Há 120 anos, no dia 29 de
agosto de 1897, 208 judeus de 17 países se reuniram na Suiça, na cidade da Basiléia.
Estes judeus, vestidos de fraque, entraram na sala de concertos do casino
municipal que estava toda decorada com bandeiras azuis e brancas para a ocasião.
De repente, três batidas de martelo. Os olhos se voltaram para o membro mais
velho do grupo, Dr. Karpel Lippe, que se dirigiu ao palco. Colocando uma
kipá na cabeça, e lágrimas escorrendo de seus olhos e de outros delegados, ele
recitou a prece de Shecheyanu, agradecendo a Deus por trazer os judeus
para aquele momento.
Com esta prece, começava a jornada do
Estado judeu.
A marcha na qual embarcava este Primeiro
Congresso Sionista não iria somente levar ao estabelecimento do Estado de
Israel. Iria causar uma transformação interna nos judeus do mundo. Theodor
Herzl falou na ocasião que a “essência de um estado está na vontade do seu
povo”. Ele quis dizer que o território era importante por ser uma base concreta, mas o estado, como entidade abstrata, não poderia existir se
não houvesse a vontade do povo judeu de cria-lo.
Um dos delegados, Mordechai Ben-Ami,
descreveu a reação dos presentes: “Herzl foi aplaudido estrondosamente. Parecia
que os sonhos de dois mil anos da nação judaica estavam resolvidos e que tínhamos
o Mashiah Ben-David na nossa frente”.
Logo após o discurso de
Herzl, trabalhos intensos começaram envolvendo deliberações sobre os aspectos
nacionais, econômicos, análises da condição da terra para agricultura, recursos
hídricos, a situação das várias comunidades judaicas existentes, discussões
sobre a ressuscitação da língua e da literatura hebraica, e outros tópicos.
Israel Zangwill, outro
delegado, relatou a atmosfera reinante: “Junto aos rios da Babilônia sentamos e
choramos ao recordarmos Sião. Junto ao rio da Basiléia nos sentamos e
resolvemos: “não iremos mais chorar”. Era uma declaração de guerra contra o
fatalismo que tinha paralisado a nação judaica por dois mil anos.
Em 1897, 200 judeus deram um
basta e foram trabalhar para terminar com o fatídico exílio que havia durado
demais. Herzl transmitia a urgência da tarefa, dizendo que uma catástrofe estava
iminente e quanto mais demorasse para chegar, pior ela seria.
De manhã até a noite, durante
três dias, os delegados plantaram as sementes para a edificação das duas
instituições básicas que impulsionariam a criação do Estado: o Fundo Nacional
Judaico e a Organização Sionista Mundial.
Os debates foram ferrenhos,
com muitas diferenças de opinião. Era a primeira vez que judeus se reuniam
neste formato. Comerciantes assimilados da Inglaterra junto com judeus de
vilarejos da Polônia e russos intelectuais de Odessa. Quando as discussões
esquentavam, o Professor Zvi Shapira lembrava aos envolvidos que o objetivo de
todos era um só. Em um certo momento, o professor fez algo dramático: pediu a
cada delegado que levantasse sua mão e repetisse depois dele: “Se eu te
esquecer ó Jerusalem, que a minha mão direita esqueça sua destreza”. Esta
promessa ficou como um cordão de união repetida a cada Congresso.
Apesar de Herzl não ter sido
o esperado Messias, ele corretamente previu a catástrofe e outra: ele disse que
o Estado judeu nasceria dentro de 50 anos.
Chega a ser surpreendente que
numa era de “ismos” somente o Sionismo ficou. Passamos pelo Comunismo, Maoismo,
Leninismo, Stalinismo, Trotskismo, Anarquismo, Fascismo, Nazismo, Nasserismo,
todos vieram em grande fanfarra e se foram, tendo trazido aos seus seguidores,
somente calamidade e desespero. Os atuais ismos totalitários como o Chavismo e
os fundamentalistas, similarmente terão o mesmo destino. O Marxismo foi
reduzido de sonho a pesadelo, especialmente aonde foi tentado; o socialismo,
depois de ter destruído economias saudáveis foi ultrapassado pelo capitalismo
que, após um breve aplauso, tornou-se uma monstruosidade moral
promovida por uma “aristocracia” elusiva. Até o pacifismo, tão na moda há algumas décadas,
tornou-se coisa de idiota quando tiranos se apoderaram da tecnologia nuclear.
Somente o “ismo” de Theodor
Herzl sobreviveu, mantendo-se corrente, relevante e um grande sucesso 120 anos
mais tarde.
Nos 50 anos que se seguiram ao Primeiro Congresso, vimos a
explosão de kibutzim, a fundação do hospital Hadassah, da Universidade Hebraica
de Jerusalem, da Companhia de Água, de Eletricidade, enfim, toda a base de um
Estado, décadas antes de sua criação.
É preciso descrever tudo isto
para entender que o Estado de Israel foi o resultado não só do sonho, mas do
trabalho árduo dos líderes das comunidades, dos imigrantes que deixaram suas famílias
na Europa para os pântanos infestados da Terra Santa.
Contrapomos isto à cultura de
auto-piedade dos árabes e de acusações sem base, de complôs imaginários, de
puras mentiras usadas para culpar todo o mundo, menos eles próprios pelo que
reclamam ser a falta de um estado palestino. Este grupo que roubou o nome “palestino”,
composto em sua grande maioria de árabes egípcios, sauditas, jordanianos,
marroquinos, e de outras nacionalidades, -e eu não canso de repetir isto - recebeu
até agora, mais de 25 vezes o que a Europa inteira gastou para sua reconstrução
depois da Segunda Guerra Mundial.
E incrivelmente, depois de 50
anos, não conseguiram construir uma só instituição de base, nem uma companhia elétrica,
nem de água ou tratamento de esgotos, nada. É um grupo que acima de tudo
promove o ódio, a discriminação, e a violência. O inventor do terrorismo
moderno, é anti-mulheres, anti-gay, anti-liberdade de expressão e de religião enfim,
tudo o que consideramos como liberdades humanas essenciais. E o mundo continua
a bajular os palestinos achando que ao faze-lo irão ser poupados do menosprezo árabe. Como vimos nas distribuições de doces e comemorações pelos ataques
de 11 de setembro em 2001, de julho de 2005 e em outros ataques, eles sabem
cuspir bem no prato aonde comem.
E isto não é só entre os
palestinos mas é endêmico ao mundo árabe como um todo. Isto vem de uma
ideologia que os ensina que a civilização ocidental inteira está errada e que seu
fundamentalismo islâmico é o correto. Uma ideologia que promete trazer o final
dos tempos e que se estiver de posse de uma arma atômica, irá sem dúvida usa-la
e pior, na esperança que o outro lado faça o mesmo.
Na semana passada apesar do
seu silencio, parece que a força aérea de Israel atacou uma base no norte da
Síria aonde teria existido um laboratório de armas químicas e mísseis de
precisão. Sem confirmar ou desmentir o ataque, o ministro da defesa Avigdor
Lieberman somente avisou que Israel não iria permitir a transferência de tais
armas para a Hezbollah que há muito procura meios de extermínio em massa contra
Israel. Armas como a bomba de hidrogênio que ontem foi confirmado pela
inteligência inglesa, foi produzida pela Coreia do Norte com ajuda e assistência
do Irã.
Depois de 120 anos do Primeiro
Congresso Sionista, aí está a diferença. O Estado de Israel é um sucesso em
todas as áreas porque trabalhou duro para sê-lo. Sua motivação foram as duras
lições de extermínio e perseguições. Hoje Israel é proativa em sua defesa e não
deixará ninguém prejudicar a segurança de sua população.
Quem sabe que o que os
palestinos e o resto dos árabes precisem, em vez de terroristas como líderes,
seria o seu Theodor Herzl? Infelizmente até agora estão muito longe disto.
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