O presidente americano Donald
Trump finalmente decidiu reconhecer Jerusalem como a capital de Israel e
ordenar a mudança da embaixada para a Cidade Santa.
O que Trump fez foi muito mais
do que cumprir uma promessa de campanha que, aliás, 11 presidentes anteriores fizeram,
mas não cumpriram. O primeiro presidente George Bush declarou em sua campanha
que Jerusalem era a capital indivisível de Israel; Bill Clinton castigou Bush
em sua campanha por ter “repetidamente disputado a soberania de Israel sobre
uma Jerusalem unificada”; o Bush filho devolveu as chibatadas a Clinton dizendo
que ele não cumprira sua promessa, mesmo depois do Congresso ter aprovado a lei
mandando transferir a embaixada; Barack Obama nunca apontou o dedo aos
presidentes anteriores, mas declarou durante sua campanha em 2008 que
“Jerusalem se manteria como a capital de Israel e deveria se manter unida”.
O que Donald Trump fez foi
mais do que cumprir uma promessa porque ele tomou esta controversa decisão apesar
de ser diariamente atacado pelos democratas, de constantemente ser criticado
pelos líderes europeus e a cada minuto ser ridicularizado pela mídia. E pior,
minado por seu próprio governo, pelo Departamento de Estado. Ele o fez
simplesmente porque era a coisa certa a fazer. E sem dúvida foi a coisa sábia a
fazer.
A decisão de Trump finalmente
retificou uma injustiça histórica em vários níveis. Mas acima de tudo,
reconheceu os laços históricos do povo judeu com a cidade de Jerusalem que
remontam a mais de três mil anos.
Ela também pôs um fim à noção absurda que Jerusalem continua como um corpo
separado conforme recomendado no plano de partilha de 1947.
Setenta anos atrás os árabes
rejeitaram completamente a ideia que a terra que hoje forma o Estado de Israel
pudesse ser compartilhada entre judeus e muçulmanos. Jerusalem, na época
deveria ter sido gerenciada por um corpo internacional. Locais santos para o Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo seriam respeitados e mantidos e membros das
respectivas fés que teriam acesso a eles livremente.
A tentativa das nações árabes
de eliminar Israel desde seu nascimento deixou a Jordânia em controle de
Jerusalem do leste. Mas desde o começo, desde 1948, Jerusalem foi a capital de
Israel na parte controlada por ela. E por 19 anos, de 1948 a 1967, a Jordânia
proibiu o acesso dos judeus ao Muro das Lamentações, sistematicamente destruiu
as sinagogas e outros marcos judaicos da cidade velha e depois de expulsar
todos os judeus, deixou o bairro judaico em ruinas.
Em uma virada nada menos que
milagrosa em 1967, uma segunda tentativa de eliminar Israel, que uniu os exércitos
da Jordânia, Egito, Síria, Iraque e Líbano, apoiados por outros oito países
árabes, acabou em sua completa derrota e deixou Israel em controle de Jerusalem
do leste. Pela primeira vez na história recente, Jerusalem se tornou livre,
protegendo os direitos de todas as fés conforme objetivado pela ONU. Como
capital de Israel, a cidade se tornou o centro de uma população diversificada,
dinâmica e próspera. Mas o mundo ainda insiste em ver Jerusalem como se ainda
estivéssemos em 1947.
Trump simplesmente deu um
reconhecimento oficial a uma realidade que já dura setenta anos. Todas as
instituições importantes estão em Jerusalem: a Knesset, a Suprema Corte e os
ministérios. A rejeição da comunidade internacional de reconhecer e honrar a
escolha de Israel de sua capital continua a ser uma injustiça que os Estados
Unidos começaram a retificar.
Os críticos de Trump dizem que
a decisão foi ruim porque irá gerar violência entre os muçulmanos. Mas até
agora vimos o quão pouco o apaziguamento gera de boa vontade nos que pregam a
violência. E os Estados Unidos não devem sacrificar seus princípios para
apaziguar os que têm uma longa história de usar o terrorismo para levar a cabo
seus objetivos.
Sabemos por experiência que o
apaziguamento leva a mais violência por que prova que as táticas de bullying
funcionam e, portanto, são um incentivo para mais violência. Além disso,
distraem o público do verdadeiro problema: que os palestinos continuam a
rejeitar a presença de um estado judeu no Oriente Médio com quaisquer
fronteiras que sejam e qualquer que seja a sua capital.
Houve violência sim. Uma
violência comandada pela liderança palestina. O jornal oficial da Autoridade
Palestina convocou uma terceira intifada e o do Hamas conclamou os milhões de
palestinos a “libertarem Jerusalem”. Os dois governos declararam “três dias de
furor”. Como se durante os outros 362 dias do ano eles praticassem meditação.
Mas a verdade é que toda a violência esperada não veio e já está praticamente
controlada. Hoje o jornalista alemão Bjorn Stritzel noticiou que havia mais
jornalistas do que manifestantes nas ruas de Ramallah.
Outro ponto importante que
mostra o brilhantismo de Trump é a mensagem que ele enviou para os milhares de
funcionários públicos opostos ao seu governo especialmente no Departamento de
Estado americano. Desde 1962 este ministério adotou uma política de não aceitar
Jerusalem como capital de Israel. Isto é, cinco anos antes de qualquer chamada
“ocupação”, o Departamento de Estado já tinha abraçado esta posição que permaneceu
até hoje. Com esta declaração Trump deixou claro que ele - e não os burocratas
em Washington - está no comando da política exterior americana e quem não
estiver contente, pode ir para a casa.
O mundo rapidamente se
mobilizou, convocando uma patética reunião de emergência do Conselho de
Segurança da ONU precedida de ainda mais céleres condenações. Nada disso
aconteceu quando o Estado Islâmico estava cortando as cabeças mundo afora, ou
quando Bashar al-Assad gaseou seu próprio povo matando milhares de civis. Não.
A mudança de uma embaixada e o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70
anos é urgente. Patético mesmo.
Agora o que mais ouvimos é que
os Estados Unidos não mais podem ser mediadores honestos no processo de paz do
Oriente Médio. Quem pensa que isto seja negativo deveria ouvir o que o
vice-presidente Mike Pence disse em 2016 em Jerusalem.
Na época Pence disse que a América
não deveria aspirar ser um “mediador imparcial”, mas em vez disso, deixar claro
ao mundo que enquanto a América busca por uma solução justa e honesta para o
conflito, os Estados Unidos estão do lado de Israel.
Pence disse que a América pode
“lidar honestamente com todos os povos, com todos os lados do conflito sem deixar
qualquer dúvida de que lado da mesa está sentada.” A declaração de Trump
refletiu exatamente isto na quarta-feira.
Trump mandou uma mensagem ao
mundo que ele está olhando o problema através de uma lente diferente e não
aceita os pressupostos do passado. Trump também reconheceu o óbvio: que
Jerusalem foi a antiga capital do povo judeu e tem sido a capital do moderno
Estado de Israel nos últimos setenta anos. Finalmente, Trump jogou a solução de
dois estados para a ONU, dizendo aceita-la se for o que as partes quiserem.
Houve outras coisas que Trump
não disse como a necessidade de manter Jerusalem unida, e ainda deixou claro
que a mudança da embaixada deverá levar alguns anos. Mas mesmo assim, ele deu
um tremendo presente de Chanukah ao povo judeu este ano, e um grande presente
de Natal ao povo americano. E apesar de todo o antagonismo, Trump já entrou
para a história americana como o único presidente que cumpre todas as suas
promessas e para a história de Israel como seu maior amigo na Casa Branca.
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