No Canadá a coisa também não está fácil.
Ocorreram 2,483 incidentes em 2020 inclusive 9 casos de violência física. Isso
significa mais de 7 incidentes antissemitas por dia durante o ano.
Mais chocante ainda, é você ver um sistema
judiciário aparentemente sólido e na maioria das vezes justo, desmoronar
completamente colocando a justiça de lado para defender antissemitas assassinos.
Foi exatamente isso o que aconteceu. Não em algum país do terceiro mundo, mas na
França.
A parisiense Sara Halimi de 65 anos foi morta em abril
de 2017 por seu vizinho de 27 anos, Kobili Traoré. Ele
invadiu o apartamento dela enquanto ela dormia, espancou-a impiedosamente, esmagou seu o crânio e ao final, jogou seu corpo ainda vivo do terceiro
andar como se fosse um saco de lixo. Sara
Halimi era uma médica aposentada e ex-professora. Ela era também uma judia
ortodoxa. Os vizinhos contaram ter ouvido Traoré gritar
repetidamente "Allahu Akbar" e gritar "Eu matei o sheitan",
usando a palavra árabe para "satanás", enquanto a polícia ficava de fora
tentando supostamente “negociar” com ele.
Existe uma palavra chique para
jogar alguém pela janela - defenestração. Mas nenhuma palavra sofisticada pode
descrever o que aconteceu com Halimi.
Ela foi assassinada
brutalmente. Uma judia ortodoxa morta por um imigrante muçulmano. Halimi perdeu a vida; e Traoré irá literalmente escapar impune deste assassinato horrível.
Em dezembro de 2019, um
tribunal decidiu que Traoré não era criminalmente responsável por suas ações
porque seu uso pesado de maconha havia desencadeado um episódio psicótico e
comprometido seu “discernimento”.
Em vez de perguntar o que o juiz do caso fumou antes de ter tomado essa decisão bizarra, na semana passada, o mais alto tribunal de
apelações francês concordou que Traoré não poderia ser considerado criminalmente
responsável por suas ações na noite em que matou Halimi. A apelação, assim como Halimi, foi jogada pela janela.
Ninguém na França agora pode se
sentir seguro. Qualquer assassino tem agora uma defesa: “Estava chapado. Desculpe aí."
Por esta lógica, dirigir bêbado exonera o motorista de atropelar alguém, Isso não é mais um crime. O absurdo deste tipo de decisão, mostra
como os valores socialistas deturpam o instinto mais básico de justiça. Na França hoje, você pode pegar um ano de prisão por atirar um
cachorro pela janela, mas sai solto se você atira um judeu para sua morte enquanto drogado.
E não adianta Emmanuel Macron dizer que a
República está determinada a proteger os judeus. A comunidade judaica francesa já conta com uma longa lista de vítimas -
incluindo crianças mortas no ataque em Toulouse em 2012 e os mortos no supermercado kasher em Paris em 2015. Na época, Barack Obama insistiu que os alvos eram aleatórios num “delicatessen”, em vez de admitir a possibilidade
de ter sido um ataque antissemita. E certamente estas mortes teriam sido ignoradas pela imprensa se não
tivessem ocorrido logo após o massacre do
Charlie Hebdo.
O assassinato de Halimi nos lembrou outra morte chocante em Paria. O judeu Ilan Halimi de 23 anos foi sequestrado, torturado e assassinado por uma gangue muçulmana
francesa em 2006. Também
nos lembra o assassinato brutal em 2018 de uma sobrevivente do Holocausto de
85 anos, Mireille Knoll que foi esfaqueada e deixada para
morrer em seu apartamento em Paris, que foi incendiado por dois agressores, um
deles, um vizinho muçulmano que mais tarde alegou estar bêbado durante o ataque.
Neste mês ainda, agora em Londres, um homem se aproximou de uma mulher
ortodoxa grávida, colocou um saco em sua cabeça e lhe deu um soco no estômago. ?Isso foi um crime vil de puro ódio? - ou apenas uma brincadeira de alguém que não pode ser
considerado responsável por suas ações?
Em Jerusalém, houve uma série
de ataques de jovens muçulmanos a judeus ortodoxos desde o início do Ramadã, no
que foi chamado de "Ataques
TikTok". Longe de negar os crimes, os perpetradores se gabaram deles nas redes sociais, levando outros a copiarem os ataques.
Mas esta onda incontrolável de
antissemitismo não se restringe às pessoas comuns. Depois de John Kerry, que
negociou o acordo nuclear com o Irã, ter sido acusado de passar informações
sobre as ações israelenses contra alvos iranianos na Síria, o ex-diretor da
CIA, durante o governo Obama, John Brennan, twitou um ataque aos judeus na
terça-feira, exigindo, que eles sejam julgados por padrões mais altos que
outros povos por causa do sofrimento que passaram. O twit dele disse: “Sempre
achei difícil compreender como uma nação de pessoas profundamente marcadas por
uma história repleta de preconceitos, perseguições religiosas e violência
indizível perpetrada contra eles não têm empatia para defender aqueles cujos
direitos e liberdades ainda são tolhidos.”
Brennan fez seu comentário sobre a busca
palestina por um Estado. Com essa declaração, ele deu a entender que os judeus
devem ter uma empatia especial pelos outros, de se sacrificarem de novo pelos
outros enquanto os não judeus não têm.
Brennan não fez comentários semelhantes
sobre outras pessoas vitimadas, como os descendentes de escravos nos Estados
Unidos ou o tratamento dos índios americanos que foram relegados a reservas;
tampouco impôs a outros países um padrão mais elevado com base nas origens
étnicas e religiosas de seus cidadãos. O ataque de Brennan a Israel, com base
nem em valores universais nem no direito internacional, não é único. Outros
fizeram comentários semelhantes.
David Ward, um parlamentar liberal
democrata britânico, escreveu em 2013 que "tendo visitado Auschwitz duas
vezes, estou triste que os judeus, que sofreram níveis inacreditáveis de
perseguição durante o Holocausto, pudessem em poucos anos de libertação dos
campos de extermínio infligir atrocidades aos palestinos no novo Estado de
Israel, e continuam a fazê-lo diariamente na Cisjordânia e em Gaza.” A
hipocrisia é inacreditável quando pensamos no Império Britânico, e as
atrocidades que cometeram na India e como traíram o Mandato de estabelecer um
estado judeu na Terra de Israel.
Resumindo, o que eles dizem é que pelo
fato dos judeus terem sofrido o genocídio, eles e Israel têm que viver de
acordo com um padrão mais elevado do que aqueles que perpetraram o genocídio. Desde
quando a existência de algum estado depende do comportamento moral de seus
líderes ou cidadãos?
Esta moralidade superior exigida dos judeus
e agora de Israel não é coisa nova do antissemitismo europeu. Desde Shakespeare
e seu Mercador de Veneza, se os judeus não se comportam como santos, eles são
nada menos que nazistas. De forma alguma os judeus podem se comportar como
outros grupos em situações semelhantes, mesmo ao defender sua própria
existência. Os abusadores históricos - aqueles que praticaram a escravidão, o
colonialismo, o genocídio e as cruzadas – estes não precisam de qualquer padrão.
E aí temos as ONGs como a Human Rights
Watch que emitiu um relatório esta semana chamando Israel de um estado
“apartheid”. O grupo decidiu desconsiderar a existência da Autoridade Palestina
na Judeia e Samária e do Hamas em Gaza declarando que existem 14 milhões de
pessoas que vivem entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, metade deles são judeus,
a outra metade árabe, que vivem baixo a um regime de supremacia Judaica. É um
regime que governa toda a área e as pessoas que vivem nela. A verdade é que nem
a liderança palestina nem o Hamas pensam em ceder sua autonomia a Israel. E
todos os acordos e resoluções da ONU reconhecem que os palestinos não são
governados por Israel. Mas esta verdade destrói o argumento de apartheid, então
mudam a realidade para conformar com a retórica. Da mesma maneira que os
nazistas fizeram.
Essa obsessão patológica com os judeus -
retratados como santos ou nazistas, vingativos ou prontos a ajudar- está ligada
ao fato de que os judeus nunca são retratados como seres humanos iguais aos
outros. Antes do Holocausto, os judeus eram acusados de não se assimilarem nos
países em que viviam, ou de se assimilarem demais e de dominá-los. Depois da
Shoah, o mundo passou a exigir a perfeição deles em sua capacidade de Estado
soberano. Essas demandas sempre beneficiam a narrativa ocidental, que pode
culpar o estado judeu por não se comportar de acordo com um padrão cristão de
moralidade pessoal que eles próprios jamais impuseram a si mesmo ou a outros.
Brennan, Ward, e o resto do mundo fariam
melhor primeiro manter a si próprios em padrões mais altos, em vez de tratar
todos os abusos que eles próprios cometem como resultado de “erros históricos”.
E pararem de uma vez por todas de exigir que todas as ações israelenses passem
por um teste religioso antes de dar ao país o direito de existir.
Este é meu comentário mas ainda gostaria
de expressar minha solidariedade, e oferecer minhas orações às famílias dos
nossos irmãos que morreram ou se feriram no Har Meron. Como quando Aarão perdeu
seus filhos, não há palavras de consolo que possam diminuir a dor e a tristeza
que estas famílias estão passando. HaMakom Yenachem Etchem Betoch Shaar Avelei
Tzion ve Yerushalaim.
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