Sunday, April 7, 2024

7 de Abril - 180 Dias de Guerra com o Hamas - 7/4/2024

 

Hoje é dia 7 de abril e marcamos 6 meses do maior massacre de judeus desde a segunda grande guerra. Este pogrom iniciou a guerra que Israel continua a travar contra o Hamas em Gaza, todos os minutos do dia e da noite.

O balanço geral desta guerra até agora foi de uma perda imensa para Israel. 12 mil mísseis lançados de Gaza sobre a população civil de Israel (sem contar aqueles que caíram dentro da própria Gaza); 604 soldados e soldadas mortas. Quatro deles somente ontem, em Khan Yunis. 1,200 civis mortos, estuprados, mutilados e torturados, incluindo homens, mulheres, crianças, bebês, deficientes e idosos. 250 reféns levados para Gaza dos quais 133 ainda continuam em catividade incluindo um bebê, um menino de 4 anos, mulheres, meninas adolescentes, homens, soldados e soldadas. Dentre eles, o exército já confirmou a morte de 39 reféns, sendo que o corpo de Elad Katzir, um agricultor de 47 anos foi resgatado ontem de Khan Yunis. Ele teria sido morto em Janeiro.

O balanço para Israel também conta com 3,200 soldados e soldadas feridos, alguns com um longo caminho de recuperação à frente e outros com deficiências para o resto da vida.

Do lado de Gaza, o Ministério da Saúde do Hamas, declarou ter contado 32 mil mortos. Primeiramente, os 13 mil terroristas neutralizados por Israel estão entre este número. Segundo, num estudo feito dos números de mortos fornecidos pelo Hamas, há uma progressão linear, que aumentaram inclusive no período de cessar-fogo, o que não faz qualquer sentido.

E outro dado deve ser adicionado à este balanço. As mortes não intencionais, seja dos três reféns israelenses mortos nas mãos do exército de Israel, seja dos sete ligados à Cozinha Mundial Central na semana passada. Estas foram duas das inúmeras tragédias desta guerra provocada pelo Hamas.

Israel foi rápida a pedir desculpas e a dizer que danos não intencionais a não-combatentes “acontecem no meio da guerra”. Sim, esses incidentes acontecem em condições de batalha e aconteceram com todos os países que já se envolveram em guerras. E é aí que vemos a hipocrisia.

O presidente Biden foi rápido ao declarar que “incidentes como este simplesmente não deveriam acontecer. Israel também não fez o suficiente para proteger os civis. Os Estados Unidos têm instado repetidamente Israel a reduzir as suas operações militares contra o Hamas e substitui-las com operações humanitárias, a fim de evitar baixas civis.”

Isso é um verdadeiro absurdo! Senão vejamos: os EUA, durante a guerra no Afeganistão em julho de 2008, atacou acidentalmente uma festa de casamento, acreditando que os participantes eram insurgentes. Quarenta e sete civis, incluindo a noiva, foram mortos. Em novembro do mesmo ano, outro ataque a um casamento no Afeganistão matou 37 pessoas. Em 2021, um drone dos EUA atirou e matou 10 civis em Cabul – um trabalhador humanitário, e nove membros de sua família, entre eles sete crianças – acreditando erroneamente que eram terroristas.

E estes não foram incidentes isolados. De acordo com o Escritório de Jornalismo Investigativo, ataques americanos com drones no Afeganistão, Paquistão, Somália e Iêmen, de 2002 a 2020, mataram entre 10 mil e 17 mil pessoas. Entre eles 10% pelo menos eram civis. E isso foi somente mortes com drones. De acordo com o Instituto Watson de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade Brown, cerca de 433,000 civis foram mortos pelos americanos no Iraque, Afeganistão, Iémen, Síria e Paquistão.

E onde está o escândalo do mundo quando nesta última quinta-feira, a Rússia atacou um prédio residencial com drones iranianos, na Ucrânia matando 4 pessoas, 3 deles trabalhadores humanitários e ferindo outros 12? Onde estão as condenações?

É com isso em mente que a declaração de Joe Biden, soa bem hipócrita e apresenta dois problemas:

A primeira, é que dizer que Israel não fez o suficiente para proteger os trabalhadores humanitários e outros civis é simplesmente falso e irresponsável. Isso só fornece combustível para aqueles que espalham mentiras sobre Israel.

A segunda é que o presidente não reconhece nem uma vez, em toda a sua declaração, a responsabilidade do Hamas por essa situação. Foi o Hamas quem atacou Israel; é o Hamas quem está prolongando esta guerra, se recusando a libertar os reféns e a se render. Os terroristas do Hamas são aqueles que se escondem entre a população civil usando-a como escudo humano, se disfarçando de jornalistas, de motoristas de ambulâncias, de feridos, e trabalhadores humanitários, colocando assim em risco aqueles que realmente agem nessas capacidades.

Israel deve adotar a posição de que todas as vítimas civis em Gaza, mesmo as não intencionais reconhecidas por Israel, devem ser atribuídas ao Hamas. O que precisamos agora é que a comunidade internacional controle a sua hipocrisia e pare de tratar as zonas de batalha como cenas de crime comum, algo que aparentemente só faz inexplicavelmente quando o Estado judeu está envolvido.

Quando o Hamas ataca é uma declaração de guerra. Quando Israel se defende é um crime de guerra. Assim não dá!

Outra pérola que saiu esta semana foi a publicação do prêmio “A Foto do Ano” que foi para um fotógrafo free-lancer da Associated Press, de Gaza, Ali Mahmoud. Mahmoud acompanhou os terroristas no massacre de 7 de outubro. A foto e o vídeo do corpo semi-nú e mutilado de Shani Nicole Louk, de 22 anos, uma linda artista, assassinada no festival de música, exibido na caçamba de uma caminhoneta pelas ruas de Gaza para o deleite dos civis inocentes que vieram cuspir nela. Esta foto não é apenas desrespeitosa, mas também levanta sérias questões de ética para a Associated Press. Mesmo sendo um free-lancer, quanto conhecimento prévio este Ali Mahmoud tinha sobre este massacre?

A clareza moral está fundamentalmente perdida. E se não a reencontrarmos podemos dizer adeus ao mundo. Então vamos deixar alguns pontos claros.

Em 7 de Outubro, o Hamas agiu de acordo com o seu expresso esforço genocida de assassinar, violentar e raptar brutalmente homens, mulheres e crianças judeus. O Hamas declarou estar empenhado em repetir essa violência continuamente, se tiver oportunidade. No início, líderes dos países ocidentais em sua maioria falaram decisivamente, descrevendo os acontecimentos daquele dia como puro mal e apoiando a obrigação moral de Israel de se defender. Seis meses mais tarde, vemos um substancial enfraquecimento desse apoio e um aumento das vozes estridentes que apoiam o Hamas, uma organização terrorista.

As organizações defensoras dos direitos humanos, estão preocupadas, não com os 133 israelenses ainda reféns em Gaza, mas com as alegadas falhas de Israel no fornecimento de ajuda humanitária àqueles com quem está em guerra. Algo que não tem qualquer precedente na história dos conflitos. Ao mesmo tempo, estas organizações não prestam qualquer atenção palpável à verdadeira fome que aflige o Sudão e o Haiti, a guerra na Ucrânia e a tantas outras crises. Só pensam em culpar Israel e não o Hamas, cuja crueldade nunca distinguiu entre judeus e palestinos.

O mundo agora vê o dia 7 de outubro apenas como uma interrupção indesejável ao seu sonho profundo de um acordo de dois estados.  Israel precisa dar um basta nisso e deixar bem claras suas necessidades de segurança. Nós aqui estamos acordados e não devemos ficar parados num silêncio atordoado. Devemos exigir que os Estados Unidos e o mundo ocidental civilizado permaneçam fortes em seu apoio a Israel, ao povo judeu e aos reféns, e que acabem com estes duplos padrões de exigências que eles não demandam nem de si próprios quando estão em guerra.  E que assim restaurem um pouco da clareza moral para este mundo que anda confuso demais.

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