Sunday, July 19, 2015

Morte à América - 19/07/2015

Morte à América, Morte a Israel! Estes foram os cânticos de comemoração liderados pelo supremo líder Ali Khamenei depois que as potências do mundo decidiram remover as sanções econômicas contra os aiatolás. Num discurso ardente ontem, ele disse que o Irã iria sempre se opor ao arrogante Estados Unidos prometendo não “deixar estrangeiros se intrometerem nos assuntos do Irã”.

Ele também prometeu nunca cessar seu apoio aos seus “amigos” da Palestina, Iêmen, Síria, Iraque, Bahrain e Líbano. Traduzindo, o supremo aiatolá avisa que não cessará o patrocínio dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah, dos rebeldes Houthis que depuseram o governo eleito do Iêmen, do governo de Bashar Assad e da oposição xiita no Bahrain.

Finalmente, Khamenei disse que tirando este acordo, não há nada que o Irã queira discutir com os Estados Unidos. Traduzindo, nem mesmo a luta contra o Estado Islâmico no Iraque.

Tudo isso após o secretario de imprensa da Casa Branca Josh Earnest, ter declarado que o Presidente Barack Obama tinha “melhorado substancialmente a tranquilidade da comunidade global”.

Obama vive num universo paralelo, num mundo de fantasia e não há nada que o faça confrontar a realidade. Quando em viajem ao sul do país, pediram à ele ir até a fronteira com o México para ver o que se passa com imigrantes ilegais, mas ele se recusou. Na semana passada uma jovem de 32 anos foi morta a tiros na cidade de São Francisco por um imigrante ilegal que tinha sido deportado cinco vezes! Mas ele teve tempo de visitar uma cervejaria e pedir hambúrgueres numa churrascaria.

Aí na quinta-feira, um kuaitiano naturalizado americano, abriu fogo contra um quartel no Estado de Tennessee matando cinco soldados americanos que cumprindo a lei, estavam desarmados.

Muitos nos Estados Unidos se mostram surpreendidos pelo comportamento do presidente. Mas não vejo por que. Ele não desviou um iota de sua agenda ideológica. Ele detesta a América e o que ela representa. Ele ainda vê com romantismo os anos em que viveu na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo. Seguindo seu pai, um muçulmano do Quênia, Obama rejeita a cultura ocidental, e para aqueles que esqueceram, seu primeiro ato como presidente foi devolver um busto de Winston Churchill para a Inglaterra.
Ninguém entendeu por que ele não apoiou o movimento secular de reforma do Irã de 2009 contra a fraudulenta eleição de Ahmadinejad. Será porque ele tem uma infinita simpatia por clérigos muçulmanos? Se não, não há como explicar este acordo desastroso com o Irã.

Eu li as 158 páginas do acordo e vou aqui descrever apenas algumas cláusulas que poderá surpreender os ouvintes.

Para vender o acordo, o Presidente Barack Obama prometeu que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica, poderiam inspecionar as usinas nucleares “a qualquer tempo e em qualquer lugar”. Mentira! Pura mentira! Os artigos 74 a 78 dizem que, sobre material nuclear em locais não declarados, os inspetores deverão submeter “pedidos de acesso ao Irã, feitos em boa-fé, com a devida observância dos direitos soberanos do Irã, mantidos ao mínimo necessário.” Ainda, que “tais pedidos não poderão interferir com atividades militares ou de segurança nacional mas deverão ser feitos somente para resolver preocupações com o cumprimento do acordo”. Aí o artigo estabelece o procedimento pelo qual os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica podem inspecionar as usinas:

1.    Primeiro, os inspetores deverão submeter suas preocupações por escrito pedindo esclarecimentos;
2.    no caso das explicações do Irã não resolverem as preocupações, aí os inspetores podem dar ao Irã todas as informações que chegaram à eles pedir acesso ao local preciso que causou tais preocupações;
3.    Aí o Irã pode propor uma alternativa aos inspetores, para não inspecionarem o local em questão;
4.    Se a alternativa proposta pelo Irã, depois de usada, ainda não resolver as duvidas dos inspetores, então as partes devem negociar alguma outra alternativa boa para todos. Se esta outra alternativa ainda não resolver, então o Irã, em consulta com todos os membros deste acordo e por um voto de pelo menos 5 membros, irá propor outra resolução!!!

Nada sobre o Irã ser obrigado a abrir os locais para inspeção. Absolutamente nada. E os locais declarados: o Irã se obriga a uma série de passos que são absolutamente não verificáveis e que ao final terão força de recomendações e não de obrigações. A pérola disto tudo é que os inspetores deverão tomar todas as precauções para proteger os segredos comerciais e tecnológicos e outras informações confidenciais do Irã que poderão lhes vir ao seu conhecimento.

Que piada histórica isto seria se não fosse tão alarmante! O Irã estará saindo com seu programa nuclear intacto e mais bilhões de dólares para levar à frente sua política terrorista ao redor do mundo.

A pergunta natural a ser feita, é: o que os Estados Unidos ganha com este acordo? Além de provar uma fraqueza incomum para uma potência mundial e uma falta de habilidade em negociar, absolutamente nada.

Obama inclusive se recusou a colocar na mesa a soltura de quatro americanos presos injustamente no Irã: um é Saeed Abedini, um pastor cristão que pelo fato de ter nascido numa família muçulmana, foi condenado por apostasia! Outro é Jason Rezaian, chefe do escritório do renomado jornal Washington Post acusado de espionagem. O terceiro Amir Hekmati um jovem com dupla cidadania que viajou ao Irã para visitar sua avó doente e foi condenado à morte supostamente por ser um agente da CIA. Hekmati serviu no exército americano. O último Robert Levinson era um investigador particular aposentado do FBI que simplesmente desapareceu no Irã.

Obama declarou que o assunto dos quatro americanos presos nada tinha a ver com o problema nuclear do Irã. No entanto, na extensa lista das empresas e indivíduos que irão se beneficiar do acordo e do fim das sanções, está o general Qassem Soleimani, responsável pelas operações do Irã no exterior. Ele é o principal condutor das ações da Hezbollah no Líbano e do Hamas em Gaza. Ele é o ponto de contato entre o governo de Bashar Assad e os aiatolás no Irã. No Iraque ele teve um papel central na morte de centenas de soldados americanos e foi ele o coordenador do ataque frustrado contra o embaixador saudita em Washington.

Enquanto o mundo que conhecemos está se desintegrando, Obama planeja uma visita à cidade de Nova Iorque com suas filhas e quer falar sobre esta viajem com a imprensa, nada mais. O pior é que este descolamento da realidade está contaminando o resto do partido democrata e se escutarmos os candidatos deste partido à presidência, como Hillary Clinton ou Bob Sanders, acharíamos que o mundo está rosado e feliz.

A auto-ilusão e uma vida rica em fantasias são muito perigosas para qualquer presidente. Elas frequentemente levam a desastres inimagináveis – até eles acontecerem. Um destes desastres será um Irã armado com a bomba e baseado neste acordo isso acontecerá muito brevemente.


É isso que temos que nos preocupar nos próximos 18 meses de presidência deste inepto; até ele deixar a Casa Branca para sua terra de fantasias.

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