Sunday, December 31, 2017

Projeto Cassandra Para Terminar o Ano - 31/12/2017

Difícil pegar um só tema para terminar o ano. Tantas coisas importantes aconteceram em 2017! E apesar das piores predições da História que o mundo iria acabar com Trump, ou com o Brexit, aí estamos!

Trump foi empossado e a economia e o mercado americanos estão em alta, o desemprego em baixa e os cortes em impostos prometem mais prosperidade para 2018.

No âmbito internacional, a posição americana na ONU com Nikki Haley deu uma guinada de 180 graus com relação a Israel, o Estado Islâmico foi finalmente chutado de seu território - apesar de continuar a existir como ideologia - a Coreia do Norte e a Rússia decidiram peitar a América, e o Irã ampliou sua influência no Oriente Médio com a guerra civil na Síria e no Iêmen. Trump reconheceu Jerusalem como Capital de Israel e mandou uma mensagem aos palestinos que não mais contribuirá com os salários milionários dos terroristas pagos anualmente por Abbas. A Guatemala seguiu o exemplo americano e anunciou a mudança de sua embaixada para Jerusalem criando um novo clima para as negociações de paz entre Israel e os palestinos que terão que se adaptar.

Trump terá que criar novas estratégias para lidar com tudo isso e 2018 promete ser um ano muito conturbado em política externa.

Mas sem dúvida o Irã será o assunto principal. E nestes três últimos dias de 2017, o país dos aiatolás está nas noticias. E não são boas. Milhares de iranianos estão saindo nas ruas para protestarem contra as políticas do regime e seu orçamento para o ano que vem. Os mulás cortaram milhões em assistência social no país, mas aumentaram doações para grupos estrangeiros, como os Houthis, os Sírios e a Hezbollah além de aumentarem o preço da gasolina. Imaginem, um dos maiores produtores de petroleo do mundo!

Após a assinatura do controverso acordo nuclear com Obama, o povo iraniano esperava uma melhora na economia com o fim das sanções. Mas como com todo regime totalitário, os benefícios não fluíram do topo para o povo. Os 150 bilhões de dólares em cash enviados por avião aos iranianos por Obama foram destinados ao patrocínio de grupos terroristas no exterior e para consolidar a hegemonia iraniana no Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen e fomentarem revoltas nos países do Golfo e Arábia Saudita.

E estes recentes protestos no Irã coincidem com mais um escândalo do governo Obama, descoberto pela revista americana Politico que revelou uma sórdida campanha do ex-presidente para enterrar uma investigação sobre a Hezbollah que envolvia um enviado sênior no Irã, um banco libanês que alegadamente lavou bilhões de dólares de dinheiro de drogas e armas e um membro de uma célula nos Estados Unidos da força paramilitar do Irã, o Al-Quds.  De acordo com os documentos do Advogado Geral dos Estados Unidos em Nova Iorque, a Hezbollah teria lavado nada menos que $483 milhões de dólares usando o esquema. A investigação chamada de Projeto Cassandra, lançado em 2008 pela DEA, foi despedaçada e isso foi ordenado de cima, de acordo com David Asher, um analista financeiro que ajudou a gerenciar o caso.

A revista Politico disse que a investigação incluiu hotéis de luxo na América Latina, estacionamentos na África, bancos e campos de batalha no Oriente Médio, mas o maior impacto foi, (prestem atenção), as cargas de cocaína de várias toneladas destinadas aos Estados Unidos, e centenas de milhões de dólares de sua venda transferidos para a Hezbollah, uma organização já designada pelo governo americano como terrorista.

Isto não chamaria atenção se os Estados Unidos não estivessem vivendo uma verdadeira epidemia de mortes por opióides, incluindo a cocaína. Só em 2016 foram mais de 64 mil mortes por overdose.

Em 2009, Obama começou sua presidência prometendo melhorar as relações com o Irã como parte de seu tour apologético ao mundo muçulmano. Para ele a política da administração Bush de pressionar o Irã para encerrar seu programa nuclear ilícito não estava funcionando e que ele convenceria Teerã a reduzir as tensões.

O homem que se tornaria o principal assessor de contra-terrorismo de Obama e depois o diretor da CIA, John Brennan foi mais além, recomendando em 2013 que os Estados Unidos promovessem uma assimilação maior da Hezbollah no sistema político libanês.

Quando os investigadores pediram aprovação do Departamento de Justiça e do Departamento do Tesouro para processarem os envolvidos, ninguém respondeu.

Ninguém sequer pensou em dar uma segunda olhada no testemunho de Katherine Bauer, ex-funcionária sênior do Departamento do Tesouro, perante o Congresso em fevereiro deste ano que afirmou que a “administração Obama reduziu o escopo destas investigações com medo de colocar o Irã em má posição e colocar em risco o acordo nuclear”.

David Asher disse que Obama estava fazendo de tudo para não insultar o Irã antes, durante e após o acordo nuclear e a implosão do Projeto Cassandra objetivou cortar completamente as investigações envolvendo o Irã e a Hezbollah.

“Quanto mais próximos estávamos da assinatura do acordo, mais as investigações foram afetadas”. Por último os investigadores foram drenados até o último, transferidos para outros postos ou simplesmente demitidos, até a morte final do Projeto.

De acordo com ex-membros da força-tarefa e outros funcionários americanos, como resultado desta política, o governo americano perdeu valiosa inteligência não só do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em todo o mundo, mas também sobre as conspirações ilícitas da Hezbollah com altos funcionários dos governos iraniano, sírio, venezuelano e russo – que chegaram até os presidentes Nicolas Maduro, Assad e Putin,.

Desde a publicação do artigo do Politico, representantes republicanos no Congresso têm exigido uma revisão destas alegações. Os membros da administração Obama saíram em sua defesa dizendo que tudo isso é pura “propaganda” promovida pelos críticos do acordo nuclear. A administração Trump já indicou que irá investigar o assunto.

Se pelo menos uma fração destas alegações for real, teremos aí um presidente com sangue de americanos em suas mãos. Que maquiavelicamente usou o principio de “os meios justificam os fins”, sem se importar com a proliferação de armas e drogas que diariamente dizimam americanos para ter seu “marco” em política externa.

Hoje o presidente Trump enviou uma mensagem ao povo iraniano apoiando seus protestos. Em contraste, em 2009, Barack Obama ficou do lado dos aiatolás contra o povo que saiu para protestar o resultado roubado da eleição no país. Tudo isso porque ele queria um acordo com o Irã. O sangue do povo iraniano, os ativistas mortos, torturados, desaparecidos e executados, também está em suas mãos.


Hoje à noite, como em todos os anos, teremos uma festa em Times Square. Só que o frio este ano está absolutamente insuportável. Estamos esperando entre -18 e -20 graus à noite. Assim, recomendo aos ouvintes que estão na Big Apple e querem participar da queda da bola, para colocarem muitas camadas de roupa, cobrindo cada pedacinho de pele, levarem garrafas térmicas com chá ou algo quente e muita paciência para varar os pontos de segurança. Um ótimo 2018 a todos com muita saúde, paz, sucesso e é claro, muitas boas noticias para discutirmos no ano que vem!!!


Monday, December 25, 2017

A Lendária Hipocrisia da ONU - 24/12/2017

Depois de mais uma farsa generalizada no Conselho de Segurança da ONU, foi a vez da Assembleia Geral ostentar sua lendária hipocrisia, condenando os Estados Unidos por decidir mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalem.  

Antes do voto, no entanto, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, avisou os membros da ONU que “ao considerarem seu voto, notem que o Presidente Trump irá tomar sua decisão pessoalmente; o presidente irá seguir a votação cuidadosamente e pediu que uma relação sobre os países que votarão contra nós. Tomaremos nota de cada voto sobre esta resolução”.

O presidente Trump, por seu lado, disse simplesmente que gostou “da mensagem de Nikki para todas estas nações que tomam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral. Eles tomam milhões de dólares e até bilhões de dólares e depois votam contra nós. Bem, estaremos anotando estes votos. Deixem votarem contra nós. Vamos economizar muito. Eu não me importo. O povo Americano está cansado de ser explorado e não vamos mais nos deixar ser explorados”.

Interessante que esta resolução foi submetida pelo Iêmen e a Turquia. Além de ainda estar envolvida na guerra civil síria e ocupada em oprimir os curdos do leste do país, a Turquia está cada vez mais descontrolada com seu presidente Erdogan agindo como um Sultão da era medieval. Sua última diatribe foi contra o jogador de basquete turco do NY Nicks Enes Kanter que chamou Erdogan de “Hitler do nosso século”. Erdogan exigiu dos Estados Unidos o colocasse na cadeia por quatro anos, que é a pena turca por “insultar” Erdogan. É, país bem democrático. Depois os turcos se perguntam por que não foram aceitos na União Européia.  

O Iêmen está na beira da catástrofe, em meio uma guerra civil que já dura quase três anos e que dividiu o país entre os rebeldes Houtis xiitas apoiados pelo Irã, o governo sunita apoiado pela Arábia Saudita, a Al-Qaeda da Península Árabe e o Estado Islâmico. A deterioração da sua infraestrutura causou a cólera que já atingiu mais de um milhão de pessoas com mais de 3 mil mortos e a epidemia de fome e mal nutrição está completamente descontrolada. Mas o que importa para o representante do Iêmen é mesmo a decisão da América de onde colocar sua embaixada em Israel.

Entre os discursos a favor deste ultraje, estiveram luminárias como a Venezuela que se disse preocupada com a mudança da embaixada americana pois este ato provocativo iria aumentar as tensões. Este diplomata não está nem um pouco preocupado com seus cidadãos que atravessam a fronteira diariamente para venderem seus bens para colombianos para poderem comer. A Síria que continua a usar gás mortífero em seus cidadãos teve a cara-de-pau de exigir que os Estados Unidos cumprissem com as resoluções da ONU dizendo que “a arrogância americana de ameaçar outros estados-membros” era inaceitável. O Irã se juntou ao coro dizendo que os Estados Unidos continuamente abusam de seu poder de veto para defender um estado colonialista como Israel (olha quem está falando) distorcendo fatos e substituindo-os por ficção.  E aí tivemos não outro que o representante da próspera e desenvolvida Coreia do Norte que condenou a decisão americana como “leviana e arrogante” e ao final, expressou apoio ao povo palestino e seus esforços de estabelecer um estado soberano e independente com Jerusalem como sua capital. É bom notar que o Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem por unanimidade as sanções mais draconianas contra a Coreia do Norte após seus testes de mísseis balísticos e contínua busca por armas nucleares.

Os palestinos esperavam que a resolução fosse aprovada por mais de 150 votos entre os 193 estados membros. No final foram 128 votos a favor, nove contra, 35 abstenções e 21 países decidiram não comparecer. Entre os países da América, a Argentina, Bahamas, Canada, Colômbia, Republica Dominicana, Haiti, Jamaica, México, Panamá, Paraguai e Trinidade e Tobago tiveram a coragem de pelo menos se absterem. A Guatemala e Honduras votaram contra. O Brasil, infelizmente continuou com sua política malversada e votou com os palestinos.

Por quase 70 anos os Estado de Israel, admitido como Membro da ONU em 1949, tem se mantido como o único país que não tem sua capital reconhecida pela comunidade internacional. Esqueçamos os 3.300 anos de história judaica no local ou a história desde a criação do estado moderno de Israel que sempre manteve o centro do governo em Jerusalem. Mesmo o reconhecimento da parte oeste de Jerusalem sempre esteve fora dos limites para a comunidade internacional.  O mundo não diz que quer Jerusalem do leste como capital palestina? Porque então não reconhecer Jerusalem do Oeste como capital de Israel?

Os últimos dois países que puseram suas embaixadas em Jerusalem, a Costa Rica e El Salvador, se mudaram para Tel Aviv depois de uma intensa pressão dos palestinos e seus amigos da Liga Árabe, em 2006. E isso em nome de facilitar um inexistente e inoperante processo de paz. Todas as resoluções da ONU pregam a manutenção do status quo e exigem que Israel se retire de territórios que ela e não a lei internacional, considera como “ocupados”.

E aí está a verdadeira hipocrisia da ONU.

Enquanto ela denuncia o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70 anos, que Jerusalem, ou pelo menos o lado oeste da cidade, é a capital de Israel, por outro lado, ela promoveu o status dos palestinos como um “estado não-membro” em 2012. Os palestinos foram admitidos pela UNESCO como membros em 2011. Isto eles ganharam sem precisarem negociar com Israel, sem precisar conceder absolutamente nada em termos de sua agenda de destruir o estado judeu.

E em outros fóruns internacionais tal reconhecimento também foi dado como recentemente na Interpol aonde os palestinos hoje figuram como membros. E no mês passado a Assembleia Geral da ONU concordou em pagar um numero de comitês que têm como único propósito, avançar a narrativa palestina.

E a propósito da narrativa palestina, nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas teve o atrevimento de usar Jesus em sua batalha contra a injustiça americana e israelense. Após se encontrar com Macron em Paris, Abbas disse que se inspira em Jesus que recusou a injustiça e espalhou a palavra da esperança”. Então, um muçulmano que usa o jihad contra judeus, usa um judeu como inspiração para defender sua guerra contra os judeus (!).

O representante de Israel Dani Danon, durante seu discurso, mostrou uma moeda do ano 67 encontrada em Jerusalem. Nela estão escritas em Hebraico: “a liberdade de Sião”. Pergunto: o que os palestinos têm para mostrar em sua reclamação por Jerusalem?

Nikki Haley tem razão. A ONU causou muito mais dano  ao processo de paz do que ajudou a avança-lo. Hoje os palestinos se acostumaram ao tratamento especial da comunidade internacional que de olhos fechados sela seus esforços para deslegitimar Israel. Esta decisão americana foi um balde de realidade fria em sua cabeça.

Especialmente nos últimos 25 anos, desde os acordos de Oslo de 1993, a ONU tem usado Israel como saco de pancadas, emitindo resolução após resolução para acobertar os palestinos e evitar negociações com Israel. Se os palestinos conseguiram seu “estado” na ONU, para que sentar e fazer concessões? Eles preferem o caminho que aperfeiçoaram de difamação de Israel. Quem deveria ter declarado dias de furor era Israel que tem levado uma existência quase órfã nesta instituição internacional que foi fundada supostamente em valores humanitários elevados.

O reconhecimento de Jerusalem como capital de Israel sugere uma nova abordagem do que é certo e do que é errado no conflito entre Israel e os palestinos. Será que podemos trazer alguma luz, alguma lógica a esses líderes que insistem em tomar o lado errado da História? Ou será que eles estão confortáveis demais em sua cadeira da hipocrisia para mudarem?





Sunday, December 17, 2017

O Movimento Palestino de Reescrever a História - 17/12/2017

Os membros do Conselho de Segurança da ONU realmente não têm o que fazer. Não há massacres, guerras, trafico de pessoas, fome e miséria suficientes no mundo para ocupa-los. Então, eles podem, entre um cafezinho e outro, ver como podem interferir numa decisão interna dos Estados Unidos de colocar sua embaixada em Israel aonde lhes convém.

Em 1995 o Congresso americano aprovou a lei que manda o governo transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalem. Como decisão interna de um país soberano, a ONU nunca pode se meter. Com o anuncio de Trump, de repente o mundo acordou e reagiu como se isso fosse uma coisa nova e não algo que vem sendo adiado há 22 anos.

É claro que os membros do Conselho de Segurança podem tentar fazer o que quiserem - futilmente porque os Estados Unidos têm o veto sobre qualquer resolução. Mas especialmente os europeus não conseguem perder uma oportunidade para expressar seu antissemitismo, hoje vestido de anti-israelismo, e continuar seu aconchego com o mundo islâmico.

E para tanto, não há como reescrever a história e engolir mentiras como fatos. É o que eu digo: você pode ter sua opinião, mas não pode ter seus fatos, exceto os palestinos.

Há décadas estes árabes que vieram do Egito e da Arábia Saudita reivindicam descenderem dos canaanitas, jebuseus e filisteus da Bíblia, e portanto, seriam os herdeiros legais da Terra de Israel.

Somente no último ano, o conselheiro de Abbas sobre assuntos religiosos declarou que os palestinos existiram nesta terra até mesmo antes de Abraão, mais de cinco mil anos atrás; o jornal oficial da Autoridade Palestina conseguiu ir mais além: declarou que os “palestinos” já estavam na terra há 10 mil anos; e é claro, os judeus não têm qualquer ligação histórica, tendo chegado somente em 1948;

Mas a coisa fica ainda mais bizarra. Ao reescreverem a história, foram os judeus e não os árabes que rejeitaram a partilha de 1947, foram os egípcios, e não os israelenses que ganharam a guerra de Yom Kippur em 1973; os nomes Gilboa e Hebron são de origem árabe-canaanita-palestina que foram “judaizadas” e num vídeo, eles mostram uma “palestina” correndo de um soldado romano, de um cruzado, de um soldado inglês e finalmente de um  judeu. Na cena final aparece um “muçulmano” representando um novo Salah e-Din, que venceu os cruzados, como “libertador” e o retorno da Palestina ao domínio da terra.

É isso que é ensinado nas escolas e universidades, que é publicado na mídia e que é pregado para turistas, jornalistas e acadêmicos que não têm qualquer coragem de denunciarem e trazerem à luz estas mentiras.

Os árabes nem se dão conta que nomes que eles adotam vêm do Hebraico. O grupo terrorista que assola o Sinai Ansar Beit El Maqdas deveria saber que Beit el Maqdas vem do Hebraico Beit Hamikdash. Não há tal palavra para em Árabe. Até o nome de Jerusalem, Al-Quds, vem do hebraico Hakodesh.

Mas estes esforços palestinos vão ainda mais além chegando até a afetar a posição científica de países ditos civilizados e a mobilizar grupos de esquerda que pegaram uma ciência e a transformaram numa questão a ser negociada. Estou falando da deturpação e a politização da arqueologia.

Na semana retrasada, Israel teve que se retirar de uma exibição na Alemanha sobre os Pergaminhos do Mar Morto que deve acontecer em Frankfurt em 2019. Isto porque o “iluminado” e “avançado” governo alemão declarou que não poderia garantir o retorno das peças enviadas por Israel se os palestinos as reclamassem.

Então vamos lá. Aos olhos do governo alemão, é legítimo para os palestinos reclamar pergaminhos da Bíblia Hebraica, escritos em hebraico, que refletem a história do povo judeu na Terra de Israel há dois mil anos atrás!!!

O fato é que se o governo alemão tivesse dado esta garantia, teria bloqueado os palestinos e os jordanianos, que ilegalmente também os reclamam, a contestarem a proveniência dos pergaminhos que estão entre os textos mais antigos que se conhece da Bíblia hebraica.

Este último exemplo demonstra a que profundidade o mundo dito civilizado consegue afundar neste lamaçal. Os primeiros pergaminhos do Mar Morto foram descobertos em 1946 por beduínos em uma das centenas de cavernas que abundam no local. Desde 1967, esta região está sob controle Israelense que fez outras descobertas. Em 2010, os Jordanianos, que ilegalmente ocuparam a região de 1948 a 1967, reclamaram para si os pergaminhos.

O Museu da Bíblia de Frankfurt há anos trabalha em proximidade com a Autoridade de Antiguidades de Israel. Antes de emprestar os pergaminhos, como rotineiramente foi feito em outras vezes, Israel pediu que o governo alemão garantisse seu retorno.

Mas vejam só, Boris Rhein, o ministro da cultura do estado de Hesse, declarou que o Ministro do Exterior e o comissário sobre assuntos de cultura alemães, os dois, consideram a propriedade dos pergaminhos “discutível”.  

Realmente, adular os árabes é mais importante do que a cultura. É mais importante não perder uma chance de deslegitimar Israel do que avançar uma oportunidade cultural com a contribuição de Israel.

Nesta semana, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas fez um discurso em Istambul na cúpula convocada por Erdogan para debater a resolução de Trump. Um encontro que reuniu representantes de mais de 50 países muçulmanos e duas dúzias de chefes de estado. Abbas sem qualquer vergonha acusou os judeus de fabricarem seus elos com Jerusalem e de serem “mestres nisto e como é mencionado no santo Corão que eles fabricam a verdade e tentam fabricar e acreditam nela, mas nós – os palestinos- estivemos aí neste local por milhares de anos”!!!

Ninguém nega que cinquenta anos após a morte de Maomé os árabes invadiram Jerusalem e começaram a construir a mesquita de Al-Aqsa ou que os otomanos construíram as muralhas para proteger a cidade 400 anos atrás. Mas fabricar uma história sem qualquer fundamento, negando fatos incontroversos e ver países ocidentais que deveriam conhecer e defender a verdade adotarem estes slogans mentirosos é de doer.

Isto não vai parar por aí. Cada um de nós tem a obrigação de denunciar o que é mentiroso, se não estaremos provando o que o propagandista nazista Joseph Goebbels afirmou: que se você contar uma mentira suficientemente grande e a ficar repetindo, as pessoas acabarão acreditando...



Sunday, December 10, 2017

O Presente de Trump para a America e Israel - 10/12/2017

O presidente americano Donald Trump finalmente decidiu reconhecer Jerusalem como a capital de Israel e ordenar a mudança da embaixada para a Cidade Santa.

O que Trump fez foi muito mais do que cumprir uma promessa de campanha que, aliás, 11 presidentes anteriores fizeram, mas não cumpriram. O primeiro presidente George Bush declarou em sua campanha que Jerusalem era a capital indivisível de Israel; Bill Clinton castigou Bush em sua campanha por ter “repetidamente disputado a soberania de Israel sobre uma Jerusalem unificada”; o Bush filho devolveu as chibatadas a Clinton dizendo que ele não cumprira sua promessa, mesmo depois do Congresso ter aprovado a lei mandando transferir a embaixada; Barack Obama nunca apontou o dedo aos presidentes anteriores, mas declarou durante sua campanha em 2008 que “Jerusalem se manteria como a capital de Israel e deveria se manter unida”.

O que Donald Trump fez foi mais do que cumprir uma promessa porque ele tomou esta controversa decisão apesar de ser diariamente atacado pelos democratas, de constantemente ser criticado pelos líderes europeus e a cada minuto ser ridicularizado pela mídia. E pior, minado por seu próprio governo, pelo Departamento de Estado. Ele o fez simplesmente porque era a coisa certa a fazer. E sem dúvida foi a coisa sábia a fazer.

A decisão de Trump finalmente retificou uma injustiça histórica em vários níveis. Mas acima de tudo, reconheceu os laços históricos do povo judeu com a cidade de Jerusalem que remontam a mais de três mil anos.

Ela também pôs um fim à noção absurda que Jerusalem continua como um corpo separado conforme recomendado no plano de partilha de 1947.

Setenta anos atrás os árabes rejeitaram completamente a ideia que a terra que hoje forma o Estado de Israel pudesse ser compartilhada entre judeus e muçulmanos. Jerusalem, na época deveria ter sido gerenciada por um corpo internacional. Locais santos para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo seriam respeitados e mantidos e membros das respectivas fés que teriam acesso a eles livremente.

A tentativa das nações árabes de eliminar Israel desde seu nascimento deixou a Jordânia em controle de Jerusalem do leste. Mas desde o começo, desde 1948, Jerusalem foi a capital de Israel na parte controlada por ela. E por 19 anos, de 1948 a 1967, a Jordânia proibiu o acesso dos judeus ao Muro das Lamentações, sistematicamente destruiu as sinagogas e outros marcos judaicos da cidade velha e depois de expulsar todos os judeus, deixou o bairro judaico em ruinas.

Em uma virada nada menos que milagrosa em 1967, uma segunda tentativa de eliminar Israel, que uniu os exércitos da Jordânia, Egito, Síria, Iraque e Líbano, apoiados por outros oito países árabes, acabou em sua completa derrota e deixou Israel em controle de Jerusalem do leste. Pela primeira vez na história recente, Jerusalem se tornou livre, protegendo os direitos de todas as fés conforme objetivado pela ONU. Como capital de Israel, a cidade se tornou o centro de uma população diversificada, dinâmica e próspera. Mas o mundo ainda insiste em ver Jerusalem como se ainda estivéssemos em 1947.

Trump simplesmente deu um reconhecimento oficial a uma realidade que já dura setenta anos. Todas as instituições importantes estão em Jerusalem: a Knesset, a Suprema Corte e os ministérios. A rejeição da comunidade internacional de reconhecer e honrar a escolha de Israel de sua capital continua a ser uma injustiça que os Estados Unidos começaram a retificar.

Os críticos de Trump dizem que a decisão foi ruim porque irá gerar violência entre os muçulmanos. Mas até agora vimos o quão pouco o apaziguamento gera de boa vontade nos que pregam a violência. E os Estados Unidos não devem sacrificar seus princípios para apaziguar os que têm uma longa história de usar o terrorismo para levar a cabo seus objetivos.

Sabemos por experiência que o apaziguamento leva a mais violência por que prova que as táticas de bullying funcionam e, portanto, são um incentivo para mais violência. Além disso, distraem o público do verdadeiro problema: que os palestinos continuam a rejeitar a presença de um estado judeu no Oriente Médio com quaisquer fronteiras que sejam e qualquer que seja a sua capital.

Houve violência sim. Uma violência comandada pela liderança palestina. O jornal oficial da Autoridade Palestina convocou uma terceira intifada e o do Hamas conclamou os milhões de palestinos a “libertarem Jerusalem”. Os dois governos declararam “três dias de furor”. Como se durante os outros 362 dias do ano eles praticassem meditação. Mas a verdade é que toda a violência esperada não veio e já está praticamente controlada. Hoje o jornalista alemão Bjorn Stritzel noticiou que havia mais jornalistas do que manifestantes nas ruas de Ramallah.

Outro ponto importante que mostra o brilhantismo de Trump é a mensagem que ele enviou para os milhares de funcionários públicos opostos ao seu governo especialmente no Departamento de Estado americano. Desde 1962 este ministério adotou uma política de não aceitar Jerusalem como capital de Israel. Isto é, cinco anos antes de qualquer chamada “ocupação”, o Departamento de Estado já tinha abraçado esta posição que permaneceu até hoje. Com esta declaração Trump deixou claro que ele - e não os burocratas em Washington - está no comando da política exterior americana e quem não estiver contente, pode ir para a casa.

O mundo rapidamente se mobilizou, convocando uma patética reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU precedida de ainda mais céleres condenações. Nada disso aconteceu quando o Estado Islâmico estava cortando as cabeças mundo afora, ou quando Bashar al-Assad gaseou seu próprio povo matando milhares de civis. Não. A mudança de uma embaixada e o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70 anos é urgente. Patético mesmo.

Agora o que mais ouvimos é que os Estados Unidos não mais podem ser mediadores honestos no processo de paz do Oriente Médio. Quem pensa que isto seja negativo deveria ouvir o que o vice-presidente Mike Pence disse em 2016 em Jerusalem.

Na época Pence disse que a América não deveria aspirar ser um “mediador imparcial”, mas em vez disso, deixar claro ao mundo que enquanto a América busca por uma solução justa e honesta para o conflito, os Estados Unidos estão do lado de Israel.

Pence disse que a América pode “lidar honestamente com todos os povos, com todos os lados do conflito sem deixar qualquer dúvida de que lado da mesa está sentada.” A declaração de Trump refletiu exatamente isto na quarta-feira.

Trump mandou uma mensagem ao mundo que ele está olhando o problema através de uma lente diferente e não aceita os pressupostos do passado. Trump também reconheceu o óbvio: que Jerusalem foi a antiga capital do povo judeu e tem sido a capital do moderno Estado de Israel nos últimos setenta anos. Finalmente, Trump jogou a solução de dois estados para a ONU, dizendo aceita-la se for o que as partes quiserem.


Houve outras coisas que Trump não disse como a necessidade de manter Jerusalem unida, e ainda deixou claro que a mudança da embaixada deverá levar alguns anos. Mas mesmo assim, ele deu um tremendo presente de Chanukah ao povo judeu este ano, e um grande presente de Natal ao povo americano. E apesar de todo o antagonismo, Trump já entrou para a história americana como o único presidente que cumpre todas as suas promessas e para a história de Israel como seu maior amigo na Casa Branca.

Monday, December 4, 2017

A Dança do Irã e Israel na Síria - 01/12/2017

Neste final de semana a mídia árabe noticiou que Israel teria atacado uma base militar no vilarejo de al-Kiswah, a 22 km ao sul da capital Damasco e a 50 km da fronteira com Israel.

O ataque teria causado falta de luz e explosões foram ouvidas na capital. A televisão síria divulgou somente que Israel teria atacado uma “posição militar” perto de Damasco causando apenas perdas materiais no local porque seus mísseis teriam sido neutralizados pelo exercito sírio.

A oposição síria, no entanto, confirmou reportagens da mídia social que o ataque teria sido contra uma base da Hezbollah que nas últimas semanas passou por uma grande expansão para alojar tropas e veículos.

Em agosto último, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã estava rapidamente aumentando sua expansão na Síria. Que o Mossad tinha submetido um relatório mostrando que onde o Estado Islâmico tinha sido expulso, o Irã havia tomado seu lugar. “É muito simples”, disse Bibi. “Nós somos veementemente contra o enraizamento militar do Irã e de seu satélite, a Hezbollah na Síria e faremos tudo o que for necessário para preservar a segurança de Israel”.

Israel até agora se manteve calada, nem confirmando, nem negando o ataque.

Mas o que foi realmente atacado na Síria? De acordo com a mídia iraniana, nenhuma base iraniana teria sido atacada perto de Damasco. No máximo o alvo teria sido um “deposito de armas sírio”. Mas de acordo com a agência de notícias turca Anadolu, se tratou de uma base militar que continha uma fábrica de munições.

A Síria e o Irã afirmaram que os mísseis de Israel teriam sido interceptados. Estas declarações, especialmente do Irã são um esforço para descrever o ataque como um incidente que não merece nem uma manchete e especialmente que nada tem a ver com o Irã.

Se a inteligência israelense estiver correta, esta base continha forças da Hezbollah e também do Irã. A falta de uma resposta iraniana até agora, até algo que mostre seu comprometimento com a suposta proteção da Síria, mostra o quanto Teerã não quer que este ataque se torne um teste estratégico que o ponha em choque direto com Israel.

A oposição iraniana divulgou com detalhe os locais das bases iranianas e de seus agentes na Síria. São mais de 70 mil soldados incluindo membros da Guarda Revolucionária, recrutas do Afeganistão, soldados da Hezbollah e outros estrangeiros.

O enorme investimento militar do Irã na Síria mostra que os aiatolás não querem de modo algum perder a oportunidade estratégica de estender seus tentáculos até o Mediterrâneo e efetivamente criar o crescente xiita. Contrariamente da Turquia ou os Estados Unidos que entraram na Síria sob protesto de Assad, o Irã é convidado de Bashar al-Assad para ajudar na defesa do país e portanto sua presença é legítima.

Esta presença foi confirmada no sábado durante a conferência em Roma intitulada “Diálogos do Mediterrâneo” aonde o ministro do exterior russo Sergey Lavrov pediu para os países que não foram convidados pela Síria, para se retirarem. Uma mensagem clara para os Estados Unidos sair, enquanto que os russos e os iranianos ficariam.

Não podemos esquecer que o Irã é sócio do processo diplomático liderado pela Rússia incluindo os acordos sobre zonas de segurança. Qualquer solução submetida pelo governo sírio, a oposição e rebeldes, devem ser aprovados pelo Irã. É a primeira vez desde a revolução islâmica na qual o Irã tem um papel de líder na resolução de conflitos no Oriente Médio. E este status, adquirido depois da assinatura do acordo nuclear, os iranianos devem a Barack Obama.

O Irã também está diretamente envolvido no conflito no Iêmen e praticamente decide o que se passa no Iraque. Assim, o Irã quer aproveitar esta nova posição estratégica e não coloca-la em risco, chocando-se com Israel.

Além disso, ultimamente o Irã se fortificou com relação à Arábia Saudita. A Arábia foi colocada de lado nas negociações para resolver a guerra civil na Síria, ainda está envolvida na guerra no Iêmen e a crise produzida no Líbano não lhe trouxe o resultado previsto.

Mas o Irã não é o único pesando suas respostas. A Rússia já deixou claro que ela tem suas linhas vermelhas e que Israel não terá liberdade para agir militarmente na Síria. A Rússia pode até considerar o ataque de ontem como uma atravessada de Israel destas linhas vermelhas devido à proximidade do local à capital Damasco.

Se no passado parecia que a Rússia fechava os olhos para os ataques de Israel a comboios de armas para a Hezbollah, e ações em retaliação a mísseis lançados do território sírio, agora Putin pode decidir amarrar as mãos de Israel do mesmo modo que o fez com a Turquia e os Estados Unidos. Isto quer dizer que a Rússia pode exigir que Israel coordene com ela qualquer ataque na Síria, o que tiraria toda a vantagem da surpresa de Israel.  

Agora entendemos porque Israel está se mantendo quieta sobre este ataque. Se o Irã pode negar que foi atacada, Israel pode se calar sobre a autoria.

Hoje a Rússia está preocupada com completar o processo diplomático e declarou que a fase militar na Síria chegou ao fim. Mais uma rodada de negociações irá acontecer no Cazaquistão no fim deste mês e outra em Genebra a ser marcada.

Por seu lado, a Rússia conseguiu até agora negociar cessar-fogos parciais na Síria e quer chegar num cessar-fogo geral em todo o país. Não é de seu interesse abrir as portas de um novo front entre a Síria e Israel.

Tudo isso mostra que Israel está pensando muito bem que estratégia tomar e não está esperando que o Irã se estabeleça permanentemente na Síria. Bibi está cumprindo o prometido e aonde o Irã pense em se fixar, Israel estará lá para impedir.



Sunday, November 26, 2017

A Prematura Comemoração do Fim do Estado Islâmico - 26/11/2017

Mais uma vez começamos a semana com um total escandaloso e inaceitável de perdas de vidas ao redor do mundo. Cortesia do jihadismo islâmico.  Do domingo passado a hoje foram 538 mortos em 12 países. Em um só ataque no Egito na sexta-feira, 305 pessoas foram brutalmente assassinadas, entre elas 30 crianças.

Este ataque não foi só o mais mortífero da história do Egito, mas o mais coordenado. No auge das preces de sexta-feira, os terroristas detonaram bombas dentro da mesquita em Arish no Sinai. Quando os devotos tentaram sair pelas portas e janelas, de 20 a 30 terroristas estavam esperando em cada uma delas e os metralharam impiedosamente. Os terroristas também queimaram os carros que estavam próximos para evitar a evacuação e atacaram as ambulâncias que começaram a chegar. Testemunhas contaram que os atacantes carregavam bandeiras do Estado Islâmico.

É, o que começa com os judeus nunca acaba com os judeus.

Nas décadas de 70 e 80, na esteira de vários sequestros de aviões, o mundo resolveu desinfetar o terrorismo e transformá-lo em um aceitável “combate pela libertação”. Isto porque se tratava da OLP contra Israel e judeus. Para “comprar” o sossego e evitar ataques contra si, o mundo reconheceu o chefe dos terroristas, Yasser Arafat, como líder palestino, apesar dele ser egípcio, e milhões de dólares jorraram para seus bolsos e os de seus comparsas.

Vendo que o terrorismo compensa, todos os outros grupos de desafetos começaram a usar as mesmas táticas. Do Japão, com o exército vermelho, ao Baader Meinhof na Alemanha, ao exército de libertação nacional irlandês, os Tupamaros no Uruguai e os Montoneros na Argentina, todos copiaram a OLP, usando sequestros, bombardeamentos e intimidação para supostamente alcançarem seus objetivos políticos e ideológicos.

E devido a este mal pensado apaziguamento de criminosos, o terrorismo hoje está fora de controle.

Na última terça-feira líderes iranianos declararam triunfantes, o fim da retenção territorial do Estado Islâmico. O presidente do Irã Hassan Rouhani deu a noticia ao vivo no canal de tevê oficial do estado. O líder da força de elite do Irã - que nunca se manifesta, disse que o califado do Iraque e Síria estava acabado. Pode ser que o grupo tenha sofrido uma derrota territorial. Mas para quem seguiu toda a carnificina da semana, que incluiu o achado de uma vala com 75 corpos de Yazidis chacinados no Iraque, qualquer comemoração da derrota deste grupo é mais do que prematura. E talvez este ataque no Sinai tenha sido uma resposta a Teerã que o Estado Islâmico existe e continua forte.
O Irã, sendo um país xiita, é alvo natural para o estado Islâmico que quer impor uma visão sunita salafista e para eles os xiitas são heréticos. Salafistas, para quem precisa refrescar a memória, são os que querem retornar o mundo aos dias do profeta e assim rejeitam qualquer modernismo ou influência ocidental.  Exceto quando se trata de armas.
Os aiatolás conseguiram até agora evitar ataques substanciais, mas não estão imunes. Em junho deste ano, houve dois ataques simultâneos no parlamento e no túmulo de Khomeini que mataram 18 pessoas em Teerã.
Mas o que todos estão perguntando é porque islamistas sunitas alvejaram uma mesquita sunita na sexta-feira?
Simples. Esta mesquita é frequentada por sufistas. Os sufistas são sunitas como os outros. Eles seguem a sharia e os cinco pilares do Islão. Mas eles têm rituais um pouco diferentes e os mais conhecidos são os dervixes que dançam girando sem parar - que podem ser vistos na Turquia. Os sufistas professam uma versão mística do Islão e sua filosofia é a de olhar para a fagulha iluminada de Deus em cada ser humano e não suas falhas. Os sufistas produziram as peças literárias e poemas de amor mais conhecidos do Islão, como os do jurista iraniano Rumi que viveu no século 13.
Realmente algo que os separa dos que praticam a decapitação e a decepação como os outros ramos do Islão.
Este ataque também foi singular porque o Egito não conseguiu apreender nenhum dos terroristas que fugiram para o deserto do Sinai. O presidente Abdel Fatah al-Sissi não consegue fazer muito além de declarar três dias de luto e mostrar filmes de sua aviação destruindo depósitos de armas dos jihadistas. Se o exército egípcio sabia dos depósitos, porque não os destruiu antes?? O Sinai é um deserto inóspito, mas como no Afeganistão, está cheio de cavernas aonde os jihadistas podem se esconder.
O grande revés da estratégia de Al-Sissi é a falta de inteligência vinda do Sinai colocando seu governo à mercê destes animais.
E assim, Erdogan e Rouhani foram para Sochi nesta semana para se encontrarem com Vladimir Putin. Os três tiraram fotos sorridentes de celebração de sua suposta vitória na Síria contra o Estado Islâmico. Um dia antes, Putin recebeu a visita de Assad que veio lhe lamber as botas. Uma vitória para os mauzinhos da estória.
O comentarista israelense Ehud Yaari declarou que a capital do Oriente Médio agora é Sochi! E ele tem razão. Mas a coisa não para aí.
O que acontece com as tropas americanas na Síria? Há quatro mil soldados estacionados no país que foram enviados para ajudar na guerra contra o Estado Islâmico. Mas mesmo com esta declaração de vitória sobre o grupo, o jornal Washington Post noticiou que a administração Trump não tem qualquer intenção de retirar as tropas da Síria que estão concentradas nas áreas curdas do país. Se isto for verdade, será uma perda para a Turquia que quer erradicar qualquer aspiração curda de independência.
E aí temos a Arábia Saudita e seus aliados. Apesar de não serem tão fortes como o Irã ou a Hezbollah, os sauditas estão bem armados e continuam a receber tecnologia e apoio americanos.  
O que não pode acontecer agora são os Estados Unidos caírem na mesma armadilha do passado: investir na reconstrução de um país que se virará contra eles como o Afeganistão e o Iraque. Hoje a Síria está destruída e manter a ordem é a desculpa que o Irã e a Hezbollah usam para manter suas forças no país. Trump tem que saber que nem um nem outro sairão da Síria mesmo se os Estados Unidos oferecerem pagar pela reconstrução.
O grande vitorioso deste episódio foi sem dúvida Vladimir Putin porque hoje ele tem o domínio da Síria e, a Turquia e o Irã estão se dobrando a ele.
Isto muda a realidade estratégica de Israel, com forças iranianas a poucos quilómetros de sua fronteira norte.
Logo Donald Trump terá que tomar uma decisão sobre o papel que a América pretende assumir no Oriente Médio. E ele tem que saber que ao salvar a Síria estará também salvando estes tiranos. Ele tem que deixar o Irã, a Hezbollah e Putin se virarem para reconstruir a Síria.
Isto dará mais tempo de preparação para o exercito de Israel; mais tempo para consolidar sua aproximação com os países árabes do Golfo e mais para frente teremos uma visão mais clara de como caminhará o impasse entre a Arábia Saudita e o Irã.

Só aí veremos quem poderá realmente comemorar o fim do Estado Islâmico. 

Tuesday, November 21, 2017

A Arabia Saudita e Israel - A Aproximação de Inimigos - 19/11/2017

Há exatamente 40 anos, no dia 19 de novembro de 1977, o então presidente do Egito, Anwar Sadat, voou do Cairo para Israel e fez um dos discursos mais impactantes da história da Knesset, o parlamento israelense. A visita tinha sido organizada rapidamente na semana anterior e foi o ponto de partida para o primeiro tratado de paz entre Israel e um estado Árabe.

A estrondosa recepção de Sadat seguida da assinatura do tratado de paz na Casa Branca criou uma onda de protestos através do mundo islâmico, tornando-se um espinho no pé da Liga Árabe. Apenas 10 anos antes, seus membros haviam aprovado a resolução de Khartum que ficou conhecida como a dos três nãos: não à paz com Israel, não a negociações com Israel e não ao reconhecimento de Israel.

Passaram-se outros 17 anos para que a Jordânia assinasse o seu tratado de paz e ela só o fez depois de Israel e os palestinos terem assinado os Acordos de Oslo. Acordos que até hoje não se converteram em qualquer paz.

Desde 1994 governos árabes e muçulmanos adotaram uma agenda de radicalização islâmica que muito contribuiu em promover o antissemitismo e anti-israelismo entre suas populações. Hoje, este ânimo contra Israel e judeus está arraigado na cultura destes países. Uma política que na conjuntura atual lhes é contraproducente, e dificílima de reverter de uma hora para outra.

Mas isto não quer dizer que não estão tentando. E não mais de um modo sutil e secreto. A última evidência veio esta semana de uma fonte surpreendente: uma entrevista num jornal oficial saudita. O entrevistado não foi outro que o Chefe das Forças Armadas de Israel, General Gadi Eisenkot.

Se recentemente sentíamos novos ventos soprando na região, isto foi uma tempestade de areia! É a primeira vez que um oficial israelense dá uma entrevista para a mídia saudita. Mas o que mais impressionou foi a conclusão da entrevista: que a Arábia Saudita e o Irã estão cada vez mais próximos de um conflito armado e que há uma convergência de interesses que levaram os sauditas a abrirem suas portas para Israel.

O General Eisenkot disse que “Israel está pronta a dividir inteligência com os sauditas, se necessário, e que hoje não há como negar os interesses mútuos”. E que “o Irã quer controlar o Oriente Médio criando um corredor xiita que se estende de Teerã ao Líbano e do Golfo pérsico ao Mar Vermelho e é imperioso impedir que isto aconteça”.

A abertura dos sauditas é tão extraordinária que rumores têm se espalhado na mídia árabe sobre uma visita secreta que o príncipe herdeiro do trono saudita Mohamed Bin Salman teria feito a Israel em setembro.

Neste contexto, a entrevista publica de Eisenkot a um jornal oficial, é uma admissão aberta da aliança dos antigos inimigos.

O príncipe herdeiro saudita, apesar de muito jovem, sabe muito bem como navegar na política de seu país. Para eliminar qualquer oposição, ele está fazendo uma limpeza na família real, tendo mandado prender vários membros fabulosamente ricos, acusando-os de corrupção. Mas o príncipe também está indo contra os clérigos da velha guarda, os defensores do wahabismo, da irmandade muçulmana e outros movimentos islâmicos radicais, algo que ninguém teve a coragem de fazer no passado. Ao mesmo tempo, ele tem promovido clérigos que pregam a abertura, a tolerância, especialmente com o cristianismo e judaísmo, e tem avançado o direito das mulheres que finalmente terão o direito de dirigir automóveis, de votarem e serem votadas e de participarem de eventos nacionais. Uma prova que ele quer fazer seu reinado se aproximar do ocidente.

Mas ainda melhor que a entrevista de Eisenkot, foi o fato de a Arábia Saudita ter intimado Mahmud Abbas na semana passada para uma reunião no reinado. No encontro, os sauditas teriam exigido que o líder palestino aceite o plano de paz com Israel que será proposto pelo presidente Trump ou então que renuncie. Um plano que, de acordo com o Canal 10 da tevê israelense, não contempla a retirada de assentamentos judeus da Judeia ou Samaria, não lida com Jerusalem ou com o direito de retorno de palestinos para Israel própria. Em troca, os Estados Unidos reconheceriam a Palestina como Estado e dariam um pacote de ajuda financeira.

Parece que a avenida que os palestinos tomaram para ir empurrando com a barriga as negociações com Israel chegou ao fim. Mas como sua liderança nunca perde a oportunidade de perder uma oportunidade, Abbas pediu na semana passada que a Corte Internacional de Justiça processasse israelenses por supostos crimes contra os palestinos.

No dia seguinte a administração Trump devolveu a bofetada. Invocando uma provisão obscura da lei americana, o secretário de estado Rex Tillerson declarou que se os palestinos não entrassem em negociações diretas e substantivas com Israel em 90 dias, iria ordenar o fechamento da missão da OLP em Washington.

O porta-voz da Autoridade Palestina, Saeb Erekat, disse que se os Estados Unidos fechassem a missão, eles não mais retornariam à mesa de negociações. Quer dizer, vão continuar na mesma.

Por seu lado, para colocar panos quentes, o ministro das relações exteriores palestino, Riad al-Maliki, declarou que a Arábia Saudita havia garantido que não normalizaria as relações com Israel antes de ela chegar a uma solução de paz com os palestinos.  

A declaração de Maliki pode também ter sido uma resposta à um artigo circulado no jornal da Hezbollah Al-Akhbar sobre um documento secreto, alegadamente escrito pelo ministro do exterior saudita sobre um plano de paz regional que isolaria o Irã.

Recentemente, várias figuras importantes do aparato palestino foram pegas se aproximando do Irã. Entre elas, o vice chefe político do Hamas, Saleh Al-Arouri que visitou Teerã no mês passado, escandalizando os sauditas. Isto não seria importante se a Autoridade Palestina não tivesse assinado um acordo de reconciliação com o Hamas. Os sauditas querem ver o Hamas desarmado e dissolvido e tem apoiado Abbas para tanto. E junto com a Arábia Saudita, estão os outros países do Golfo Árabe que fornecem ajuda econômica vital a Abbas.  

Toda esta virada geopolítica está muito interessante. Israel tem que aproveitar a aproximação saudita e a claridade da administração Trump e alavancar sua posição ao negociar com Abbas, se o líder palestino se dobrar às ameaças e finalmente sentar na mesa de negociações. Mas ele é um osso duro de roer.

Ele não cumpriu nenhuma promessa feita ao seu povo, especialmente o de conseguir o direito de retorno de refugiados para dentro de Israel própria. Mas nem mesmo uma melhora no padrão econômico dos palestinos, apesar de todos os bilhões de dólares que ele já recebeu.

Israel sabe que chegou o momento de conseguir um acordo favorável com os palestinos. Com os sauditas, as crescentes aberturas a Israel seriam ótimas noticias, não fosse o Irã estar à espreita. Elas podem ser na verdade, um sinal agourento de que uma guerra com os aiatolás está cada vez mais próxima.






Tuesday, November 7, 2017

Novamente Nova Iorque e a Virada no Líbano - 05/11/2017

Mais uma vez Nova Iorque foi alvo de um ataque sem qualquer sentido, perpetrado por um cretino vindo do Uzbequistão, que ganhou a residência na América através do programa de loteria de green cards.
Este programa, criado pelos democratas, visa a abrir a imigração americana para países que têm pouca representação no país. Todo o ano mais de um milhão de pessoas disputam os 50 mil vistos de residência. Agora o Presidente Trump mandou cancelar este programa e criar um outro, baseado não em loteria, mas em mérito, para pessoas que possam agregar à sociedade americana e não se tornarem um peso ou pior, terroristas.
Ao se mudar para a Florida, este energúmeno do Uzbequistão trouxe 23 pessoas de sua família imediata. Fantástico, não? Quer dizer, ele se inscreve para uma loteria dificílima de ganhar, porque supostamente quer uma vida melhor para sua família. É escolhido! Muda-se com um batalhão de gente e aí decide que quer tornar a América no buraco de onde ele saiu. Sim, porque o objetivo destes “soldados” de Alá é o de impor ao mundo a lei islâmica, a shaaria, o avançado e moderno sistema aonde homossexuais são jogados de prédios, mulheres estupradas são apedrejadas, roubo é punido com amputações e outros crimes como a conversão a outra religião, levam à decapitação. E para nos convencer a adotar este modelo maravilhoso, eles têm que atacar o maior defensor das liberdades individuais do globo. Este imbecil ainda teve a cara de pau de exigir que pendurassem uma bandeira do Estado Islâmico em seu quarto de hospital!
O problema é que agora é tarde demais. Através deste e de outros programas para refugiados, os Estados Unidos abriram as portas a estes derrotados que precisam acertar somente uma vez para causarem morte e destruição enquanto que as autoridades policiais têm que acertar todas as vezes para evitar estes ataques.  Os irmãos Tsarnaev também vieram para os Estados Unidos como “refugiados” do Quirguistão. Assim que se estabeleceram, voltaram para sua terra natal. Que refugiados são estes?
Os pais de Omar Mateen, o perpetrador do massacre no bar gay em Orlando no ano passado, vieram como refugiados do Afeganistão; e o ataque em San Bernardino um ano antes foi cometido por Rizwan Farook e sua mulher do Paquistão. E não podemos esquecer o egípcio Hesham Mohamed Hadayet que atacou o balcão da El Al em Los Angeles em 2002 e que também veio para a América através da loteria.  São dezenas de vidas de americanos e turistas inocentes que poderiam ter sido poupadas não fosse o politicamente correto descontrolado que assola os Estados Unidos.
Mas agora com Trump, esta política vai mudar e infelizmente, pessoas de países neutros como o Brasil, encontrarão dificuldades muito maiores para conseguirem vistos para os Estados Unidos.
No Oriente Médio, as coisas tomaram um rumo muito preocupante esta semana. O primeiro ministro do Líbano, Saad Hariri, resignou de seu posto ontem, durante uma viajem à Arábia Saudita, menos de um ano após aceitar a nomeação. Num discurso televisado da capital Riad, Hariri disse ter medo por sua vida e que o Líbano passava pelo mesmo clima que em 2005 custou a vida de seu pai Rafik Hariri, assassinado supostamente pela Hezbollah.
Hariri não mediu as palavras para atacar Teerã. Ele disse que o “mal que o Irã promove na região afeta o destino de vários países espalhando caos, discórdia e destruição por onde vai”.
Agora o presidente Michel Aoun, que é cristão, tem que aceitar a resignação de Hariri. Isto irá afetar substancialmente a influência do Irã no Líbano. Neste pequeno país, que faz fronteira com o norte de Israel, o governo é partilhado entre as maiores facções religiosas. O presidente é cristão, o primeiro ministro muçulmano sunita e o porta-voz do governo, muçulmano xiita. Mas quem manda mesmo no país é a Hezbollah e o Irã. A resignação de Hariri tira a legitimidade e o equilíbrio deste arranjo e ameaça o Irã. Isso facilmente poderá levar o Líbano a uma nova guerra civil. Hariri disse que “a política imposta pela Hezbollah colocou o Líbano no olho da tempestade, através de suas armas apontadas para o peito dos sírios e libaneses”. Será muito difícil para Aoun conseguir outro primeiro-ministro sunita que substitua Hariri nestas condições.

O Irã reagiu duramente dizendo que a resignação era um complô da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, mostrando seu medo de perder o controle sobre o Líbano.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu por seu lado, disse que “a resignação de Hariri deve ser um despertador para a comunidade internacional para a ameaça das ambições regionais do Irã que põem em perigo não só Israel, mas todo o Oriente Médio”.

Netanyahu disse que o Irã está devorando um país atrás do outro. O Iraque, a Síria, o Líbano e o Iêmen. E isso é verdade. Ontem, logo após o anuncio de Hariri, um míssil iraniano foi lançado do Iêmen em direção ao aeroporto internacional de Riad. O míssil foi interceptado, mas ficou claro  que o objetivo do Irã é cercar a Arábia Saudita para depois estrangulá-la. Isto é uma escalação de violência que pode incendiar toda a região sem contar com os tiros e mísseis da Síria que diariamente derramam para dentro de Israel.

Por outro lado, Netanyahu disse que a boa noticia é que os países sunitas começaram a estender a mão para Israel e “isso é algo que ele nunca esperava ver acontecer”. Que “hoje Israel estava trabalhando duro para estabelecer uma aliança efetiva com os estados sunitas e combater a agressão Iraniana”.

O Irã se posicionou na Síria para sujeita-la econômica e militarmente, como o fez com o Líbano. E apesar de Netanyahu ter prometido que não deixará o Irã dominar a Síria, isto será muito difícil evitar enquanto Bashar Al-Assad, que é xiita, continuar como presidente da Síria.

Enfim, as coisas estão rapidamente tomando um rumo incerto no Oriente Médio. O míssil enviado para Riad ontem à noite pelo Irã pode ter sido um aviso aos sunitas que eles não estão brincando. Mas pode ter sido também um aviso para Donald Trump, que está visitando a Ásia, e pretende ir para a Coreia do Sul. Um aviso para os Estados Unidos não mexerem com seu aliado a Coreia do Norte, que Teerã usa para avançar seu programa nuclear.

Estamos vivendo um impasse com estes estados tiranos. Não é o mesmo que a Guerra Fria, pois a União Soviética tinha receio de uma resposta a altura dos americanos. Estes governos do Irã e Coreia do Norte, ao contrario, estão convidando tal ataque. Como dizemos, se fugir o bicho pega, se ficar o bicho come.

Este impasse foi criado por administrações americanas anteriores que permitiram estes ditadores adquirirem armas nucleares e ameaçarem o mundo livre. Mas se não fizermos algo agora, depois estaremos verdadeiramente à mercê dos que almejam destruir tudo o que a civilização ocidental alcançou neste último milênio. 

Não há mais tempo para deixar para depois. Não é uma questão de quando, mas de como nos defendemos. É nisso que temos que nos focar daqui para frente.