A hipocrisia da mídia esta semana extrapolou todo o aceitável e o bom senso. Depois da eliminação do chefe do programa nuclear e general da Guarda Revolucionária do Irã, Mohsen Fakhrizadeh, os jornais e noticiários aqui parecem estar em outro mundo. A PBS declarou “Assassinato do Cientista Iraniano”. O NYT twitou seu espanto, pois de acordo com o jornal, "as autoridades iranianas ... sempre sustentaram que suas ambições nucleares são para fins pacíficos, não para armas".
Ainda mais
absurdo, John Brennan, o "czar" do contraterrorismo de Obama que
planejou o ataque que matou Osama bin Laden, tuitou: "Este foi um ato
criminoso e altamente imprudente."
O Irã
imediatamente apontou o dedo para Israel e prometeu vingança. Israel manteve o
silêncio, não reivindicou o ataque, mas tomou medidas para proteger seus
cientistas, seus diplomatas e locais sensíveis.
Realmente,
considerar Mohsen Fakhrizadeh apenas um cientista é como chamar Bin Laden de
apenas um clérigo. Um religioso pacífico. Fakhrizadeh era um oficial sênior da
Guarda Revolucionária Islâmica, designada como um grupo terrorista pelos
Estados Unidos, Arabia Saudita e Bahrain.
Só para
lembrar, durante o governo Obama, os EUA executaram 563 ataques com drones, em
sua maioria contra operativos muito menos perigosos do que Fakhrizadeh.
Em abril de
2012, Brennan disse que o presidente Obama deveria "usar de toda a força americana"
para "proteger a segurança do povo americano". Para justificar a
legalização e a ética do uso de drones, Brennan disse que era preciso “garantir
que o indivíduo fosse um alvo legítimo...; que ele “representasse uma ameaça
significativa...; determinasse que a captura não era algo viável” e não
prejudicar "civis inocentes". Por esses parâmetros, tanto os Estados
Unidos como Israel seriam justificados em eliminar Fakhrizadeh, neste ataque cirúrgico que matou
apenas ele e um guarda-costas.
Nesta semana,
o jornalista canadense Gil Troy fez um apanhado das novas memórias de Obama,
publicado recentemente. O livro de mais de 750 páginas de auto-congratulações,
mostra a visão de Obama, de apaziguador do Irã e de acusador de Israel. De
acordo com Troy, a América para Obama é a Terra Prometida, que tem permissão
para se defender, e a outra “Terra Prometida”, Israel, não tem esta permissão.
O duplo
padrão para Obama é justificável. Ele sempre denunciou o excepcionalismo
americano, pedindo desculpas ao mundo pelas supostas agressões anteriores da América.
Ele achou que se tratasse os mulás do Irã com respeito e honra, eles se
dobrariam ao seu charme. E sempre desconfortável com o poder desproporcional do
Ocidente, ele decidiu “equilibrar” a situação entre “Israel e os palestinos”
exigindo que “Israel, o lado mais forte, desse um passo maior em direção da
paz.” Israel fez o gesto, congelando as construções não só na Judeia e Samaria,
mas em Jerusalem. E isto não levou a absolutamente nada. Os palestinos não
voltaram à mesa de negociações.
Mas para
Obama, ao pressionar Israel e ao mesmo tempo engajar o Irã, ele estava
compensando os "pecados" anteriores da América. É por isso que ele
higieniza a virada palestina da negociação para o terrorismo em 2000,
descrevendo uma "violência" mútua, minimizando o terrorismo que os
palestinos iniciaram traindo e traumatizando os israelenses. Em vez disso, ele
decide que "as atitudes israelenses em relação às negociações de paz se
endureceram, porque a paz não parecia mais tão crucial para garantir a
segurança e a prosperidade de Israel". Esta obsessão com o poder econômico
e militar de Israel o cega para os sentimentos israelenses de vulnerabilidade e
culpabilidade palestina.
Ele nunca
assume a responsabilidade por nada errado. Ele culpa os republicanos para explicar
suas deficiências políticas, assim como ignora a ascensão da Irmandade
Muçulmana no Egito depois de ter intimidado Hosni Mubarak a se aposentar. E
Obama tolamente continua duro com Israel, mas brando com o Irã.
Indo mais
além, Obama escreve que a “visão de Bibi Netanyahu de si mesmo como o principal
defensor do povo judeu contra a calamidade permitiu-lhe justificar quase tudo
que o mantivesse no poder”. Como se Bibi não tivesse sido eleito ou não tivesse
trazido outros partidos de Israel para o governo.
Obama
acredita que sua posição é justa, idealista - e se ressente das críticas que
recebeu, especialmente da AIPAC. Mas sua obsessão com a culpabilidade da
América e o resto dos países ocidentais o fizeram muito generoso com ditadores
e terroristas como os iranianos e palestinos.
Todo o charme
de Obama, junto com os Bilhões de dólares que ele transferiu ao Irã, não deteve
os mulás de continuarem com seu projeto de obter uma bomba atômica e dominar o
Oriente Médio. Não os deteve de invadir e dominar o Iraque, a Síria e o Líbano
e a desestabilizar o Iêmen. Não os deteve de atacar a Arábia Saudita e ameaçar
os outros países do Golfo explodindo tanqueiros no estreito de Ormuz. O charme
de Obama só os encorajou e os bilhões lhes deu o poder. Poder para eliminar qualquer
protesto interno ou externo.
Este governo
insano não pensou duas vezes antes de executar um campeão de luta de calibre
mundial, de 27 anos, por ter protestado contra o governo em 2018. Navid Afkari
foi acusado falsamente de homicídio culposo de um segurança durante o protesto.
Ele negou categoricamente até ser torturado brutalmente e forçado a confessar.
Apesar de repetidos pedidos internacionais, Navid foi enforcado em Setembro.
Seus irmãos, que também participaram do protesto, pegaram 56 anos de prisão
cada um. Esta foi uma execução de exemplo. Os líderes do Irã quiseram enviar a
mensagem que ninguém, nem mesmo um atleta famoso está a salvo de ser acusado.
É este tipo
de gente, que pratica a injustiça sistêmica, e que enforca ou joga do alto de
edifícios homossexuais como passatempo, que Obama queria apaziguar e que Joe
Biden, se empossado em janeiro, vai querer reengajar em negociações.
Como disse
Gil Troy em sua opinião, “O presidente eleito Joe Biden e sua nova equipe devem
corrigir os erros de Obama, não repeti-los. Olhe à sua volta, não apenas à
frente. Não se trata apenas de fronteiras ou armas nucleares: os líderes
palestinos devem parar de aterrorizar palestinos e israelenses; Os iranianos
devem parar de aterrorizar o mundo. Em vez de criticar amigos como Israel e
mimar inimigos como os iranianos e os palestinos, restaure a verdadeira ordem
moral do universo: apóie seus amigos, seus aliados e enfrente seus inimigos”. A
mídia deveria fazer o mesmo.
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