Sunday, August 7, 2011

A Comunidade Internacional e Israel - 31/7/2011

Constantemente exige-se que Israel coloque sua confiança na comunidade internacional. Uma idéia que nunca funcionou no passado. Quando foi negociada a saída dos judeus de Gaza, a comunidade internacional disse que iria garantir a não transferência de armas para a Faixa pela fronteira com o Egito. Vimos bem aonde isto levou.


Agora, um enviado especial das Nações Unidas para o Líbano, acabou de dar mais uma razão para Israel não se arriscar contra garantias internacionais. Michael Williams, um diplomata da ONU disse que o cessar-fogo que terminou a guerra entre Israel e o Líbano em 2006 está se mantendo bem.

Tecnicamente isto é até verdade. Não houve outra Guerra ou ataques sérios na fronteira. Mas isto é simplesmente porque a Hezbollah está ocupada em dominar o Líbano e preparando a próxima guerra. Como o próprio Williams admitiu, a Hezbollah está armada até os dentes pois de acordo com ele, as fronteiras do Líbano são porosas – um eufemismo diplomático maravilhoso para o contrabando Estatal de armas. É o que aconteceu na Faixa de Gaza. Sua fronteira com o Egito repentinamente se tornou porosa também nas últimas semanas.

A Hezbollah novamente controla o sul do Líbano – algo que as Nações Unidas tinham a obrigação de evitar – tendo reconstruido seu sistema de túneis e suas fortificações militares. Em 5 anos, as forças da ONU nunca interferiram com as atividades de Hezbollah – nem uma só vez.

Agora imaginem, se puderem, como a ONU e garantias internacionais iriam funcionar com um estado Palestino.

Vocês estão vendo a Assembléia Geral da ONU se reunir para condenar a Palestina pela violação de suas obrigações? Qual força estrangeira colocada na região para garantir a paz agiria para impedir que armas e terroristas entrassem na Palestina? Qual força de paz iria se colocar em risco para impedir que terroristas atravessassem a fronteira para dentro de Israel? Eu respondo: nenhuma.

E ainda assim, nenhum país da Europa ou Estados Unidos, nenhum chamado estudo acadêmico ou qualquer veículo de mídia em massa leva isto em conta em suas histéricas exigências para que Israel ceda território para a criação do terceiro estado palestino.

A incitação palestina contra judeus e Israel continua. Isto, além de não preparar a sociedade para viver em paz com seu vizinho judeu, é uma clara violação dos acordos assinados no passado. Durante estas férias de verão, enviados das Nações Unidas podiam visitar os acampamentos de crianças todos nomeados em honra a terroristas. Um chamado Dalal Mughrabi em honra à mulher que em 1978 matou 37 israelenses, entre os quais 12 crianças; outro é Salah Khalaf em honra do chefe do Setembro Negro que entre outros, matou o embaixador americano no Sudão e os 11 atletas israelenses na Olimpiada de Munich em 1972. Tem também o campo Abu Ali Mustafa – secretário do Fronte Popular para a Liberação da Palestina – que planejou numerosos ataques contra israelenses e é claro, Yasser Arafat que não precisa de comentário. O que estou contando não se passa em Gaza com Hamas, mas na Autoridade Palestina com o aval e presença do mais moderado dos palestinos e vedete internacional, o Primeiro Ministro Salaam Fayad.

Os palestinos poderiam ter nomeado estes grupos em honra a educadores, médicos, e mesmo políticos que não estiveram envolvidos com o terrorismo. A mensagem do governo não é “vamos conseguir nosso estado independente e melhorar seu nível de vida” mas “nós podemos matar mais Israelenses do que o Hamas”.

Isto posto, a Autoridade Palestina poderia fazer o que quisesse se fosse independente economicamente de Israel. Mas hoje, a economia palestina deve sua própria existência à saúde economica de Israel e deveria parar de cuspir no prato que come. E isto também os Europeus escolhem não ver.

Com 5 economias européias em trapos (Portugal, Irlanda, Italia, Grécia e Espanha), a União Européia terá que adicionar a Palestina ao rol de falidos para ela sustentar se sua criação for votada em setembro. Isto porque ao encorajar a declaração da Palestina, os europeus estão implicitamente assumindo as contas de um país de quase 4 milhões de habitantes, um pouco menor do que a Irlanda.

O ministro das relações exteriores da França disse em fevereiro que o objetivo era construir uma realidade, com a França treinando a polícia e fomentando negócios na Cisjordânia “para que seu reconhecimento venha mesmo antes da negociação de fronteiras”. O ministro espanhol Miguel Moratinos, que lidera o esforço europeu para a criação da Palestina, disse que se antes de setembro Israel não acabar com a ocupação, então as infraestruturas palestinas e instituições forçariam Israel a faze-lo.

Há alguns meses, os europeus junto com o Fundo Monetário Internacional disseram que a Autoridade Palestina estaria apta a conduzir políticas econômicas saudáveis num futuro estado Palestino porque sua burocracia aprendeu a cobrar impostos e a administrar o governo.

Mas se a França e a Espanha conseguirem o que querem e Israel sair de cena, eles irão se deparar com uma Palestina que não pode pagar suas contas. Quase 2/3 da renda da Autoridade Palestina, ou um bilhão e meio de dólares, vem de impostos coletados por Israel. Ao dar sua opinião tão otimista sobre o futuro economico da Palestina, o Fundo Monetário projetou que este dinheiro não só irá continuar mas irá crescer – uma perspectiva que só pode ocorrer se houver boas relações entre os dois países. Com o Hamas fazendo parte do governo no entanto, é bem mais realista prever que as relações irão piorar e Israel não irá financiar um inimigo.

87% das exportações palestinas vão para Israel. Israel é o maior empregador de palestinos tanto no país quanto na Judéia e Samária. As dezenas de milhares de palestinos que trabalham nos assentamentos não poderão mais faze-lo pois a Autoridade Palestina considera este trabalho ilegal. Estes empregos nos assentamentos não só constituem 1/7 de toda a força de trabalho palestina mas ¼ dos salários porque israelenses pagam 2 a 3 vezes mais que empregadores palestinos. Mais de 20 mil palestinos têm vistos de trabalho em Israel e outros tantos trabalham no país ilegalmente. Se as relações deteriorarem e palestinos se tornarem mais uma vez uma ameaça à segurança tudo isto irá por água abaixo.

No passado, quando isto ocorreu, Israel substituiu os vistos a palestinos a vistos para asiáticos e trabalhadores da Europa Oriental com muito sucesso. Foi só a pressão americana e européia que fez com que Israel mantivesse empregos para palestinos.

Um ano depois de Israel ter deixado Gaza, as relações foram cortadas e o desemprego na Faixa dobrou para mais de 50%. Se o estado palestino for criado e as hostilidades retomarem, os europeus podem esperar o mesmo na Judéia e Samária.

Além disso, 1/3 do orçamento palestino vem de ajuda do exterior e os Estados Unidos ameaçaram cancelar sua ajuda se o estado palestino for criado unilateralmente em setembro. Isto irá deixar a Europa carregando o abacaxi sozinha.

A Palestina não tem uma economia viável sem Israel e os americanos hoje nem estão em posição de tamparem o buraco com sua própria economia em frangalhos.

Se através de seu encorajamento, a criação prematura de uma Palestina ocorrer e quebrar sua economia, então a Europa pode receber este novo estado dentro da União Européia e pagar por ela.

No comments:

Post a Comment