Existe uma
palavra em Hebraico que é muito usada em inglês para descrever o atrevimento, a
ousadia, enfim, a cara de pau. É a palavra Chutzpah. E neste aniversário de um
ano da mega-atrocidade do Hamas contra israelenses e não israelenses, judeus e
não-judeus, e baixo a centenas de mísseis sendo enviados do Líbano pela
Hezbollah, alguns da mídia internacional se sentem no direito de opinar,
digamos, criticar, como Israel lamenta seus mortos e marca o evento.
O caso do
jornal de esquerda The Guardian, da Inglaterra é um exemplo. Na semana
passada, ele deu voz à uma certa eco feminista comunista, seja lá o que isso
for, de origem judaica para lhe dar um certo grau de autoridade, publicando seu
artigo titulado “Como Israel usou o trauma como uma arma de guerra”.
Imaginem só isso!!!!
Isso é mais do que chutzpah – é uma
chutzpah obscena.
Convenientemente,
o artigo omite os
detalhes do ataque bárbaro em que o Hamas, o Jihad Islâmico e outros terroristas invadiram o sul
de Israel, assassinando, estuprando, mutilando e decapitando. Claro
que ela escolheu omitir as famílias inteiras que foram baleadas, torturadas,
pais na frente dos filhos e filhos na frente dos pais, ou queimadas vivas em suas casas – 30
crianças estavam entre os 1.200 civis naquele dia. E tampouco houve
a necessidade de discutir
as 250 pessoas, israelenses e estrangeiros, que foram sequestradas.
O principal medo do jornal e de outros
similares, não foi o que poderia
acontecer a Israel. O
medo deles é o fato de que, relembrar aquele dia terrível e todo o seu trauma, pode (D-us nos
livre) encorajar a
islamofobia!
Estranho que
só agora, que Israel está envolvida, este argumento é levantado. Quando o ISIS sequestrou
374 meninas cristãs de Chibok, na Nigeria escravizando-as, ninguém criticou as famílias
das vítimas de provocarem islamofobia por conseguirem engajar até Michelle
Obama para sua causa. Até hoje só 100 delas voltaram. Ou quando o governo de
Omar al-Bashir no Sudão fez uma limpeza étnica dos não árabes muçulmanos em
Darfur, matando perto de 400 mil civis seja por chacina ou de fome, ninguém argumentou
que a condenação de al-Bashir por genocídio pudesse levar à islamofobia. Ou que
acusar os sérvios ortodoxos de genocídio contra os muçulmanos da Bósnia,
poderia inflamar sentimentos anti-cristãos no mundo inteiro.
Mas quando se
trata de Israel...
Ela é acusada de usar a memória do massacre
de 7 de outubro para
justificar o ataque àqueles que o perpetraram e apoiaram a selvageria; aqueles... que ainda estão disparando mísseis indiscriminadamente contra
israelenses — judeus e não judeus, civis e militares. Aqueles que
continuam a comemorar o 7 de outubro.
Na perversão máxima, estão dizendo a Israel como ela
deve lamentar seus
mortos. E por favor, está proibido o uso da palavra "Holocausto".
Entre os absurdos escritos neste artigo do The
Guardian, está uma
citação do palestino Abdaljawad Omar reclamando que a "forma colonial de
luto de Israel transforma os palestinos em equivalentes modernos aos amalequitas". É um espanto! Como se só o comportamento deles não fosse o
suficiente para eles merecerem esse enquadramento!
O objetivo desta mídia suja é o mesmo: não se alongue
sobre os horrores que
foram feitos a Israel, porque isso pode fazer as pessoas terem um
sentimento negativo
sobre os terroristas
que os perpetraram.
Aqui está uma amostra: “Com uma conflagração regional em
larga escala parecendo mais possível a cada hora, o foco em como Israel intensifica e manipula o
trauma judaico pode parecer irrelevante... No entanto, as histórias
particulares que Israel conta sobre a vitimização judaica fornece a
justificativa para a violência devastadora e a anexação de terras coloniais
agora em exibição tão gritante”.
Vamos parar
um pouco e concordar com alguns fatos incontroversos. Até a década de 60, os
palestinos eram os judeus que moravam em Israel. Golda Meir dizia com orgulho
que ela era palestina e isso estava em seu documento de identidade. Foi Yasser
Arafat, um terrorista nascido no Egito, que quando fundou a OLP em 1964, 3 anos
antes de qualquer “ocupação” inventou o povo palestino. Até então todos eram
apenas “árabes”. Segundo fato incontroverso: desde a época dos romanos, há dois
mil anos, os judeus sempre mantiveram comunidades em todo Israel, inclusive na
Judeia e Samaria. Os Bizantinos cristãos, os Cruzados, os invasores árabes e os
invasores turcos, escritores como Benjamin Metudela, rabinos como Ramban,
Rambam e tantos outros, todos registraram a presença judaica ininterrupta em
Israel, até hoje.
E aí temos. O
primeiro crime do qual Israel é culpada: é de ser colonialista. Como podemos ser
colonialistas na terra de onde viemos? Desde quando a ocupação ilegal de um
país como a Jordânia, durante meros 19 anos, pode apagar a presença judaica de
2 mil anos ininterruptos? Israel é o maior e melhor, provavelmente o único
exemplo de descolonização bem-sucedida da História.
Mas a mídia
se concentra, como sempre, na narrativa Palestina influenciando as
universidades, a opinião pública e os organismos internacionais como a ONU e a
Corte Internacional de Justiça. Estes organismos não se cansam de acusar Israel
não só de colonialista, mas de genocídio e de apartheid. Na opinião de vocês,
quem é o genocida? Aquele no qual a população árabe se multiplicou 10 vezes
desde a criação do estado, ou aqueles que têm em sua própria constituição, o
único objetivo de destruir o estado Judeu, e todos os seus habitantes judeus, como
é com o Hamas e a Hezbollah?
E quem é o
Estado apartheid? Aquele que promove suas minorias a todos os cargos inclusive
de Chefes de Hospitais, presidentes de empresas, generais do exército e até a
juiz do Supremo que colocou um presidente e um primeiro-ministro judeus de
Israel na cadeia? Ou aqueles que não aceitam que qualquer judeu resida em qualquer
parte do território que reclamam como seu, do Rio ao Mar?
E crimes de
guerra, então? Outro crime do qual Israel é acusada. Que outro país está em
guerra não contra um exército reconhecido, mas contra dois grupos terroristas
apoiados por estados terroristas como o Irã, a Síria, o Iêmen? Quem comete
crimes de guerra? Israel que avisa por telefonemas, panfletos e rádio para a
população civil sair dos objetivos militares, ou grupos terroristas que lançam
mísseis indiscriminadamente contra a população civil e usam seus civis como
escudo humano?
Ou os que,
como foi encontrado esta semana por Israel, escondem em todas as casas de civis,
no sul do Líbano, milhares de mísseis, armas, munições, coletes e capacetes,
além de túneis sofisticados que adentravam o território israelense, tornando
todas as casas em alvos militares? Mas não. Não podemos criticá-los porque isso
poderá gerar islamofobia!
E entre toda a piedade professada pelos palestinos e
libaneses na guerra que seus líderes lançaram contra Israel, não
há um que poupe um
pensamento para os mais de 60.000 israelenses ainda desabrigados após um ano. Ou
para as jovens famílias mortas e mutiladas, para os mais de 100 reféns que
continuam em condições subumanas em Gaza. E para milhares de israelenses emocional e fisicamente
feridos.
Sim, querem
que apaguemos tudo isso para justificar o injustificável. Não gostaram do filme
Prestando Testemunho do
exército israelense, que compilou os momentos mais gráficos e horríveis
capturados pelos próprios terroristas naquele dia... Ou que permitimos
a Sheryl Sandberg ex-COO
da Meta produzir o “Gritos Antes do Silencio”, sobre a violência sexual brutal perpetrada pelo Hamas; ou o documentário #Nova, que criou um relato 'minuto a minuto' das atrocidades.
E outros.
Não! Deveríamos
ter ficados quietos e apagar o que estes selvagens fizeram.
Tudo isso explica muito sobre o que está
acontecendo nas ruas e nos campuses universitários do mundo.
Brendan O’Neill, editor-chefe do site Spiked!, acabou de publicar o livro “Depois
do Pogrom: 7 de
Outubro, Israel, e
a Crise da Civilização”. Ele escreveu: “Parece que a histeria [pró-Hamas] no pós-outubro foi o fruto podre da
virada do Ocidente contra a civilização. Do nosso abandono progressivo da
razão. Da nossa troca dos ideais do Iluminismo, do pensamento racional e deliberação
democrática pelo beco sem saída da política de identidade.”
Eliminar a documentação traumatizante é destruir
as evidências, apagá-las
da memória futura. Isso pode beneficiar os palestinos e o estado patrocinador
do terrorismo, o Irã, que ainda busca capacidade nuclear militar. Não ajudará a
sobrevivência de Israel, que já está sendo arrastada por tribunais internacionais.
A selvageria vista em 7 de outubro nunca poderá ser perdoada ou esquecida. E ninguém tem o direito
de dizer a Israel como lembrar, lamentar marcar ou comemorar esta data. Não queremos preservar o trauma.
Longe disso. Queremos sim
evitar e nos proteger de
atrocidades futuras.