Sunday, May 30, 2021

O Brasil no Muro da Comissão dos Direitos Humanos - 30/05/2021

A Organização das Nações Unidas nunca perde a oportunidade de mostrar ao mundo o quanto é contra o Estado de Israel.

Na quinta-feira, testemunhamos o exemplo mais recente, quando o Conselho de Direitos Humanos aprovou uma proposta para lançar uma investigação contra Israel por supostos crimes de guerra, incluindo durante o recente conflito com o Hamas em Gaza. A resolução também pediu um embargo de armas contra Israel.

A proposta foi aprovada em uma votação de 24-9, enquanto 14 países dos 47 membros se abstiveram. Entre eles, tristemente, o Brasil.

Os países que tiveram a clareza moral de se oporem a esta resolução absurda foram: a Áustria, Bulgária, Camarões, República Tcheca, Alemanha, Malaui, Ilhas Marshall, Reino Unido e Uruguai.

Outros 13 países se juntaram ao Brasil em seu silêncio vergonhoso.

É a primeira vez que o Conselho de Direitos Humanos da ONU cria uma missão permanente para investigar um estado membro da ONU. Não criou uma missão sobre os crimes de guerra cometidos pela Síria quando gaseou seus próprios cidadãos, sobre os abusos de direitos humanos na China – que tem mais de um milhão de Uigurs em campos de concentração -, nenhuma missão com relação ao Irã que continua a enforcar homossexuais e a executar críticos do governo, incluindo atletas olímpicos. Isto é ou não é o Conselho de Direitos Humanos?

 O Ministério das Relações Exteriores de Israel, como esperado, declarou imediatamente que não irá cooperar com a investigação. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que essa “vergonhosa decisão ... é mais um exemplo da flagrante obsessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra Israel.

“Mais uma vez, uma maioria automática imoral do Conselho encobre uma organização terrorista genocida que alveja deliberadamente civis israelenses e usa os civis de Gaza como escudos humanos. E ao mesmo tempo retrata uma democracia que age legitimamente para proteger seus cidadãos de milhares de ataques de mísseis indiscriminados como a ‘parte culpada’. Esta paródia zomba do direito internacional e incentiva terroristas em todo o mundo”.

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que a “comissão de inquérito” examinaria incidentes ocorridos antes e depois do dia 13 de abril de 2021 dentro de Israel, incluindo Jerusalém, bem como na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Mas já no debate ela alertou que as ações de Israel já poderiam constituir “crimes de guerra”. Assim, esta imbecil já mostrou suas cartas e não importa o que se apure ou se deixe de apurar: Israel será culpada.

A decisão de pedir tal investigação foi desencadeada pela guerra de 11 dias entre Israel e o grupo terrorista Hamas e foi apresentada pela Autoridade Palestina e pelo Paquistão em nome da Organização de Cooperação Islâmica reiterando seu pedido para um embargo mundial de armas contra Israel.

Esta votação não é nada menos que uma bênção para o terrorismo. O Hamas, como esperado, saudou a decisão e disse que suas ações - o lançamento de mais de 4.300 mísseis contra Israel, constituíram uma "resistência legítima".

Olhar os países que apoiaram a abertura da investigação de crimes de guerra é bastante revelador. Há a China, a Rússia, o Paquistão, Cuba, Líbia e Venezuela. O fato de que esses países tenham até mesmo um assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU é em si um absurdo, quanto mais se posicionarem do lado dos direitos humanos contra Israel, a única democracia do Oriente Médio.

Apesar dos Estados Unidos não serem membros do Conselho, sendo só observadores, disseram que foi "profundamente lamentável" que a votação tenha ocorrido "enquanto nós e outros trabalhamos para defender e fortalecer o cessar-fogo e garantir a assistência humanitária a Gaza". Sua missão acrescentou que a criação de uma investigação "ameaça pôr em perigo o progresso que foi feito nas últimas semanas ... Continuaremos a defender que Israel seja tratado com justiça no Conselho de Direitos Humanos."

O Embaixador de Israel na ONU em Genebra, Meirav Eilon Shahar, alertou o Conselho contra fazer uma equivalência moral entre Israel e o Hamas, observando que três dias antes do início da guerra de Gaza, um de seus líderes pediu para cortar as cabeças dos judeus.

“Em 7 de maio, um líder sênior do Hamas, Fathi Hammad, incitou todos os árabes a “cortar as cabeças dos judeus com facas”. Três dias depois, o Hamas, uma organização terrorista racista e genocida, lançou um ataque não provocado e injustificado contra a população civil em Israel, enquanto cinicamente escondia sua infraestrutura militar no meio da população civil de Gaza. Isso constitui um duplo crime de guerra ", disse Shahar. Ela ainda disse aqueles que apóiam os palestinos deveriam condenar o Hamas.

“Os estados membros do Conselho de Direitos Humanos devem decidir hoje. Se são pró-palestinos ou pró-Hamas porque não dá para ser os dois”, disse Shahar. “Você não pode ser pró-palestino se não condenar o Hamas por usar seu próprio povo, como escudo humano. Você não pode ser pró-palestino se continuar a permitir que o Hamas use a ajuda internacional para construir uma infraestrutura de terror sob escolas, edifícios residenciais e hospitais”. Onde está a mídia para denunciar o fato que 700 mísseis que deveriam atingir Israel caíram na própria Faixa de Gaza matando sabe-se lá quantos?

O embaixador da Autoridade Palestina na ONU em Genebra, Ibrahim Khraishi, repetiu sua ladainha dizendo que estão sob "ocupação e o direito internacional garante o direito de defesa e de usar o que está ao seu alcance de acordo com o direito internacional”. Eu procurei, mas não encontrei em lugar nenhum que legítima defesa inclui começar uma guerra lançando mais de 4 mil mísseis sobre uma população civil.

O que esses países desconsideram é que a Operação Guardião das Muralhas foi a operação militar mais exata e precisa da história mundial. Israel lançou cerca de 1.000 bombas sobre 1.000 alvos. Qualquer outro exército que fizesse isso teria matado milhares de pessoas. Neste caso, Israel se esforçou para salvaguardar a vida de civis e, embora cada vida perdida seja trágica e lamentável, nunca antes uma força militar realizou ataques aéreos tão precisos como Israel.

Isso por si só é uma prova do investimento que Israel faz para salvar a vida de civis na Faixa de Gaza, que inclui ligações para os moradores evacuarem as casas e prédios antes de serem bombardeados. Nenhum outro exército no mundo vai tão longe para salvar a vida de seu inimigo.

E isso também deve ser dito: o lado responsável pelas mortes em Gaza não é Israel, mas o Hamas. Sim, é um avião israelense lançando uma bomba israelense, mas é o Hamas que propositalmente armazena e lança seus mísseis de áreas civis palestinas sobre áreas civis israelenses.

Este é o verdadeiro crime de guerra. O Hamas ganha de qualquer maneira. Se Israel não atacar suas plataformas de lançamento de mísseis e armazéns, então eles podem continuar a atacar indiscriminadamente. E se Israel atacar, eles terão dezenas de mortos, material fantástico para a mídia sedenta de sangue e de motivos para condenar Israel.

Ao abrir a investigação, a ONU está ao lado do Hamas e entregando a vitória ao terrorismo. Este é o problema real e precisa ser corrigido. Ficar sobre o muro, quieto, não promove mudança ou ajuda a trazer uma resolução justa. Não adianta termos líderes que se pronunciem a favor de Israel e denunciem o Hamas, como vimos durante os 11 dias de guerra se quando conta, nos fóruns mundiais, eles se calam.

Deveriam sim lembrar as palavras sábias de Martin Luther King: “Ao final lembraremos não das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.”

Sunday, May 16, 2021

O Despreparo da Administração Americana no Oriente Médio - 16/05/2021

 Há uma semana que temos seguido com apreensão os acontecimentos em Israel. O cenário da última semana não só é preocupante em relação ao Hamas, mas à reação dos árabes israelenses que, em algumas horas, provaram ser a quinta coluna, e não uma comunidade integrada como gostavam de proclamar. No campo internacional, Israel viu atos de solidariedade até então inexistentes. O Ministério das Relações Exteriores da Áustria hasteou a bandeira de Israel ao lado da sua o que prontificou Javad Zarif, ministro do exterior do Irã, a cancelar sua visita ao país. Outros países europeus também mostraram seu apoio como a Hungria, a República Tcheca, a Eslováquia e a Alemanha.

Até a quarta-feira, o relacionamento entre os EUA e Israel parecia, vamos dizer, normal. A administração mostrou seu apoio da maneira que sempre fez nos repetidos confrontos com o Hamas desde que Israel se retirou de Gaza em 2005.

Os EUA impediram o Conselho de Segurança das Nações Unidas de fazer uma declaração crítica a Israel e o presidente Joe Biden, ligou para Benjamin Netanyahu “condenando os ataques de mísseis do Hamas ... [e] reiterando seu apoio inabalável à segurança e ao direito legítimo de Israel de se defender, protegendo os civis".

O Secretário de Estado Antony Blinken enfatizou que "há uma distinção muito clara e absoluta entre a organização terrorista Hamas que está lançando mísseis indiscriminadamente contra civis e a resposta de Israel ao se defender, alvejando os terroristas que lançam foguetes contra Israel e suas bases".

Mas, como disse, isso foi até a quarta-feira, três dias depois do Hamas ter lançado mísseis contra Jerusalém e cinco dias depois de um sério aumento da violência na capital. São períodos curtos no grande esquema das coisas, mas muito tempo em termos de violência.

Já na quinta-feira, ao mesmo tempo em que o Hamas disparava 150 mísseis contra Tel Aviv e o centro de Israel, enviando milhões de israelenses para abrigos antiaéreos, os porta-vozes do governo Biden sincronizaram uma mensagem de "ambos os lados", apesar de um lado ser Israel, um aliado dos EUA e uma democracia, e o outro ser o Hamas, um grupo designado pelos EUA como uma organização terrorista.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki declarou: “Condenamos os contínuos ataques de mísseis do Hamas e de outros grupos terroristas, inclusive contra Jerusalém. Também nos opomos ao extremismo que infligiu violência em ambas as comunidades”.  É. Não demorou para Psaki adotar a narrativa dos palestinos de que se trata de uma disputa de terras no bairro que eles chamam de Sheikh Jarrah / mas que é na verdade o bairro judaico de Shimon Hatzadik.

E ela não parou aí. “Acreditamos que palestinos e israelenses merecem medidas iguais de liberdade, segurança, dignidade e prosperidade”, disse Psaki. “E --- estamos falando abertamente com as autoridades israelenses sobre como o despejo de famílias palestinas que viveram por anos, às vezes décadas, em suas casas e as demolições dessas casas trabalham contra nossos interesses comuns para alcançar uma solução para o conflito."

Levando em conta que esta disputa ainda não tem uma decisão final e cujos residentes não foram despejados, é absurdo justificar a violência palestina e pior, a parcialidade injusta do governo americano e da mídia ignorante sobre este caso particular.

Então, qual é a verdade sobre estas casas em Jerusalém?   Em 1873, os rabinos de Jerusalém angariaram dinheiro da comunidade judaica internacional para comprar um lote de terras no que era na época, os arredores da cidade para abrigar famílias judias pobres. Eles então compraram o lote que ficava junto ao túmulo do sacerdote Shimon Hatzadik. De 1873 até 1948, judeus moraram nas casas construídas nele. Em 1948, o exército jordaniano entrou na cidade e expulso todos os judeus que se encontravam em Jerusalém do leste, inclusive em Shimon Hatzadik. De 1948 até 1967, o governo da Jordânia alugou (e os contratos de aluguel estão no processo para provar) estas casas a árabes que foram aliciados a se mudarem para a cidade. A partir de 1967, com a reunificação da cidade, estes locatários continuaram a pagar aluguel, desta vez à Administração de Israel e Israel deu a eles o status de locatários protegidos, isto é, eles não poderiam ser despejados, a não ser que deixassem de pagar o aluguel ou se mudassem para outra propriedade. Esta locação é hereditária até a terceira geração desde que os descendentes seguissem as mesmas condições.

No meio tempo, uma companhia israelense com investidores internacionais, comprou as propriedades das duas organizações rabínicas originais, donas do terreno e passou a gerenciar o local.

Em 1980, com a primeira intifada, Yasser Arafat disse a estes locatários para eles pararem de pagar o aluguel porque estas propriedades eram “deles”. Além disso, em alguns casos, as casas foram abandonadas e invasores tomaram posse. Durante os últimos 40 anos o caso está nas cortes de Israel que em todas as instancias declarou que a propriedade destas casas é desta companhia. Os judeus voltaram para o bairro com a reunificação da cidade em 1967 e há pelo menos 20 famílias judias que moram ao lado do tumulo de Shimon Hatzadik. Não é algo novo. Mas a mídia insiste em chamar o local com o nome do bairro árabe do lado, Sheikh Jarrah e chamar os judeus que moram lá, de assentadores!

Quer dizer, judeus moraram lá durante 75 anos. Foram expulsos por 19 anos, mas voltaram. Estão lá novamente há 54 anos, e são assentadores????

A verdade é que a Administração Biden não tem ideia do que está acontecendo. A "mensagem bifurcada" que tenta criar uma equivalência entre Israel e seus inimigos, ao mesmo tempo que diz "esta é uma luta justa, é absurda. O Hamas é uma organização terrorista cruel e Israel tem que revidar ”.

Mas com a pressão da esquerda de seu partido que inclui duas congressistas muçulmanas, e outras duas antissemitas que tiraram o dia na sexta-feira para acabar com Israel, Biden agora se fixou em Jerusalém, no Monte do Templo e em Sheikh Jarrah em conversas privadas, aceitando a narrativa palestina sobre os eventos.

Absolutamente nada mudou no Monte do Templo, exceto que o Hamas está tentando se apresentar como defensor dos lugares sagrados, como Arafat fez em 2000 .... O Hamas está frustrado que a Autoridade Palestina adiou a eleição, que eles tinham certeza de ganhar. A narrativa de que Jerusalém é o problema é uma mentira deslavada. Imaginem que membros do governo Biden pediram para Israel impedir uma decisão da Suprema Corte para despejar os árabes. É o fim da picada. O governo de Israel não tem qualquer influência sobre os tribunais e pior ainda, sobre um caso puramente civil.

Aí vieram as queixas sobre o uso de granadas de choque por Israel no Monte do Templo. Só que a polícia israelense não usa armas no local sagrado, mas também não podem dar imunidade aos que jogam pedras sobre os judeus que estão no Muro das Lamentações e coquetéis molotov na polícia.

Nos seus quatro anos de governo, Trump conseguiu sossego no Oriente Médio porque tratou Israel com respeito e puniu os palestinos. Biden está novamente tentando apaziguá-los. Não dá para esquecer que Obama e Biden foram os piores presidentes americanos para Israel. As declarações dos EUA pedindo o fim das hostilidades enfraquecem Israel. Dizer que os palestinos em Gaza têm o direito à proteção e segurança assim como os israelenses ... como se este fosse um confronto entre iguais” é o fim do mundo! Então “ambos os lados são chamados a reduzir as hostilidades - Israel e uma organização terrorista designada pelos EUA”!. Desculpe mas isso não é imparcialidade. É estupidez. Isto encoraja o Hamas e a Jihad Islâmica a continuarem com suas agressões.

“O objetivo principal do Hamas e do Jihad Islâmico é de transformar a Cisjordânia em Gaza, de tomá-la ... Se você não entende isso, então você não entende nada de Oriente Médio. Os ex-alunos da escolinha do Obama que agora estão na administração de Joe Biden parecem não ter aprendido nada.

Biden vai aprender no final que “se você fugir do Oriente Médio, o Oriente Médio corre atrás de você. Os Estados Unidos têm que decidir: ou tomam uma atitude de líder do mundo livre colocando os terroristas contra a parede ou retomam os velhos hábitos derrotistas que não levaram a qualquer resultado nos últimos 73 anos.

Sunday, May 9, 2021

A Traição de John Kerry - 09/05/2021

Há duas semanas ficamos sabendo que o ex-secretário de Estado dos EUA, John Kerry, compartilhou com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, inteligência sobre as operações secretas de Israel na Síria contra os interesses do Irã.

Zarif diz que Kerry o informou sobre “pelo menos” 200 ataques israelenses contra alvos iranianos na Síria. "Você não sabia?" o entrevistador pergunta duas vezes. Ao que Zarif respondeu em ambas: “Não, não”.

Infelizmente, a notícia sobre Kerry divulgar segredos de segurança para Zarif é totalmente crível. Quer que Zarif esteja ou não dizendo a verdade. E se isso aconteceu antes dos ataques de Israel serem de conhecimento público (o que tornaria as ações de Kerry uma traição) ou apenas depois - a história fede. É plausível, infelizmente, porque a desonestidade caracteriza Kerry e ele está disposto a obter o favor de adversários para provar sua própria sabedoria poderosa, enquanto persegue Israel.

Quando ele se tornou Secretário de Estado no governo Obama, a visão de Jerusalém era que John Kerry era um político idealista e ingênuo. Seu ardente entusiasmo por negociações de paz basicamente impossíveis entre Israel e uma Autoridade Palestina corrupta e extremista foi visto por Jerusalém como diplomacia de apaziguamento ou uma missão tola.

Mas em uma entrevista de televisão em         2013 para repórteres israelenses e palestinos, um Kerry diferente apareceu: desagradável, ameaçador, unilateral, cego à ruindade e falta de confiabilidade dos líderes palestinos e indiferente à situação explosiva que ele próprio estava criando.

Mais que uma vez ele ameaçou um “isolamento futuro” de Israel e de uma terceira intifada, a menos que Israel rapidamente permitisse o surgimento de uma “Palestina íntegra” e acabasse com sua “ocupação militar perpétua” da Judéia e Samaria. Não se tratava apenas de uma pressão hostil. Kerry basicamente expôs a intenção do governo Obama de deslegitimar e isolar Israel. Ele estava negociando traiçoeiramente fazendo profecias repugnantes autorrealizáveis, dando aos palestinos uma desculpa para a violência e para a renovação de sua “guerra legítima” contra Israel em fóruns internacionais.

Claro, Kerry não fez qualquer ameaça semelhante aos palestinos. Ele não fez nenhum esforço para desiludir os palestinos da noção de que eles podem continuar a exigir o máximo como o mínimo aceitável. Ele não fez nenhum esforço para pressionar a Autoridade Palestina a aceitar os laços históricos do povo judeu com a Terra de Israel e a legitimidade da existência de Israel no Oriente Médio como um estado judeu, ou para dar um fim à glorificação de homens-bomba, aos constantes ataques contra a população civil de Israel como estamos vendo agora, ou ao pagamento dos salários nababescos a assassinos sanguinários.

Em vez disso, Kerry escolheu lançar um ataque a Netanyahu e a todos os israelenses que (nas palavras de Kerry) obstinadamente "se sentem seguros hoje" e "sentem que estão indo muito bem economicamente". Para Israel ele expôs as consequências de desobedecer aos Estados Unidos – isto é, o fim da segurança e da prosperidade - mas não expôs consequências semelhantes aos palestinos se eles permanecessem intransigentes.

Na verdade, Kerry e seu chefe, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foram responsáveis ​​por moldar o maior contexto inflamatório que gerou a onda de terror palestino contra Israel de 2014. Eles apoiaram o líder palestino Mahmoud Abbas em sua campanha de mentiras descaradas, confronto violento e ataque diplomático contra Israel.

Kerry friamente observou que "não iria atribuir a culpa pelo ciclo de violência" na região, e que "ambos os lados" estavam apresentando "desafios" para a solução de dois estados. Esse é o mantra usado para justificar a violência palestina. Ele então sugeriu – muito covardemente - que havia justificativa para os ataques palestinos, explicando que "a violência ocorre porque há uma frustração que está crescendo entre os palestinos que não veem nenhum movimento diplomático".

Ah, sim?

KERRY não abriu a boca quando Abbas sugeriu que “pés imundos de judeus” estavam “poluindo” as mesquitas no Monte do Templo ou quando Abbas negou a existência dos Templos de Salomão como um fato histórico.

Em 2014, Kerry, do alto de sua hipocrisia, voltou ao tema "oy-vey-Israel-vai-ser-boicotado", fingindo estar preocupado com o caráter judeu e democrático de Israel ao mesmo tempo que ameaçava sua prosperidade econômica.

Em tom apocalíptico Kerry declarou “Com certeza. Eu prometo a vocês 100%, o status quo de hoje não pode ser mantido. Não é sustentável. É ilusório. Veja que há uma campanha cada vez maior de deslegitimação de Israel que está se formando. As pessoas são muito sensíveis a isso, fala-se em boicote e outros tipos de coisas.”

Por outro lado, Kerry nunca avisou a liderança palestina que esta era sua última chance de formar um Estado palestino. Ele nunca avisou Abbas que sua Autoridade perderia a generosidade internacional e a "prosperidade econômica" se ele - Abbas - não "demonstrasse liderança" ao aceitar as propostas de Kerry.

E quando no final nada deu certo, Kerry culpou Netanyahu e os assentamentos israelenses por terem afundado seus esforços heroicos de paz. Até as últimas horas no cargo, ele denunciou Israel. Que ela estaria cometendo um assassinato sangrento sobre a Judéia e Samaria, se referindo a um aumento inexistente de construção israelense “massiva e ilegal” no berço bíblico da civilização judaica.

Para encerrar tudo, Kerry arrogantemente acrescentou que “não haverá paz ou relações em separado com o mundo árabe sem uma paz com os palestinos primeiro. Todo mundo precisa entender isso. Essa é a dura realidade.”

Quando finalmente (e felizmente!) ele saiu do cargo, Kerry avisou que o Oriente Médio iria “explodir” se o governo Trump transferisse a embaixada dos EUA para Jerusalém. Em seguida, ele avisou que o assassinato do líder da Guarda Revolucionária do Irã, Qasem Soleimani, pelo governo Trump, também causaria "uma explosão absoluta em toda a região".

Kerry estava errado em todos os aspectos: rejeitar suas propostas de paz levaria ao isolamento internacional de Israel; que Abbas estava pronto para a paz, enquanto Netanyahu não; que nenhum país árabe faria a paz com Israel antes do estabelecimento de um estado palestino; que o Oriente Médio “explodiria” se uma embaixada dos Estados Unidos fosse aberta em Jerusalém; e essa “guerra total” resultaria do ataque ao mentor terrorista Soleimani.

Mas isso não esfriou a autoestima, a pomposidade e a arrogância ridícula de Kerry como um oráculo moral e profeta político.

A quebrada bússola diplomática de Kerry também desempenhou um papel no acordo nuclear de Obama com o Irã (o JCPOA). Em 2015 ele jurou que não havia “negócio melhor com o Irã” depois de ter sido enganado por seu colega de negociação, Zarif. Mesmo assim, para salvar sua reputação, ele reiterou que “o acordo tinha eliminado a ameaça de um Irã com uma arma nuclear”. E aí, seguindo Obama, ele acusou os oponentes do acordo, como Netanyahu, de "fomentadores de guerra".

Mas Kerry não parou aí. Mostrando o quanto ele gosta de cortejar tiranos, Kerry fez uma campanha internacional para gerar grandes negócios para os mulás de Teerã. Ele cruzou a América e a Europa em seu jato oficial do governo para persuadir as maiores empresas a investirem no Irã; isso para garantir que o Irã recebesse imediatamente os dividendos de “paz”, além dos bilhões de dólares que Obama liberou para os cofres do regime.

Uma vez fora do cargo, Kerry foi pego novamente em conluio com Zarif. Em 2018, Kerry aconselhou Zarif a esperar o fim do governo Trump e torcer para que democratas mais flexíveis fossem eleitos em 2020.

E então aparece esta história, sugerindo que anos atrás Kerry avisou os iranianos sobre operações secretas israelenses. Novamente, isso pode não ser verdade. Mas é preciso perguntar: que outros segredos, americanos ou israelenses, Kerry pode ter revelado aos iranianos?

Pior ainda, a revelação desta semana se encaixa em um padrão de insensibilidade do governo Obama, e agora de frieza do governo Biden, em relação a Israel. Ele surge no contexto de tensões crescentes entre Washington e Jerusalém sobre a sabotagem (supostamente israelense) do programa nuclear iraniano e ataques a alvos da Guarda Revolucionária iraniana na Síria e no Mar Vermelho; ataques que parecem ter sido reprovados pelo novo governo americano.

A pergunta agora é: até onde os nomeados por Biden irão para minar os esforços diplomáticos e militares de Israel contra o Irã? Em seu desprezo a Israel, poderia o governo Biden - no qual John Kerry atua como enviado climático, mas seus protegidos continuam a supervisionar a política do Irã – poderiam eles “punir” Israel por sua posição resoluta contra Teerã? Poderiam eles suspender o apoio diplomático a Israel em outras frentes? Poderia Biden chantagear Israel, suspendendo seu apoio em relação ao Tribunal Penal Internacional, se Israel não se dobrar à sua política em relação ao Irã?

Pela reação do governo Biden ao que está se passando hoje, culpando apenas Israel pela volta dos ataques terroristas palestinos e pela violência árabe em Jerusalém, o tradicional apoio americano está agora seguido de um grande ponto de interrogação.


Sunday, May 2, 2021

A Nova Onda de Antisemitismo Desenfreado - 02/05/2021

No começo de abril, um casal jovem de judeus ortodoxos da Bélgica veio para Nova York visitar familiares junto com sua bebê e num passeio no final de uma tarde, os três foram esfaqueados por um afro-americano que tinha saído da cadeia há apenas um mês. No meio de abril, o motorista de uma minivan foi preso por ter deliberadamente atropelado chassidim em Brooklyn dando ré duas vezes para atropelar os que estavam na calçada. No Bronx, no sábado passado, quatro sinagogas foram vandalizadas, suas janelas e portas de vidro destroçadas. Estes e outros incidentes em Nova Iorque comprovam que apesar da pandemia e das restrições que a acompanharam, atos antissemitas não reduziram nem em número nem em intensidade.

No Canadá a coisa também não está fácil. Ocorreram 2,483 incidentes em 2020 inclusive 9 casos de violência física. Isso significa mais de 7 incidentes antissemitas por dia durante o ano.

Mais chocante ainda, é você ver um sistema judiciário aparentemente sólido e na maioria das vezes justo, desmoronar completamente colocando a justiça de lado para defender antissemitas assassinos. Foi exatamente isso o que aconteceu. Não em algum país do terceiro mundo, mas na França.

A parisiense Sara Halimi de 65 anos foi morta em abril de 2017 por seu vizinho de 27 anos, Kobili Traoré. Ele invadiu o apartamento dela enquanto ela dormia, espancou-a impiedosamente, esmagou seu o crânio e ao final, jogou seu corpo ainda vivo do terceiro andar como se fosse um saco de lixo.  Sara Halimi era uma médica aposentada e ex-professora. Ela era também uma judia ortodoxa.  Os vizinhos contaram ter ouvido Traoré gritar repetidamente "Allahu Akbar" e gritar "Eu matei o sheitan", usando a palavra árabe para "satanás", enquanto a polícia ficava de fora tentando supostamente “negociar” com ele.

Existe uma palavra chique para jogar alguém pela janela - defenestração. Mas nenhuma palavra sofisticada pode descrever o que aconteceu com Halimi. Ela foi assassinada brutalmente. Uma judia ortodoxa morta por um imigrante muçulmano. Halimi perdeu a vida; e Traoré irá literalmente escapar impune deste assassinato horrível.

Em dezembro de 2019, um tribunal decidiu que Traoré não era criminalmente responsável por suas ações porque seu uso pesado de maconha havia desencadeado um episódio psicótico e comprometido seu “discernimento”.

Em vez de perguntar o que o juiz do caso fumou antes de ter tomado essa decisão bizarra, na semana passada, o mais alto tribunal de apelações francês concordou que Traoré não poderia ser considerado criminalmente responsável por suas ações na noite em que matou Halimi. A apelação, assim como Halimi, foi jogada pela janela.

Ninguém na França agora pode se sentir seguro. Qualquer assassino tem agora uma defesa: “Estava chapado. Desculpe aí."

Por esta lógica, dirigir bêbado exonera o motorista de atropelar alguém, Isso não é mais um crime. O absurdo deste tipo de decisão, mostra como os valores socialistas deturpam o instinto mais básico de justiça. Na França hoje, você pode pegar um ano de prisão por atirar um cachorro pela janela, mas sai solto se você atira um judeu para sua morte enquanto drogado.

E não adianta Emmanuel Macron dizer que a República está determinada a proteger os judeus.  A comunidade judaica francesa já conta com uma longa lista de vítimas - incluindo crianças mortas no ataque em Toulouse em 2012 e os mortos no supermercado kasher em Paris em 2015. Na época, Barack Obama insistiu que os alvos eram aleatórios num delicatessen, em vez de admitir a possibilidade de ter sido um ataque antissemita. E certamente estas mortes teriam sido ignoradas pela imprensa se não tivessem ocorrido logo após o massacre do Charlie Hebdo.

O assassinato de Halimi nos lembrou outra morte chocante em Paria. O judeu Ilan Halimi de 23 anos foi sequestrado, torturado e assassinado por uma gangue muçulmana francesa em 2006. Também nos lembra o assassinato brutal em 2018 de uma sobrevivente do Holocausto de 85 anos, Mireille Knoll que foi esfaqueada e deixada para morrer em seu apartamento em Paris, que foi incendiado por dois agressores, um deles, um vizinho muçulmano que mais tarde alegou estar bêbado durante o ataque.

Neste mês ainda, agora em Londres, um homem se aproximou de uma mulher ortodoxa grávida, colocou um saco em sua cabeça e lhe deu um soco no estômago. ?Isso foi um crime vil de puro ódio? - ou apenas uma brincadeira de alguém que não pode ser considerado responsável por suas ações?

Em Jerusalém, houve uma série de ataques de jovens muçulmanos a judeus ortodoxos desde o início do Ramadã, no que foi chamado de "Ataques TikTok". Longe de negar os crimes, os perpetradores se gabaram deles nas redes sociais, levando outros a copiarem os ataques.

Mas esta onda incontrolável de antissemitismo não se restringe às pessoas comuns. Depois de John Kerry, que negociou o acordo nuclear com o Irã, ter sido acusado de passar informações sobre as ações israelenses contra alvos iranianos na Síria, o ex-diretor da CIA, durante o governo Obama, John Brennan, twitou um ataque aos judeus na terça-feira, exigindo, que eles sejam julgados por padrões mais altos que outros povos por causa do sofrimento que passaram. O twit dele disse: “Sempre achei difícil compreender como uma nação de pessoas profundamente marcadas por uma história repleta de preconceitos, perseguições religiosas e violência indizível perpetrada contra eles não têm empatia para defender aqueles cujos direitos e liberdades ainda são tolhidos.”

Brennan fez seu comentário sobre a busca palestina por um Estado. Com essa declaração, ele deu a entender que os judeus devem ter uma empatia especial pelos outros, de se sacrificarem de novo pelos outros enquanto os não judeus não têm.

Brennan não fez comentários semelhantes sobre outras pessoas vitimadas, como os descendentes de escravos nos Estados Unidos ou o tratamento dos índios americanos que foram relegados a reservas; tampouco impôs a outros países um padrão mais elevado com base nas origens étnicas e religiosas de seus cidadãos. O ataque de Brennan a Israel, com base nem em valores universais nem no direito internacional, não é único. Outros fizeram comentários semelhantes.

David Ward, um parlamentar liberal democrata britânico, escreveu em 2013 que "tendo visitado Auschwitz duas vezes, estou triste que os judeus, que sofreram níveis inacreditáveis ​​de perseguição durante o Holocausto, pudessem em poucos anos de libertação dos campos de extermínio infligir atrocidades aos palestinos no novo Estado de Israel, e continuam a fazê-lo diariamente na Cisjordânia e em Gaza.” A hipocrisia é inacreditável quando pensamos no Império Britânico, e as atrocidades que cometeram na India e como traíram o Mandato de estabelecer um estado judeu na Terra de Israel.

Resumindo, o que eles dizem é que pelo fato dos judeus terem sofrido o genocídio, eles e Israel têm que viver de acordo com um padrão mais elevado do que aqueles que perpetraram o genocídio. Desde quando a existência de algum estado depende do comportamento moral de seus líderes ou cidadãos?

Esta moralidade superior exigida dos judeus e agora de Israel não é coisa nova do antissemitismo europeu. Desde Shakespeare e seu Mercador de Veneza, se os judeus não se comportam como santos, eles são nada menos que nazistas. De forma alguma os judeus podem se comportar como outros grupos em situações semelhantes, mesmo ao defender sua própria existência. Os abusadores históricos - aqueles que praticaram a escravidão, o colonialismo, o genocídio e as cruzadas – estes não precisam de qualquer padrão.

E aí temos as ONGs como a Human Rights Watch que emitiu um relatório esta semana chamando Israel de um estado “apartheid”. O grupo decidiu desconsiderar a existência da Autoridade Palestina na Judeia e Samária e do Hamas em Gaza declarando que existem 14 milhões de pessoas que vivem entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, metade deles são judeus, a outra metade árabe, que vivem baixo a um regime de supremacia Judaica. É um regime que governa toda a área e as pessoas que vivem nela. A verdade é que nem a liderança palestina nem o Hamas pensam em ceder sua autonomia a Israel. E todos os acordos e resoluções da ONU reconhecem que os palestinos não são governados por Israel. Mas esta verdade destrói o argumento de apartheid, então mudam a realidade para conformar com a retórica. Da mesma maneira que os nazistas fizeram.

Essa obsessão patológica com os judeus - retratados como santos ou nazistas, vingativos ou prontos a ajudar- está ligada ao fato de que os judeus nunca são retratados como seres humanos iguais aos outros. Antes do Holocausto, os judeus eram acusados de não se assimilarem nos países em que viviam, ou de se assimilarem demais e de dominá-los. Depois da Shoah, o mundo passou a exigir a perfeição deles em sua capacidade de Estado soberano. Essas demandas sempre beneficiam a narrativa ocidental, que pode culpar o estado judeu por não se comportar de acordo com um padrão cristão de moralidade pessoal que eles próprios jamais impuseram a si mesmo ou a outros.

Brennan, Ward, e o resto do mundo fariam melhor primeiro manter a si próprios em padrões mais altos, em vez de tratar todos os abusos que eles próprios cometem como resultado de “erros históricos”. E pararem de uma vez por todas de exigir que todas as ações israelenses passem por um teste religioso antes de dar ao país o direito de existir.

Este é meu comentário mas ainda gostaria de expressar minha solidariedade, e oferecer minhas orações às famílias dos nossos irmãos que morreram ou se feriram no Har Meron. Como quando Aarão perdeu seus filhos, não há palavras de consolo que possam diminuir a dor e a tristeza que estas famílias estão passando. HaMakom Yenachem Etchem Betoch Shaar Avelei Tzion ve Yerushalaim.