Sunday, July 28, 2024

A Tragédia de Majdal Sham e o Discurso de Bibi no Congresso Americano - 28/07/2024

 

O assunto de hoje era o discurso do Bibi Netanyahu no Congresso americano, mas como o Oriente Médio é imprevisível, vamos começar com o horrendo massacre que ocorreu ontem no vilarejo druso de Majdal Shams. Às 18h um míssil da Hezbollah atingiu em cheio um campo de futebol onde um jogo entre crianças estava acontecendo. A sirene de alerta tocou, mas não deu tempo para as crianças correrem para o abrigo que ficava no próprio campo de futebol.

Doze crianças, de 10 a 16 anos de idade foram mortas instantaneamente, quatro de uma mesma família, e outras 40 estão sendo tratadas em vários hospitais israelenses, nove em estado crítico, algumas com membros decepados, enfim, uma verdadeira chacina e uma verdadeira tragédia para Israel e para a comunidade drusa em especial.

Imediatamente a Hezbollah tentou negar que tivesse enviado o míssil, porque os mortos não eram judeus, eram drusos. Mas não passou 2 horas do ataque e a inteligência de Israel já tinha o nome do comandante que ordenou o lançamento do míssil: Ali Yehia Mohamed. E ele sabia para onde o estava mandando e não se importou com a morte de civis, de crianças inocentes. Como estas mortes justificam a solidariedade com Gaza é incompreensível. Somente a sede de sangue de inocentes pela Hezbollah justifica este ataque.

Israel prometeu responder e Bibi Netanyahu cancelou o resto de sua viagem aos Estados Unidos e está voltando hoje a Israel depois de seu histórico discurso perante o Congresso. E o que os drusos e o resto dos israelenses esperam é nada menos que uma ação contra o Líbano, da magnitude que foi o ataque ao porto de Hudaidah depois que o Iêmen matou um israelense em Tel Aviv com um drone na semana passada.

Claro, a ONU rapidamente pediu a contenção de Israel para não escalar a situação para uma guerra. Curioso que a ONU não pediu contenção para a Hezbollah que envia diariamente centenas de mísseis, foguetes, morteiros, drones e veiculos aereos não-tripulados contra Israel. O sangue judeu e israelense continua a ser barato na ONU.

Agora sobre Bibi no Congresso, sem dúvida, ele é um grande orador e sabe como produzir um discurso. Esta é a quarta vez que ele fala aos legisladores americanos, batendo o recorde de Churchill que falou três vezes perante a mesma casa. Bibi sabe acima de tudo como se dirigir à audiência americana, o que faz ela se emocionar e responder, e essa é sua maior vantagem.

E seu objetivo desta vez, foi de fortalecer a aliança entre os Estados Unidos e Israel, num momento em que ela está sendo questionada, inclusive por dúzias de membros democratas do Congresso que boicotaram o discurso. E entre eles estavam a candidata democrata a presidente Kamala Harris, Nancy Pelosi, o líder da maioria do Senado Dick Durbin e James Clyburn, membro do Grupo Negro do Congresso. O boicote destes 4 políticos democráticos influentes nos provou que não podemos tomar o apoio americano como garantido. Vimos o quanto custou a retenção do envio de armas e munições por Biden em vidas e tempo para a resolução da guerra em Gaza.

Como disse o Wall Street Journal: Isto não é uma maneira de tratar um aliado que está em guerra. Além disso, durante seu discurso, do lado de fora, manifestantes pró-Hamas fora do controle, arrancavam bandeiras americanas dos postes e as queimavam, junto com bandeiras israelenses. Os manifestantes picharam de vermelho os marcos americanos, como fizeram com as casas dos moradores dos kibutzim em 7 de outubro, gritaram pelo fim de Israel e despejaram larvas, minhocas e grilos no lobby do hotel onde Netanyahu estava hospedado.

Sem se deter, Netanyahu foi direto ao fulcro da questão para reforçar a aliança com os Estados Unidos. Isso porque, embora ele tenha recebido quase 80 ovações, as imagens da destruição de Gaza transmitidas ininterruptamente pela mídia americana e mundial, estão fazendo com que muitos se percam e esqueçam porque começou esta guerra e porque ela é justa. 

Em Israel não nos perdemos. Todos os dias lembramos do massacre, dos reféns, dos soldados que deram suas vidas e dos que foram feridos. Mas nos Estados Unidos, é outra coisa. Precisamos continuamente defender essa guerra mesmo em meio a todas as alegações absurdas de crimes de guerra, genocídio e apartheid. E é preciso deixar claro ao público americano que a luta de Israel não é apenas uma luta justa e correta, mas também é a luta da América pelos valores democráticos e de liberdade. Foi o que Netanyahu conseguiu com esse discurso.

E claro, a oposição em Israel encontrou mil argumentos para criticar. Alguns falaram que Bibi deveria ter se concentrado nos reféns, outros para anunciar um plano para Gaza ou um plano de paz com os palestinos e outros ainda, para Bibi reconhecer sua responsabilidade pelo ataque em 7 de outubro. Para estes, não importa o conteúdo do discurso, ele nunca teria sido suficiente para apaziguá-los.

Mas, de novo, Bibi direcionou sua fala para o público americano, não israelense. Nós em Israel, sabemos da brutalidade do Hamas e da chacina que sofremos porque vivemos com isso dia a dia; mas os americanos precisam ser lembrados — em linguagem vívida e descritiva.

Nós em Israel sabemos que temos um país super diverso, com pessoas de todas as raças e religiões; mas os americanos precisam ver isso. É por isso que Netanyahu trouxe com ele um soldado negro, Avichail Reuven, de ascendência etíope, e um soldado beduíno muçulmano, Ashraf al Bahiri. Eles representam a diversidade de Israel, algo que muitos americanos simplesmente não conhecem.

Nós em Israel sabemos que não alvejamos civis indiscriminadamente; mas os americanos precisam ser lembrados disso, e Netanyahu o fez. E ele lembrou que Israel lançou milhões de panfletos e fez centenas de milhares de telefonemas para tirar civis palestinos da linha de fogo.

O maior especialista americano em guerra urbana John Spencer, declarou que a proporção de vítimas civis-combatentes em Gaza está entre as mais baixas do mundo na história de guerras da humanidade! O público americano precisa ouvir isto. Nós sabemos que Israel não está intencionalmente matando os moradores de Gaza de fome; os americanos precisam saber das centenas de caminhões de ajuda por dia que são entregues, e muitas vezes roubados pelo Hamas. E como Bibi disse, “para Israel, cada morte civil é uma tragédia. Para o Hamas, é uma estratégia.”

Isso precisa ficar claro para os legisladores sentados naquele plenário do Congresso.

Bibi também não deixou de responder aos manifestantes. “Eles chamam Israel de estado colonialista”, disse ele. “Eles não sabem que a Terra de Israel é onde Abraão, Isaque e Jacó oraram, onde Isaías e Jeremias pregaram e onde Davi e Salomão governaram? Por quase 4.000 anos, a Terra de Israel tem sido a terra natal do povo judeu. Sempre foi nosso lar; sempre será nosso lar.”

Sobre os protestos pró-Hamas nos campus universitários e nas ruas dos Estados Unidos, ele disse que este “não é um choque de civilizações, mas um choque entre a barbárie e a civilização”. Que “quando os tiranos de Teerã, que enforcam gays em guindastes e assassinam mulheres por não cobrirem seus cabelos, elogiam, promovem e financiam vocês, vocês se tornam oficialmente os idiotas úteis do Irã.”

Bibi concluiu dizendo que Israel precisa da América e se ela lhe der o necessário, o Estado Judeu trará a vitória que também será dela. E hoje, isso nunca foi mais verdadeiro com a mais que provável abertura da guerra no Norte. A questão é: será que a cegueira dos democratas americanos e do resto do mundo irá levá-los a negar a Israel o direito de se defender também nesta frente? 

Temos que esperar para ver o que esta próxima semana nos trará.

 

Sunday, July 21, 2024

Israel em Guerra: Houdaidah, Mohamed Deif e a Corte Internacional de Justiça - 21/07/2024

 

Tivemos uma semana cheia de notícias. Mas somente neste final de semana, um veículo aéreo não-tripulado, carregado de explosivos, conseguiu chegar a Tel Aviv. Na explosão que se seguir um residente de 50 anos foi morto e outras 20 pessoas ficaram feridas.

Os Houthis no Iêmen têm enviado drones, misseis e estes veículos aéreos não tripulados quase que diariamente contra Israel além de atacar os navios mercantes no Mar Vermelho causando bilhões de dólares em danos para o comércio internacional, especialmente para o Egito. Além disso, os Houthis têm atacado a Arábia Saudita e os Emirados Árabes quase sem consequências.

Mas o envio deste veículo aéreo para Tel Aviv foi a gota que transbordou o copo. Israel lançou um ataque sem precedentes contra o porto de Hodeidah no Iêmen, a artéria principal pela qual os Houthis recebem armamento e suporte do Irã, a 2 mil kms de Israel. Hodeidah é também o centro de produção de energia do país, onde o Iêmen mantém suas refinarias de petróleo e sua central elétrica.

A mensagem, deste monumental ataque, foi não somente para os Houthis, que agora terão que gastar pelo menos uns 2 anos para reconstruir seu porto, mas para o Irã, já que Teherã também fica a 2 mil kms de Israel e para a Hezbollah, que não pode se dar ao luxo de provocar Israel ao ponto de ter seu porto ou a cidade de Beirute destruída novamente.

Se Israel conseguiu finalmente restaurar seu poder de dissuasão teremos que ver nos próximos dias.

Em Gaza, a situação parece ter progredido e hoje houve confirmação que o arqui-terrorista Mohamed Deif foi enviado desta (provavelmente para pior). A perda de um comandante tão importante, poderia trazer a cúpula do Hamas, principalmente os que vivem nos hotéis de luxo no Qatar, para a mesa de negociações e a soltura dos reféns.

Mas aí a comunidade internacional tem um jeito de sempre atrapalhar as coisas ao dar legitimidade para este povo que se diz “palestino”, mas são árabes do Egito e da Arabia Saudita de acordo com eles mesmos.

Na sexta-feira a Corte Internacional de Justiça, emitiu sua decisão por seu presidente, um juiz Libanês (notem que o Líbano está em guerra com Israel), notória e virulentamente crítico a Israel.  De acordo com um relatório da UN Watch, durante o seu mandato como embaixador do Líbano na ONU, Nawaf Salam votou pela condenação de Israel nada menos que 210 vezes.

Em 2008, Salam fez um discurso acusando inominadas "organizações terroristas judaicas" de cometer "massacres organizados". Em 2015, ele chamou Israel de "triunfo de escolhas racistas e colonialistas flagrantes" no Twitter. Em junho de 2015, ele twittou "#Israel Ocupação de #Gaza e #WestBank: INFELIZ ANIVERSÁRIO PARA VOCÊ - 48 ANOS DE OCUPAÇÃO". Meses depois, o Jewish News Syndicate informou que ele escreveu: “Israel deve parar a violência e acabar com a ocupação” e “parar de retratar os críticos da política israelense como antissemitas como tentativa de intimidá-los e desacreditá-los, o que rejeitamos”.

Qualquer juiz com este passado e um claro conflito de interesses deveria se declarar suspeito, para manter um mínimo de aparência de imparcialidade do tribunal. Mas quando se trata de Israel, todo módico de propriedade, de justiça ou de imparcialidade pode ser jogado pela janela sem qualquer cerimônia, e tudo bem!

Qual não foi a nossa “surpresa” quando o tribunal, que não tem jurisdição sobre Israel, decidiu que os assentamentos judaicos são ilegais, inclusive em Jerusalém, que a presença de Israel sobre estes territórios, incluindo Gaza deve terminar e Israel tem a obrigação de pagar restituição aos palestinos e evacuar imediatamente todos os judeus de suas moradias no que ele decidiu ser “território ocupado”, incluindo Gaza.

A Corte acabou de perder toda a credibilidade e como outras agências da ONU, ela não tem qualquer legitimidade para decidir este assunto.

Primeiro, a Corte não chegou nem a mencionar, nem a aludir, ao fator de segurança de Israel. Aos milhares de mísseis, morteiros, balões incendiários enviados de Gaza e dos milhares ataques terroristas perpetrados na Judeia e Samaria. Assim, ele quer que as ações de Israel sejam consideradas num vácuo o que é completamente absurdo.

É impossível especialmente tendo em vista os passos que Israel tomou para fazer a paz como os Acordos de Oslo e a retirada de todas as comunidades judaicas de Gaza em 2005. Somente em 2007 Israel decidiu bloquear o acesso de Gaza, por causa da quantidade de armas e munições, mísseis e morteiros enviados para a Faixa, seu maior exemplo o navio Karine A, tomado pela marinha israelense. A corte decidiu que, pelo fato de Israel desde então ter se dado ao direito de inspecionar carregamentos para Gaza, ela efetivamente ocupa a Faixa.

Se isso é verdade, Israel é muito incompetente. Ela ocupa o território, mas permite que o Hamas e o Jihad Islâmico enviem mísseis diariamente contra seus civis? Isso é razoável?

Ainda, o tribunal decidiu que este território era para a Palestina desde o Mandato Britânico! Que beleza, que talento para reescrever a História! Primeiro, o “povo palestino” não existiu até ser inventado por Arafat em 1964, 15 anos depois de fim do Mandato Britânico. Se ele está se referindo à toda Palestina, então vamos incluir a Jordânia, que tomou 75% dela. Mas acho que o Sr. Salam não quer se indispor com seus vizinhos.

Ainda, ele lida com os “assentamentos” como se não tivessem existido comunidades judaicas na Judeia, Samaria ou Gaza antes de 1967. Até 1948 a maioria dos judeus viviam na cidade velha de Jerusalém, que o tribunal considera como Jerusalém do Leste e “ocupada”. Em 1948, na guerra da Independência, a Jordânia ocupou ilegalmente esta parte da cidade expulsando todos os judeus e queimando todas as sinagogas (e isso sim foi ilegal e nenhum país fora do Paquistão e da Inglaterra reconheceram esta ocupação e anexação).

Mas vamos lá. De quem a Jordânia ocupou o território? Do Estado da Palestina? Não. Do Mandato Britânico. E o Mandato Britânico ocupou de quem? Do Estado da Palestina? Não. Do Império Otomano que ocupava a região desde 1516! E antes disso? Tivemos os Mamelucos do Egito, os Mongóis, os Cruzados. Antes dos Cruzados a Terra Santa era governada pelos califados de Bagdá e da Síria e antes deles o Império Bizantino que substituiu os romanos. Existiu alguma vez um Estado ou Território Palestino? NUNCA.

Ainda, posso fazer aqui uma lista de eventos nos quais os judeus da Terra Santa foram sujeitos a massacres, pogroms durante os últimos 2 mil anos, incluindo os Bizantinos, os Cruzados, as diversas invasões árabes provando a presença contínua do nosso povo em nossa terra ancestral.

Nós não somos estrangeiros em Eretz Israel. Sim, tivemos muitos dos nossos dispersos contra a sua vontade para terras estranhas, onde fomos perseguidos, convertidos à força, expulsos e finalmente, sistematicamente mortos.

Mas nunca esquecemos quem somos ou de onde viemos.

Assim, quem está ocupando esta terra ilegalmente são os árabes que chegaram em sua grande maioria no século XX em busca de trabalho.

Nosso registro de propriedade está na Bíblia, entregue por Deus. Nosso direito de posse está em nossa presença continua, e não há tribunal terrestre que possa nos destituir de nossos direitos. Nós, e não os palestinos, somos o maior exemplo de vitória contra a colonização.

O mundo precisa saber que vamos continuar a lutar até que aceitem o inevitável. Am Israel Chai! Be Eretz Israel!