Sunday, December 27, 2020

Veremos uma Vingança do Irã Antes da Posse de Biden? 27/12/2020

 Muito tem se falado sobre o fato de Israel ser considerado o povo eleito ou o povo escolhido. O que as pessoas não se dão ao trabalho de perguntar é “escolhido” pra quê?

Mas pelo menos aos olhos da ONU, Israel é sim, o país escolhido. Israel foi escolhida por esta organização – criada depois de 2ª guerra, para defender a paz entre os Estados - para ser castigada e condenada ano após ano apesar dela ter feito concessões que nenhum outro país jamais fez em prol da paz.

Israel desistiu de territórios importantes estratégica e economicamente como o Sinai; expulsou seus próprios cidadãos de todas as comunidades de Gaza para dar a oportunidade aos palestinos de construírem um país; deu a eles autonomia em grandes porções da Judeia e Samaria e recebeu em troca terrorismo. Ao mesmo tempo, Israel contribuiu para a humanidade em todas as áreas de ciência e assistiu com tropas e médicos em catástrofes em dúzias de países inclusive no Brasil.

Mas isso não tem qualquer impacto quando se trata de votar resoluções anti-Israel. E neste ano a coisa não foi diferente. No começo de dezembro a Assembléia Geral votou em cinco resoluções de um pacote de 20 anualmente propostas pelos palestinos que nem um Estado são. E algumas destas resoluções são coisas obscuras como a afirmação do Comitê para o Exercício Inalienável dos Direitos do Povo Palestino ou a resolução chamada de “Programa de Informação Especial sobre a Questão Palestina”.

A questão aqui é que estas resoluções, adotadas durante décadas, não alcançaram coisa alguma em termos de trazer a paz. Apenas reforçam a obsessão da ONU com Israel e a intransigência palestina em retornar à mesa de negociação.

Por outro lado, temos uma ONU que se recusa a restabelecer as sanções contra o Irã, mesmo com as piores violações deste governo insano que incluem violações de direitos humanos, como a execução do campeão mundial de luta greco-romana Navid Afkari e a prisão do resto de sua família por ele ter participado do protesto contra a situação econômica no Irã em 2018, e do jornalista Roohollah Zam. A ONU também se recusa a reconhecer a fomentação pelo Irã do terrorismo em todo o Oriente Médio e Europa, terrorismo cyber contra os Estados Unidos e a busca destes fanáticos loucos pela bomba atômica.

Nestas últimas semanas do que parece ser o final do governo Trump, parece estar acontecendo algo com o Irã.

O Irã está num dilema. Por um lado, tem que vingar as eliminações de Qassem Soleimani e de Mohsen Fakhrizadeh para não mostrar fraqueza. O Irã precisa matar alguém importante ou um numero grande de soldados americanos ou causar algum dano sério a Israel e não pode esperar até depois do dia 20 de janeiro quando Biden será empossado sem colocar em perigo a volta da América ao acordo nuclear que Biden insiste em ressuscitar. Ao atacar antes, a retaliação sairá do caminho e então o Irã poderá abrir uma nova página com o governo democrata.

E é por isso que nas últimas semanas Trump Netanyahu enviaram uma série de mensagens e sinais aos iranianos, alertando os aiatolás das consequências de um ataque lançado diretamente ou por um dos seus agentes no Líbano, Iraque ou Iêmen.

Nas últimas semanas, submarinos americanos e israelenses foram vistos navegando no Golfo Pérsico. Os EUA enviaram dois bombardeiros B-52 para a região no mês passado, pela primeira vez desde 2019, com o objetivo declarado de “deter a agressão e tranquilizar os parceiros e aliados dos EUA”.

O presidente Donald Trump ameaçou o Irã na semana passada, depois que vários foguetes foram disparados contra a embaixada dos EUA no Iraque. “Agora ouvimos rumores de ataques adicionais contra americanos no Iraque”, tuitou Trump. “Um conselho de saúde amigável ao Irã: se um só americano for morto, responsabilizarei o Irã. Pense bem. ”

Em Israel, o Chefe de Gabinete do IDF, Tenente-General Aviv Kochavi lançou uma forte ameaça contra o Irã, dizendo que se os aiatolás ou seus representantes tentarem realizar ataques contra Israel ou alvos israelenses, eles pagarão um preço alto.

Sua ameaça veio poucos dias depois que o presidente da Junta de Chefes dos Estados Unidos, general Mark Milley, visitou Israel para conversas com Kochavi, sobre a ameaça iraniana.

Kochavi ainda disse que os planos de retaliação de Israel “estão preparados e já foram treinados”.    No sábado passado, Israel emitiu outro alerta via porta-voz do IDF, Brig. Hidai Zilberman em entrevista ao jornal saudita Elaph. Ele enfatizou que todos deveriam estar em alerta máximo em relação à ameaça iraniana, que ele descreveu como um “barril de pólvora sujeito a explodir”, considerando os muitos golpes que o Irã recebeu no ano passado sem ter sido capaz de responder a altura.

Embora esperemos que a guerra seja evitada, é importante que o Irã compreenda que não pode se safar com ações agressivas e terroristas que realiza em todo o Oriente Médio e além. Isso é particularmente importante para Biden que se prepara para assumir o cargo e quer reengajar os iranianos sobre um novo acordo nuclear.

Voltar ao mesmo negócio alcançado em 2015 seria um erro gravíssimo. O Irã precisa ser obstruído e contido. O último acordo não se aplicava ao desenvolvimento e produção de mísseis balísticos de longo alcance ou à sua atividade terrorista regional. Outra falha foi a cláusula de caducidade que permitia aos iranianos aumentar seu enriquecimento de urânio e produção nuclear assim que o acordo expirasse em 2025.

A vigilância é importante e Teerã precisa ser constantemente lembrado de que há um preço a pagar por atividades ameaçadoras e terroristas. Biden precisa ter isso em mente quando assumir o cargo (se ele se lembrar é claro).

Assim como Biden não pode recompensar a Autoridade Palestina por seu terrorismo contra Israel, ele não pode recompensar os aiatolás por seu terrorismo interno e externo. Biden só terá resultado se continuar o isolamento e pressão contra o Irã - e, se necessário, ele tem que estar preparado para usar a ação militar conforme os EUA e Israel advertiram na semana passada. É importante que o Irã entenda que a ameaça é real. É agora, não depois, que esta mensagem tem que ficar bem clara.

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