Depois de mais uma farsa
generalizada no Conselho de Segurança da ONU, foi a vez da Assembleia Geral
ostentar sua lendária hipocrisia, condenando os Estados Unidos por decidir
mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalem.
Antes do voto, no entanto, a embaixadora
americana na ONU, Nikki Haley, avisou os membros da ONU que “ao considerarem
seu voto, notem que o Presidente Trump irá tomar sua decisão pessoalmente; o
presidente irá seguir a votação cuidadosamente e pediu que uma relação sobre os
países que votarão contra nós. Tomaremos
nota de cada voto sobre esta resolução”.
O presidente Trump, por seu
lado, disse simplesmente que gostou “da mensagem de Nikki para todas estas
nações que tomam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de
Segurança e na Assembleia Geral. Eles tomam milhões de dólares e até bilhões de
dólares e depois votam contra nós. Bem, estaremos anotando estes votos. Deixem
votarem contra nós. Vamos economizar muito. Eu
não me importo. O povo Americano está cansado de ser explorado e não vamos mais nos
deixar ser explorados”.
Interessante que esta
resolução foi submetida pelo Iêmen e a Turquia. Além de ainda estar envolvida
na guerra civil síria e ocupada em oprimir os curdos do leste do país, a
Turquia está cada vez mais descontrolada com seu presidente Erdogan agindo como
um Sultão da era medieval. Sua última diatribe foi contra o jogador de basquete
turco do NY Nicks Enes Kanter que chamou Erdogan de “Hitler do nosso século”.
Erdogan exigiu dos Estados Unidos o colocasse na cadeia por quatro anos, que é
a pena turca por “insultar” Erdogan. É, país bem democrático. Depois os turcos
se perguntam por que não foram aceitos na União Européia.
O Iêmen está na beira da
catástrofe, em meio uma guerra civil que já dura quase três anos e que dividiu
o país entre os rebeldes Houtis xiitas apoiados pelo Irã, o governo sunita
apoiado pela Arábia Saudita, a Al-Qaeda da Península Árabe e o Estado Islâmico.
A deterioração da sua infraestrutura causou a cólera que já atingiu mais de um
milhão de pessoas com mais de 3 mil mortos e a epidemia de fome e mal nutrição
está completamente descontrolada. Mas o que importa para o representante do
Iêmen é mesmo a decisão da América de onde colocar sua embaixada em Israel.
Entre os discursos a favor deste
ultraje, estiveram luminárias como a Venezuela que se disse preocupada com a
mudança da embaixada americana pois este ato provocativo iria aumentar as
tensões. Este diplomata não está nem um pouco preocupado com seus cidadãos que
atravessam a fronteira diariamente para venderem seus bens para colombianos
para poderem comer. A Síria que continua a usar gás mortífero em seus cidadãos
teve a cara-de-pau de exigir que os Estados Unidos cumprissem com as resoluções
da ONU dizendo que “a arrogância americana de ameaçar outros estados-membros”
era inaceitável. O Irã se juntou ao coro dizendo que os Estados Unidos
continuamente abusam de seu poder de veto para defender um estado colonialista
como Israel (olha quem está falando) distorcendo fatos e substituindo-os por
ficção. E aí tivemos não outro que o
representante da próspera e desenvolvida Coreia do Norte que condenou a decisão
americana como “leviana e arrogante” e ao final, expressou apoio ao povo
palestino e seus esforços de estabelecer um estado soberano e independente com
Jerusalem como sua capital. É bom notar que o Conselho de Segurança da ONU
aprovou ontem por unanimidade as sanções mais draconianas contra a Coreia do
Norte após seus testes de mísseis balísticos e contínua busca por armas
nucleares.
Os palestinos esperavam que a
resolução fosse aprovada por mais de 150 votos entre os 193 estados membros. No
final foram 128 votos a favor, nove contra, 35 abstenções e 21 países decidiram
não comparecer. Entre os países da América, a Argentina, Bahamas, Canada,
Colômbia, Republica Dominicana, Haiti, Jamaica, México, Panamá, Paraguai e
Trinidade e Tobago tiveram a coragem de pelo menos se absterem. A Guatemala e
Honduras votaram contra. O Brasil, infelizmente continuou com sua política
malversada e votou com os palestinos.
Por quase 70 anos os Estado de
Israel, admitido como Membro da ONU em 1949, tem se mantido como o único país
que não tem sua capital reconhecida pela comunidade internacional. Esqueçamos
os 3.300 anos de história judaica no local ou a história desde a criação do
estado moderno de Israel que sempre manteve o centro do governo em Jerusalem. Mesmo
o reconhecimento da parte oeste de Jerusalem sempre esteve fora dos limites
para a comunidade internacional. O mundo
não diz que quer Jerusalem do leste como capital palestina? Porque então não
reconhecer Jerusalem do Oeste como capital de Israel?
Os últimos dois países que
puseram suas embaixadas em Jerusalem, a Costa Rica e El Salvador, se mudaram
para Tel Aviv depois de uma intensa pressão dos palestinos e seus amigos da
Liga Árabe, em 2006. E isso em nome de facilitar um inexistente e inoperante
processo de paz. Todas as resoluções da ONU pregam a manutenção do status quo e
exigem que Israel se retire de territórios que ela e não a lei internacional, considera
como “ocupados”.
E aí está a verdadeira hipocrisia da ONU.
Enquanto ela denuncia o reconhecimento do que vem sendo um fato por 70
anos, que Jerusalem, ou pelo menos o lado oeste da cidade, é a capital de
Israel, por outro lado, ela promoveu o status dos palestinos como um “estado
não-membro” em 2012. Os palestinos foram admitidos pela UNESCO como membros em
2011. Isto eles ganharam sem precisarem negociar com Israel, sem precisar
conceder absolutamente nada em termos de sua agenda de destruir o estado judeu.
E em outros fóruns internacionais tal reconhecimento também foi dado
como recentemente na Interpol aonde os palestinos hoje figuram como membros. E
no mês passado a Assembleia Geral da ONU concordou em pagar um numero de
comitês que têm como único propósito, avançar a narrativa palestina.
E a propósito da narrativa
palestina, nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud
Abbas teve o atrevimento de usar Jesus em sua batalha contra a injustiça
americana e israelense. Após se encontrar com Macron em Paris, Abbas disse que
se inspira em Jesus que recusou a injustiça e espalhou a palavra da esperança”.
Então, um muçulmano que usa o jihad contra judeus, usa um judeu como inspiração
para defender sua guerra contra os judeus (!).
O representante de Israel Dani
Danon, durante seu discurso, mostrou uma moeda do ano 67 encontrada em
Jerusalem. Nela estão escritas em Hebraico: “a liberdade de Sião”. Pergunto: o
que os palestinos têm para mostrar em sua reclamação por Jerusalem?
Nikki Haley tem razão. A ONU causou
muito mais dano ao processo de paz do
que ajudou a avança-lo. Hoje os palestinos se acostumaram ao tratamento
especial da comunidade internacional que de olhos fechados sela seus esforços
para deslegitimar Israel. Esta decisão americana foi um balde de realidade fria
em sua cabeça.
Especialmente nos últimos 25
anos, desde os acordos de Oslo de 1993, a ONU tem usado Israel como saco de
pancadas, emitindo resolução após resolução para acobertar os palestinos e
evitar negociações com Israel. Se os palestinos conseguiram seu “estado” na
ONU, para que sentar e fazer concessões? Eles preferem o caminho que
aperfeiçoaram de difamação de Israel. Quem deveria ter declarado dias de furor
era Israel que tem levado uma existência quase órfã nesta instituição
internacional que foi fundada supostamente em valores humanitários elevados.
O reconhecimento de Jerusalem
como capital de Israel sugere uma nova abordagem do que é certo e do que é
errado no conflito entre Israel e os palestinos. Será que podemos trazer alguma
luz, alguma lógica a esses líderes que insistem em tomar o lado errado da História? Ou será que eles estão confortáveis
demais em sua cadeira da hipocrisia para mudarem?
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