Há uma semana que temos seguido com apreensão os acontecimentos em Israel. O cenário da última semana não só é preocupante em relação ao Hamas, mas à reação dos árabes israelenses que, em algumas horas, provaram ser a quinta coluna, e não uma comunidade integrada como gostavam de proclamar. No campo internacional, Israel viu atos de solidariedade até então inexistentes. O Ministério das Relações Exteriores da Áustria hasteou a bandeira de Israel ao lado da sua o que prontificou Javad Zarif, ministro do exterior do Irã, a cancelar sua visita ao país. Outros países europeus também mostraram seu apoio como a Hungria, a República Tcheca, a Eslováquia e a Alemanha.
Até a quarta-feira, o relacionamento entre
os EUA e Israel parecia, vamos dizer, normal. A administração mostrou seu apoio
da maneira que sempre fez nos repetidos confrontos com o Hamas desde que Israel
se retirou de Gaza em 2005.
Os EUA impediram o Conselho de
Segurança das Nações Unidas de fazer uma declaração crítica a Israel e o
presidente Joe Biden, ligou para Benjamin Netanyahu “condenando os ataques de
mísseis do Hamas ... [e] reiterando seu apoio inabalável à segurança e ao
direito legítimo de Israel de se defender, protegendo os civis".
O Secretário de Estado Antony Blinken
enfatizou que "há uma distinção muito clara e absoluta entre a organização
terrorista Hamas que está lançando mísseis indiscriminadamente contra civis e a
resposta de Israel ao se defender, alvejando os terroristas que lançam foguetes
contra Israel e suas bases".
Mas, como disse, isso foi até a
quarta-feira, três dias depois do Hamas ter lançado mísseis contra Jerusalém e
cinco dias depois de um sério aumento da violência na capital. São períodos curtos
no grande esquema das coisas, mas muito tempo em termos de violência.
Já na quinta-feira, ao mesmo tempo em
que o Hamas disparava 150 mísseis contra Tel Aviv e o centro de Israel,
enviando milhões de israelenses para abrigos antiaéreos, os porta-vozes do
governo Biden sincronizaram uma mensagem de "ambos os lados", apesar
de um lado ser Israel, um aliado dos EUA e uma democracia, e o outro ser o
Hamas, um grupo designado pelos EUA como uma organização terrorista.
A secretária de imprensa da Casa
Branca, Jen Psaki declarou: “Condenamos os contínuos ataques de mísseis do
Hamas e de outros grupos terroristas, inclusive contra Jerusalém. Também nos
opomos ao extremismo que infligiu violência em ambas as comunidades”. É. Não demorou para Psaki adotar a narrativa
dos palestinos de que se trata de uma disputa de terras no bairro que eles
chamam de Sheikh Jarrah / mas que é na verdade o bairro judaico de Shimon
Hatzadik.
E ela não parou aí. “Acreditamos que
palestinos e israelenses merecem medidas iguais de liberdade, segurança,
dignidade e prosperidade”, disse Psaki. “E --- estamos falando abertamente com
as autoridades israelenses sobre como o despejo de famílias palestinas que
viveram por anos, às vezes décadas, em suas casas e as demolições dessas casas
trabalham contra nossos interesses comuns para alcançar uma solução para o
conflito."
Levando em conta que esta disputa ainda
não tem uma decisão final e cujos residentes não foram despejados, é absurdo
justificar a violência palestina e pior, a parcialidade injusta do governo
americano e da mídia ignorante sobre este caso particular.
Então, qual é a verdade sobre estas
casas em Jerusalém? Em 1873, os rabinos de Jerusalém angariaram
dinheiro da comunidade judaica internacional para comprar um lote de terras no
que era na época, os arredores da cidade para abrigar famílias judias pobres.
Eles então compraram o lote que ficava junto ao túmulo do sacerdote Shimon
Hatzadik. De 1873 até 1948, judeus moraram nas casas construídas nele. Em 1948,
o exército jordaniano entrou na cidade e expulso todos os judeus que se
encontravam em Jerusalém do leste, inclusive em Shimon Hatzadik. De 1948 até
1967, o governo da Jordânia alugou (e os contratos de aluguel estão no processo
para provar) estas casas a árabes que foram aliciados a se mudarem para a
cidade. A partir de 1967, com a reunificação da cidade, estes locatários
continuaram a pagar aluguel, desta vez à Administração de Israel e Israel deu a
eles o status de locatários protegidos, isto é, eles não poderiam ser
despejados, a não ser que deixassem de pagar o aluguel ou se mudassem para
outra propriedade. Esta locação é hereditária até a terceira geração desde que os
descendentes seguissem as mesmas condições.
No meio tempo, uma companhia israelense
com investidores internacionais, comprou as propriedades das duas organizações
rabínicas originais, donas do terreno e passou a gerenciar o local.
Em 1980, com a primeira intifada,
Yasser Arafat disse a estes locatários para eles pararem de pagar o aluguel
porque estas propriedades eram “deles”. Além disso, em alguns casos, as casas
foram abandonadas e invasores tomaram posse. Durante os últimos 40 anos o caso
está nas cortes de Israel que em todas as instancias declarou que a propriedade
destas casas é desta companhia. Os judeus voltaram para o bairro com a
reunificação da cidade em 1967 e há pelo menos 20 famílias judias que moram ao
lado do tumulo de Shimon Hatzadik. Não é algo novo. Mas a mídia insiste em
chamar o local com o nome do bairro árabe do lado, Sheikh Jarrah e chamar os
judeus que moram lá, de assentadores!
Quer dizer, judeus moraram lá durante
75 anos. Foram expulsos por 19 anos, mas voltaram. Estão lá novamente há 54
anos, e são assentadores????
A verdade é que a Administração Biden
não tem ideia do que está acontecendo. A "mensagem bifurcada" que tenta
criar uma equivalência entre Israel e seus inimigos, ao mesmo tempo que diz
"esta é uma luta justa, é absurda. O Hamas é uma organização terrorista
cruel e Israel tem que revidar ”.
Mas com a pressão da esquerda de seu
partido que inclui duas congressistas muçulmanas, e outras duas antissemitas
que tiraram o dia na sexta-feira para acabar com Israel, Biden agora se fixou
em Jerusalém, no Monte do Templo e em Sheikh Jarrah em conversas privadas, aceitando
a narrativa palestina sobre os eventos.
Absolutamente nada mudou no Monte do
Templo, exceto que o Hamas está tentando se apresentar como defensor dos
lugares sagrados, como Arafat fez em 2000 .... O Hamas está frustrado que a
Autoridade Palestina adiou a eleição, que eles tinham certeza de ganhar. A
narrativa de que Jerusalém é o problema é uma mentira deslavada. Imaginem que
membros do governo Biden pediram para Israel impedir uma decisão da Suprema
Corte para despejar os árabes. É o fim da picada. O governo de Israel não tem
qualquer influência sobre os tribunais e pior ainda, sobre um caso puramente
civil.
Aí vieram as queixas sobre o uso de
granadas de choque por Israel no Monte do Templo. Só que a polícia israelense
não usa armas no local sagrado, mas também não podem dar imunidade aos que
jogam pedras sobre os judeus que estão no Muro das Lamentações e coquetéis
molotov na polícia.
Nos seus quatro anos de governo, Trump
conseguiu sossego no Oriente Médio porque tratou Israel com respeito e puniu os
palestinos. Biden está novamente tentando apaziguá-los. Não dá para esquecer
que Obama e Biden foram os piores presidentes americanos para Israel. As
declarações dos EUA pedindo o fim das hostilidades enfraquecem Israel. Dizer
que os palestinos em Gaza têm o direito à proteção e segurança assim como os
israelenses ... como se este fosse um confronto entre iguais” é o fim do mundo!
Então “ambos os lados são chamados a reduzir as hostilidades - Israel e uma
organização terrorista designada pelos EUA”!. Desculpe mas isso não é imparcialidade.
É estupidez. Isto encoraja o Hamas e a Jihad Islâmica a continuarem com suas
agressões.
“O objetivo principal do Hamas e do
Jihad Islâmico é de transformar a Cisjordânia em Gaza, de tomá-la ... Se você
não entende isso, então você não entende nada de Oriente Médio. Os ex-alunos da
escolinha do Obama que agora estão na administração de Joe Biden parecem não
ter aprendido nada.
Biden vai aprender no final que “se
você fugir do Oriente Médio, o Oriente Médio corre atrás de você. Os Estados
Unidos têm que decidir: ou tomam uma atitude de líder do mundo livre colocando
os terroristas contra a parede ou retomam os velhos hábitos derrotistas que não
levaram a qualquer resultado nos últimos 73 anos.
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