Estamos assistindo um espetáculo verdadeiramente triste. No continente
aonde menos de 70 anos atrás, 2 em cada 3 judeus foi assassinado num esforço superior
ao de se ganhar a guerra, o anti-semitismo voltou a ser moda.
Outra semana de protestos e manifestações sobre os supostos crimes de
guerra cometidos por Israel. Mas em meio a estes protestos, ninguém ouviu
gritos de “morte aos israelenses”. O que ouvimos foram “morte aos judeus”, “vamos
degolar os judeus”, “hamas, hamas, judeus para o gás”. Um imam em Berlim, representante
desta religião de paz e amor que é o islamismo, será deportado por conclamar Alá
a “destruir os judeus contando e matando até o último deles”. E neste final de
semana parece que o ódio chegou também na América. O rabino Yosef Raksin de
Nova Iorque, que visitava familiares em Miami, foi morto ontem de manhã a
caminho da sinagoga.
E contrariamente à visão populista de que as “massas estão revoltadas
pelas imagens vindas de Gaza”, os piores comentários são feitos justamente por líderes
mundiais que se mostram cada vez mais obsecados com a situação entre Israel e
os palestinos de Gaza. Um porta-voz do secretário-geral da ONU, disse no
domingo passado que um ataque próximo à uma escola operada pela UNRWA, era um “escândalo
moral e um ato criminoso”. O próprio Ban Ki Moon inflamou a situação numa
sessão especial da ONU para lidar somente com o conflito, dizendo que “a
suspeita de ação militar não justifica colocar em perigo as vidas e a segurança
de milhares de civis inocentes”, ou seja “os mísseis do Hamas não justificam
ataques a instalações da ONU em Gaza”.
O fato destas mesmas instalações serem usadas pelo Hamas para armazenar e
lançar mísseis contra Israel é irrelevante. Então vejamos: a própria lei
internacional que o Sr. Moon deveria conhecer, diz que qualquer instalação,
local de culto ou casa de civil se tornam alvos militares se usados para
armazenar armas e munições, abrigar comandantes ou lançar ataques. E foi
exatamente isso o que aconteceu. E temos video para prová-lo. Sreenivadsan Jain,
reportando para a NDTV, a televisão indiana, entregou o filme para Israel somente
após sair de Gaza, mostrando mísseis sendo preparados e lançados do lado do seu
hotel e de prédios aonde estavam hasteadas bandeiras das Nações Unidas.
Esta reação para com Israel e para com os judeus não é algo normal ou
lógico. É um sintoma de algo muito mais profundo.
Sessenta e nove anos depois da Segunda Guerra, a claridade moral do
mundo foi para o espaço.
Os cristãos do Iraque e da Síria estão sendo literalmente massacrados
pelo Estado Islâmico, antes conhecido como ISIS, que controla hoje uma grande
parte do Iraque e o maior reservartório de água. Um genocidio está sendo
perpetrado por eles contra os Yazidis, membros da mais antiga religião do
Oriente Médio. A brutalidade é ilimitada. 500 homens e as crianças foram mortas,
alguns enterrados vivos e as mulheres vendidas. Durante dias sem fim, Obama
pensou no que fazer até ordenar que água e comida fossem jogadas dos aviões
para os miseráveis que se esconderam nas montanhas, se conseguirem chegarem
neles. Ataques com drones foram autorizados mas somente se limitados. A
Inglaterra prometeu alguma ajuda. A França declarou solidariedade para com o
povo iraquiano e preocupação. Mas nenhuma reunião urgente da ONU foi convocada
e Obama saiu de férias.
O ex-presidente Jimmy Carter, (lembram dele?) também contribuiu com sua
preciosidade. Ele disse que Israel deveria reconhecer e negociar com o Hamas
pois o grupo foi eleito pelo povo palestino. Bem, Adolf Hitler também foi
eleito pelo povo alemão assim como Benito Mussolini na Itália. Os dois só
trouxeram miséria e destruição para a Europa.
Posso garantir que em nenhum momento durante a Segunda Guerra Mundial, Churchill,
Roosevelt or Stallin discutiram a proporcionalidade na retaliação aos ataques
alemãos, italianos ou japoneses. Ninguém levantou a necessidade de minimizar as
mortes civis. E sabem porquê? Por que eles começaram. Por que o povo alemão e
italiano elegeram estes líderes para entrarem em guerra e portanto tinham que
arcar com as consequências. Não havia confusão moral na época.
O Hamas começou esta e todas as outras guerras que Israel teve em Gaza
desde o desengajamento em 2005. Os palestinos em Gaza elegeram o Hamas para
governa-lo e para eliminar Israel do mapa como rege sua constituição. E o pior
é que hoje, se houvesse eleições, o Hamas também seria eleito na Judéia e
Samária. O povo palestino tem que saber que ações têm reações e que suas
escolhas terão consequências.
Quem assiste a Al-Jazeera e outras televisões árabes, escuta o povo em
Gaza dizer que quer ser tratado com respeito e ter direito a portos livres.
Como qualquer outro povo. E isso seria justo não fosse o fato deles terem usado
toda a ajuda e material entregue em Gaza, inclusive a eletricidade, para
construir mísseis e túneis contra Israel. O bloqueio de Gaza não começou com a
saída dos judeus em 2005 mas em 2007 depois que o Hamas tomou o poder. Se a
Autoridade Palestina e o Hamas se tivessem concentrado em construir moradias,
escolas, hospitais e outras estruturas para melhorar a vida dos palestinos na
Faixa, Israel não teria imposto o bloqueio. Mas então, o que fazer com as
promessas na Constituição do Hamas de matar até o último judeu, trazer o jihad
para a região e reimplantar o Califado para dominar o mundo?
Sim, porque neste ponto, os objetivos do Hamas são convergentes com os
do Estado Islâmico. Não, não há confusão. Ela existe somente na cabeça destes
líderes ocidentais que acham que devemos lutar contra o Estado Islâmico porque
é um grupo terrorista islâmico sunita radical mas Israel deve negociar com o
Hamas porque é um grupo terrorista islâmico sunita radical que foi eleito.
Entenderam?
O que fica incompreensível é o fato de Israel, o único país do Oriente
Médio a dar liberdade de expressão, de religião, de imprensa, dar igualdade a
mulheres, gays, a toda e qualquer minoria, a única democracia real da região ser
atacada pelo ocidente que em princípio defende estas mesmas liberdades. Em vez
disso, o ocidente sai em defesa do grupo terrorista que suprime todas elas,
executa gays e trata as mulheres como propriedade.
Agora que o Estado Islâmico tomou uma grande porção do Iraque, da Síria,
conseguiu entrar no Líbano e está ameaçando expandir, alarmando a Jordânia e a
Arábia Saudita, a Europa está acordando.
Mas a Europa precisa entender que uma guerra contra o Estado Islâmico é
o mesmo que uma guerra contra o Hamas. As duas são organizações terroristas
islâmicas que procuram mudar a sociedade impondo o islamismo radical sunita, passando
por cima de tudo e de todos para impor a lei islâmica. Israel está na linha de
frente desta batalha e deveria ser apoiada. Se ela perder, a Europa estará perdida
e o politicamente correto ficará para sempre enterrado juntamente com sua
democracia, suas igrejas e suas sinagogas.
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