Sunday, April 12, 2020

O Irã, os palestinos e a Corona - 12/4/2020


Em vez de assumir a responsabilidade e fazer o possível para garantir a saúde e o bem-estar de seus cidadãos, os líderes do Irã estão desperdiçando tempo e recursos à medida que a crise do corona vírus aumenta.

De acordo com a sua política de sempre colocar a culpa nos outros por seus males, os aiatolás agora estão tentando jogar seu próprio fracasso em lidar com a crise do corona, dizendo que os EUA projetaram o vírus. Para piorar, a mídia iraniana está aumentando o problema, promovendo curas falsas, levando centenas de iranianos a ficarem cegos e até se matarem ao consumir metanol pirata. O regime também evitou tomar medidas para coibir visitas em massa às tumbas dos imãs, uma prática que espalhou exponencialmente o vírus.

O Irã relatou seus primeiros casos confirmados de coronavírus em 19 de fevereiro: duas mortes na cidade sagrada xiita de Qom. Em vez de tomar medidas imediatas para impedir a propagação do vírus, o regime transformou o país em um foco de infecção, aplicando medidas como por exemplo:

O líder supremo Ali Khamenei implorou aos iranianos para votarem nas eleições parlamentares, chegando a descrever o vírus como uma manobra para desencorajar as pessoas a votar. O regime ameaçou e prendeu dezenas de iranianos que disseram a verdade sobre o surto.

O governo resistiu à imposição de distanciamento social. Em 25 de fevereiro, o presidente Rouhani chamou o coronavírus de "uma das conspirações do inimigo para fechar nosso país, espalhando o pânico".

Depois que as primeiras mortes pelo vírus foram relatadas em Qom em 19 de fevereiro, o regime se recusou a tomar medidas que poderiam ter contido o vírus. Qom é um local sagrado que atrai peregrinos de todo o Irã e do exterior. O governo manteve os santuários de Qom abertos até 17 de março, e as empresas e restaurantes em Teerã permanecem abertos até hoje.

A companhia aérea dos mulás, Mahan Air, voou pelo menos 55 vezes entre Teerã e a China em fevereiro. Pelo menos cinco dos primeiros casos de coronavírus do Irã foram conectados a esses voos.

O governo recusou todas as ofertas de ajuda, chegando até a revogar a permissão concedida aos Médicos Sem Fronteiras para estabelecer um hospital de campo com 50 leitos em Isfahan para tratar pacientes com coronavírus.

O regime favoreceu a economia e não a saúde pública. Em 29 de março, Rouhani disse que o governo teve que pesar os efeitos econômicos da quarentena em massa em uma economia já sitiada. "A saúde é um princípio importante, mas a produção e a segurança da sociedade também são princípios importantes", disse ele em uma reunião de gabinete. "Devemos juntar esses princípios para chegar a uma decisão final." Na prática, o governo não tentou encontrar esse equilíbrio. Ignorou completamente o lado da saúde e focou-se exclusivamente no lado econômico.

E pior, esta semana, os comitês do parlamento de segurança nacional e política exterior avisou que o Irã irá em frente com o enriquecimento de urânio, porque apesar da  Europa não cancelar o acordo nuclear, ela não tomou medidas para furar as sanções americanas.

Além disso, o regime também aproveitou esta crise para se livrar de prisioneiros políticos como Mostafa Salimi, um ativista curdo que foi sumariamente executado ontem no Irã. E forças de segurança do Irã executaram 36 prisioneiros que protestaram as condições das prisões e a falta de segurança contra o vírus. No mês passado, a Anistia Internacional pediu ao Ministro da Justiça do Irã Ebrahim Raisi para soltar todos os prisioneiros políticos e ativistas de direitos humanos que tomaram parte nos protestos contra o regime em Novembro de 2019 e Janeiro de 2020. A resposta do regime foi esta chacina.

O Irã agora enfrenta um desastre de saúde pública de proporções potencialmente catastróficas por causa da paranoia, falta de transparência e incompetência do regime iraniano. Os números oficiais de Teerã são 71,686 casos e 4,474 mortes, mas estes podem ser apenas uma fração dos números reais.

Por seu lado, os palestinos continuam com sua hipocrisia ao máximo. O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) foi desmascarado na semana passada. Seu líder, Omar Barghouti, declarou que, se Israel descobrir uma cura para a doença, aqueles que apóiam o BDS podem tomá-lo.

Barghouti estava falando em um vídeo ao vivo na página do BDS no Facebook em árabe, como parte de um seminários sobre a anti-normalização com Israel mesmo na época do COVID-19".

Barghouti avisou que esta crise não deve ser uma "lua de mel" com Israel e criticou a Autoridade Palestina por não ter interrompido a cooperação de segurança com o Estado judeu. Mas disse que não havia problema em usar equipamentos e testes de Israel e que esta cooperação para combater o vírus não é uma normalização. É.... quando interessa, tudo pode...

Fiel à forma, o seminário foi usado para fazer alegações infundadas contra o tratamento de Israel aos palestinos. Os duplos padrões de Barghouti não devem ser uma surpresa. Embora ele tenha se tornado uma das faces mais proeminentes do BDS, Barghouti se exime de praticar o que prega.

Nascido no Qatar de pais palestinos, Barghouti foi criado no Egito e se casou com um israelense árabe. Aproveitando a nacionalidade da mulher, veio morar em Israel, aonde estudou filosofia e ética na Universidade de Tel Aviv. Enquanto fazia seu doutorado lá el pedia o boicote internacional da universidade.

Claro que ele não está sozinho nisso. Os líderes da Autoridade Palestina e suas famílias têm sido tratados regularmente em hospitais israelenses, buscando atendimento de qualidade superior ao que é oferecido aos palestinos comuns nas áreas da AP e Gaza, ao mesmo tempo em que continuam a incitar e estimular o terrorismo contra o "estado sionista".

Israel, por seu lado, tem orgulho de estar oferecendo assistência à Autoridade Palestina para combater o COVID-19, incluindo o treinamento de equipes médicas palestinas, além de doar equipamentos de proteção.

Parte da assistência tem sido mais incomum. Na semana passada, Israel ajudou a evacuar cinco xeques palestinos que estavam na Indonésia. Israel não tem relações diplomáticas com Jakarta mas depois de todos os países árabes terem se recusado a ajudar e a Autoridade Palestina não ter conseguido traze-los de volta, Israel entrou em ação e os cinco estão hoje em suas casas em Nablus. Mas Israel recebeu algum agradecimento? Claro que não...

Devemos perguntar que política ajuda mais os palestinos e a causa da verdadeira paz: se a cooperação e assistência ou o boicote e a destruição de Israel como Estado judeu?

A nova pandemia de coronavírus está causando muita devastação, mas também criou novas alianças e cooperação para o benefício de todos. Barghouti procura ativamente deslegitimar e, finalmente, destruir Israel, enquanto finge que isso ajuda os palestinos e promove a causa dos direitos humanos. Não há máscara que disfarce as duas caras de Barghouti e o movimento BDS que ele representa.

Chegou a hora de mostrarmos a verdadeira face deste movimento BDS e trabalharmos em conjunto para tornar o mundo num lugar melhor, mais saudável e menos hipócrita.


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