Sunday, December 25, 2016

A Resolução do Adeus de Obama - 25/12/16

Há alguns meses, quando comentava neste programa sobre o enorme pacote de ajuda americana, avisei que Israel iria pagar caro por ele. Na ocasião, meu receio era que Obama iria reconhecer o estado palestino na Assembleia Geral da ONU em setembro.

A Assembleia Geral ocorreu e Obama nada fez. Ele mal falou sobre Israel em seu discurso, provavelmente se calando para não prejudicar as chances de Hillary Clinton nas eleições em novembro. Mas após Hillary ter perdido, Obama decidiu usar este último mês na presidência para finalmente extravasar seu antissemitismo e anti-israelismo sem nada que o contenha.

No começo de dezembro, Obama convidou o representante palestino Saeb Erekat junto com um representante egípcio para uma reunião final antes de sair da Casa Branca. Aproveitando a posição do Egito como membro não permanente no Conselho de Segurança, Obama compôs os termos de uma resolução que, contra toda a base legal em direito internacional, iria finalmente declarar os assentamentos israelenses na Judeia e Samaria ilegais, não apenas ilegítimos aos olhos da comunidade internacional mas ilegais.

Vamos voltar um pouco na história. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a Cruz Vermelha - que até então era somente uma organização suíça de assistência- submeteu os termos das Convenções de Genebra para proteger populações civis em caso de guerra. 

A Quarta Convenção de Genebra em particular, proíbe a transferência de populações em territórios ocupados. Isto é, proíbe o que a China fez no Tibete, de arrancar tibetanos e assenta-los na China e transferir chineses para o Tibete. Mas nada na Convenção proíbe que pessoas privadas adquiram propriedades no território ocupado e morem lá. Muitos turcos, por exemplo, adquiriram propriedades e moram no norte de Chipre, ocupado pela Turquia. A China e a Turquia nunca foram condenadas.

Depois de 1967, judeus decidiram retornar para os locais de onde haviam sido expulsos apenas 18 anos antes, em 1949. Estes judeus reconstruíram as comunidades de Gush Etzion, Hebron, e outras. Isso, e o fato de nunca ter havido um estado palestino na região, fazia que os assentamentos não fossem ilegais. Até agora.

Os judeus não são chineses ou turcos. Eles viveram por três mil anos ininterruptamente nesta terra que leva seu nome: Judeia. Foram expulsos por 18 anos e quando voltaram foram rotulados de colonos! Isto porque o mundo colocou na cabeça que a única solução para o conflito entre Israel e os árabes é a criação de mais um estado árabe terrorista. Nenhum destes imbecis, que recusa ver a realidade, traz o fato de Israel, incluindo a Judeia e Samaria, ser menor que o Estado de Sergipe. Que de vários pontos em Jerusalem, um pode ver Tel Aviv e o Mediterrâneo de um lado e ao se virar, verá a Jordânia. Tudo a olho nú. Isto não seria problemático se Israel tivesse o Canadá ou a Austrália como vizinhos. Mas este não é o caso. Nenhum destes países admite que já como está, Israel não tem profundidade territorial estratégica para se defender.

Esta resolução, patrocinada pelo Egito, tinha que ser votada na quinta-feira, mas o Egito a retirou, depois de Donald Trump ter ligado para o presidente al-Sissi e pedido para esperar até ele ser empossado em Janeiro para conversarem. Obama ficou furioso e resolveu mostrar que ele ainda é o presidente.

Obama então contatou outros membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a resolução foi re-submetida ao voto na sexta-feira à noite com patrocínio do Senegal, Nova Zelândia, Malásia e Venezuela, quando todos já deveriam estar de férias de Natal. E desta vez, diferentemente de outras resoluções, os Estados Unidos não a vetou, mas se absteve. O presidente da Ucrânia, que havia indicado que também iria se abster, recebeu um telefonema do vice-presidente americano Joe Biden que , foi pressionado durante horas. Obama queria uma votação unânime, somente os Estados Unidos se abstendo.

Com isso, hoje as comunidades judaicas além da linha verde foram da noite para o dia, literalmente, tornadas ilegais pela comunidade internacional.

A resolução é muito problemática e perigosa. Ela abre o caminho para sanções, boicotes e o arrolamento dos moradores judeus nestas áreas como criminosos de guerra. A resolução também não leva em conta que ao colocar tudo além da linha verde na ilegalidade, ela exige a saída dos judeus da cidade velha de Jerusalem, do Muro das Lamentações e de todos os outros locais judaicos sagrados como o túmulo de Raquel e dos Patriarcas. Ela coloca na ilegalidade quase meio milhão de israelenses que moram nos bairros ao norte, leste e sul de Jerusalem e outro meio milhão que vivem na Judeia e Samaria.

O outro lado da moeda desta resolução é que ela retira qualquer incentivo dos palestinos sentarem na mesa de negociação. Na sexta-feira eles conseguiram absolutamente TUDO, sem fazerem QUALQUER concessão, nem mesmo cessar a incitação e ataques terroristas. De fato, qualquer ataque a assentamentos e a judeus além da linha verde, de ontem em diante será visto como legitima defesa dos palestinos. Na prática, esta resolução revogou os acordos de Oslo que haviam estabelecido que o status das comunidades judaicas e Jerusalem deveriam ser negociadas entre as partes.

Esta resolução hipócrita é o troco pessoal de Obama para Netanyahu. Um assistente de Bibi uma vez me disse que a aversão de Obama pelo primeiro ministro era tão patente que chegava a ser física. Agora que Hillary perdeu a eleição, Obama sabe que a maioria de seu legado imposto através de ordens executivas, será desmantelada por Trump. Mas uma resolução como esta aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU será impossível revogar.

A arrogância e a hipocrisia deste homem não tem limites.  Ele está fazendo tudo para minar a presidência de Trump. Sinceramente, em 30 anos de América, nunca tive tanta vergonha deste país e de me dizer cidadã.

E o que fazer agora?

Por um lado, Trump pode dar o troco e imediatamente transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalem. Trump também pode suspender a ajuda americana para a UNRWA a agência de refugiados exclusiva dos palestinos que não faz nada a não ser promover o terrorismo. Ele também pode tentar negociar com estes ou os próximos membros do Conselho de Segurança para revogar esta resolução algo nunca feito antes. No limite ele pode se recusar a continuar a financiar a ONU que depende da América em nada menos que 25% de seu orçamento anual.

Bibi por seu lado, já começou a tomar passos importantes chamando de volta os embaixadores israelenses na Nova Zelândia e no Senegal e cancelando os programas de ajuda, especialmente em agricultura, que Israel patrocina no país africano. Ele também cancelou a ajuda monetária de milhões de shekels a agências da ONU que mantêm presença em Israel, trabalhando contra o país.

Mas Bibi pode ir mais além. Já que a comunidade internacional estabeleceu as fronteiras como a linha verde de 1949 sem consultar Israel, Israel pode agora aproveitar esta oportunidade e anexar a área C e as comunidades judaicas na Judeia e Samaria ao Estado de Israel. O resto, Israel deverá se separar completamente dos palestinos, cancelando vistos de trabalho, transferência de doentes para hospitais israelenses para serem tratados de graça e cancelar o fornecimento de água e eletricidade aos palestinos sem receber pagamento durante por anos.

Parece até um presságio que esta votação tenha ocorrido na véspera do festival das luzes, da festa que Israel comemora a vitória contra os gregos e a re-dedicação do Templo em Jerusalém. Dizem que a parte mais escura da noite é antes da aurora. Que esta mostra vergonhosa, desonesta, infame e indigna dos países civilizados se torne na faísca que desencadeie a luz e a redenção para Israel e o povo judeu.




Sunday, December 18, 2016

O Fim de Aleppo - 18/12/2016

A batalha por Aleppo acabou. O regime do ditador xiita Bashar al-Assad e seus aliados, a Rússia, o Irã e as milícias paramilitares da Hezbollah venceram.


Aleppo era a cidade mais importante da Síria, o centro comercial do país. Damasco, a capital, era a segunda. A importância da cidade remontava a seis mil anos antes da era cristã tendo sido um dos polos da Rota da Seda até 1869 com a inauguração do Canal de Suez.
Aleppo antes da Guerra

Visitei Aleppo em 1998, sua cidade velha, o mercado fechado mais antigo do mundo com as especiarias moídas na hora, os deliciosos sorvetes e doces, sua arquitetura medieval e artesanato, a enorme cidadela que pelo que dizem foi visitada pelo patriarca Abraão, e a grande mesquita construída sobre o gigante templo romano de Júpiter.

Mercado de Aleppo antes e depois da Guerra

 Só não pude visitar a Sinagoga Central aonde meus ancestrais rezaram, porque era proibido. A mesma sinagoga que abrigou por 600 anos, o Codex, a mais antiga Bíblia completa conhecida. Até 1947.

Sinagoga Central de Aleppo

Logo após a ONU ter votado pela partilha e a criação de um estado judeu, a população de Aleppo perpetrou um pogrom contra a população judaica da cidade. 75 judeus foram mortos, centenas foram feridos. Dez sinagogas, cinco escolas, um orfanato e um clube de jovens junto com várias lojas e 150 casas de judeus foram queimadas e destruídas. Durante o tumulto o Codex foi perdido mas parte dele reapareceu em Israel em 1958. No dia seguinte ao pogrom, metade dos judeus fugiu da cidade e nos anos seguintes o resto da comunidade judaica deixou a Síria para sempre.

Sem fazer comparações quanto à magnitude da destruição, as imagens que nos chegam hoje de Aleppo lembram as fotos tiradas das casas e sinagogas depois do pogrom. 

Destruição da Sinagoga 1947

Destruição de Aleppo hoje

Quem poderia imaginar que após ter sobrevivido todas as invasões da história, Aleppo ira sucumbir a uma guerra civil religiosa entre sunitas e xiitas?

Até agora, mais de 300 mil pessoas foram mortas na Síria e milhões fugiram de suas casas e não há qualquer esperança que a situação se resolva num futuro próximo. Sobrou apenas negociar a evacuação da população civil e rebeldes.

Com cinco semanas para transferir a presidência para Donald Trump, Obama deixa a Casa Branca sobre as ruinas de Aleppo. Seu legado sobre o Oriente Médio será todo este horror e sua herança para o próximo governo, será este fiasco de proporções bíblicas.

O que a mídia interpretou ser uma busca informada e resoluta para reinventar o Oriente Médio em seu discurso no Cairo em 2009, resultou em uma mostra de ignorância, arrogância, ingenuidade e negligência de Obama. A consequência foi múltiplos banhos de sangue e perdas estratégicas na região que agora culminaram com a queda de Aleppo. O discurso foi intitulado “Um Novo Começo”. Nele Obama citou o Corão, pediu desculpas pelo envolvimento americano no golpe do Irã de 1953, censurou a França por proibir o uso do véu e bradou para a audiência muçulmana delirante que “os assentamentos têm que cessar”!

Naquele momento, a politica do presidente Teddy Roosevelt de "falar manso e carregar um bastão longo foi substituída por “grite e não carregue qualquer bastão”. Naquele momento também, o mundo começou a perder o medo do Tio Sam.

Apenas uma semana após o discurso, os aiatolás roubaram as eleições no Irã, assassinaram e prenderam centenas de manifestantes pró-democracia e Obama ficou quieto. Um ano e meio mais tarde, Obama lembrou de sua voz e a usou para defender o resultado das eleições no Egito que colocaram a Irmandade Muçulmana no poder, jogando seu aliado Hosni Mubarak para baixo do ônibus. Quer dizer, no Irã era ok não respeitar as eleições...

Aí veio a guerra na Líbia, quando ele cunhou o oximoro “liderar por trás” e sua promessa de atacar a Síria se ela usasse armas químicas contra civis. Em 2013, John Kerry chamou o ataque químico de Assad uma “obscenidade moral”. Mas não obsceno o suficiente para agir.

No Egito, os islamistas já tinham sido removidos do governo mas Obama decidiu boicotar o novo governo de Al-Sissi. Aí a Rússia abocanhou o mercado de armas egípcio. Mas Putin não parou aí.

Vendo que Obama era um tigre sem dentes, a Rússia anexou a Crimeia e parte da Ucrânia. Ao mesmo tempo, ela triplicou suas forças na Síria e com toda a passividade em Washington, a Rússia decidiu entrar na guerra ativamente.  

Do outro lado do mundo, a China também se aproveitou da fraqueza de Obama e apressou a construção de ilhas para expandir seu mar territorial, provocou navios japoneses, coreanos e filipinos e implantou uma plataforma offshore nas ilhas Paracel.

Por cima de toda esta falta de lei e ordem no mundo, o Oriente Médio que Obama achava poder pacificar com algumas frases de efeito, vomitava seus cidadãos numa onda migratória nunca antes vista, colocando em perigo não só o futuro da União Europeia, mas o sistema internacional como um todo.

Este é o resumo do governo Obama que hoje resta sobre as cinzas de Aleppo. Com as cortinas caindo sobre sua presidência, Obama precisaria pedir desculpas. Primeiro para as vítimas e as famílias massacradas, refugiadas, empobrecidas, por sua total incompetência e sua falta de visão, dando passagem livre a Assad o homem que hoje detém o recorde de ter matado mais árabes que qualquer outra pessoa na história; segundo, ao povo americano, pois em oito anos ele jogou na lixeira 70 anos de trabalho e dominação na região sem qualquer coisa em troca, e sem um plano B; e finalmente Obama deve pedir desculpas aos aliados árabes que perderam total confiança na América.

O próximo presidente Donald Trump parece saber que o islamismo radical junto com a política de expansão da Rússia são os inimigos do dia. Seus discursos são claros quanto a isso. Não é atraente ou bonito, ou muito menos politicamente correto ou humanista como a mídia e os idealistas gostariam. Mas diferentemente do Cairo em 2009, Trump sabe que ele precisa restaurar não só a sanidade, mas a sentido de realidade no governo americano.

Nesta semana 82 civis foram massacrados por milícias xiitas da Hezbollah em Aleppo. Eles entraram nas casas de sunitas e atiraram em todos, mulheres, crianças, velhos. Mataram também todos os médicos e pacientes que se encontravam no único hospital restante no leste da cidade. O mundo ficou silencioso. Da mesma forma que em Ruanda, Srebrenica, Darfur, Afeganistão, Iraque e no Monte Sinjar dos Yazidis, o mundo continua a preferir dar condolências e prêmios às vitimas do que pegar em armas e defender os inocentes.

O Nunca Mais dito após o Holocausto para justificar a criação da ONU, foi apenas um slogan. O silencio desta organização, sem mesmo uma reunião do Conselho de Segurança sobre o destino de Aleppo é ensurdecedor. Como finalmente confessado por Ban Ki Moon nesta semana em seu discurso final como Secretário Geral, o foco da ONU é desproporcionalmente Israel. Achamos que no século 21 estaríamos mais esclarecidos, mais civilizados. Acho que os Hunos poderiam nos dar algumas lições de humanidade. E este é o mundo que estamos deixando para nossos filhos.



Sunday, December 11, 2016

Trump e Uma Nova Estratégia Para o Oriente Médio - 11/12/2016

Os mulás no Irã não devem estar dormindo ultimamente. Justo quando seus planos estavam indo tão bem, tendo recebido bilhões de dólares de Obama, assinado um acordo que os permitiu manter seu programa nuclear e cristalizado sua influência no Afeganistão, Iraque, Síria e Líbano, Donald Trump é eleito. O problema não é Donald Trump em si como presidente, mas os membros do gabinete que ele escolheu para liderar o Pentágono, o Departamento de Segurança Interna e seu conselheiro sênior em segurança nacional.

O General John Kelly que será o próximo Secretário de Segurança Interna alertou para a infiltração de iranianos pela fronteira Mexicana e a crescente presença e influência do Irã na América do Sul. O próximo Secretário de Defesa, General James Mattis (que tem o apelido de Cachorro Louco) e o Brigadeiro General Michael Flynn que será seu conselheiro em segurança nacional, foram ambos demitidos por Obama por sua oposição ao acordo com o Irã. Obama simplesmente não permitiu qualquer voz dissonante sobre o acordo então eles foram devidamente “aposentados”.

Se Obama pudesse fazer o mesmo com líderes de outros países, eles também entrariam na fila dos desempregados. Os egípcios ficaram frustrados quando Obama exigiu a resignação de Mubarak, quando apoiou Morsi da Irmandade Muçulmana e depois quando levou semanas para reconhecer Al-Sissi o qual chamou de golpista. Os estados do Golfo árabe estão desapontados com Obama não só por causa do acordo nuclear com o Irã mas com a falta de qualquer ação contra o continuo apoio dos mulás a grupos terroristas e ao incitamento de suas minorias xiitas ameaçando os governos da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrain e outros.

Todos conhecem a frustração de Israel para com Obama, não só pelo acordo nuclear com o Irã, mas por ter deixado um vácuo enorme na Síria que permitiu a Rússia assumir o controle. Israel teria mil vezes mais preferido uma ingerência americana a ter que lidar com a Rússia que tem laços econômicos estreitos com o Irã e hoje conta com várias bases militares na Síria.

Mas vejam como o mundo dá voltas. Foi noticiado há alguns meses, que um país do Golfo árabe recebeu inteligência sobre um navio cheio de armas que deveria sair do Irã para os rebeldes xiitas no Iêmen. Este país decidiu avisar os americanos. Os dias passaram e nada! Então, este país do Golfo resolveu quebrar o protocolo e passou a informação para o Mossad, o famoso serviço de inteligência de Israel. Israel levou a informação a serio e mandou um recado ao Irã que se o navio partisse, ele não chegaria ao seu destino. O navio nunca saiu do porto.

Se esta estória que está correndo Washington é verdadeira ou não, é irrelevante. O mundo sabe que o que Israel promete, ela faz. E esta também é a reputação do General James “Cachorro Louco” Mattis. Durante sua liderança do Comando Central, Mattis visitou Jerusalem varias vezes, tendo se encontrado com o então Chefe das Forças Armadas Gaby Ashkenazi. Numa destas conversas, Ashkenazi lhe perguntou quais eram os três maiores desafios que ele estava encontrando em seu comando. Sua resposta foi: Irã, Irã e o Irã. Isto mostra o quanto Obama enterrou sua cabeça na areia e que realmente, ser um organizador comunitário não é bagagem suficiente para ser presidente.

Apesar de nunca ter sido político, Donald Trump, como um homem de negócios, definiu bem a situação entre Israel e os palestinos: “é um acordo que não pode ser feito”. Wow! Isto já é um sopro de ar fresco que mostra que Trump não irá embarcar numa “missão impossível” levianamente. Ele sabe que para ter sucesso no que todos os presidentes anteriores falharam, ele terá que analisar muito bem o que não funcionou.

Primeiro, ao tentar resolver o conflito, presidentes anteriores esbarraram na intransigência palestina que não consegue aceitar a presença de um Estado Judeu na região. Aí só restava uma opção: pressionar a única parte vulnerável às ameaças americanas a fazer concessões: Israel. Trump já avisou que não acredita em tais pressões e que para um acordo dar certo, as partes devem negociar entre elas e não engolir algo imposto por outros.

Trump também definiu este conflito como a guerra que nunca acaba. Ele parece entender que o inimigo islâmico tem uma paciência infinita. A guerra entre xiitas e sunitas dura há 1.400 anos sem qualquer esperança de resolução num futuro próximo.  Tempo é o que eles acreditam ter de sobra e que arrastar as coisas só trabalha a seu favor.

Se Trump quiser molhar os pés neste conflito ele não pode seguir os passos daqueles que não compreenderam a mentalidade da região, que veem somente Israel como um elemento de instabilidade numa vizinhança aonde francamente estabilidade não é a palavra do dia. Ontem foi reportado que o exército sírio teria supostamente desintegrado e forças do Estado Islâmico teriam retomado Palmira. O mesmo parece ter ocorrido com o exército do Líbano. Fotografias recentes das forças da Hezbollah lutando em Mosul no Iraque mostraram tanques M1A1 Abrams e transportes blindados M-113 dados pelos Estados Unidos ao exército libanês! Como o grupo terrorista se apossou deles, ninguém sabe.

Trump tem que ver Israel como um aliado estratégico essencial dos interesses americanos e reexaminar esta formula falha de concessões territoriais. Ele tem que atacar a fonte real do problema: a inabilidade dos árabes de aceitarem um estado judeu no Oriente Médio em qualquer circunstância.

Realmente, com mais de 100 conflitos sangrentos ao redor do mundo, é difícil entender porque todos os recentes governos americanos veem este como o mais importante a resolver. Se Trump quer mesmo este desafio, ele terá que adotar uma estratégia completamente diferente.

Primeiro, chega de ver os palestinos como vítimas e a parte fraca nesta arena. Israel tem 8 milhões de pessoas cercada por centenas de milhões de árabes. Vamos começar a responsabilizar os palestinos por seus fracassos. Quatro vezes eles rejeitaram um estado para tentar obter mais e mais. Deixe bem claro que os Estados Unidos não irão recompensar os palestinos por promoverem uma cultura antissemita de ódio aos judeus e israelenses e não prepararem sua população para aceitar a paz. Chegou a hora também de parar de chamar as casas de judeus construídas além da linha de armistício de 1949 de ilegítimas.

E em troca de assegurar a defesa do mundo árabe sunita contra a hegemonia iraniana, Trump deve exigir que países como Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Bahrain, e outros reconheçam Israel. No recente Fórum Saban, John Kerry disse que não haverá um processo de paz separado entre Israel e os palestinos e o resto do mundo árabe. É este tipo de miopia que levou ao acordo com o Irã.  Chegou a hora de alguma criatividade. Em vez de continuar insistindo na falida “solução de dois estados”, vamos dar uma chance a outras soluções como, por exemplo, a criação de uma federação entre a Jordânia e as cidades árabes na Judeia e Samaria.


Mas acima de tudo, lembrar o conselho do ex-ministro da defesa de Israel Moshe Ya’alon: “Enquanto os palestinos educarem seus filhos a odiar os judeus, a matar os judeus e admirar os chamados “mártires” – o conflito nunca será resolvido”.

Sunday, December 4, 2016

O Dia de "Solidariedade " ao Povo Palestino - 04/12/2016

No dia 29 de novembro de 1947, a ONU votou a histórica partilha entre árabes e judeus do que havia sobrado do Mandato Britânico da Palestina depois que 77% da área fora usada para criar a Jordânia. A sessão, presidida por nosso Oswaldo Aranha aprovou a resolução 181 por 33 votos a favor a 13 contra. Segundo a resolução, dos 23% que restaram da Palestina, 12% seriam dados aos judeus e o resto aos árabes. A maioria do território dada aos judeus ficava no deserto.  Os árabes não aceitaram e o resto é história.
Trinta anos depois, como para escancarar seu arrependimento por ter votado a criação do Estado de Israel, a ONU instituiu, no mesmo dia 29 de novembro, o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino. Assim, a cada ano desde 1977, em vez da ONU lembrar sua histórica e única recriação de um país desaparecido há dois mil anos, comemorar a ressuscitação de uma cultura bíblica em sua terra natal, a ressurreição de uma língua considerada morta há séculos, a ONU grita “Mea Culpa” aos quatro ventos e conduz eventos “culturais” para surrar Israel.
Este ano, Ban Ki-Moon declarou que “o numero de demolições de casas palestinas dobrou. Gaza continua em emergência humanitária, sua infraestrutura desmoronando e economia paralisada”. Nada sobre os contínuos ataques terroristas, mísseis que continuam a chover de Gaza e a reconstrução bem noticiada pelo Hamas dos túneis para trazer a guerra para Israel. Nada sobre os 332 projetos de construção que Israel está gerenciando na Faixa e as toneladas de ajuda humanitária que Israel manda todos os dias para Gaza.
Mas este ano a ONU não parou aí. A Assembléia Geral votou e aprovou seis resoluções condenando Israel. Uma delas, usou somente os termos árabes para descrever o Monte do Templo em Jerusalem, novamente ignorando as raízes bíblicas judaicas e cristãs do local. 147 membros votaram a favor, inclusive novamente o Brasil, somente sete contra e oito se abstiveram. Outros países que haviam denunciado a resolução da UNESCO lembram-se (?), como a França, Itália, Alemanha e Inglaterra, também votaram a favor das resoluções. Os heróis que votaram contra foram os Estados Unidos, Canada, Israel, as Ilhas Marshall, a Micronesia, Nauru e Palu.
A resolução principal declarou que “qualquer ação tomada por Israel, para impor suas leis, jurisdição e administração na Cidade Santa de Jerusalem são ilegais e portanto nulas e sem efeito”. As outras resoluções incluíam perolas como mandar Israel transferir o controle dos Altos do Golan para a Síria (!!!) e terminar o que chamaram de “ocupação” do povo palestino.
Mas o que chamou a atenção mesmo, no entanto, foi o uso de um cachecol com a bandeira palestina pelo grande palhaço deste circo, o Presidente da Assembleia Geral Peter Thomson do super-importante país as Ilhas Fiji.  O embaixador de Israel na ONU Danny Danon criticou Thomson severamente e com razão. Como presidente da Assembleia Geral ele deveria se manter neutro e não se enrolar na bandeira palestina e vomitar ataques contra Israel.
Em resposta, durante o discurso de Thomson, Dannon segurou uma cópia do Jornal The New York Times de 30 de Novembro de 1947 que tinha em sua manchete: “Assembleia Vota Pela Partilha da Palestina. A Margem foi de 33 a 13; Árabes Se Retiram; Aranha Elogia o Trabalho ao Final da Sessão”.
Nestes quase 70 anos, o que fizeram os árabes e os que se auto intitulam “Palestinos” além de terrorismo, destruição e morte?
Ninguém na Assembleia Geral ou em qualquer outro fórum internacional jamais levantou a voz para dizer que depois de 70 anos e bilhões de dólares doados a eles, chegou a hora de se concentrarem em construir um estado em vez de incitação e terrorismo.
Os que gritam “Palestina Livre” deveriam saber que a liberdade não é algo dado. É uma responsabilidade e uma obrigação. A pergunta é: que tipo de liberdade os palestinos buscam? Que responsabilidades estão eles prontos a assumir e que preço estão dispostos a pagar pela liberdade?
Desde os acordos de Oslo, Israel saiu de cada cidade palestina deixando a administração delas à Yasser Arafat e a Mahmoud Abbas. E o que estes dois paladinos da democracia fizeram? Construíram um dos maiores sistemas de corrupção governamental, sem um sistema judiciário efetivo ou uma indústria. Não construíram uma só estação de tratamento de água e esgoto ou uma só estação elétrica. Seu sistema educacional é todo voltado a envenenar diariamente as mentes das crianças a partir do jardim de infância com propaganda antissemita do pior tipo.
Isto é liberdade? Quando ensinam seus filhos que judeus são macacos e porcos, eles não estão marchando em direção à libertação da Palestina. Estão acorrentando sua próxima geração ao racismo, preconceito, ignorância e pobreza de espírito.
Em vez de construírem algo, criarem algo, eles escolhem a cultura do assassinato e destruição como vimos com os incêndios  há duas semanas. Eles não pararam até que líderes palestinos vieram para a mídia reclamando que os incêndios também estavam afetando árabes israelenses e palestinos. Quer dizer, se estivessem afetando unicamente os judeus, então poderiam continuar ateando os fogos. Esta é a mentalidade.
Infelizmente sabemos que mentalidade é algo muito difícil de mudar. Mas esta semana tivemos um brilhante exemplo aqui nos EUA do que ainda é possível.
Apesar de ainda não ter sido inaugurado como presidente, Trump não hesitou parar tudo o que estava fazendo e decidiu salvar mil e cem empregos da fábrica Carrier de ar-condicionados que estava se mudando para o México.
Ele ligou diretamente ao presidente da empresa e negociou com o governo de Indiana (que é de seu vice) incentivos fiscais à fabrica se ela ficasse nos Estados Unidos e garantisse os empregos dos americanos. Depois de dois dias, a fábrica concordou e mil e cem empregos foram salvos.
Isto foi um direto tapa na cara de Obama que havia declarado semanas antes da eleição que não havia jeito de evitar que fábricas se mudassem para outros países mais pobres aonde é mais barato fabricar produtos para o consumidor americano.
Trump ainda declarou que receberá um salário simbólico de um dólar por ano como presidente.
São coisas como estas que estão mudando a opinião de muitos democratas e independentes a favor de Trump. Há um otimismo no ar. A bolsa está subindo loucamente mostrando uma confiança sem precedentes dos mercados no próximo governo. A América apostou num homem de negócios e não num político, alguém que não deve nada a ninguém e prometeu limpar o lodaçal em Washington.
Seria tão bom se os ventos que sopram aqui chegassem ao hemisfério sul... Mas isto fica para uma outra vez.

Dedico este comentário aos que pereceram no trágico vôo da Lamia. Recuso a definir o que ocorrer como acidente, pois acidente é algo imprevisível. Isto foi um caso de no mínimo altíssima negligência e desprezo para com a vida do próximo. Minhas preces estão com as famílias destes jovens atletas e dos não tão jovens jornalistas, treinador e assistentes que deveriam ainda estar conosco.

Sunday, November 27, 2016

A Morte de Fidel e a Recontagem de Clinton - 27/11/2016

Sei que não é educado falar mal de uma pessoa que já morreu. Mas há exceções. O brutal ditador Fidel Castro finalmente deixou este mundo, em sua cama, não como os milhares que ele executou e torturou. O ditador está morto, mas a ditadura continua viva e em família, agora com seu irmão mais novo Raul, outro carrasco revolucionário.

O bairro da Pequena Havana em Miami explodiu em comemorações com buzinas de carros, pessoas dançando salsa nas ruas e fogos de artificio. Refugiados e descendentes de refugiados finalmente puderam festejar a morte de Castro. Em Cuba, Raul decretou nove dias de luto.

O que espanta são as expressões de condolências mundo a fora. O primeiro-ministro socialista do Canadá Justin Trudeau foi severamente castigado por sua mídia ao dizer que lamentava profundamente a morte de Fidel, “um lendário revolucionário e orador, e amigo de seu pai”. A oposição chamou a declaração de repugnante e uma vergonha para o Canadá.

Obama, para não ficar atrás, desejou condolências à família de Fidel e disse “que seus pensamentos e preces estavam como povo cubano. Que nos próximos dias, eles iriam relembrar o passado e olhar para o futuro. Que a História iria gravar e julgar o enorme impacto desta figura singular no povo e no mundo ao seu redor”.

O presidente eleito Donald Trump por seu lado, não mediu as palavras. Após anunciar em seu Twitter que “Fidel Castro Está Morto” Trump disse que “hoje, o mundo marca a morte de um ditador brutal que oprimiu seu povo por quase seis décadas. O legado de Fidel Castro é um de pelotões de fuzilamento, roubo, imenso sofrimento, pobreza e negação dos direitos humanos mais básicos”.

O senador Marco Rubio da Florida, filho de refugiados de Cuba e a Congressista Ileana Ros-Lehtiner que chegou aos Estados Unidos aos sete anos fugindo de Fidel, competiram para ver quem usava os piores adjetivos sobre o ditador.

Os líderes de esquerda, especialmente os jovens como Trudeau e Obama, que não vivenciaram em suas peles ou em suas famílias a tragédia da ditadura de Cuba e que estudaram a História somente do ponto de vista dos acadêmicos de esquerda, só podem ter esta visão infantil e romantizada do rebelde revolucionário que o povo acreditou iria salvá-lo.  E há a possibilidade de Obama ou John Kerry participar do funeral. Isto seria como dizemos em inglês, um insulto em cima do dano causado.

Não poderíamos ter um melhor exemplo de divergência de posição entre Obama e Trump que esta.

A mídia por seu lado, não pôde deixar de pular neste barco. A CNN teve um programa de mais de uma hora chamado “Viajando com Fidel”. A MSNBC não parou de glorificar o que chamou de “conquistas” de Cuba como estudo universitário e o sistema médico. O que não falaram é que fora de Havana, não havia nenhuma destas “conquistas” a celebrar.

Em meio à todas estas expressões ninguém enviou condolências às famílias dos milhares de mortos e torturados ou lembraram as centenas que apodrecem nas prisões cubanas especialmente jornalistas, blogueiros e ativistas por direitos humanos.  Ou lembrar que desde a abertura feita por Obama, ocorreram ainda mais prisões, mais perseguições, e menos direitos humanos.

Para que lembrar estes fatos e estragar esta rara oportunidade de saudar um ditador e ainda ser considerado um liberal?

Esta mesma esquerda que se diz a voz da democracia nos Estados Unidos, está angariando milhões de dólares para pagar uma recontagem de votos em três estados nos quais Trump ganhou apertado.

Na melhor tradição da esquerda hipócrita, eles pedem a recontagem nos Estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia supostamente para “manter a integridade da eleição”.

Oficialmente não é Hillary Clinton ou o partido democrata quem está pedindo a recontagem, mas Jill Stein, a candidata do Partido Verde, alguém que não conseguiu mais que um por cento dos votos do povo nestas eleições presidenciais. Isto não tem precedente.

Em vez de Hillary tomar o caminho de boa perdedora, como ela exigiu de Trump nos debates, ela pulou no trem da Stein e mandou seus advogados supervisionarem a recontagem.

Mas quem esqueceu a reação de Hillary Clinton durante o último debate com Trump quando ele não respondeu se aceitaria qualquer que fosse o resultado da eleição? Clinton disse estar horrorizada pois o país sempre teve eleições justas e livres e aceitar o resultado era esperado por qualquer candidato à presidência. Ela continuou dizendo estar escandalizada, pois Trump era a primeira pessoa a não respeitar o sistema tornando-se uma ameaça direta à democracia!!

O interessante é o fato dos jornalistas não terem feito a mesma pergunta à Hillary: se ela aceitaria o resultado. Ninguém esperava que ela perdesse... 

No seu discurso de concessão, quando pela primeira vez parecia ter se tornado humana, Hillary disse que agora o povo precisava se unir e dar uma chance a Trump para governar.

A outra coisa interessante é que o Partido Verde já conseguiu cinco milhões de dólares para a recontagem, mais do que conseguira para sua própria campanha à presidência! Será que os Clintons estão bancando esta operação?? Que desculpa é essa de fazer a recontagem para supostamente manter a integridade da eleição? Porque não pedem a recontagem também aonde a vitória de Hillary foi apertada, como no Estado de New Hampshire? Lá ela ganhou com menos de 0,4% dos votos!

E agora?? Quem está ameaçando a democracia?

Trump já escolheu vários membros de seu gabinete apesar da mídia todos os dias dizer que seu time está em desordem permanente. Os protestos estão diminuindo, e a maioria da população já se conformou com Trump na presidência.

Então Hillary, que tal por o rabo entre as pernas e dar uma chance ao presidente eleito Donald Trump governar?


Sunday, November 20, 2016

A Implosão da Esquerda Americana - 20/11/2016

Desde a vitória de Donald Trump há duas semanas, a esquerda americana está implodindo e se tornando seriamente insana.

Além dos protestos diários e violentos nos estados aonde Hillary ganhou, e uma ofensiva da mídia nunca antes vista, criticando cada um dos nomeados de Trump para os cargos-chave do governo, outros exemplos de pura demência não param de brotar.

Uma mãe na cidade de Houston, no Texas, está sendo investigada após ter postado no Facebook um vídeo aonde expulsava seu filho de sete anos por ele ter votado em Trump numa eleição fictícia na escola. Mesmo após o menino começar a chorar histericamente, a mãe o avisa que sua mala está ao lado da porta, e o manda embora com um cartaz escrito “minha mãe me chutou de casa porque votei em Donald Trump”.

Professores criaram uma peça de teatro aonde dois estudantes do colegial mostravam Trump sendo assassinado. Imaginem se há oito anos ou há quatro anos, alguém fizesse uma peça assassinando Barack Obama!

Na Califórnia, uma estudante de 17 anos foi surrada após postar que esperava que Trump ganhasse a eleição.

E para coroar todo este comportamento democrático, o vice-presidente eleito, Mark Pence, que estava em Nova Iorque neste final de semana, decidiu assistir o musical da Broadway “Hamilton”. Os atores, ao saberem que ele estava na plateia, pararam a apresentação e fizeram um discurso ao VP, dizendo-se apreensivos com sua vitória e lhe dando uma lição sobre diversidade.  Imagine!!!!

Uma vergonha!  

Por outro lado, a mídia está silenciosa sobre quem irá liderar o Partido Democrata daqui para frente. Ao que tudo parece, será o congressista Keith Ellison. Ele irá substituir Donna Brazile que resignou quando foi descoberto que ela deu à Hillary Clinton as perguntas do debate conduzido pela CNN dias antes do seu confronto com Donald Trump naquele canal.

Agora, quem é Keith Ellison? Ele é um radical de esquerda e o primeiro congressista muçulmano dos Estados Unidos. Ele se converteu ao islamismo há alguns anos, mas são suas posições extremamente esquerdistas que causam espanto pela escolha.

O partido democrático se encontra hoje em uma encruzilhada. Ou seus membros escolhem mover para o centro e tentam reconstruir sua base com os trabalhadores americanos cativados por Trump nestas eleições, ou eles vão ainda mais para a esquerda de Barack Obama.

Se escolherem a primeira opção, eles vão ter que largar um pouco as rédeas do politicamente correto, amenizar sua posição sobre o meio-ambiente e rever sua posição sobre fronteiras abertas.

Mas não parece que seja este caminho que irão seguir.

Vários prefeitos de cidades-santuário, inclusive o prefeito de Nova Iorque Bill de Blasio e o ex-conselheiro de Obama, Rahm Emanuel, hoje prefeito de Chicago, foram ao ataque avisando que os imigrantes ilegais estarão a salvo, protegidos e cuidados em suas cidades.  Chicago está entre as cidades mais violentas e inseguras dos Estados Unidos devido à politica liberal de Emanuel. Parece que só seus cidadãos não estão a “salvo, protegidos ou cuidados”.

Se os democratas escolherem a segunda opção, os protestos anti-Trump continuarão e a retórica se tornará ainda mais furiosa e psicopata. Já estão chamando Trump de Nazista e Hitler e seus conselheiros de Goebbles!

A mídia passou o final de semana chamando o senador Jeff Sessions, escolhido por Trump como Advogado Geral, de racista porque há 30 anos ele teria sido acusado por um advogado negro de tê-lo chamado de “menino” o que ele nega. Todo o seu ativismo por direito civis e o fato dele ter processado membros da Ku Klux Klan passam despercebidos.

Para os democratas, seguirem a opção mais radical significará tornarem-se mais autoritários no politicamente correto, mais doutrinários, mais divisórios entre os grupos étnicos e também mais antissemitas.

Isto porque o antissemitismo é um componente necessário de todo populismo. Os judeus são os primeiros a serem culpados pelos problemas que não conseguem resolver. E o que vimos até agora, é que os judeus, e em particular o Estado judeu, junto com os cristãos evangélicos e a polícia, são os únicos grupos que a esquerda permite odiar e discriminar no seu universo politicamente correto.

Ellison é um antissemita confesso e também defende os que matam policiais. Ele foi durante muito tempo membro da Nação Islâmica de Louis Farrakhan. Quem não o conhece, procure na internet. É o líder religioso mais antissemita dos Estados Unidos. Ele também disse que os ataques de 11 de setembro foram orquestrados pela própria América e que os judeus foram os que mais ganharam com os ataques (??). Ele também apoia o movimento de boicote contra Israel e chama o estado judeu de “apartheid”.

É difícil ver como estas posições serão aceitas pelo povo americano. A maioria rejeita este tipo de radicalismo e socialismo. A agenda social de Bernie Sanders, tão atraente aos jovens porque prometia universidades gratuitas, não é o que Ellison irá trazer ao partido democrático.

Isto não quer dizer que o povo americano não goste de populismo. Trump provou isto. Mas o sucesso de Trump esteve no fato dele ter tido a coragem de dizer o que outros políticos e pessoas de autoridade não ousavam dizer. Ao declarar que o sistema estava corrompido, Trump ouviu os americanos que se sentiam ameaçados pelo autoritarismo dos burocratas e dos politicamente corretos de esquerda.

O povo americano não elegeu só Trump para presidente. Ele elegeu um congresso republicano e governadores republicanos numa clara rejeição da agenda e programa esquerdista de Obama.

Isto coloca uma grande questão aos judeus americanos que tradicionalmente apoiam os democratas e a esquerda. Com a eleição de Trump e os democratas claramente se tornando mais radicais, os judeus têm que repensar aonde se posicionarão nos próximos quatro anos. E o conflito já começou.

A Liga Anti-Defamação se posicionou contra a nomeação de Stephen Bannon como Chefe-Estrategista de Trump, chamando-o antissemita e radical de direita. Imediatamente, Morton Klein, presidente da Organização Sionista da América se levantou em defesa de Bannon, castigando a Liga por repetir mentiras e propaganda de esquerda. Os próximos quatro anos prometem ser interessantes e nada entediantes...




Monday, November 14, 2016

A Vitoria de Donald Trump - 13/11/2016

Foi uma luta dura, e imprevisível. Todos contra Trump: a mídia, os intelectuais, o estabelecimento político em Washington, o próprio partido republicano e até o papa!

Isto não foi uma eleição. Foi uma revolução. Uma revolução para levar a América de volta às suas raízes democráticas.

Donald J. Trump foi eleito 45º Presidente dos Estados Unidos com a grande maioria dos votos do Colégio Eleitoral e ao que parece também pelo voto popular por uma minúscula margem. Menos de 0.2% dos votos.

A mídia liberal de esquerda, chocada, não escondeu seu desgosto. Assim que Trump alcançou os 270 votos, repórteres foram ao ataque, alguns chegando a avisar os espectadores que eles não haviam morrido e ido ao inferno. Outros declarando seu medo do café da manhã por não saberem como explicar tal cataclismo aos seus filhos.

Alguns jornais em Nova Iorque, seguindo as pesquisas de opinião, já haviam impresso sua edição da manhã ridicularizando Trump e sua derrota. A revista Newsweek tinha na capa de sua edição especial a foto de Clinton com a manchete “Madame Presidente”.

Depois do primeiro choque, veio a tentativa de explicação de como o impossível aconteceu. A mesma mídia então foi à caça do culpado! Bernie Sanders, por ter desafiado Hillary tão ferozmente durante as primarias; o diretor do FBI, James Colmey, por sua carta ao Congresso na ultima semana antes das eleições; seu time por não ter entendido o que se passava na América! Todos, menos a candidata.

A verdade é que Hillary Clinton só tem ela própria a culpar. Suas mentiras, sua retórica vazia, a falta de um programa econômico sensato, sua falta de amabilidade, sua arrogância e seu envolvimento em corrupção, levaram muitos democratas a votarem em Trump.

Mas especialmente, Clinton não ouviu a voz do povo. Quando ela trouxe Lady Gaga, Beyoncé e JZee para seu palco, achei que ela estava acabada. Ela não se deu conta que estas celebridades nada têm a ver com o operário de Kentucky, o cowboy do Texas, o agricultor de Idaho e o mineiro da Pensilvânia que ela prometeu desempregar. O que chamamos de americanos de verdade.  Os americanos não-globalizados.

Sua campanha nos disse que estes americanos não importavam. Que se apoiasse Trump, você era provavelmente um ignorante, mesquinho e irrelevante. Você estava abaixo deles, na cesta dos deploráveis, dos irremediáveis.

Se concordasse com fronteiras seguras, você não tinha compaixão. Se não estivesse vendo racismo nos olhos de cada policial, você próprio era um racista. Se ousasse usar o termo “jihadismo islâmico” você é um islamofobo intransigente. Se se opusesse às cidades santuário, aonde imigrantes ilegais criminosos são escondidos da justiça, você é um xenófobo intolerante. Se não apoiasse Hillary, você é anti-mulher e atrasado. Que mentiras não eram mentiras se saíssem da boca dela. A verdade e honestidade nunca tiveram lugar nesta sociedade politicamente correta que Obama e os democratas tentaram criar nos últimos oito anos.

Eles tentaram convencer o povo que Obamacare (ou o Programa de Saúde Acessível), o seguro saúde mandatório, era uma coisa boa, apesar dos pagamentos aumentarem todo o mês e já não mais ser “acessível”. Que o desemprego não estava tão alto apesar de milhares terem desistido de achar emprego. Que a economia estava ok, apesar de muitos terem 2 ou 3 bicos para sobreviverem mês a mês. Empregos exportados para outros países não os incomodavam porque eles fazem parte da economia global. O aparato democrata simplesmente sabe mais do que você.

Os americanos foram às urnas para acabar com o reino de terror deste politicamente correto, acabar com a imposição de incontáveis regulamentos e aumento de impostos que reduziram substancialmente a iniciativa privada e geraram este desemprego. Para acabar com este seguro-saúde que se tornou inabordável. Mas principalmente para fazer voltar empregos, criar novos negócios e fazer crescer a economia. Para a esquerda, isto é uma insurreição, uma revolução política intolerável.

É tão intolerável que nos lugares aonde Hillary Clinton ganhou, desde quarta-feira, vemos incontáveis protestos, alguns violentos. Em Portland, no estado de Oregon, jovens saíram às ruas, quebraram lojas e atacaram a polícia. Em Nova Iorque manifestantes com cartazes vergonhosos vandalizaram pequenas lojas e mercados. Justo em Nova Iorque aonde Clinton ganhou 87% dos votos!! Eles provavelmente destruíram os negócios de outros eleitores de Clinton! Em Los Angeles, aonde ela também ganhou fácil, 200 pessoas foram presas em vários graus de arruaças. O que ganharam com isso???

Imaginem se fosse o contrario! A esquerda está mostrando sua verdadeira face: de bebê chorão que não tolera ser contrariado!!

Universidades cancelaram provas citando o “transtorno” dos alunos com o resultado. Outras criaram um espaço “seguro” para estudantes chorarem. Outras ainda criaram programas com cachorrinhos e massinha de modelar para acalmar os universitários! É por isso que estes idiotas não arrumam emprego quando se formam. Estes professores cretinos querem uma geração de outros acadêmicos porque estas “donzelas delicadas” nunca sobreviverão num mercado de trabalho competitivo.

Mas pior é a violência praticada por estes auto-definidos “defensores da democracia e da liberdade de expressão”. Em Chicago, um senhor foi surrado por vários destes “iluminados” por ter ousado dizer que votou em Trump. Porque estes valentões não vão bater em alguém no Kentucky ou Oklahoma?

Mas hoje já está sendo noticiado aqui que estes protestos não são tão espontâneos assim. Eles estão sendo financiados por grupos marxistas-leninistas como Answer e o Fundo para o Progresso e Unidade. Vamos ver como esta estória se desenrola.

E em vez de tentar acalmar a situação, o presidente Obama tirou o dia de ontem de folga para ir jogar golfe!!!

Este é um movimento mundial que chegou à América. A globalização simplesmente não trouxe a estabilidade, paz e prosperidade prometidas. Vimos o mesmo movimento no Brasil, o povo nas ruas exigindo o fim do reino da esquerda, que se apropriou do dinheiro público privando seus contribuintes. E a Inglaterra que votou para sair da União Europeia e se livrar dos burocratas de Bruxelas que só prejudicaram o trabalhador inglês.

Não adiantou que o próprio presidente Obama tenha saído em campanha para Hillary insultando e diminuindo Trump e seus eleitores. No final, os esquecidos, os que se sentiram sozinhos e derrotados pelas pesquisas e pela mídia foram os que marcaram o gol vencedor.

Os democratas terão que mudar sua filosofia e se reaproximar do povo, do trabalhador, do operário se quiserem ter qualquer esperança de alcançar a maioria no Congresso daqui a dois anos. Se posicionar ainda mais à esquerda não ajudará o partido.

Mas para chegar a isso, eles têm que passar pelos cinco estágios do luto:
1. Negação: tentaram até o fim negar a vitória de Trump - até que ela se tornou patente;
2. Raiva: é o estágio que estão passando agora com os protestos e a violência;
3. Ponderação: eles dirão: “talvez isto tinha que ocorrer para acordarmos” – este é o estágio que os jornalistas estão passando agora;
4. Depressão: é a fase em que este pessoal sentará em casa em seus roupões comendo latas e latas de sorvete em meio aos prantos até chegarem ao quinto estágio da Aceitação: Donald Trump é o presidente dos Estados Unidos e temos que aceita-lo.

Pelo menos algo positivo para a esquerda: nove estados votaram na terça-feira para legalizar a maconha. Talvez isso os ajude...

Trump ganhou não porque ele prometeu retornar a grandeza para a América, mas porque ele fez os americanos se sentirem vencedores novamente.

Que Deus abençoe Trump e abençoe os Estados Unidos da América!



Monday, November 7, 2016

A Eleição - 6/11/2016

Faltam apenas dois dias para a América decidir quem tomará o leme do país nos próximos quatro anos. Apesar de o voto ser popular, o presidente é de fato eleito pelo colégio eleitoral formado por 538 eleitores. O ganhador precisará de pelo menos 270 eleitores do colégio para ganhar a eleição.

Por isso, a cada eleição a briga se resume a alguns estados como Carolina do Norte, Florida e Ohio. Mas este ano, além destes estados, outros, tipicamente democratas, surpreendentemente também estão em jogo como Michigan e Pensilvânia.

Ontem à noite, Trump foi retirado às pressas de um comício pelo serviço secreto depois que um agitador gritou ARMA. Uma mostra da esquerda liberal que defende a liberdade de expressão desde que esteja de acordo com a sua.   

Nesta última semana, milhares de novos e-mails foram vazados pelo Wikileaks mostrando a extensão do uso da posição da Secretaria de Estado para beneficiar a Fundação Clinton. Um e-mail em particular, mostrou a demanda ao Rei do Marrocos de 12 milhões de dólares em doação para a Fundação para que Hillary aparecesse em um painel político no país. No final ela mandou o marido para não dar a aparência de algo impróprio.

Em paralelo, o FBI reabriu a investigação sobre a manipulação de informação confidencial por Hillary e o uso de seu servidor privado. O FBI soltou um e-mail em que Clinton pede à sua empregada doméstica em Washington, para imprimir um material que ela havia enviado para seu e-mail particular. O material era marcado Top Secret e a empregada não tinha qualquer autorização para vê-lo. Isto mostra o caráter e a falta de bom senso desta candidata.

De qualquer forma, gostando ou não de Trump, não podemos ter na Casa Branca um presidente que está sendo investigada pelo FBI e Departamento de Justiça. Um presidente que estará sob a lupa, e mais preocupada com como se safar de um indiciamento e condenação do que conduzir o país.

Ou um presidente que já está vendida a vários países estrangeiros que contribuíram mais de 100 milhões de dólares para sua fundação como Qatar, Arábia Saudita, Marrocos, todos “pilares” da democracia.

Além disso, é de espantar a energia que Barack Obama e todo o aparato do governo corrente estão colocando para eleger Hillary. A falta de confiança e expressões de desdém entre os Obama e os Clinton ficaram para trás. Não sabemos o que eles combinaram, mas Hillary terá que manter todas as iniciativas de Obama se ela não quiser que ele imploda sua presidência. Isto porque Obama ainda é querido como o primeiro presidente afro-americano enquanto que Hillary é odiada até por democratas.

Uma destas iniciativas começou a implodir agora: o seguro saúde imposto pelo governo. No ano que vem em alguns estados ele irá dobrar. Em outros, será mais caro que a hipoteca das casas. E quem não tiver o seguro será pesadamente penalizado em seu imposto de renda.

Outra política que Obama quer proteger é seu acordo com o Irã que ele vê como o marco de política internacional.

Hillary não tem qualquer conquista. Ao contrario. Mesmo antes de ser esposa do presidente, ela esteve envolvida em incontáveis escândalos em seu estado de Arkansas, inclusive como advogada num projeto imobiliário que defraudou dezenas de pessoas.

Em todos os casos, ela mentiu, até quando não tinha que mentir. Com ela isto é compulsivo. E quando confrontada com a verdade, ela simplesmente diz que se confundiu.

Agora com seus e-mails e instruções para sua empregada imprimir informação classificada como secreta, não sei como ela dirá que se confundiu!!

Mas a mídia, os intelectuais e artistas, estão todos em peso tentando elegê-la.

Sua eleição acarretará muito mais consequências do que somente para os Estados Unidos.

Sentindo que Hillary poderá chegar à Casa Branca e que após esta terça-feira Barack Obama estará livre para fazer o que quiser, a Autoridade Palestina voltou à ofensiva.

Aproveitando o embalo de sua vitória na UNESCO que declarou que o Monte do Templo e o Muro das Lamentações em Jerusalem, o Tumulo dos Patriarcas em Hebron e o Tumulo de Raquel em Belém são lugares santos somente para os muçulmanos, a Autoridade Palestina agora está preparando um processo reclamando os Pergaminhos do Mar Morto. Imaginem!!! Os pergaminhos que contém a mesma versão da Bíblia como a conhecemos, as profecias de Isaias e outros. Os mesmos pergaminhos que os palestinos não conseguem ler, mas que qualquer criança israelense pode identificar e entender. Tudo para continuar sua campanha de apagar a ligação dos judeus com a terra de Israel.

Os Pergaminhos do Mar Morto, descobertos em Qumran entre 1947 e 1956 são a própria evidência, a própria prova arqueológica da presença judaica na Terra de Israel. Mas a Autoridade Palestina quer que Qumran, que está na lista da UNESCO de áreas a serem preservadas, passe do controle israelense para o controle do estado da Palestina.

Com a primeira vitória alcançada este ano, agora Abbas exige que Israel lhe dê os pergaminhos, todos escritos em hebraico, porque foram encontrados na Judeia e Samaria, que supostamente estão na área que o mundo decidiu, formará o estado palestino. Assim, segundo eles, os pergaminhos fazem parte da história da Palestina(!!!!).

Quantos outros absurdos ainda teremos que ouvir deste bando de ignorantes?? E ao que tudo indica, eles irão apresentar esta proposta formalmente já no ano que vem para a UNESCO.

Mas o pior não são os ignorantes. O pior é o que temos que esperar dos supostos “educados”!! Vão outra vez de abster ou como o Brasil, irão votar a favor de tal estupro histórico??  Esperemos que não. Mas para isso, temos que começar a trabalhar agora.

E se Hillary for presidente, tudo será possível para os ditadores, as republicas bananas e agressores. Só dependerá de quanto eles contribuíram para com a fundação Clinton.


Será como assistir ao fim do Império Romano.

Sunday, October 23, 2016

A Hipnose Palestina - 23/10/2016

A hora da verdade finalmente está chegando ao Iraque. O exército do país junto com os curdos, os peshmerga e uns 4 mil soldados americanos dando  apoio logístico, estão se aproximando de Mosul, a capital do Estado Islâmico no Iraque. A Turquia está trabalhando freneticamente para ter algum papel militar na tomada da cidade, uma oferta totalmente rejeitada pelo governo do Iraque. Ninguém está impressionado com a oferta turca. Depois de suas ações na Síria contra as comunidades curdas, o governo iraquiano tem que assegurar a integridade e a segurança dos membros de sua coalisão para a tomada ser bem sucedida.

A Turquia por seu lado está procurando minar qualquer vitória para os curdos iraquianos ou sírios que poderia animar a sua comunidade curda a procurar a independência. Os curdos são a maior minoria do mundo sem um país. São 35 milhões espalhados pela Síria, Irã, Iraque e a maioria na Turquia, e Erdogan os quer submissos ao seu governo.

O uso de armas químicas continua na Síria. A ONU reportou um terceiro ataque pelo governo de Assad contra sua população com cloro em gás e o Estado Islâmico teria usado gás mostarda. Alguém ouviu alguma condenação do Conselho de Segurança da ONU? Não.

O que tivemos esta semana foi o repeteco do vergonhoso episódio na UNESCO. Na terça-feira, a absurda resolução que cortou todos os laços do Judaísmo e do Cristianismo com o Monte do Templo, que havia sido aprovada na semana anterior, foi ratificada pela organização. O único país a levantar objeção e trocar seu voto foi o México depois de um protesto maciço dos grupos cristãos e judaicos do país. A Itália que se absteve na votação, já avisou que irá votar contra na próxima votação.

A surpresa foi o Brasil avisar a Autoridade Palestina, que no futuro não poderia garantir seu apoio em resoluções similares. Se este foi o resultado da ação dos leitores, parabéns! Mas deveríamos esperar mais do nosso novo governo. Se reconheceu que esta resolução estava errada, porque não trocar seu voto? Por que deixar para a próxima vez??

Nesta semana que entra, novamente, uma resolução similar deverá ser votada pelo Comitê de Herança Mundial, um dos órgãos da UNESCO. Mas infelizmente nem o México, nem o Brasil ou a Itália fazem parte do comitê. Bastiões da cultura mundial como Angola, Burkina Faso, Cuba, Kuwait, Líbano, Tanzânia, Zimbabwe e outros, deverão dar aos palestinos uma vitória folgada. 

Além disso, estas resoluções não reconhecem qualquer ligação do povo judeu com o túmulo da matriarca Raquel em Belém e o túmulo dos patriarcas em Hebron ambos descritos na Bíblia, mas não são mencionados sequer uma vez em qualquer escrito islâmico. Nas resoluções, os dois locais são descritos como “monumentos palestinos”.

O mundo parece ainda estar hipnotizado pela causa palestina. Apesar de seu legado de cruéis ataques contra civis e de terem inventado e exportado o terrorismo moderno.

Ontem tropas do Iraque, que vêm batalhando homens-bomba diários, criados pelos palestinos, descobriram dezenas de túneis atravessando vilarejos cristãos próximos a Mosul, cobertos de armadilhas e explosivos, inspirados pelo Hamas.

Por seu lado, a mídia palestina noticiou nesta semana que 300 membros da Fatah, o partido palestino do qual Mahmoud Abbas é o presidente, começaram um treinamento militar em Gaza, em preparação para uma guerra com Israel.

O braço armado da Fatah, a Brigada dos Mártires de al-Aqsa anunciou que seus membros se alistaram em uma nova “academia” como preparação para uma futura batalha contra o “inimigo sionista”. Esta “academia” foi chamada de Divisão Nidal Al-Amoudi em homenagem ao terrorista que Israel matou em 2008. O proposito único desta divisão é tanto de preparar uma guerra contra Israel como lançar ataques terroristas contra israelenses.

Interessante que o Hamas, que matou dezenas e continua a perseguir membros da Fatah em Gaza, não está em sua lista de alvos.

Assim, em vez de treinar seus membros para retomar a Faixa de Gaza e libertá-la da tirania islâmica do Hamas, estes “soldados” da Fatah estão preparando uma guerra contra Israel, competindo entre si para ver quem está mais “preparado” para enfrentar o estado judeu. Isto de fato deixa pouco tempo para projetos sociais e melhora de vida da população.

Uns cinco grupos da Fatah atuam na Faixa de Gaza, mas como seu objetivo é só Israel, eles são tolerados pelo Hamas. Eles são formados em sua maioria por ex-policiais da Autoridade Palestina que perderam seus empregos quando o Hamas tomou a Faixa, mas continuam a receber seus salários de Abbas. Em outras palavras, estes “soldados” que preparam a guerra contra Israel recebem o dinheiro de doadores ocidentais como os Estados Unidos e países da União Europeia.  

Esta divisão Nidal Al-Amoudi, recentemente lançou um ataque sem precedentes contra Abbas, por ele ter participado no enterro de Shimon Peres, dizendo que são contra “qualquer forma de normalização com Israel!”. Eles exigiram que Abbas pedisse desculpas ao povo palestino e à Fatah dizendo que o “conflito armado é a única maneira de “libertar a Palestina””.

Não devemos nos enganar. Estes grupos acreditam representar a verdadeira Fatah, aquela que continua a seguir os princípios de Yasser Arafat; aquela que nunca reconheceu o direito de Israel de existir e a que vê o conflito armado como o único caminho digno para conquistarem Israel. Eles não são movimentos marginais. Nunca foram renegados por Abbas ou por outros membros da Fatah que continua a pagar seus salários. Eles representam o movimento original que hoje acusa Abbas de ter deturpado a doutrina de seu fundador.

Por seu lado, líderes da Fatah em Ramallah se dizem desconectados destes membros em Gaza e culpam o exilado Mohamed Dahlan pela divisão dentro do grupo.

Todos estes acontecimentos são importantes por uma grande razão: porque a comunidade internacional ainda vê a Fatah como um partido palestino “moderado” com o qual Israel tem que fazer a paz!

A Fatah é de fato um bicho com muitas cabeças. Uma que fala inglês e diz o que a comunidade internacional quer ouvir, isto é, que apoia a solução de dois estados e procura uma solução pacífica para o conflito com Israel. E tem outra, que fala a verdade em árabe: que está comprometida com o conflito armado e a “libertação da Palestina” de modo violento e para tanto, está se preparando para a guerra.

Ela ainda tem outra cabeça, mostrando os setores destruídos e pobres de Gaza, pelos quais também é responsável, para angariar a simpatia da imprensa e mais contribuições de doadores apenados pelo que veem.

Abbas perdeu a Faixa de Gaza não só para o Hamas, mas para seus próprios seguidores. Estes membros da Fatah estão marchando em uma direção totalmente diversa da direção de Ramallah. A disputa entre a Fatah e o Hamas, que efetivamente dividiu os palestinos em duas entidades, uma na Judeia e Samaria e outra em Gaza, é uma das razões pelas quais os palestinos estão mais longe do que nunca de um estado independente. A briga interna na Fatah e o oceano que separa seus líderes são outras razões.

Assim, quando ouvimos Abbas dizer que ele não convoca novas eleições porque só ele poderá fazer a paz com Israel e quando ele insiste ser o único líder da Fatah, o único líder da OLP, e o único líder da Autoridade Palestina, não há como não contestar sua credibilidade quando centenas de seus próprios seguidores estão se preparando para a guerra com Israel.

O mundo tem que acordar desta hipnose da causa palestina. É porque continuamos como zumbis, a dizer amém a tudo o que eles exigem, que o mundo continua a despencar cada vez mais fundo no poço da violência, guerra e desordem. Mas hoje, com a mídia social, todos nós podemos ter um papel neste despertar. É só não deixarmos para amanhã.