No começo deste ano, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas tomou a decisão de cortar toda e qualquer negociação com Israel e ir direto para as Nações Unidas em Setembro e exigir a declaração do Estado da Palestina. Este pedido deverá ser vetado pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança enquanto que na Assembléia Geral, o esperado é que a maioria dos membros endosse a criação do estado dentro das linhas de armistício de 1948. Apesar desta resolução não ter força de acordo com o direito internacional, o mero fato que ela poderá ser passada, provoca reações negativas para Israel, os Estados Unidos e partes da comunidade internacional que deplora esta tática palestina e temem as consequências desta aprovação da Assembléia Geral. O Ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak disse que ela será um “tsunami diplomático”. Mas estes temores são largamente exagerados.
Como já disse aqui, os palestinos têm muito a perder com estas ações e eles sabem disso. Já ontem, Abbas disse que se Israel aceitasse 2 condições, ele abandonaria seus planos de ir para as Nações Unidas. A primeira condição é a de Israel aceitar as linhas de armistício de 1948 como base para negociações e a segunda, a total cessação de construções de judeus na Judéia, Samária e Jerusalem. Ele disse que sem isso, ele seguirá com seus planos.
Primeiro, a ONU é uma instituição moralmente falida que dá igual voz igual aos piores agressores e violadores dos direitos humanos do mundo. Que diferença uma resolução de uma instituição tão sem poder poderia fazer num conflito secular como este? que pode a ONU realmente fazer para implementar qualquer recomendação da Assembléia Geral? Até agora, suas resoluções só reforçaram a intransigência palestina.
Atos da Assembléia Geral não poderão concertar o movimento nacional palestino que está totalmente fraturado e inoperante. A ONU não pode unir as dezenas de facções palestinas numa entidade política única ou apresentar negociadores razoáveis de Gazae Cisjordânia para sentar à mesa com Israel. Pode a ONU moderar o Hamas e convence-lo a não mais matar judeus ou a abandonar seu objetivo religioso de destruir Israel? Será que a ONU pode curar os palestinos da cultura do martírio? Quando esteve a ONU na posição de colocar um pouco de pragmatismo na cultura política palestina?
Os palestinos continuam a insistir neste inventado “direito de retorno” para refugiados, não para o futuro estado da palestina mas para Israel próprio, uma idéia totalmente rejeitada pelo mundo como não realista e um enorme obstáculo para a paz. Os palestinos estão tentando desesperadamente re-escrever a história, negando a ligação histórica dos judeus com Jerusalem. Eles nunca concederão que perderam a luta pela capital unida que os judeus irão defender até a morte.
Além disso, esta petição para a ONU causa grandes problemas legais para os palestinos. Uma opinião legal paga pela Al-Jazeera ao professor de direito internacional publico da Universidade de Oxford, Guy-Goodwin Gill, membro do time legal que representa o governo da Jordânia contra o muro de separação construído por Israel, mostra que os direitos dos palestinos como de representação, direito de retorno, e outros poderão ser seriamente afetados por esta submissão às Nações Unidas.
O professor disse que a ação palestina é algo que não foi bem pensado. Historicamente, a OLP foi a única representante legítima do povo palestino. Agora, é um suposto estado mas qual estado? E quais são as ligações democráticas entre aqueles que dizem que representam este estado abstrato e o povo palestino? Ele disse que hoje, além de um estado pressupor territorio, governo e a capacidade de assinar tratados internacionais ele também dever ser representativo de seu povo e a ele prestar contas. Claramente esta não é a situação nem em Gaza, nem na Autoridade Palestina. Mas os palestinos continuam a ser os maus perdedores e não irão tomar qualquer passo que fuja da retórica de destruição de Israel, para conseguir seu estado.
A ONU não pode fazer isto por eles. Ela não pode mudar nem os fatos no chão nem o comportamento palestino. Eles tiveram pelo menos duas oportunidades para criarem seu estado: uma em 1948 e outra em 1993, ambas desperdiçadas por falta de liderança. Recentemente vimos esforços bem sucedidos do primeiro ministro Salam Fayyad no estabelecimento de infraestruturas e governo. Mas justamente ele é visto como vendido aos Estados Unidos e sua popularidade é muito baixa entre seu povo, provando o caráter esquizofrênico da política palestina.
Outra pergunta é se podem os palestinos sobreviver sem mendigar ajuda internacional todo o mês? É possível cortar sua burocracia inchada e corrupta para criar uma economia saudável? Será que a polícia palestina, treinada e equipada pelos Estados Unidos irá conseguir controlar um território inundado de armas ilegais? Podemos confiar neles para se oporem seriamente ao Hamas ou teremos outra Gaza na Cisjordânia? Não temos que lembrar que são as incursões israelenses contra o Hamas que mantém a Autoridade à salvo e que o mercado de trabalho, transferências de dinheiro e outros serviços vindos de Israel são críticos para a manutenção das operações diárias da Autoridade Palestina.
Estes auto intitulados líderes palestinos se dão conta que suas opções em relação a Israel são limitadas e que mais uma campanha terrorista seria extremamente destrutiva aos seus interesses. A diferença entre uma Israel democrática, próspera e militarmente forte e um governo palestino corrupto, autocrático e fragmentado está para todos verem. Israel conseguiu “vencer” as primeiras 2 intifadas e poderá faze-lo de novo.
Esta ação palestina na ONU dá à Israel a oportunidade de tomar medidas unilaterais como a anexação dos blocos de assentamentos e o Vale do Jordão – necessários para o estabelecimento de uma fronteira defensável ao longo do rio Jordão. Além disso, Israel pode impor sanções econômicas aos palestinos contra esta violação dos Acordos de Oslo que proíbe ações unilaterais como esta.
O grande desafio para Israel agora, não está no campo diplomático. O mundo árabe está no meio de uma crise sociopolitica e não pode dar atenção aos palestinos. Israel conseguiu evitar que a última flotilha zarpasse para quebrar o bloqueio naval de Gaza e tem o reconhecimento do mundo como um estado judeu.
O que está em jogo é a união social do país. Um Israel unido atrás de um governo forte pode sustentar um longo conflito. A vasta maioria de israelenses acredita que os palestinos não estão ainda prontos para fazerem as concessões necessárias para a paz. E uma resolução não irá de modo algum mudar a opinião pública de Israel sobre a falta de credibilidade, incompetência e hostilidade das Nações Unidas.
Finalmente, esta reviravolta no mundo árabe, com a provável tomada da Irmandade Islâmica em vários países vizinhos, só mostra o quanto Israel precisa de fronteiras defensáveis. A não ser que apareça uma liderança palestina mais pragmática, o conflito continuará. Setembro será seguido por Outubro e muitos outros meses sem um estado palestino. Em vez de dar ouvidos a Barak e outros da esquerda que pregam a derrota e a desmoralização, Israel deve confiar em si mesma e em seus instintos e fazer o que deve ser feito para assegurar sua defensibilidade para esta e para as gerações futuras.
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