Sunday, August 23, 2020

O Perigoso Jogo do Irã e da China - 23/08/2020

 Nesta semana o presidente Donald Trump tomou ações concretas para impedir que o Irã se torne ainda mais perigoso para Israel e o resto do mundo ao pedir a extensão do embargo de armas para os aiatolás.

Em 2007, o Conselho de Segurança da ONU reconheceu o perigo de um Irã nuclear e suas atividades terroristas ao redor do mundo. Naquele ano impôs um embargo de armas e congelamento de fundos porque o Irã havia rejeitado a demanda de suspensão de enriquecimento de urânio que os levaria à bomba nuclear. O embargo de armas tinha como objetivo proibir o Irã de comprar e vender armas, incluindo jatos e tanques.

Em 2015, Obama assinou o desastroso acordo nuclear com os mulás de Teerã que previa o fim do embargo daqui a dois meses, no próximo dia 18  de outubro.

Mas nos últimos anos, o mundo se enfraqueceu e a subida dos partidos de esquerda na Europa mostrou bem isso.

Temendo o fim do embargo, há 10 dias, os Estados Unidos pediram sua extensão e vejam só: dos 15 países do Conselho de Segurança, somente um, a Republica Dominicana, juntou-se aos Estados Unidos. Outros 11, incluindo os maiores aliados americanos, a Inglaterra, a França e a Alemanha, se abstiveram tornando desnecessário o veto prometido pela Rússia e China que votaram contra.

Os Europeus disseram que também estavam preocupados com o acesso do Irã a armamentos, mas que o veto russo ou da China iria invalidar a extensão do embargo de qualquer jeito. Mas o que pesou na balança mesmo destes hipócritas apaziguadores foram os contratos milionários que não querem perder com o Irã. Especialmente após a China ter abocanhando todos os maiores projetos de infraestrutura do Irã, contra petróleo e gás.

Aí os Estados Unidos anunciaram que iriam provocar a volta das sanções previstas no acordo de 2015. Mas em 2018, Trump retirou os Estados Unidos deste acordo e reimpôs, unilateralmente, drásticas sanções contra o Irã. Desde então, como retaliação, o Irã tem violado o acordo de modo aberto, retomando o enriquecimento ilícito de uranio.

Agora, os outros países membros do acordo nuclear de 2015 alegam que os Estados Unidos não podem pedir a volta das sanções precisamente por ter saído. E ainda que tivesse ficado, o mecanismo para retomar as sanções bolado por Obama, é tão complicado que claramente foi incluído para inglês ver e nunca para ser levado à frente.

A retomada das sanções da ONU agora exigiria que o Irã suspendesse todas as atividades relacionadas ao enriquecimento e reprocessamento nuclear, incluindo pesquisa e desenvolvimento, e proibiria as importações de qualquer coisa que pudesse contribuir para essas atividades ou para o desenvolvimento de sistemas de lançamento de armas nucleares.

Reimporia o embargo de armas, proibindo o Irã de desenvolver mísseis balísticos capazes de lançar armas nucleares e reimporia sanções direcionadas a dezenas de indivíduos e entidades. Os países também seriam instados a inspecionar as remessas de e para o Irã e autorizados a apreender qualquer carga proibida.

Para alcançar este objetivo, os Estados Unidos teriam de apresentar ao Conselho de Segurança uma queixa sobre a violação do acordo nuclear pelo Irã. O Conselho de Segurança teria então que votar em 30 dias uma resolução para não retomar as sanções. Se tal resolução não for adotada dentro do prazo, todas as sanções da ONU em vigor antes do acordo nuclear de 2015 seriam automaticamente reimpostas.

Vários países já disseram que os Estados Unidos não podem legalmente pedir o retorno das sanções da ONU e, eles simplesmente não têm interesse em reimpor as medidas contra o Irã.

Parece que somente os Estados Unidos (e a Republica Dominicana), e Israel, o maior interessado, estão do lado correto da História, novamente.

A hipocrisia dos Europeus chega a ser nauseante. Mas a dos iranianos é de tirar o fôlego apesar de sua busca pela supremacia e dominação do Oriente Médio a qualquer preço não ser um choque. O acordo bilionário que os Mulás assinaram com a China mostra que por detrás dos tapinhas nas costas e sorrizinhos, o Irã está praticando a Taqyiah, um preceito religioso que sanciona a dissimulação, para alcançar seus objetivos. O verso principal que autoriza a dissimulação com respeito a não muçulmanos diz: “Aos que creem no Islão, não tomem infiéis como amigos, a não ser quando os infiéis estiverem em posição de superior à vocês”. Neste caso é permitido, mas somente até as posições virarem.

O cúmulo é que a China é hoje o país que mais persegue muçulmanos no mundo! A China tem uma minoria étnica que se chama Uighur que desde a década de 30 ela tenta assimilar. Eles não são chineses. São de uma etnia mais próxima das nações centro asiáticas. Além do partido comunista da China, creio que ninguém tenha os números reais, mas um artigo da BBC.com de 20 de julho último, afirma que há mais que um milhão de Uighurs internados em campos de reeducação (mais conhecidos como campos de trabalhos forçados). São quase 10% da população Uighur, calculada em 12 milhões. Há fortes indícios que o governo da China tem praticado a esterilização forçosa das mulheres, a proibição de práticas religiosas, comerciais e culturais além de um programa de troca de população no qual Uighurs são forçosamente relocados para outras partes da China enquanto que chineses étnicos são encorajados a se mudarem para a província Uighur de Xinjiang.

A perseguição implacável de Xijinping faria inveja a qualquer Hitler da história.

Pois é. É muita hipocrisia do Irã, que se auto-intitula o defensor do verdadeiro Islão, o xiismo, fazer um acordo com um país que está tentando destruir qualquer vestígio do Islamismo internamente. Mas tudo vale para os aiatolás quando se trata de alcançar a hegemonia no Oriente Médio. E esta é a China, o país que procura dominar e impor seu comunismo mundo afora, escravizando países endividados e destruindo todo sistema de crenças que não seja o catecismo maoista corrupto.

Há mais de 2.500 anos, a China criou o Go, um jogo de estratégia, que permite um sem numero de movimentos. O Irã aperfeiçoou o xadrez, vindo da India. Os dois jogos exigem concentração, muita paciência e uma capacidade muito grande de prever o que o adversário irá fazer.

No jogo de hoje, a China e o Irã parecem estar do mesmo lado do tabuleiro. Mas logo, logo, quando um não mais precisar do outro e a dissimulação não será mais necessária, vamos ver quem vai virar a mesa. Um deles irá sofrer uma grande surpresa.

Sunday, August 16, 2020

O Histórico Acordo de Paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos - 26/08/2020

Nesta última quinta-feira vivemos um momento verdadeiramente histórico. Depois de 26 anos, Israel assinou um acordo de paz com um país árabe, o terceiro desde seu nascimento em 1948. Os Emirados Árabes Unidos, finalmente decidiram sair do bloco do refrão palestino, agarrando a oportunidade de se tornarem o país mais influente no Golfo Árabe. O acordo tem o apoio declarado do Sheikh Mohamed bin Zayed, Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, bem como de outras figuras importantes da região.

Isso é importante porque os Emirados podem dizer que com este acordo, eles conseguiram sustar os planos de anexação de Israel mostrando-se como defensores dos palestinos. Isto não impediu, no entanto, que Mahmoud Abbas e seus Kapos fumegassem de raiva por toda a mídia na sexta-feira. A liderança política condenou o acordo chamando-o de traição dos árabes e dos palestinos. Na mídia social os palestinos disseram ter sofrido outra Nakba, ou catástrofe, chamando os Emirates de cachorros. O Hamas também não deixou por menos voltando a lançar mísseis para aterrorizar os residentes de Sderot na noite passada.

O Irã, a Turquia e a congressista americana-palestina Rashida Tlaib também expressaram desgosto chamando a família real de Abu Dhabi de ignorantes; chamando Israel de apartheid e racista e Trump de oportunista, usando o acordo “para se reeleger”.  

Diferentemente dos acordos com o Egito e Jordânia, que levaram meses de especulação na mídia, este foi negociado quietamente e mostrou que o que não deixa Netanyahu dormir a noite, a sua prioridade, é a segurança do Estado de Israel.

Sim, ele teve a oportunidade desde o dia 1º de julho de aplicar a lei de Israel nas comunidades judaicas na Judeia e Samaria. Mas entre isso e fazer a paz com um dos países mais proeminentes do Golfo Árabe, incentivando outros acordos na região, Bibi escolheu a paz. Os próximos da lista são Bahrain e a Arábia Saudita e quem sabe até Qatar que já tem um papel como intermediário entre Israel e o Hamas.

Na superfície, tudo isso era esperado. Desde a década de 90, o segredo menos guardado no Golfo era a presença de israelenses que vinham fazer negócios. A aproximação foi lenta, mas intensa, culminando com a visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Omã em 2018, o plano de paz de Trump e a Conferência de Diálogo no Bahrein em 2019. Hoje os Emirados abriram as linhas telefônicas com Israel.

A crise do corona vírus aproximou ainda mais os Emirados de Jerusalem incluindo um acordo de cooperação entre duas empresas de defesa israelenses importantes e uma empresa dos Emirados. A discussão sobre a anexação então, apresentou uma saída para os Emirados e outra para Israel. Para os Emirados era imperativo que alcançassem alguma concessão de Israel para assinarem o acordo, e a desistência de anexação é algo bem grande. A base eleitoral de Bibi é fortemente apoiada no movimento da Judeia e Samaria e abandonar a anexação seria vista como uma traição muito grande de Bibi aos 600 mil judeus que moram além da linha verde.

Trump também pediu a Israel para suspender a anexação temporariamente porque ficou receoso que ela traria mais instabilidade para a região, talvez outra intifada e isso seria muito negativo para sua campanha para a reeleição. Sem este acordo com os Emirados, Bibi não tinha muito como justificar a não anexação para sua base. Com ela, ele sai como acomodando todos os lados.

Eu pessoalmente viajei muito pela região, especialmente no Kuwait. E posso afirmar que o povo destes países do Golfo não só respeitam muito os israelenses e judeus, mas esperavam ansiosos para que este dia chegasse.

Neste final de semana amigas e colegas de Dubai, Bahrain, Arabia Saudita e Kuwait me ligaram felicíssimos com o acordo e as novas possibilidades que a tecnologia israelense poderá trazer para a região.

O tema universal das conversas foi que finalmente seus governos se deram conta dos abusos e as chantagens que têm sofrido nas mãos dos palestinos em nome de um ideal que não mais faz sentido e sem qualquer ponto positivo. Que o financiamento dos palestinos todos estes anos não levou a qualquer melhoria para o povo ou os trouxe mais perto de uma paz duradoura, mas somente ao enriquecimento da liderança corrupta. Tão corrupta quanto a do Líbano que deixou o país destruído implorando para voltar a ser uma colônia da França!

Com Israel eles podem se beneficiar em todas as áreas, principalmente médica, agricultura e defesa. E a cereja do bolo para eles é que Israel não tem medo de enfrentar o grande bully da região que os têm ameaçado há décadas: o Irã.

Muitos em Israel estão duvidosos, pois com o Egito e a Jordânia, a paz é algo gelado. Mas estão errados. A diferença é que os povos do Egito e da Jordânia participaram de guerras contra Israel e sofreram a humilhação da derrota. O povo dos Emirados e dos outros países do Golfo não. Ainda, os Emires e príncipes são mais jovens, como o príncipe Salman da Arábia Saudita que tem 35 anos, e que se sente mais a vontade falando de Gal Gadot, Waze e Mobileye do que de Yasser Arafat ou seu sucessor Mahmoud Abbas.

Estes jovem líderes querem transformar os países do Golfo em centros culturais e de negócios; e estão fazendo de tudo para confrontar extremistas como a Irmandade Muçulmana e seus companheiros de viagem, o Hamas, o regime da Turquia e os Houthis do Yemen.

A aproximação com Israel é uma escolha óbvia. O Estado Judeu compartilha estas preocupações com o Irã e a Irmandade Muçulmana. Mas para ter relações abertas, alguma coisa teria que se mexer na questão palestina. A flexibilidade e inteligência de Bibi abriram as portas porque para ele, o que mais importa é forjar aliados na região para proteger Israel do Irã.

Os Emirados Árabes foram em frente, e isso irá aumentar sua estatura na região. Para o Bahrain e a Arábia Saudita, o apoio americano ao acordo é fundamental para suas próprias aspirações de um acordo com Israel. De acordo com amigos de Bahrain o país estava pronto a um acordo com Israel há mais de 10 anos mas não podia fazer nada sem o apoio da Arábia Saudita. E os sauditas não queriam ser o tubo de ensaio deste experimento.

A pergunta agora é como o Qatar irá se posicionar, pois o que não falta lá é oposição a laços mais estreitos com Israel. Vamos ter que esperar para ver. Por enquanto, os Emirados Árabes fizeram uma escolha ousada e se colocaram no centro de uma nova formulação de políticas estratégicas no Golfo.

Para Bibi, esta é mais uma conquista para colocar em seu currículo ao lado da mudança da embaixada americana para Jerusalem, do reconhecimento da anexação das colinas do Golã, dos incentivos às empresas de tecnologia; sem falar de ele confrontar, até hoje, e sozinho o maior patrocinador do terrorismo, o Irã e de ter exposto seus programas nucleares ilícitos; de ter conseguido, contra a vontade de Obama, que o Congresso americano aplicasse sanções sem precedentes a Teherã. Sem Bibi, o Irã já seria uma potência nuclear e talvez hoje nem tivéssemos mais os Emirados para fazer acordo.  

Os patéticos que protestam contra ele todas as noites em Jerusalem por acusações idióticas de corrupção, não apresentam qualquer alternativa. De qualquer maneira, Bibi já fez o suficiente para garantir seu lugar na história como um dos maiores líderes que Israel já teve. Sob sua liderança Israel se tornou uma estória de sucesso. E apesar de ter toda a mídia e a esquerda histérica contra ele, vemos que Bibi continua em sua luta incansável para garantir o futuro de Israel.

Sunday, August 9, 2020

A Explosão e Outra Oportunidade para a Hezbollah - 09/08/2020

 

Esta foi uma semana muito dura para o Líbano.

Desde o ano passado, a situação da Suíça do Oriente era de pré-falência quando os protestos populares começaram contra o governo. A dívida do país de 90 bilhões de dólares é 170% do produto interno bruto. A libra libanesa perdeu 80% do seu valor em menos de 10 meses, pulverizando as poupanças e num país que depende de importações para tudo, de suprimentos médicos, a alimentos e energia, não há mais dinheiro para comprar no exterior.

Um pedido de empréstimo ao Banco Mundial foi aparentemente negado porque os dirigentes libaneses se recusaram a efetuar reformas estruturais particularmente as que envolviam eliminar a corrupção. Em meados de março, como outros países do mundo, o Líbano foi obrigado a declarar o lock-down para deter o alastramento do Coronavírus no país. O fechamento de empresas e comércio piorou ainda mais a situação econômica do país. E aí na terça-feira veio o prego que lacrou o caixão: uma mega explosão no porto de Beirute que destruiu não só a linha vital do país, mas devastou completamente a cidade.

2.750 toneladas de nitrato de amônia pobremente armazenadas há seis anos tiveram o efeito de uma verdadeira bomba atômica sem o efeito radioativo. Portas e janelas de moradias situadas há mais de 10 km de distância literalmente explodiram. Nada menos que 300 mil pessoas ficaram desabrigadas em um minuto. Isto é mais que 10% da população da cidade. Até agora foram encontrados 158 corpos, mas ainda há dúzias de desaparecidos levando-nos a crer que o numero de mortos deve subir.

As reservas nacionais de trigo e outros grãos estavam armazenadas no porto e foram completamente destruídas. Isto quer dizer que em poucas semanas não haverá mais pão no país. E tudo isso devido à incompetência, incapacidade e inércia da elite que governa o Líbano. Hoje o povo libanês só vê pobreza e desemprego em seu futuro.

 Esta elite, altamente corrupta, que inclusive usava o porto para suas importações ilegais, foi mantida no poder por causa do sistema político do país que vai de acordo com suas afiliações religiosas e étnicas e não pela competência do indivíduo. A comunidade internacional fechou os olhos para a deterioração do país porque era cômodo ter um semblante de estabilidade depois da guerra civil. Hoje os libaneses dizem que até naquela época, com explosões e carros bomba diários, nunca havia faltado pão.

O Líbano era chamada a Suíça do Oriente porque além de abrigar mais de 18 denominações religiosas, sempre foi um país culturalmente avançado aonde além do árabe, o francês e o inglês são línguas reconhecidas e faladas normalmente. Isto era quando existia um equilíbrio entre as comunidades cristãs e a muçulmana sunita majoritária. Mas a criação da Hezbollah, um grupo reconhecidamente terrorista, mudou o equilíbrio político no meio da guerra civil levando a todos os confrontos com Israel.

A Hezbollah nunca deixa de se aproveitar de uma boa crise. Para o grupo, que ocupa o sul e o centro do Líbano e mantêm um arsenal de 150 mil mísseis apontados para Israel, a explosão pode ser uma bênção.  Ela irá capitalizar na destruição dos bairros mais liberais de Beirute ao cravar suas garras nos esforços de reconstrução.

Já vimos este filme antes. Depois do assassinato de Rafik Hariri em 2005, que muitos atribuem à Hezbollah, o grupo se manteve quieto enquanto a população enraivecida os culpava juntamente com o governo Sírio que ocupava o Líbano na época. Os protestos obrigaram os sírios a sair do país enquanto a Hezbollah quietamente preenchia o vazio deixado.

Um ano e meio depois, em 2006, a Hezbollah lançou um ataque a Israel. Seu objetivo era mostrar sua capacidade e arsenal com a desculpa de estar “defendendo” o Líbano. Defendendo do quê? Israel havia se retirado do Líbano em 2000 acabando com a razão de ser do grupo.

Para grupos jihadistas, sunitas ou xiitas como a Hezbollah, a “resistência” sempre toma a forma de agressão, terrorismo, limpeza étnica e a destruição de países inteiros. Em 2006, a guerra da Hezbollah contra Israel só levou à destruição do Líbano. Ainda assim, a Hezbollah encontrou uma maneira de ganhar mesmo após ter perdido. 

Em 2008 ela mostrou que não estava brincando quando ocupou Beirute depois de confrontos com partidos políticos rivais, que não queriam que a Hezbollah tivesse uma rede independente de telecomunicações. Ela provavelmente usou a rede para planejar e levar a cabo o assassinato de Hariri.

Depois de 2008, a Hezbollah desviou investimentos estrangeiros, construindo uma economia paralela, lavando dinheiro do trafego de drogas da América do Sul através de bancos corruptos ligados ao Irã. 

Ela abraçou uma nova oportunidade em 2012 com a guerra civil da Síria enviando para lá milhares de soldados, e basicamente assumindo a política internacional e militar do Líbano. Aí a Hezbollah sequestrou o parlamento e a presidência do país recusando nomear um sucessor para o presidente cristão Michel Suleiman. Somente em 2016, o grupo conseguiu o que queria quando seu aliado, o corrupto Michel Aoun foi nomeado presidente.

Para a Hezbollah, a explosão desta semana pode se tornar mais uma oportunidade. Apesar de estar sendo criticado agora pela população o grupo irá encontrar uma maneira de se beneficiar também desta crise.

Logo após a explosão, Nasrallah veio à tona negando sua responsabilidade com ela e com o armazenamento de munições no porto. Mas nem três dias haviam se passado, na sexta-feira, Nasrallah decidiu atacar o norte de Israel em “resposta” à neutralização de quatro de seus soldados que tentaram plantar minas na fronteira. Sua mensagem foi clara: não quero saber do povo libanês. Se precisar começo outra guerra com Israel para manter meu poder.

O povo libanês está indignado. As pessoas tiveram que limpar suas próprias ruas porque os funcionários do governo desapareceram. Embora o presidente da França tenha ido ao Líbano no dia seguinte à explosão para oferecer ajuda, muitos políticos libaneses não saíram de casa. A única coisa que fizeram foi mandar deter funcionários portuários em suas casas, mas ninguém acredita em uma investigação séria.

Milhares se reuniram ontem à tarde com bandeiras libanesas para protestar. Gás lacrimogêneo foi derramado na multidão por horas.142 ficaram feridos, e 32 foram levados para hospitais que já estão lotados com o desastre.

Os manifestantes enforcaram efígies não apenas do líder do Hezbollah, mas também do Presidente Michel Aoun e Nabih Berri, Presidente do Parlamento. Mas depois que esta onda de indignação acalmar e as pessoas se voltarem para sua sobrevivência, Nasrallah partirá para a ação. Ele irá insistir para que a China, a Russia e o Irã reconstruam o Líbano. Ele enviará voluntários para ajudar e se mostrará como o único responsável no mar de irresponsabilidade. Ele tentará culpar Israel e os Estados Unidos pelas dificuldades do Líbano. Israel ficará constrangida em responder se atacada pela Hezbollah para não ser vista como prejudicando ainda mais o Líbano. Isto quer dizer que para a Hezbollah esta explosão se tornará a melhor cortina de fumaça e proteção para o grupo terrorista.

Enquanto a Hezbollah estiver fingindo ser patriótica, ela trabalhará incessantemente para corromper tudo que chegar ao Líbano nos próximos anos. Para os ansiosos doadores só resta entregar suas doações pessoalmente aqueles que necessitam e não confiar nesta corja que destruiu uma das cidades mais bonitas e diversas do mundo.

 

 

Sunday, August 2, 2020

Três Maneiras de Destruir a América Facilmente - 02/08/2020

O comentarista conservador Ben Shapiro lançou nesta semana, um novo livro intitulado “Como Destruir a América em Três Passos Fáceis”. O livro alcançou o quarto lugar da lista dos mais vendidos pelo The New York Times em menos de 7 dias.

Seus três passos são: Desintegrar a filosofia sobre a qual a América foi fundada; desintegrar sua cultura e finalmente, desintegrar sua história. O livro é brilhante e reflete o que a esquerda, nas palavras de Gramsci, está conseguindo alcançar: a hegemonia do discurso intelectual, destruindo qualquer resistência ideológica. Em outras palavras: conseguiram que todo o mundo repetisse os mesmos clichês, se levantasse em protesto contra o mesmo ato que consideram “ofensivo” e colocassem os sentimentos acima da razão, e pior, acima dos fatos.

O que começou no Brasil logo depois da saída dos militares no começo dos anos 90, só chegou aos Estados Unidos agora. Até 1992 as aulas de Educação Moral e Cívica eram mandatórias. Nestas classes estudávamos o civismo baseado no caráter e na moral, que tinha sua fonte em Deus e no amor à pátria e principalmente no trabalho em beneficio do Brasil.

Mas em 1993, 4 anos após o fim do regime militar, o presidente Itamar Franco, extinguiu a matéria dos currículos por não considera-la parte de um regime democrático. Imaginem! E pior, quando em 2017 o município de Mogi das Cruzes no Estado de São Paulo, decidiu retomar a disciplina em sua rede de escolas, foi violentamente escoriada pelos “ativistas da educação” como sendo um retrocesso pela matéria ser um instrumento da “ditadura” com caráter autoritário e intimidador. Sem dúvida eu deveria estar em outro mundo porque só lembro do caráter inspirador das aulas que nos fazia pensar em como podíamos ajudar o próximo e o nosso país a ser melhor.

Isso é o que estamos vendo agora nos EUA. O que levou ao sucesso sem precedentes da América foi a vontade dos seus imigrantes de construir um país, não só explorá-lo como os portugueses fizeram com o Brasil. E de construí-lo sobre pilares de liberdade. Aquela que deixa cada um ser dono de seu próprio destino com o mínimo de interferência do governo. O tipo de liberdade que fomenta a criatividade, que faz da procura por respostas o encontro das diversas abordagens que foram expressas livremente.

Hoje, estamos colhendo o que a esquerda plantou nas escolas e universidades: a América foi concebida em pecado, em racismo, em valores egoístas. George Washington não foi quem lutou contra a Inglaterra para trazer a independência, mas um nojento dono de escravos. Abraão Lincoln mentiu ao falar sobre a unidade americana e até Cristóvão Colombo, foi de descobridor da América a impiedoso colonizador (apesar dele não ter colonizado nada).

Mas a coisa não para aí. No fim de Janeiro, o então candidato à nomeação pelo partido democrata Bernie Sanders, fez um comício no Estado de Iowa. Nele, três índias (americanas nativas) subiram no palco e exigiram reparações pelas terras que os brancos tinham tomado de seus antepassados. Elas exigem que brancos de hoje, que nunca tomaram nada, paguem para elas dinheiro por terras não especificadas das quais nunca foram donas. De fato, os índios americanos nunca foram tão ricos com todos os casinos que abriram em suas terras protegidos pela lei federal. Depois, foi a vez do produtor de filmes Michael Moore que pegou o microfone para “explicar que a América fora construída sobre o genocídio e nas costas de escravos negros”. Aí foi a vez da deputada novata Alexandria Ocasio-Cortez, que se autodescreve como “socialista” que declarou que era preciso de uma mudança fundamental na América”.

Só que é sempre perigoso mudar o time que está ganhando. Nunca vi pessoas remarem desesperados para Cuba, só para longe dela, em direção à América. Nunca vi pessoas tentarem 40-50 vezes entrar em qualquer outro país que os Estados Unidos, por que aqui eles sabem, há oportunidade.

Os pais do senador Marco Rubio fizeram esta viagem de Cuba. Sua mãe trabalhou como empregada domestica em um hotel e seu pai em um bar. Só na America poderia alguém de origem tão humilde se tornar senador na segunda geração. São estas oportunidades que o mundo inteiro quer. Mas Marco Rubio, de acordo com a esquerda, é produto do seu privilégio “branco”. A esquerda quer que esta América morra. Sua filosofia é corrupta e exploradora; sua cultura é racista e cruel e sua história é uma sequencia de abusos.

Não se deixem enganar. No Brasil é o mesmo. Só que o alvo são os religiosos, os donos de empresas privadas, enfim, os empreendedores que pagam os impostos proibitivos para sustentar uma máquina governamental monstruosa e ao mesmo tempo geram empregos. Estes são os exploradores miseráveis contra os quais a esquerda luta na América Latina, e ganha, como no caso do paraíso Venezuelano.

E aonde ficam os negros em meio à isto? Ami Horowitz, um vlogeiro do Youtube, saiu há 3 semanas para entrevistar pessoas sobre a exigência de mostrar uma identificação na hora do voto. Todos os jovens brancos que ele entrevistou, e não foram poucos, disseram que a exigência era racista porque os negros não “sabem” aonde obter identificação, que eles não teriam acesso à “internet” como os brancos, e não têm acesso ao conhecimento sobre como a internet funciona ou sobre votar. Aí ele foi para o Harlem para perguntar aos negros o que eles achavam sobre o que foi dito deles. Todos os entrevistados disseram ter identidade e de não saber de ninguém que não tivesse uma. Todos sabiam aonde obter sua carteira de identidade. Sobre a internet eles ficaram não só chocados, mas insultados com os comentários dos brancos, chamando-os de ignorantes. E nenhum deles se disse ofendido se precisasse mostrar a identidade para votar.

Isto sim é racismo. Você colocar para baixo uma população inteira, achando-se superior, achando que só você poderá fazer justiça para ela, justiça mentirosa, que está lá para somente fazer estes esquerdistas se “sentirem bem”. Mas como diz Ben Shapiro, “fatos não têm sentimentos”.

Fato é que a esquerda tem tentado em todos os lugares impor esta hegemonia de sentimentos. Por isso o Facebook e Twitter regularmente cancelam postagens de conservadores. O filho do Trump foi suspenso esta semana por compartilhar um vídeo de dois médicos que tiveram a ousadia de falar positivamente da Hidroxicloroquina. A esquerda quer silenciar o debate que é a pedra fundamental da liberdade. O Twitter e o Facebook nunca ousaram cancelar o Aiatolá Khamenei, por exemplo, quando pregava a destruição de Israel – um genocídio. Ou a China quando ela propositalmente postou desinformação sobre o vírus em suas plataformas com a bênção da Organização Mundial de Saúde. Isto não é uma violação de suas regras, mas trazer algo para alargar o escopo do debate sobre a Covid, isto é.

O absurdo chegou a tal ponto que o Twitter, com medo, mandou dizer que não teve “tempo” de participar de um zoom em resposta a uma investigação do Congresso. Mas a plataforma mandou uma representante para responder a questões da Knesset e lá ela disse que o que Khamenei fala sobre genocídio do povo judeu não é uma violação às suas regras, porque há um interesse e um contexto”, mas falar de certos assuntos de política pode levar à suspensão de uma conta, como a do Presidente Trump que o foi várias vezes.

Um bando de hipócritas. Pessoal, a liberdade de cada um de falar o que pensa é sagrada. O respeito para deixar o outro falar, mesmo o que não se concorda é aprendido em casa e em aulas de educação moral e cívica. A esquerda pensou que, depois de ter tomado o poder em vários países democráticos e ter mudado radicalmente seu curso histórico, que finalmente tinha tomado o poder de vez na maior potencia do mundo com Barack Obama e seu vice que agora quer ser presidente. Trump feriu estes planos e é por isso que a besta não para de se contorcer e esganiçar. Vamos esperar que ele se reeleja em novembro para dar a ela o golpe mortal. Se não, teremos quatro anos muito difíceis pela frente.