele descreveu como um “barril de pólvora sujeito a explodir”, considerando os muitos golpes que o Irã recebeu no ano passado sem ter sido capaz de responder a altura.

Embora esperemos que a guerra seja evitada, é importante que o Irã compreenda que não pode se safar com ações agressivas e terroristas que realiza em todo o Oriente Médio e além. Isso é particularmente importante para Biden que se prepara para assumir o cargo e quer reengajar os iranianos sobre um novo acordo nuclear.

Voltar ao mesmo negócio alcançado em 2015 seria um erro gravíssimo. O Irã precisa ser obstruído e contido. O último acordo não se aplicava ao desenvolvimento e produção de mísseis balísticos de longo alcance ou à sua atividade terrorista regional. Outra falha foi a cláusula de caducidade que permitia aos iranianos aumentar seu enriquecimento de urânio e produção nuclear assim que o acordo expirasse em 2025.

A vigilância é importante e Teerã precisa ser constantemente lembrado de que há um preço a pagar por atividades ameaçadoras e terroristas. Biden precisa ter isso em mente quando assumir o cargo (se ele se lembrar é claro).

Assim como Biden não pode recompensar a Autoridade Palestina por seu terrorismo contra Israel, ele não pode recompensar os aiatolás por seu terrorismo interno e externo. Biden só terá resultado se continuar o isolamento e pressão contra o Irã - e, se necessário, ele tem que estar preparado para usar a ação militar conforme os EUA e Israel advertiram na semana passada. É importante que o Irã entenda que a ameaça é real. É agora, não depois, que esta mensagem tem que ficar bem clara.

Sunday, December 20, 2020

O Absurdo Painel Contra o Antisemitismo - 20/12/2020

 Nesta era de pandemia, num momento raro em que o mundo se uniu contra um inimigo comum – e que não veio em uma nave espacial - poderíamos esperar que deixassemos de lado as picuinhas e agendas mesquinhas, e principalmente os ódios, pelo menos temporariamente.

Mas as noticias do progresso feito em encontrar uma vacina e o sucesso das primeiras que foram aprovadas não deixaram os velhos preconceitos morrerem.

Na semana passada ocorreu aqui um painel intitulado “desmantelando antissemitismo, ganhando justiça”. Este painel teve o patrocínio de vários grupos incluindo a Fundação para o Oriente Médio, Unidos Contra o Ódio, Instituto Árabe-Americano, Povo Coletivo por Justiça e Libertação e outros. Entre os ilustres palestrantes esteve Rashida Tlaib, a congressista americana-palestina pró-BDS, Marc Lamont Hill, o jornalista da CNN que foi despedido do canal depois de exigir um estado palestino do Rio ao Mar, num discurso na ONU, a professora Barbara Ransby, uma apologista do movimento Black Lives Matter e Peter Beinart, que defende o desmantelamento do estado judeu e a transição para um estado binacional, ideia que Tlaib também apoia. Beinart foi o único judeu do painel.

Fantástico, não? Todos falaram o quanto “amam os judeus” e o quanto denunciam ataques contra judeus. Rashida Tlaib, gesticulando nervosamente declarou: “Diguem a todos, eu não odeio vocês. Eu absolutamente amo vocês”. Mas ao mesmo tempo, não deixaram de criticar a existência de Israel e defender o movimento BDS.

O painel gerou muitas críticas de comentaristas judeus e ativistas pró-Israel quando foi anunciado, tanto por dar aos antissionistas uma plataforma para discutir o antissemitismo, quanto por serem em sua vasta maioria não judeus. Bari Weiss, a ex-redatora e editora de opinião do New York Times, twittou: “Então,‘ desmantelar o antissemitismo ’é, na verdade, desmantelar as “acusações” de antissemitismo.”

“Este evento foi uma tentativa de virar a realidade do avesso. Não é nada menos que hipocrisia perigosa por parte daqueles que alimentaram o antissemitismo alegar que eles próprios são vozes sérias no combate ao ódio aos judeus. Ninguém, incluindo os progressistas como Tlaib e o Prof. Hill devem ter permissão para ditar aos judeus o que constitui o antissemitismo. Eles simplesmente não tratariam qualquer outra minoria da mesma forma”. disse Sacha Roytman-Dratwa, diretor do Movimento de Combate ao Antissemitismo.

Ransby disse que “os palestinos que defendem os direitos palestinos não são o inimigo, aqueles de nós que defendem o BDS como uma estratégia para promover os direitos dos palestinos destituídos e exilados não são o inimigo”. “O inimigo é a pessoa que vai a uma sinagoga e abre fogo para matar judeus”.

Todos os palestrantes rejeitaram a noção de que a defesa de direitos palestinos, incluindo o apoio a um boicote a Israel, constitui antissemitismo. Todos afirmaram que o antissemitismo vem predominantemente da direita e concordaram que é melhor combatê-lo aliando-se a outros grupos oprimidos pela sociedade. E ao mesmo tempo, precisam garantir que os movimentos progressistas não sejam contaminados pelo antissemitismo”.

Não sei em que planeta este pessoal vive, mas não é neste. Quer dizer que o antissemitismo só existe quando ataca um judeu que mora fora de Israel. Ele não existe quando se trata de matar judeus em Israel ou judeus que procuram sua autodeterminação em sua terra ancestral.

É lógico que todos eles têm a memória muito curta ou deliberadamente omitem o que tem se passado. Os movimentos progressistas como o #Me Too, lembram? Em 2018, a Marcha das Mulheres, promovida pelo grupo na capital dos Estados Unidos, baniu mulheres judias dizendo que os Judeus deveriam confrontar seu próprio papel no racismo.

Neste ano, um dos slogans do Black Lives Matter era “De Minneapolis à Palestina, Racismo é um Crime”. A quebradeira de sinagogas e locais judaicos nos protestos contra a morte de George Floyd provou que quando se trata de judeus, não há tolerância, diversidade ou outra palavra de efeito.

E aí temos a Antifa – o mais violento grupo esquerdista da América, que aumentou sua retórica antissemita sem qualquer crítica, porque têm a simpatia da mídia. Os jornalistas os descrevem como manifestantes legítimos e racionalizam sua conduta. A epidemia de antissemitismo nos campus universitários americanos está diretamente ligado ao movimento BDS, professores esquerdistas e Islamistas, não a neo-nazistas que não têm qualquer simpatia do mundo acadêmico ou da mídia.

E pior. A Europa, considerada o berço do progressismo, esta semana baniu a carne kosher. A decisão veio da Corte de Justiça da União Européia, mantendo a proibição de shechitah na Bélgica. A Europa requer que o animal seja eletrocutado, gaseado ou golpeado antes de ser morto. De acordo com os europeus, isto é mais “humano” do que simplesmente degolar o animal com uma faca super afiada.

Já na Suécia, Noruega, Islândia, Dinamarca, Eslovênia e agora a Bélgica, não há exceções para esta regra. A diferença é que a comunidade judaica religiosa da Bélgica é bastante substancial. O presidente do Congresso Europeu, Moshe Kantor disse que a decisão é um grande golpe para a vida judaica na Europa, e seu direito de praticar sua religião e costumes”. Mas a Europa não quer parar aí. Quer banir também a circuncisão pois bebês não podem “consentir” com o procedimento. Curiosamente, os mesmos países que baniram a carne kosher já também proibiram a circuncisão. E quando se põe supostos “direitos dos animais” acima dos direitos de livre prática de religião de seres humanos, temos um problema.

Agora vamos proibir matar baratas ou pisar em formigas. E temos que deixar os pernilongos nos morderem é claro. Eles têm direitos... Isso é querer justificar o injustificável.

Hoje já não há argumentos para justificar o antissemitismo. Então, toma-se os argumentos mais insanos, mais idióticos e os colocamos nas bocas e nas decisões de Altos Tribunais Europeus para lhes dar legitimidade. A única legitimidade destas ações é a de cortar dos judeus europeus a última corda que os seguram no velho continente.

Surpreendentemente muitos judeus europeus, cansados do antissemitismo lá se mudaram para os Emirados. Dubai, Abu Dhabi e Bahrain estão acolhendo esta comunidade de braços abertos. A sua proximidade com o Irã não me tranquiliza mas escancara o que a esquerda e os progressistas realmente fazem e o que realmente são. 

Antissemitas pura e simplesmente.

 

 

 

 

 

Sunday, December 13, 2020

Novos Ventos no Oriente Médio - 13/12/2020

 Novos ventos estão soprando no Oriente Médio no que parece serem os dias finais da administração Trump. O comprometimento do presidente americano para com Israel continua a surpreender. Trump vai ficar na história como o presidente que mais ajudou a trazer a paz para esta conturbada região, cheia de tiranos e ditadores. E apesar de tudo isso ele não recebeu o prêmio Nobel da paz. O desacreditado comitê prefere dá-lo a alguém que fez absolutamente zero pela paz, como Obama. Quanta hipocrisia!

Nesta semana Trump conseguiu que mais um país árabe, o Marrocos assinasse um acordo para normalizar as relações com Israel. Só que esta normalização não veio de graça. Os Estados Unidos prometeram investir $3 bilhões no país e reconheceram a controversa ocupação do Saara Ocidental pelo Marrocos.

O Saara Ocidental sempre foi considerado uma entidade separada do Marrocos. É um dos lugares menos populosos do mundo, mas é muito rico em recursos minerais que o Marrocos explora impiedosamente. Era uma colônia espanhola até 1975 e tem sido listada como um território sem governo central pela ONU desde 1963. Os Sahrawis, como são chamados os locais, criaram um movimento de independência chamado Front Polisario reconhecido até hoje pela ONU como representante legítimo da população local, e seu direito à auto-determinação. Em 1976, o Front Polisario declarou a independência e a formação da Republica Democrática Árabe do Sahrawi reconhecida por 46 países. O território, no entanto, continuou a ser reclamado tanto pelo Marrocos como pela Mauritânia até 1979.

O Marrocos foi mais agressivo. Contrariamente à 4ª Convenção de Genebra , que proíbe a transferência de partes de sua população civil para um território ocupado, o Marrocos instigou sua população a se mudar para o Saara Ocidental, mantendo à força mais de 40 mil em tendas. Hoje 2/3 da população de 600 mil pessoas é marroquina.   

Não só a normalização com mais um país árabe deve deixar Mahmoud Abbas e sua corriola nervosos, mas o reconhecimento do direito do ocupador a uma região árabe, deveria incomodá-los. Até agora eles não se manifestaram.

E isto deve ser porque a reação no Marrocos sobre a normalização não foi nada parecida com o que vimos com os Emirados Árabes ou no Bahrain. Os jornais, em sua maioria só mencionaram o reconhecimento americano da ocupação do Saara Ocidental. Em Israel, claro, houve outra festa, especialmente na comunidade marroquina que agora espera pelos vôos diretos.

Nos Emirados, vimos neste final de semana cenas extraordinárias em Dubai que incluíram as celebrações de Hanukah, traduzindo o acordo com Israel em ações concretas. Uma Menorah gigante foi acesa frente a famosa torre Burj Al-Khalifa. Além disso, incrivelmente o Sheik Hamad Bin Khalifa al Nahyan, um dos Emires, anunciou a compra de 50% do time de futebol israelense Beitar Yerushalayim, prometendo um investimento de 300 milhões de shekels nos próximos 10 anos! Incrivel mesmo.

Vimos esta semana também alguns países da Europa acordarem um pouco. O parlamento da Noruega votou em cortar a ajuda aos palestinos em mais de 3.4 milhões de dólares por causa da recusa deles reduzirem a incitação à violência em seus livros escolares. Os legisladores noruegueses deram um basta às promessas que a reforma dos livros escolares é iminente e declararam que até que o ódio e a incitação forem removidos dos livros escolares palestinos, a União Européia e as nações europeias devem seguir o exemplo da Noruega e cessarem sua participação na incitação diária dos escolares palestinos e para o vergonhoso abuso de suas contribuições. Até que enfim!!! Realmente novos ventos!

Outra boa noticia para Israel foi a resolução anual sobre Jerusalem. Pela primeira vez em muito tempo, tirando os 9 países tradicionais, a Liberia, decidiu votar contra, porque a resolução se refere aos locais santos somente pelo nome muçulmano de Haram al-Sharif e não o Monte do Templo como é conhecido por Judeus e Cristãos. Foram 147 votos a favor, 10 contra e 16 abstenções. 3 abstenções a mais que o ano passado.

O Brasil, desta vez, apesar de ter votado a favor a resolução, uma pena ter perdido esta oportunidade, disse que poderia mudar seu apoio à resolução se a ONU não adotasse uma linguagem mais abrangente, reconhecendo a santidade do local para judeus e cristãos. Taí uma boa oportunidade para nós, cidadãos do Brasil expressarmos nossa opinião ao Ministério das Relações Exteriores!

Para finalizar, o Butão, uma pequena monarquia entre a Índia e a região do Tibet, hoje ocupada pela China, anunciou o envio de um embaixador para Israel.

Nesta região, mensagens são importantes. Esta onda de apoio a Israel está aí para ficar se o governo Biden não ressuscitar os dinossauros malignos da era Obama e traze-los para seu governo, como John Kerry que assegurou ao mundo que Israel nunca teria paz com seus vizinhos se não fizesse antes a paz com os palestinos, dando a eles toda a Judeia, Samaria e Jerusalem. Kerry estava errado.

Ou resolver apaziguar a Turquia ou o Irã, que nesta semana executou por enforcamento o jornalista Rouhollah Zam por (olhem só), “corromper a terra”, uma acusação sem um crime específico.

Zam estava vivendo na França e foi sequestrado e levado ao Irã pelas autoridades iranianas. Mas o escândalo da Europa, que não pode protege-lo, foi de dizer aos mulás para não fazerem isto de novo porque a pena de morte é uma penalidade cruel. É com este país que Joe Biden quer renovar o acordo nuclear e levantar as sanções.

Nesta festa de chanukah, no meio desta pandemia, quando não temos como festejar em publico, podemos pelo menos iluminar as injustiças, mas sem esquecer de iluminar e agradecer pelas boas noticias que recebemos, por menores que sejam.


Sunday, December 6, 2020

A Eliminação de Fakhrizadeh e a Hipocrisia da Midia - 06/12/2020

 A hipocrisia da mídia esta semana extrapolou todo o aceitável e o bom senso. Depois da eliminação do chefe do programa nuclear e general da Guarda Revolucionária do Irã, Mohsen Fakhrizadeh, os jornais e noticiários aqui parecem estar em outro mundo. A PBS declarou “Assassinato do Cientista Iraniano”. O NYT twitou seu espanto, pois de acordo com o jornal, "as autoridades iranianas ... sempre sustentaram que suas ambições nucleares são para fins pacíficos, não para armas".  

Ainda mais absurdo, John Brennan, o "czar" do contraterrorismo de Obama que planejou o ataque que matou Osama bin Laden, tuitou: "Este foi um ato criminoso e altamente imprudente."

O Irã imediatamente apontou o dedo para Israel e prometeu vingança. Israel manteve o silêncio, não reivindicou o ataque, mas tomou medidas para proteger seus cientistas, seus diplomatas e locais sensíveis.

Realmente, considerar Mohsen Fakhrizadeh apenas um cientista é como chamar Bin Laden de apenas um clérigo. Um religioso pacífico. Fakhrizadeh era um oficial sênior da Guarda Revolucionária Islâmica, designada como um grupo terrorista pelos Estados Unidos, Arabia Saudita e Bahrain.

Só para lembrar, durante o governo Obama, os EUA executaram 563 ataques com drones, em sua maioria contra operativos muito menos perigosos do que Fakhrizadeh.

Em abril de 2012, Brennan disse que o presidente Obama deveria "usar de toda a força americana" para "proteger a segurança do povo americano". Para justificar a legalização e a ética do uso de drones, Brennan disse que era preciso “garantir que o indivíduo fosse um alvo legítimo...; que ele “representasse uma ameaça significativa...; determinasse que a captura não era algo viável” e não prejudicar "civis inocentes". Por esses parâmetros, tanto os Estados Unidos como Israel seriam justificados em eliminar  Fakhrizadeh, neste ataque cirúrgico que matou apenas ele e um guarda-costas.

Nesta semana, o jornalista canadense Gil Troy fez um apanhado das novas memórias de Obama, publicado recentemente. O livro de mais de 750 páginas de auto-congratulações, mostra a visão de Obama, de apaziguador do Irã e de acusador de Israel. De acordo com Troy, a América para Obama é a Terra Prometida, que tem permissão para se defender, e a outra “Terra Prometida”, Israel, não tem esta permissão.

O duplo padrão para Obama é justificável. Ele sempre denunciou o excepcionalismo americano, pedindo desculpas ao mundo pelas supostas agressões anteriores da América. Ele achou que se tratasse os mulás do Irã com respeito e honra, eles se dobrariam ao seu charme. E sempre desconfortável com o poder desproporcional do Ocidente, ele decidiu “equilibrar” a situação entre “Israel e os palestinos” exigindo que “Israel, o lado mais forte, desse um passo maior em direção da paz.” Israel fez o gesto, congelando as construções não só na Judeia e Samaria, mas em Jerusalem. E isto não levou a absolutamente nada. Os palestinos não voltaram à mesa de negociações.

Mas para Obama, ao pressionar Israel e ao mesmo tempo engajar o Irã, ele estava compensando os "pecados" anteriores da América. É por isso que ele higieniza a virada palestina da negociação para o terrorismo em 2000, descrevendo uma "violência" mútua, minimizando o terrorismo que os palestinos iniciaram traindo e traumatizando os israelenses. Em vez disso, ele decide que "as atitudes israelenses em relação às negociações de paz se endureceram, porque a paz não parecia mais tão crucial para garantir a segurança e a prosperidade de Israel". Esta obsessão com o poder econômico e militar de Israel o cega para os sentimentos israelenses de vulnerabilidade e culpabilidade palestina.

Ele nunca assume a responsabilidade por nada errado. Ele culpa os republicanos para explicar suas deficiências políticas, assim como ignora a ascensão da Irmandade Muçulmana no Egito depois de ter intimidado Hosni Mubarak a se aposentar. E Obama tolamente continua duro com Israel, mas brando com o Irã.

Indo mais além, Obama escreve que a “visão de Bibi Netanyahu de si mesmo como o principal defensor do povo judeu contra a calamidade permitiu-lhe justificar quase tudo que o mantivesse no poder”. Como se Bibi não tivesse sido eleito ou não tivesse trazido outros partidos de Israel para o governo.

Obama acredita que sua posição é justa, idealista - e se ressente das críticas que recebeu, especialmente da AIPAC. Mas sua obsessão com a culpabilidade da América e o resto dos países ocidentais o fizeram muito generoso com ditadores e terroristas como os iranianos e palestinos.

Todo o charme de Obama, junto com os Bilhões de dólares que ele transferiu ao Irã, não deteve os mulás de continuarem com seu projeto de obter uma bomba atômica e dominar o Oriente Médio. Não os deteve de invadir e dominar o Iraque, a Síria e o Líbano e a desestabilizar o Iêmen. Não os deteve de atacar a Arábia Saudita e ameaçar os outros países do Golfo explodindo tanqueiros no estreito de Ormuz. O charme de Obama só os encorajou e os bilhões lhes deu o poder. Poder para eliminar qualquer protesto interno ou externo.

Este governo insano não pensou duas vezes antes de executar um campeão de luta de calibre mundial, de 27 anos, por ter protestado contra o governo em 2018. Navid Afkari foi acusado falsamente de homicídio culposo de um segurança durante o protesto. Ele negou categoricamente até ser torturado brutalmente e forçado a confessar. Apesar de repetidos pedidos internacionais, Navid foi enforcado em Setembro. Seus irmãos, que também participaram do protesto, pegaram 56 anos de prisão cada um. Esta foi uma execução de exemplo. Os líderes do Irã quiseram enviar a mensagem que ninguém, nem mesmo um atleta famoso está a salvo de ser acusado.

É este tipo de gente, que pratica a injustiça sistêmica, e que enforca ou joga do alto de edifícios homossexuais como passatempo, que Obama queria apaziguar e que Joe Biden, se empossado em janeiro, vai querer reengajar em negociações.

Como disse Gil Troy em sua opinião, “O presidente eleito Joe Biden e sua nova equipe devem corrigir os erros de Obama, não repeti-los. Olhe à sua volta, não apenas à frente. Não se trata apenas de fronteiras ou armas nucleares: os líderes palestinos devem parar de aterrorizar palestinos e israelenses; Os iranianos devem parar de aterrorizar o mundo. Em vez de criticar amigos como Israel e mimar inimigos como os iranianos e os palestinos, restaure a verdadeira ordem moral do universo: apóie seus amigos, seus aliados e enfrente seus inimigos”. A mídia deveria fazer o mesmo.

Sunday, November 29, 2020

Fakhrizadeh e a Vingança do Irã - 29/11/2020

 Dois eventos marcaram o noticiário nesta semana. O primeiro foi o assassinato do chefe do programa nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh.

Fakhrizadeh não era apenas um cientista nuclear. Ele também era um brigadeiro general da Guarda Revolucionaria Iraniana. Diferentemente de Qassem Soleimani, o líder da Guarda Revolucionaria assassinado pelos Estados Unidos em Janeiro, Fakhrizadeh era uma pessoa extremamente privada, nunca visto em qualquer evento oficial, nunca dando entrevistas, ou mesmo permitindo que o fotografassem.

Quando em 2018, Bibi Netanyahu revelou ao mundo o arquivo nuclear do Irã, ele mostrou um documento no qual Fakhrizadeh instruía seus subalternos a anunciar o fim do Projeto Amad, o programa de desenvolvimento de ogivas nucleares, e desviar sua pesquisa em tecnologia para outras áreas e projetos. E foi exatamente isto que o Irã fez.

Em 2018, os objetivos do Projeto Amad haviam sido transferidos para um departamento do Ministério da Defesa do Irã, liderado por não outro que Fakhrizadeh.

Vários cientistas nucleares iranianos foram assassinados ao longo dos anos, mas Fakhrizadeh foi de longe o mais importante a ser morto até hoje. Ele era tão importante que só depois de Netanyahu mostrar sua foto é que fotos dele se tornaram disponíveis. As autoridades iranianas negaram repetidamente  pedidos da Agência Internacional de Energia Atômica para entrevistá-lo. O Irã fez um esforço sobre humano para protegê-lo.

Embora ninguém tenha reivindicado o assassinato, as tensões entre o Ocidente e o Irã têm sido altas. Vários relatos especularam que os EUA atacariam a instalação de enriquecimento de urânio em Natanz antes de Donald Trump deixar o cargo. Mas Trump se convenceu que um ataque direto ao Irã seria muito arriscado e talvez remover Fakhrizadeh fosse a segunda melhor escolha.

Nas últimas semanas, altos funcionários israelenses se reuniram com seus colegas americanos para discutir a ameaça representada pelo Irã.

Israel considera o programa nuclear do Irã como sua preocupação número um. Como disse o Tenente-General do Chefe de Gabinete do exercito de Israel, Aviv Kochavi, “O Irã se tornou o país mais perigoso do Oriente Médio tendo feito progressos significativos em seu programa nuclear e em armas convencionais”.

No meio deste ano, o Irã foi atingido por uma série de explosões misteriosas - especificamente em locais conectados ao seu projeto nuclear e de mísseis. Estes eventos e a morte de Fakhrizadeh podem ter dado um sério golpe no programa nuclear do Irã.  

A morte de Fakhrizadeh deve ser considerada pelos mulás em Teerã que nem Israel nem os EUA desistirão de impedir que o país obtenha armas nucleares.

E aí temos o segundo evento. No domingo passado, Bibi Netanyahu discretamente voou para a Arábia Saudita para se encontrar com o príncipe Mohammed Bin Salman. A reunião foi supostamente para discutir o Irã e uma possível normalização das relações entre os dois países. E também ao que parece, o Secretário de Estado americano Mike Pompeo, também estava presente.

O fato de essa reunião ter acontecido é uma grande notícia. Israel e a Arábia Saudita não têm relações diplomáticas. Duas vezes, em 1948 e 1973, os sauditas enviaram tropas para travar guerra contra Israel.

Muita coisa mudou desde então, e a principal mudança é que Israel e a Arábia Saudita e outros Estados do Golfo estão do mesmo lado de um grande problema: a ameaça do Irã. Essa ameaça é o que, acima de outras considerações provocou os acordos de paz com países do Golfo e o Sudão.

Não é segredo que quando os EUA estavam negociando o acordo com o Irã, os embaixadores de Israel e dos Emirados Árabes Unidos estavam trabalhando juntos para tentar convencer o governo Obama a exigir o fim do programa nuclear iraniano.

Na época, Netanyahu foi à frente, discursando perante as duas casas do Congresso para a fúria de Obama, deixando os líderes árabes tomar um caminho mais diplomático. Mas esta liderança de Netanyahu mostrou aos países do Golfo em 2015, que Israel leva a ameaça do Irã muito a serio e está disposta a fazer o que for preciso para detê-la.

Agora, em 2020, a cooperação entre Israel e os estados árabes nesta frente não é mais segredo. Israel tem novas relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos e Bahrein; e laços não oficiais com a Arábia Saudita, que alcançaram novos patamares nesta semana.

Com a possível transição do governo Trump que colocou sanções de "pressão máxima" sobre o Irã para um governo Biden que busca retornar ao acordo com o Irã que lhe concede um caminho para a bomba, as parcerias de Israel com os Estados do Golfo se tornam fundamentais.

Trump por seu lado, está claramente comprometido em continuar a pressão contra o Irã. O Comando Central do exército americano divulgou no último fim de semana, que bombardeiros americanos B-52 voaram uma “missão de longo alcance no Oriente Médio para deter a agressão e tranquilizar os parceiros e aliados dos EUA”. Este foi um sinal claro para o Irã: aviões americanos com capacidade de explodir suas instalações nucleares estão nas proximidades.

Apesar dessa demonstração de força, Israel e outros países visados ​​pelo Irã não podem se arriscar quando Trump deixar o cargo. Israel, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita estão dizendo claramente ao novo governo Biden que não aceitarão um novo acordo com Irã sentados. Israel não está mais sozinha. Os Estados do Golfo estão agora ao seu lado.

E, de fato, o rei Salman da Arábia Saudita exortou o mundo a tomar “uma posição decisiva contra o Irã que garanta uma resolução drástica de seus esforços para obter armas de destruição em massa e desenvolver seu programa de mísseis balísticos. ”

Mais declarações e demonstrações de unidade como estas são esperadas. No meio tempo, o Irã já decidiu que Israel é o culpado pelo assassinato de Fakhrizadeh e prometeu retaliar. Israel está tomando suas precauções, mas as próximas sete semanas serão de espera e ansiedade para todo o mundo ocidental.

 

Sunday, November 22, 2020

Jonathan Pollard Livre! 22/11/2020

Jonathan Pollard está finalmente livre. Mas o caso do acusado americano que teria passado segredos para Israel ficará como o mais vil da história da espionagem. Pollard foi condenado por espionagem por ter entregado a Israel, um país aliado, documentos que os Estados Unidos se haviam obrigado a entregar a Israel, mas decidiu segurar.

A maior pena dada a outros que espionaram para países aliados foi de 16 anos. A média? Somente de 2 a 4 anos. Pollard pegou prisão perpétua e ficou encarcerado por 30 anos sendo que os primeiros sete anos em confinamento solitário. Depois de sua soltura em 2015 ele foi obrigado a ficar outros cinco anos usando uma pulseira eletrônica, proibido de sair de casa entre 7 da noite e 7 da manhã; proibido de ter um computador e ter seus telefones foram constantemente monitorados.

Só a título de comparação, americanos que espionaram para a União Soviética, um país inimigo na época da Guerra Fria, como David Boone, Clayton Lonetree, Harold Nicholson, Earl Edwin Pitts e outros, todos pegaram ou foram soltos antes de 30 anos. Alguns foram responsáveis pela morte de dezenas de espiões americanos. Então por quê Pollard?

Acreditem se quiserem. Mas porque Pollard é judeu. E não sou eu quem fala. Quem fez esta bombástica declaração foi não outro que o ex-diretor da CIA, James Woosley, numa carta ao editor ao jornal The Wall Street Journal em 5 de julho de 2012.

Naquela carta ao editor, Woosley disse que “quando recomendou contra dar clemencia a Pollard, ele estava preso menos que uma década. Hoje ele está encarcerado por mais de 25 anos de sua sentença de prisão perpétua”. Ele descreveu como entre mais de 50 condenados por espionarem para a Russia e China, somente dois foram sentenciados à prisão perpétua. Dois terços foram sentenciados a períodos de prisão menores que Pollard já havia servido. Ele ainda observou que “Pollard havia cooperado completamente com o governo americano, prometera não lucrar com seu crime (através da publicação de um livro), e muitas vezes expressara remorso”.

Woosley não tinha dúvidas que Pollard ainda estava preso somente por ser judeu. Ele afirmou que “antissemitismo teve um papel importante na prisão de Pollard... Para aqueles que ainda se atém ao fato que ele é um judeu americano, imaginem que ele é um grego ou coreano ou filipino americano e libertem-no”.

Pois é. Isso e mais ainda. Por ser o único espião judeu, Pollard foi considerado como uma carta na manga de várias administrações americanas em sua política para com Israel.

Pollard sempre evitou a política. Ele sempre recusou ser moeda de troca por terroristas palestinos ou por terras que Israel teria que ceder aos palestinos. E isso aconteceu em mais de uma ocasião. Durante os acordos de Wye River que Netanyahu assinou em 1998, estava tão claro que a libertação de Pollard seria parte do acordo, que seus pais foram instruídos a se prepararem para receberem seu filho, e pacotes de mídia foram preparados.

O ex-porta-voz de Netanyahu, Aviv Bushinsky, lembrou que antes de ir para Wye, Netanyahu fez pesquisas para determinar como amenizar o golpe da renúncia de terras que estavam no acordo. A pesquisa concluiu que ele deveria trazer Azzam Azzam do Egito e Pollard dos EUA. O então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, prometeu a Netanyahu que Pollard faria parte do acordo. Mas na véspera da assinatura, Clinton avisou Netanyahu que Pollard estava fora do acordo porque o diretor da CIA George Tenet, havia ameaça renunciar.

Anos mais tarde, o negociador norte-americano Dennis Ross revelou em seu livro de 2005, The Missing Peace, que havia aconselhado Clinton a manter Pollard na prisão como moeda de troca para negociações de paz definitivas.

Clinton perguntou a Ross: “É Pollard uma grande questão política em Israel e poderá ajudar Bibi?”. “Sim”, respondeu Ross, “porque ele é considerado um soldado de Israel” e “existe um ethos em Israel de que você nunca deixa um soldado para trás no campo. Mas se você quiser meu conselho, eu não o liberaria agora. Seria uma grande recompensa para Bibi; você não tem muitos assim no bolso. Eu o guardaria para um status permanente. Você precisará disso mais tarde; não o use agora.”

É surpreendente que Dennis Ross tenha feito esta revelação em seu livro. Até onde a falta de ética pode ir, brincando com a vida de pessoas, por proveito político?

Em 2014, um ano antes de Pollard ser libertado em condicional, outra tentativa foi feita sem sucesso. O então presidente Shimon Peres, que era primeiro-ministro no momento da prisão de Pollard e deu aos EUA documentos com as impressões digitais de Pollard que o incriminaram, tentou persuadir o então presidente dos EUA Barack Obama a intervir.

Os dois presidentes se encontrariam em Washington durante a última viagem de Peres no cargo em 25 de junho, seis dias antes da audiência de liberdade condicional. Peres jurou ao povo de Israel que iria pedir por Pollard, e seus advogados o prepararam meticulosamente.

A mensagem de Peres para Obama foi a seguinte: você não precisa conceder clemência. Na verdade, você pode se distanciar completamente do assunto. Em particular, informe ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que você não se opõe à liberdade condicional de Pollard e à sua partida para Israel. Obama não precisaria sujar as mãos, apenas manter o compromisso que assumira com os israelenses 15 meses antes, de tratar Pollard com justiça, como qualquer outro prisioneiro, e deixar que sua liberdade condicional fosse avaliada naturalmente com base no mérito de seu caso.

Após a reunião, o conselheiro diplomático de Peres, Nadav Tamir, anunciou que “a mensagem havia sido entregue”. Aí o gabinete de Peres vazou o fato para a imprensa e disse que “Toda a nação está interessada em libertar Pollard e eu sou o emissário da nação”. Mas todas as esperanças de que a audiência fosse justa foram frustradas imediatamente. Os representantes do governo trataram Pollard com desprezo, impediram seu advogado de apresentar seu caso e deixaram claro que ele não veria o Estado judeu tão cedo, se nunca. Os presentes descreveram a audiência como um "um linchamento".

Agora, imagine que isto aconteceu na mesma época em que Obama pedia a Bibi um gesto de “boa vontade” e libertar 104 prisioneiros palestinos, com sangue em suas mãos, para que a Autoridade Palestina voltasse à mesa de negociações.  Nenhum país no mundo aceitaria libertar 104 terroristas como um gesto de “boa vontade”, muito menos os Estados Unidos. 

A liberdade condicional de Pollard veio um ano depois, em 2015, e foi concedida por motivos técnicos, não políticos. As restrições de liberdade condicional sem precedentes que ele enfrentou eram típicas de Pollard, cuja prisão perpétua também foi uma exceção à regra.

Ele ficou preso 20 anos a mais do que qualquer outra pessoa na mesma situação. Ele foi vítima de uma tentativa de torná-lo um exemplo e dissuadir futuros espiões. O acordo de confissão que ele assinou, que deveria garantir que ele não receberia uma sentença de prisão perpétua, foi ignorado. Pollard não pode ser comparado completamente com os casos de Dreyfus na França, ou do Rabbi Chaim Shapira na Polonia, porque ele foi mesmo um espião para Israel. Mas sem dúvida o que moveu seu processo foi o mesmo dos outros dois. Antissemitismo puro e simples.

É justo que Pollard finalmente tenha conseguido sua libertação na sexta-feira - não por causa da política, mas apesar dela.

Sunday, November 15, 2020

O Distanciamento dos Judeus Americanos de Israel - 15/11/2020

A maior evidência do crescente distanciamento entre os judeus da América e Israel foi esta eleição presidencial de 2020.

Uma triste afirmação.

De acordo com certos relatórios sobre a eleição, cerca de 70% dos eleitores judeus americanos escolheram Joseph Biden. Essa proporção está em consonância com a eleição presidencial de 2016, quando 71% votaram em Hillary Clinton e apenas 24% em Donald Trump. Os judeus americanos também apoiaram Barack Obama em números semelhantes em 2008 e 2012.

Não é novidade que os judeus americanos continuam a escolher esmagadoramente o candidato democrata para presidente, bem como candidatos democratas para o Senado e a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

O que torna a demonstração de apoio desproporcional dos judeus ao Partido Democrata nesta eleição diferente das anteriores é como seu resultado provavelmente afetará o Estado de Israel em termos de segurança, sua busca contínua pela paz com seus vizinhos e sua posição no mundo. Do meio de seus lockdowns e preocupações com justiça social, o futuro de Israel foi tratado com total indiferença pelos judeus americanos nesta eleição.

Durante a campanha eleitoral, a equipe de Joe Biden anunciou sua intenção de reconstruir as relações com Mahmoud Abbas e a Autoridade Palestina. Hoje Kamala Harris prometeu reinstituir a ajuda americana aos palestinos. Isso inclui permitir que uma embaixada palestina de fato, a Missão da OLP, reabra em Washington, e a abertura de um consulado dos EUA separado para servir a população palestina na parte oriental de Jerusalém. No momento, a Unidade de Assuntos Palestinos opera discretamente no centro de Jerusalém, num prédio externo à Embaixada dos Estados Unidos. Significa também a retomada de milhões de dólares em doações à Autoridade Palestina por meio da USAID, bem como a renovação do milionário apoio financeiro americano para a notória UNWRA, a agência da ONU dedicada somente a refugiados palestinos usada para recrutamento e treinamento de terroristas. 

Essa retomada de laços e ajuda fortalecerá a mesma corriola corrupta e inútil que durante décadas impediu a paz, promoveu o terrorismo e relegou os árabes a uma vida de pobreza e privações, liderada pelo implacável octogenário Mahmoud Abbas.

Sob Biden, a responsabilidade pelo fim do conflito israelense-palestino recairá novamente sobre Israel. Mesmo um tijolo adicionado a uma casa judaica existente na Judéia ou Samaria ou mesmo em partes de Jerusalém trará a condenação sobre Israel como sendo um "obstáculo para a paz".

A política de redux de Obama para o conflito israelense-palestino provavelmente encorajará facções terroristas dentro da Autoridade Palestina e na Faixa de Gaza. Isso terá seu preço em vidas humanas e ferimentos.

O governo Biden, sob pressão da ala “progressista” de esquerda do Partido Democrata, poderá até reconhecer um “Estado da Palestina” sem quaisquer concessões feitas pelos líderes palestinos.

Por mais retrógrado que isto seja, o que constitui uma ameaça maior, até mesmo existencial, ao Estado de Israel e ao Oriente Médio é o anúncio da equipe Biden de sua intenção de retornar a América, nas palavras do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao “mau” acordo nuclear com o Irã.

Para quem pode ter esquecido, o Plano de Ação Conjunto Global foi assinado em 14 de julho de 2015, entre o Irã e os cinco membros permanentes das Nações Unidas - China, França, Rússia, Reino Unido e Reino Unido Estados, além da Alemanha e da União Europeia. O Plano, no entanto, foi projetado apenas para adiar e dificultar, mas não para impedir o progresso dos aiatolás na aquisição de um arsenal nuclear. E, mesmo antes de o governo Trump desistir do acordo e instituir um conjunto forte e eficaz de sanções econômicas contra o Irã, a Agência Internacional de Energia Atômica havia relatado violações pelo Irã de seus compromissos. Os líderes do Irã retomaram as ameaças abertas e descaradas contra o Estado de Israel e falam de sua eliminação. Israel leva muito a serio essas ameaças.

Vamos ignorar que Donald Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel para a qual transferiu a Embaixada americana; que os cidadãos americanos nascidos em Jerusalém agora têm “Jerusalém, Israel” impresso em suas certidões de nascimento e passaportes; que a administração Trump reconheceu a legitimidade das comunidades judaicas na Judéia e Samaria e a anexação das Colinas de Golã, e vamos também ignorar o papel importante dos EUA nos acordos de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão.

Se só ficarmos com a posição americana nas duas questões de segurança, os palestinos e o Irã, isso já seria razão suficiente para cerca de 70% dos israelenses favorecerem Donald Trump sobre Joe Biden em uma pesquisa do Instituto de Democracia de Israel realizada durante a primeira semana de novembro. Incrível que esses resultados são a imagem oposta dos eleitores judeus na América, para quem essas questões não desempenham nenhum papel em sua escolha para presidente.

E a explicação é simples. Como no mercado imobiliário, tudo se resume à  “localização”. Os judeus da América não vivem em Israel. Eles vivem na América e, ao contrário de seus avós e bisavós, eles se sentem primeiro americanos. As questões que os interessam são questões americanas. Eles não sabem muito sobre a sociedade e a cultura israelense. Eles não falam hebraico. E pior. Com uma assimilação que os está levando rapidamente à beira da extinção, o judaísmo praticado pela maioria dos judeus americanos hoje é irreconhecível para muitos israelenses. A maioria dos judeus americanos nunca visitou Israel e não têm planos de visitar. Eles não sentem nenhum elo significativo com o estado judeu. Hoje Israel encontra muito mais simpatia e compreensão entre os evangélicos do que entre  judeus americanos.

Infelizmente temos que reconhecer que a maioria da atual geração de judeus da América, ao contrário das gerações anteriores, não está particularmente interessada em Israel. E esta cisão só tende a se alargar com o tempo. Não é reversível por meio de programas educacionais, como demonstraram décadas e milhões de dólares desperdiçados. O que manteve os judeus – judeus – por dois mil anos foi sua teimosia em se manterem mais judeus, não menos. Mais ligados em suas tradições milenares e sua comunidade. É infeliz que a vida judaica na América irá desaparecer justo quando ela conseguiu tudo o que queria: aceitação, influência, afluência e igualdade.

Este distanciamento dos judeus americanos de hoje não deve causar ressentimento ou inimizade por Israel. Os israelenses devem ser gratos pelo significativo apoio financeiro, político e moral das gerações anteriores de judeus americanos. Mas devem modificar suas expectativas de acordo com a realidade atual. Assim, os israelenses precisam aprender a se relacionar com os judeus que vivem na América hoje, como eles preferem se ver: não como judeus, mas apenas como americanos.


Monday, November 9, 2020

Biden Presidente: Não tão rápido - 8/11/2020

 Uma eleição americana é um evento mundial. E um dia depois que Biden se declarou vitorioso, se isso for mesmo verdade, quem venceu foi a China, a Rússia, e principalmente o Irã.

Pela primeira vez na história deste país extraordinário, a eleição presidencial se reduziu a um mísero argumento: o ódio a Trump. Não a economia, não o vírus, não o desemprego, não como cada candidato espera gastar nossos impostos. Não. Simplesmente o ódio a Trump.

Já há algumas semanas poderíamos prever o que está acontecendo. Isto porque, temendo uma vitória de Trump, Estados governados por Democratas fizeram de tudo para mudar as regras do jogo.

A lei federal americana diz que o legislativo de cada estado é o único que pode estabelecer as regras das contagens de votos. Contrariamente ao que o legislativo estabeleceu, por exemplo, na Pensilvânia, um dos estados em disputa, a Suprema corte do Estado decidiu que nenhum voto seria descartado. Não os que chegassem pelo correio depois da eleição, não os que não continham a assinatura do eleitor e não os que foram submetidos sem identificação.

Vale explicar que nos Estados Unidos, se alguém sabe que não estará em seu distrito eleitoral no dia da eleição, pode, com antecedência, pedir ao seu distrito, uma cédula para ser enviada pelo correio. Ela chega em geral, um mês antes da eleição. Você preenche, assina, jurando que é a pessoa em questão e envia de volta pelo correio. A cédula tem que chegar antes ou até o dia da eleição para ser verificada e contada.

Este método é usado como exceção e não como regra. Não é preciso ser Einstein para entender o quanto uma coisa destas pode levar à fraude. Mas na Pensilvânia, que supostamente deu a vitória a Biden, com uma população de 12.8 milhões, 6.6 milhões que votaram, eles receberam 3.1 milhões de cédulas pelo correio. Isso quer dizer, ½ dos eleitores do Estado não estava em seu distrito eleitoral no dia 3 de novembro? No meio da pandemia? Tenha paciência. E sabem qual a diferença que deu a vitória a Biden? De apenas 41 mil votos. Isso não merece uma recontagem e auditoria? Pode ser que Biden possa ter sido eleito justamente, mas é difícil de acreditar.

Milhares de pessoas receberam cédulas pelo correio sem terem pedido. Nada as impediu de enviarem a cédula e irem votar pessoalmente. Conheço um casal que se mudou de NY para o Texas e as filhas receberam pelo correio uma cédula do Texas e outra de NY sem terem pedido. Milhares de cédulas foram enviadas a pessoas que já morreram.

Neste caso, espero que Trump brigue. Espero que ele vá até o fim e exija a verificação de cada voto. Isso aprendemos dos democratas.

Por quatro longos anos, os democratas não aceitaram a eleição de Trump; por 4 longos anos eles disseram que Trump era ilegítimo, que tinha sido eleito por Vladimir Putin; por 4 longos anos investigaram o presidente por conspirações inexistentes; por 4 longos anos tentaram reverter o resultado das eleições de 2016; e depois que o conluio com a Rússia caiu na água, por 2 anos e meio investigaram o presidente por um simples telefonema com o presidente da Ucrânia e votaram seu impeachment.

Do momento que ele decidiu se candidatar à presidência, os democratas plantaram escutas no Trump Tower, levadas a cabo por um FBI corrupto. Não houve um só dia de paz para Trump nestes quatro anos. Nem para ele, nem para sua família. E este era o plano. Atacá-lo na Camara dos Deputados, no Senado, na mídia, nas cortes. Milhares de ofícios.

E agora nos pedem para aceitarmos e respeitarmos o resultado.

Mas o resultado ainda não é final. Em 2000, o resultado da eleição só saiu na segunda semana de dezembro, depois de todos os processos e recontagens. Ainda estamos na primeira de novembro.

Se Biden realmente for eleito, de acordo com ele, a primeira coisa que ele fará será acabar com a política de América primeiro. A comunista Elizabeth Warren está exigindo encabeçar o Tesouro Americano. O socialista Bernie Sanders quer um ministério e uma batalha com os radicais do partido promete aumentar os impostos, reimpor milhares de regulamentações para pequenos negócios e arrastar a América para uma recessão. Mas a esquerda não se importa.

Se pegarem o poder em Washington os democratas assegurarão que nunca mais outro partido eleja um presidente. Eles irão declarar a capital e Porto Rico como estados para reterem a maioria no Senado. Irão aumentar o numero de juízes na Suprema Corte para garantirem decisões a seu favor. E daí por diante.

Aliás, o que aconteceu com a ameaça de violência após as eleições? Aqui em NY as lojas de grife da 5ª avenida colocaram tapumes em suas vitrines e portas em antecipação. Mas ela não aconteceu. E sabem porque? Porque Biden ganhou. Isto prova que a Antifa e o BLM são de fato os braços armados do partido democrata.

O que causa a maior angustia é que hoje os americanos não mais têm qualquer noção da história. Do sistema capitalista que deu oportunidades a todos e fez da América o país mais bem sucedido do mundo, hoje os americanos dizem ansiar pelo socialismo, um sistema que provou ser o mais destrutivo, devastador e mortal; ancorando-se em conceitos vazios de igualdade, justiça social, e recusando-se a aceitar que mesmo em igualdade de condições, indivíduos alcançam resultados diferentes. E querem punir os que deram certo.

Se Biden assumir a presidência em Janeiro será o fim do sistema americano. O impacto internacional negativo será imenso. A Autoridade Palestina já está comemorando. O Irã também, com a promessa de Biden de reentrar no acordo nuclear. E a China e a Rússia. Os dois países que têm o filho de Biden, Hunter, no bolso.

O direito de porte de armas será revogado. O de livre expressão que hoje já está sendo tolhido pelos veículos de mídia social, se tornará algo obsoleto. Todos teremos que repetir os mantras da esquerda.

A América patriótica e orgulhosa será não mais. Como com Obama, a veremos se curvar aos ditadores e aos interesses pessoais do pântano que Trump não conseguiu drenar em Washington.

Mas ainda temos um fio de esperança. Trump irá lutar e nós seremos sua resistência. É o mínimo que podemos fazer por um grande presidente que lutou como um leão não só por seu país, mas por Israel e por todos os países livres e que querem continuar a serem livres. E mesmo que não tenha outro termo, Trump ficará na história como um dos presidentes mais marcantes da América.

 

 

Sunday, November 1, 2020

Os Estados Unidos na Ansiedade - 01/11/2020

 

Os judeus americanos estão ansiosos.

Estão preocupados não só com o COVID-19, mas com o futuro da economia.

Estão preocupados com o antissemitismo e a violência impulsionada por grupos de esquerda cada vez mais ativos como a Antifa e o Black Lives Matter.

E ficam nervosos quando protestos do Black Lives Matter são acompanhados de uma violência inédita e de vandalismo antissemita e anti-Israel. Eles estão preocupados com o surgimento do progressismo na esquerda que busca tornar o apoio a Israel um pecado político e moral.

Acima de tudo, porém, eles temem o fim da democracia americana.

E apesar disto tudo, numa última pesquisa, 75% dos judeus americanos irão votar em Joe Biden e no partido democrata.

Nunca antes houvemos uma eleição com tantas consequências para o país e para o mundo.

A eleição de Donald Trump em 2016 provocou uma reação alérgica visceral no partido democrata e na esquerda. Pelo fato dele ter pago a maioria dos custos de sua campanha, ele não estava no bolso de ninguém e pode fazer o que era melhor para o povo americano. Em 4 anos ele não só cumpriu 99% do que prometeu mas melhorou infinitamente a vida das minorias americanas.

Ele conseguiu reduzir o desemprego a níveis nunca antes vistos, especialmente para os negros americanos. Ele constituiu zonas de oportunidades, reduziu regulamentações para pequenos negócios, fez a bolsa de valores quebrar recordes, renegociou tratados comerciais com vários países, fez a América voltar a ser atraente para fabricas que tinham se mudado para a China, e isso fora a política exterior, de trazer de volta as tropas americanas estacionadas no Afeganistão e Iraque, mediou três acordos de paz entre países árabes e Israel, transferiu a embaixada para Jerusalem e nesta semana, finalmente, os filhos de americanos que nascerem na Cidade Santa poderão colocar em seus passaportes Israel como seu país.

Tudo o que a esquerda sempre prometeu e nunca fez porque está no bolso de outros interesses que a financiam.

Agora, se Joe Biden for eleito presidente, o programa dos democratas será de nunca mais permitir que o poder lhes fuja das mãos como em 2016. Eles já avisaram que irão transformar a capital dos Estados Unidos, Washington D.C. e Porto Rico em Estados, garantindo a eles sempre uma maioria no Senado. Irão aumentar o número de Juízes da Suprema Corte para também reterem a maioria, irão acabar com a Segunda Emenda da Constituição que é o direito de porte de armas; e junto com a mídia e os veículos da mídia social irão acabar com a Primeira Emenda da Constituição: o direito de livre expressão.

Você só irá poder postar ou dizer o que eles aprovam. E uma pequena amostra disto foi visto nestas últimas duas semanas.

O jornal the New York Post, um dos mais antigos dos Estados Unidos, fundado por Alexander Hamilton, um dos fundadores da América, em 1801, foi bloqueado pelo Twitter por duas semanas inteiras. O Facebook também bloqueou as postagens do jornal. E por quê? Por que o New York Post descobriu um esquema de corrupção envolvendo a família Biden que remonta ao tempo em que Joe era vice-presidente dos Estados Unidos. O nível de corrupção é tão grande que é impossível não concluir que a família Biden está no bolso dos chineses, ucranianos, russos e outros. E tudo corroborado pelos ex-sócios de Hunter, filho de Joe Biden.

Os veículos de mídia da esquerda como CNN, MSNBC, NBC, CBS e outros e o Facebook, o Twitter e o Google decidiram encobrir a história, para não dizer enterra-la de vez e silenciar qualquer um que criticasse o seu candidato.

Os judeus americanos mais religiosos são em sua sólida maioria pró-Trump e estão apreensivos porque se concentram em estados democratas e se Donald Trump ganhar, eles dizem que haverá uma guerra civil e eles serão o primeiro alvo. Eles temem que esta guerra civil irá acontecer e será o fim da democracia. Em entrevistas nas estações de rádio judaicas, ouvimos alguns dizendo: “Estamos verdadeiramente preocupados com o futuro. Precisamos fazer algo e não esperarmos para ver o que irá acontecer. Nossos avós deixaram a Polônia justo antes da Segunda Guerra. Foi isso que nos salvou”.

É realmente muito estranho ouvir americanos falando desta maneira. O receio é palpável se Biden ganhar: violência, a normalização do antissemitismo e das políticas anti-Israel, a socialização da economia e uma Casa Branca ao estilo de Obama: que toma uma linha dura para com Israel.

E este receio não é sem base. Biden já disse que irá procurar o Irã para entrar em outro acordo com mulás; que as decisões de Trump em relação ao Oriente Médio são reversíveis e daí por diante. Tudo para agradar os radicais de seu partido.

De acordo com a Liga Anti-Difamação, incidentes antissemitas bateram todos os recordes em 2019: mais de 2.100 atos de violência, vandalismo e abuso, incluindo 5 assassinatos. Em 2020, o lockdown da pandemia parece ter reduzido o numero de incidentes, mas a retorica antissemita floresceu online, incluindo acusações que os judeus são a causa do vírus.

Mas a maioria dos ataques antissemitas neste ano não tiveram relação com o vírus. Eles vieram com os protestos do Black Lives Matter, aonde sinagogas em Los Angeles, Wisconsin, Minneapolis e Nova Iorque foram atacadas. Em agosto a sede do Chabad na Universidade de Delaware foi incendiada. Alguns dias antes, a sede do Chabad em Portland no Estado do Oregon também foi incendiada, duas vezes. Em outubro uma pessoa foi presa ao planejar plantar explosivos em uma sinagoga no Colorado.

O que todos estes lugares têm em comum é que são governados por Democratas que se recusam a impor a ordem e proteger suas populações dos vândalos. E se isto já se mostrou ruim, o que diremos com o governo federal nas mãos destes inconscientes?

Hoje há um sentimento arrepiante entre os judeus americanos de que os pilares que sustentavam seu senso de segurança no que antes era considerado “a goldene medina” (a terra dourada) estão ruindo. Talvez a democracia americana não seja tão inabalável como pensávamos. Talvez o liberalismo não seja uma garantia certa da segurança dos judeus. Talvez as calamidades que se abateram sobre as comunidades judaicas em outras partes do mundo poderão acontecer aqui também.

Daqui a três dias a América decidirá seu destino e escolherá o rumo que irá seguir. Que seja um caminho de sucesso e não de decadência inevitável, que historiadores num futuro próximo nunca conseguirão explicar.


Sunday, October 25, 2020

Na Reta Final das Eleições Americanas - 25/10/2020

 

Há uma estória que circulava durante o governo de Levi Eshkol, o segundo primeiro-ministro de Israel após Ben-Gurion, na qual seus conselheiros o teriam informado de uma seca. "Onde?" Perguntou Eshkol. No Negev, responderam os conselheiros. “Graças a Deus!” Ainda bem que não é na América.”

Eshkol tinha outra frase que ele usava para descrever a relação entre Israel e os EUA: “Quando a América espirra, é Israel quem pega pneumonia”.

Desde a criação do Estado de Israel, houve uma sinergia com os Estados Unidos. O fato dos dois países compartilharem os mesmos valores democráticos, liberdades de expressão, de culto, de imprensa e proteção de minorias; eleições livres e respeito pela lei.

E isso significa respeito pelo resultado de eleições, com o partido perdedor imediatamente concedendo a derrota e se voltando para o trabalho de servir e defender o povo.

Mas tudo isso mudou com Donald Trump. Antes mesmo de sua inauguração os democratas juravam seu impeachment. Artistas famosos juraram se mudar da  América, ativistas da esquerda gritavam e choravam aos céus. E Hillary no seu canto, lambendo suas feridas, jurava vingança.

Nunca os Estados Unidos tiveram uma presidência com tanta oposição, com tantos milhões de dólares jogados no lixo para investigar supostas conspirações russas que teriam colocado Trump na Presidência.

Estamos há 9 dias das eleições e um numero recorde de pessoas já votaram. As pesquisas de opinião estão cuidadosamente colocando Biden como vencedor mas com pouca vantagem. As mesmas pesquisas que há 4 anos davam Hillary como vencedora certa.

O único instituto de pesquisa que há 4 anos deu com quase precisão, a vitória de Trump – o Trafalgar – está prevendo sua reeleição.

Segundo eles, as outras pesquisas não levam em conta o voto escondido, de pessoas que vão votar em Trump, mas têm vergonha de admiti-lo por medo de serem vistas como ignorantes ou racistas; e irão votar nele pela razão que todo o americano vota em eleições: a economia.

Em todas as pesquisas, pelo menos 56% dos entrevistados dizem estar economicamente melhor hoje do que há 4 anos, durante o governo de Obama-Biden. Se isto for verdade e as eleições sempre seguem a economia, então as pesquisas que dão a vitória a Biden não fazem muito sentido.

O fato é que até o inicio deste ano, antes da pandemia, mesmo com todo o circo e as palavras de ódio e desprezo dos democratas, a América estava gozando de um renascimento sem paralelo. A economia estava numa ascensão vertiginosa, o desemprego mais baixo da história do país, especialmente, entre os afro-americanos e latinos.  E todos nós sabemos que ter um emprego não é só bom financeiramente. É bom para a autoestima, um incentivo para ir pra frente na vida. Você se sente digno quando trabalhou por seu salário em vez de receber esmolas do governo.

A bolsa de valores quebrou recordes diários, afetando positivamente os programas de aposentadoria. A redução de impostos que incentivou novos negócios a abrirem, a renegociação de acordos comerciais com a China, México e Canadá que trouxeram bilhões de dólares para a América, e melhor, trouxeram as fábricas de volta para o país. A eliminação de várias regulamentações inúteis e desburocratização. E a nomeação de centenas de novos juízes tornando o judiciário mais eficiente. Estas foram as conquistas de Trump.

Mas a esquerda não pensa assim. Quando lemos ou assistimos as noticias, parece que tudo aqui é anarquia, caos, e divisão da sociedade, que eles avisam é tanta que se Trump ganhar teremos uma guerra civil.  

Alguém disse que se quiser enfurecer um conservador, conte a ele uma mentira. Se quiser enfurecer um esquerdista, diga a ele a verdade. É irônico que o jornal oficial da União Soviética, se chamava Pravda. Pravda em russo é “verdade”. Incrível, não?

Tendo nascido e crescido no Brasil, e viajado muito por este mundo afora, nunca achei que os Estados Unidos eram um país normal. Os Estados desta União formam um país excepcional. Nenhum outro país do mundo é mais generoso, dá mais oportunidades para seus cidadãos e para os imigrantes que a América. Em nenhum outro país você sente que o sistema é intrinsecamente bom.

Mas há anos que a esquerda ensina as crianças nas escolas que a América é fundamentalmente ruim, sistematicamente racista e todos os males que vemos acontecer fora da América é por culpa dela.

Nunca houve na história uma sociedade que tivesse ativamente decidido trabalhar contra si própria e destruir suas fundações, supostamente para alcançar uma suposta igualdade social. Hoje a esquerda e Joe Biden acusam Donald Trump por cada morte ocorrida pelo corona. Mesmo que a maioria das mortes tenham ocorrido em estados democráticos, governados (ou mal governados) por democratas. Pessoal, posso categoricamente fazer a seguinte afirmação: o vírus não olha para quem você vota. Ele é um grande equalizador. Donald Trump pegou o vírus. E ele não foi a causa da pandemia. A China é culpada.

O que estamos vendo na América com uma politização maluca de tudo (de tênis da Nike, a de sabores de sorvete do Ben&Jerry, ao vírus), é a erupção mais autodestrutiva de uma sociedade na história da humanidade. E esta onda só traz beneficio aos inimigos da America. Seus amigos estão prendendo a respiração.

O resultado destas eleições irá afetar Israel fundamentalmente. O que Israel tinha conseguido até agora, manter boas relações com ambos os partidos, começou a ser destruído com a eleição de Barack Obama. Quando Trump foi eleito e tomou medidas pró Israel, transferindo a embaixada para Jerusalem, reconhecendo a cidade como capital de Israel, reconhecendo a anexação das colinas do Golan, e os acordos de normalização com países do Golfo Árabe e possivelmente o Sudão, Israel não podia ficar silenciosa. Foi normal um agradecimento efusivo chamando o homem mau Trump de melhor amigo que Israel já teve.

A história mostra que Biden nunca foi amigo de Israel e agora está aliado à ala mais radical da esquerda americana que conta com ativistas muçulmanos virulentamente anti-Israel. Se D-us me livre ele for eleito, Israel irá novamente sofrer as consequências.

Vamos torcer para que isso não aconteça, porque se Biden como presidente espirrar, Israel irá diretamente para a UTI.