Morte à América, Morte a
Israel! Estes foram os cânticos de comemoração liderados pelo supremo líder Ali
Khamenei depois que as potências do mundo decidiram remover as sanções
econômicas contra os aiatolás. Num discurso ardente ontem, ele disse que o Irã iria
sempre se opor ao arrogante Estados Unidos prometendo não “deixar estrangeiros
se intrometerem nos assuntos do Irã”.
Ele também prometeu nunca
cessar seu apoio aos seus “amigos” da Palestina, Iêmen, Síria, Iraque, Bahrain
e Líbano. Traduzindo, o supremo aiatolá avisa que não cessará o patrocínio dos
grupos terroristas Hamas e Hezbollah, dos rebeldes Houthis que depuseram o
governo eleito do Iêmen, do governo de Bashar Assad e da oposição xiita no
Bahrain.
Finalmente, Khamenei disse que
tirando este acordo, não há nada que o Irã queira discutir com os Estados
Unidos. Traduzindo, nem mesmo a luta contra o Estado Islâmico no Iraque.
Tudo isso após o secretario de
imprensa da Casa Branca Josh Earnest, ter declarado que o Presidente Barack
Obama tinha “melhorado substancialmente a tranquilidade da comunidade global”.
Obama vive num universo
paralelo, num mundo de fantasia e não há nada que o faça confrontar a
realidade. Quando em viajem ao sul do país, pediram à ele ir até a fronteira
com o México para ver o que se passa com imigrantes ilegais, mas ele se
recusou. Na semana passada uma jovem de 32 anos foi morta a tiros na cidade de
São Francisco por um imigrante ilegal que tinha sido deportado cinco vezes! Mas
ele teve tempo de visitar uma cervejaria e pedir hambúrgueres numa
churrascaria.
Aí na quinta-feira, um kuaitiano
naturalizado americano, abriu fogo contra um quartel no Estado de Tennessee
matando cinco soldados americanos que cumprindo a lei, estavam desarmados.
Muitos nos Estados Unidos se
mostram surpreendidos pelo comportamento do presidente. Mas não vejo por que.
Ele não desviou um iota de sua agenda ideológica. Ele detesta a América e o que
ela representa. Ele ainda vê com romantismo os anos em que viveu na Indonésia,
o maior país muçulmano do mundo. Seguindo seu pai, um muçulmano do Quênia,
Obama rejeita a cultura ocidental, e para aqueles que esqueceram, seu primeiro
ato como presidente foi devolver um busto de Winston Churchill para a
Inglaterra.
Ninguém entendeu por que ele
não apoiou o movimento secular de reforma do Irã de 2009 contra a fraudulenta
eleição de Ahmadinejad. Será porque ele tem uma infinita simpatia por clérigos
muçulmanos? Se não, não há como explicar este acordo desastroso com o Irã.
Eu li as 158 páginas do acordo
e vou aqui descrever apenas algumas cláusulas que poderá surpreender os
ouvintes.
Para vender o acordo, o
Presidente Barack Obama prometeu que os inspetores da Agência Internacional de
Energia Atômica, poderiam inspecionar as usinas nucleares “a qualquer tempo e
em qualquer lugar”. Mentira! Pura mentira! Os artigos 74 a 78 dizem que, sobre
material nuclear em locais não declarados, os inspetores deverão submeter
“pedidos de acesso ao Irã, feitos em boa-fé, com a devida observância dos
direitos soberanos do Irã, mantidos ao mínimo necessário.” Ainda, que “tais
pedidos não poderão interferir com atividades militares ou de segurança
nacional mas deverão ser feitos somente para resolver preocupações com o
cumprimento do acordo”. Aí o artigo estabelece o procedimento pelo qual os
inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica podem inspecionar as
usinas:
1. Primeiro,
os inspetores deverão submeter suas preocupações por escrito pedindo
esclarecimentos;
2. no
caso das explicações do Irã não resolverem as preocupações, aí os inspetores
podem dar ao Irã todas as informações que chegaram à eles pedir acesso ao local
preciso que causou tais preocupações;
3. Aí
o Irã pode propor uma alternativa aos inspetores, para não inspecionarem o
local em questão;
4. Se
a alternativa proposta pelo Irã, depois de usada, ainda não resolver as duvidas
dos inspetores, então as partes devem negociar alguma outra alternativa boa
para todos. Se esta outra alternativa ainda não resolver, então o Irã, em
consulta com todos os membros deste acordo e por um voto de pelo menos 5
membros, irá propor outra resolução!!!
Nada sobre o Irã ser obrigado
a abrir os locais para inspeção. Absolutamente nada. E os locais declarados: o
Irã se obriga a uma série de passos que são absolutamente não verificáveis e
que ao final terão força de recomendações e não de obrigações. A pérola disto
tudo é que os inspetores deverão tomar todas as precauções para proteger os
segredos comerciais e tecnológicos e outras informações confidenciais do Irã
que poderão lhes vir ao seu conhecimento.
Que piada histórica isto seria se não fosse tão alarmante! O Irã estará
saindo com seu programa nuclear intacto e mais bilhões de dólares para levar à
frente sua política terrorista ao redor do mundo.
A pergunta natural a ser
feita, é: o que os Estados Unidos ganha com este acordo? Além de provar uma
fraqueza incomum para uma potência mundial e uma falta de habilidade em
negociar, absolutamente nada.
Obama inclusive se recusou a colocar
na mesa a soltura de quatro americanos presos injustamente no Irã: um é Saeed
Abedini, um pastor cristão que pelo fato de ter nascido numa família muçulmana,
foi condenado por apostasia! Outro é Jason Rezaian, chefe do escritório do
renomado jornal Washington Post acusado de espionagem. O terceiro Amir Hekmati um
jovem com dupla cidadania que viajou ao Irã para visitar sua avó doente e foi condenado
à morte supostamente por ser um agente da CIA. Hekmati serviu no exército
americano. O último Robert Levinson era um investigador particular aposentado
do FBI que simplesmente desapareceu no Irã.
Obama declarou que o assunto
dos quatro americanos presos nada tinha a ver com o problema nuclear do Irã. No
entanto, na extensa lista das empresas e indivíduos que irão se beneficiar do
acordo e do fim das sanções, está o general Qassem Soleimani, responsável pelas
operações do Irã no exterior. Ele é o principal condutor das ações da Hezbollah
no Líbano e do Hamas em Gaza. Ele é o ponto de contato entre o governo de
Bashar Assad e os aiatolás no Irã. No Iraque ele teve um papel central na morte
de centenas de soldados americanos e foi ele o coordenador do ataque frustrado
contra o embaixador saudita em Washington.
Enquanto o mundo que
conhecemos está se desintegrando, Obama planeja uma visita à cidade de Nova
Iorque com suas filhas e quer falar sobre esta viajem com a imprensa, nada
mais. O pior é que este descolamento da realidade está contaminando o resto do
partido democrata e se escutarmos os candidatos deste partido à presidência,
como Hillary Clinton ou Bob Sanders, acharíamos que o mundo está rosado e
feliz.
A auto-ilusão e uma vida rica
em fantasias são muito perigosas para qualquer presidente. Elas frequentemente
levam a desastres inimagináveis – até eles acontecerem. Um destes desastres
será um Irã armado com a bomba e baseado neste acordo isso acontecerá muito
brevemente.
É isso que temos que nos
preocupar nos próximos 18 meses de presidência deste inepto; até ele deixar a
Casa Branca para sua terra de fantasias.
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