Nesta última
quinta-feira vivemos um momento verdadeiramente histórico. Depois de 26 anos,
Israel assinou um acordo de paz com um país árabe, o terceiro desde seu
nascimento em 1948. Os Emirados Árabes Unidos, finalmente decidiram sair do
bloco do refrão palestino, agarrando a oportunidade de se tornarem o país mais
influente no Golfo Árabe. O acordo tem o apoio declarado do Sheikh Mohamed bin
Zayed, Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, bem como de outras figuras importantes da
região.
Isso é importante porque
os Emirados podem dizer que com este acordo, eles conseguiram sustar os planos
de anexação de Israel mostrando-se como defensores dos palestinos. Isto não
impediu, no entanto, que Mahmoud Abbas e seus Kapos fumegassem de raiva por
toda a mídia na sexta-feira. A liderança política condenou o acordo chamando-o
de traição dos árabes e dos palestinos. Na mídia social os palestinos disseram
ter sofrido outra Nakba, ou catástrofe, chamando os Emirates de cachorros. O
Hamas também não deixou por menos voltando a lançar mísseis para aterrorizar os
residentes de Sderot na noite passada.
O Irã, a Turquia e a
congressista americana-palestina Rashida Tlaib também expressaram desgosto
chamando a família real de Abu Dhabi de ignorantes; chamando Israel de
apartheid e racista e Trump de oportunista, usando o acordo “para se reeleger”.
Diferentemente dos
acordos com o Egito e Jordânia, que levaram meses de especulação na mídia, este
foi negociado quietamente e mostrou que o que não deixa Netanyahu dormir a
noite, a sua prioridade, é a segurança do Estado de Israel.
Sim, ele teve a
oportunidade desde o dia 1º de julho de aplicar a lei de Israel nas comunidades
judaicas na Judeia e Samaria. Mas entre isso e fazer a paz com um dos países
mais proeminentes do Golfo Árabe, incentivando outros acordos na região, Bibi
escolheu a paz. Os próximos da lista são Bahrain e a Arábia Saudita e quem sabe
até Qatar que já tem um papel como intermediário entre Israel e o Hamas.
Na superfície, tudo isso
era esperado. Desde a década de 90, o segredo menos guardado no Golfo era a
presença de israelenses que vinham fazer negócios. A aproximação foi lenta, mas
intensa, culminando com a visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Omã
em 2018, o plano de paz de Trump e a Conferência de Diálogo no Bahrein em 2019.
Hoje os Emirados abriram as linhas telefônicas com Israel.
A crise do corona vírus
aproximou ainda mais os Emirados de Jerusalem incluindo um acordo de cooperação
entre duas empresas de defesa israelenses importantes e uma empresa dos
Emirados. A discussão sobre a anexação então, apresentou uma saída para os
Emirados e outra para Israel. Para os Emirados era imperativo que alcançassem
alguma concessão de Israel para assinarem o acordo, e a desistência de anexação
é algo bem grande. A base eleitoral de Bibi é fortemente apoiada no movimento
da Judeia e Samaria e abandonar a anexação seria vista como uma traição muito
grande de Bibi aos 600 mil judeus que moram além da linha verde.
Trump também pediu a Israel
para suspender a anexação temporariamente porque ficou receoso que ela traria
mais instabilidade para a região, talvez outra intifada e isso seria muito
negativo para sua campanha para a reeleição. Sem este acordo com os Emirados,
Bibi não tinha muito como justificar a não anexação para sua base. Com ela, ele
sai como acomodando todos os lados.
Eu pessoalmente viajei
muito pela região, especialmente no Kuwait. E posso afirmar que o povo destes
países do Golfo não só respeitam muito os israelenses e judeus, mas esperavam
ansiosos para que este dia chegasse.
Neste final de semana amigas
e colegas de Dubai, Bahrain, Arabia Saudita e Kuwait me ligaram felicíssimos
com o acordo e as novas possibilidades que a tecnologia israelense poderá
trazer para a região.
O tema universal das
conversas foi que finalmente seus governos se deram conta dos abusos e as
chantagens que têm sofrido nas mãos dos palestinos em nome de um ideal que não
mais faz sentido e sem qualquer ponto positivo. Que o financiamento dos
palestinos todos estes anos não levou a qualquer melhoria para o povo ou os
trouxe mais perto de uma paz duradoura, mas somente ao enriquecimento da
liderança corrupta. Tão corrupta quanto a do Líbano que deixou o país destruído
implorando para voltar a ser uma colônia da França!
Com Israel eles podem se
beneficiar em todas as áreas, principalmente médica, agricultura e defesa. E a
cereja do bolo para eles é que Israel não tem medo de enfrentar o grande bully
da região que os têm ameaçado há décadas: o Irã.
Muitos em Israel estão
duvidosos, pois com o Egito e a Jordânia, a paz é algo gelado. Mas estão
errados. A diferença é que os povos do Egito e da Jordânia participaram de guerras
contra Israel e sofreram a humilhação da derrota. O povo dos Emirados e dos
outros países do Golfo não. Ainda, os Emires e príncipes são mais jovens, como
o príncipe Salman da Arábia Saudita que tem 35 anos, e que se sente mais a
vontade falando de Gal Gadot, Waze e Mobileye do que de Yasser Arafat ou seu
sucessor Mahmoud Abbas.
Estes jovem líderes querem
transformar os países do Golfo em centros culturais e de negócios; e estão
fazendo de tudo para confrontar extremistas como a Irmandade Muçulmana e seus
companheiros de viagem, o Hamas, o regime da Turquia e os Houthis do Yemen.
A aproximação com Israel
é uma escolha óbvia. O Estado Judeu compartilha estas preocupações com o Irã e
a Irmandade Muçulmana. Mas para ter relações abertas, alguma coisa teria que se
mexer na questão palestina. A flexibilidade e inteligência de Bibi abriram as
portas porque para ele, o que mais importa é forjar aliados na região para
proteger Israel do Irã.
Os Emirados Árabes foram
em frente, e isso irá aumentar sua estatura na região. Para o Bahrain e a Arábia
Saudita, o apoio americano ao acordo é fundamental para suas próprias aspirações
de um acordo com Israel. De acordo com amigos de Bahrain o país estava pronto a
um acordo com Israel há mais de 10 anos mas não podia fazer nada sem o apoio da
Arábia Saudita. E os sauditas não queriam ser o tubo de ensaio deste
experimento.
A pergunta agora é como
o Qatar irá se posicionar, pois o que não falta lá é oposição a laços mais
estreitos com Israel. Vamos ter que esperar para ver. Por enquanto, os Emirados
Árabes fizeram uma escolha ousada e se colocaram no centro de uma nova
formulação de políticas estratégicas no Golfo.
Para Bibi,
esta é mais uma conquista para colocar em seu currículo ao lado da mudança da
embaixada americana para Jerusalem, do reconhecimento da anexação das colinas
do Golã, dos incentivos às empresas de tecnologia; sem falar de ele confrontar,
até hoje, e sozinho o maior patrocinador do terrorismo, o Irã e de ter exposto seus
programas nucleares ilícitos; de ter conseguido, contra a vontade de Obama, que
o Congresso americano aplicasse sanções sem precedentes a Teherã. Sem Bibi, o
Irã já seria uma potência nuclear e talvez hoje nem tivéssemos mais os Emirados
para fazer acordo.
Os patéticos que
protestam contra ele todas as noites em Jerusalem por acusações idióticas de
corrupção, não apresentam qualquer alternativa. De qualquer maneira, Bibi já
fez o suficiente para garantir seu lugar na história como um dos maiores
líderes que Israel já teve. Sob sua liderança Israel se tornou uma estória de
sucesso. E apesar de ter toda a mídia e a esquerda histérica contra ele, vemos
que Bibi continua em sua luta incansável para garantir o futuro de Israel.
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