Sunday, September 10, 2017

O Visionário Theodor Herzl - 10/09/2017

Há 120 anos, no dia 29 de agosto de 1897, 208 judeus de 17 países se reuniram na Suiça, na cidade da Basiléia. Estes judeus, vestidos de fraque, entraram na sala de concertos do casino municipal que estava toda decorada com bandeiras azuis e brancas para a ocasião. De repente, três batidas de martelo. Os olhos se voltaram para o membro mais velho do grupo, Dr. Karpel Lippe, que se dirigiu ao palco. Colocando uma kipá na cabeça, e lágrimas escorrendo de seus olhos e de outros delegados, ele recitou a prece de Shecheyanu, agradecendo a Deus por trazer os judeus para aquele momento.

Com esta prece, começava a jornada do Estado judeu.

A marcha na qual embarcava este Primeiro Congresso Sionista não iria somente levar ao estabelecimento do Estado de Israel. Iria causar uma transformação interna nos judeus do mundo. Theodor Herzl falou na ocasião que a “essência de um estado está na vontade do seu povo”. Ele quis dizer que o território era importante por ser uma base concreta, mas o estado, como entidade abstrata, não poderia existir se não houvesse a vontade do povo judeu de cria-lo.  

Um dos delegados, Mordechai Ben-Ami, descreveu a reação dos presentes: “Herzl foi aplaudido estrondosamente. Parecia que os sonhos de dois mil anos da nação judaica estavam resolvidos e que tínhamos o Mashiah Ben-David na nossa frente”.

Logo após o discurso de Herzl, trabalhos intensos começaram envolvendo deliberações sobre os aspectos nacionais, econômicos, análises da condição da terra para agricultura, recursos hídricos, a situação das várias comunidades judaicas existentes, discussões sobre a ressuscitação da língua e da literatura hebraica, e outros tópicos.

Israel Zangwill, outro delegado, relatou a atmosfera reinante: “Junto aos rios da Babilônia sentamos e choramos ao recordarmos Sião. Junto ao rio da Basiléia nos sentamos e resolvemos: “não iremos mais chorar”. Era uma declaração de guerra contra o fatalismo que tinha paralisado a nação judaica por dois mil anos.

Em 1897, 200 judeus deram um basta e foram trabalhar para terminar com o fatídico exílio que havia durado demais. Herzl transmitia a urgência da tarefa, dizendo que uma catástrofe estava iminente e quanto mais demorasse para chegar, pior ela seria.

De manhã até a noite, durante três dias, os delegados plantaram as sementes para a edificação das duas instituições básicas que impulsionariam a criação do Estado: o Fundo Nacional Judaico e a Organização Sionista Mundial.

Os debates foram ferrenhos, com muitas diferenças de opinião. Era a primeira vez que judeus se reuniam neste formato. Comerciantes assimilados da Inglaterra junto com judeus de vilarejos da Polônia e russos intelectuais de Odessa. Quando as discussões esquentavam, o Professor Zvi Shapira lembrava aos envolvidos que o objetivo de todos era um só. Em um certo momento, o professor fez algo dramático: pediu a cada delegado que levantasse sua mão e repetisse depois dele: “Se eu te esquecer ó Jerusalem, que a minha mão direita esqueça sua destreza”. Esta promessa ficou como um cordão de união repetida a cada Congresso.

Apesar de Herzl não ter sido o esperado Messias, ele corretamente previu a catástrofe e outra: ele disse que o Estado judeu nasceria dentro de 50 anos.

Chega a ser surpreendente que numa era de “ismos” somente o Sionismo ficou. Passamos pelo Comunismo, Maoismo, Leninismo, Stalinismo, Trotskismo, Anarquismo, Fascismo, Nazismo, Nasserismo, todos vieram em grande fanfarra e se foram, tendo trazido aos seus seguidores, somente calamidade e desespero. Os atuais ismos totalitários como o Chavismo e os fundamentalistas, similarmente terão o mesmo destino. O Marxismo foi reduzido de sonho a pesadelo, especialmente aonde foi tentado; o socialismo, depois de ter destruído economias saudáveis foi ultrapassado pelo capitalismo que, após um breve aplauso, tornou-se  uma monstruosidade moral promovida por uma “aristocracia” elusiva. Até o pacifismo, tão na moda há algumas décadas, tornou-se coisa de idiota quando tiranos se apoderaram da tecnologia nuclear.

Somente o “ismo” de Theodor Herzl sobreviveu, mantendo-se corrente, relevante e um grande sucesso 120 anos mais tarde.

Nos 50 anos que se seguiram ao Primeiro Congresso, vimos a explosão de kibutzim, a fundação do hospital Hadassah, da Universidade Hebraica de Jerusalem, da Companhia de Água, de Eletricidade, enfim, toda a base de um Estado, décadas antes de sua criação.

É preciso descrever tudo isto para entender que o Estado de Israel foi o resultado não só do sonho, mas do trabalho árduo dos líderes das comunidades, dos imigrantes que deixaram suas famílias na Europa para os pântanos infestados da Terra Santa.

Contrapomos isto à cultura de auto-piedade dos árabes e de acusações sem base, de complôs imaginários, de puras mentiras usadas para culpar todo o mundo, menos eles próprios pelo que reclamam ser a falta de um estado palestino. Este grupo que roubou o nome “palestino”, composto em sua grande maioria de árabes egípcios, sauditas, jordanianos, marroquinos, e de outras nacionalidades, -e eu não canso de repetir isto - recebeu até agora, mais de 25 vezes o que a Europa inteira gastou para sua reconstrução depois da Segunda Guerra Mundial.

E incrivelmente, depois de 50 anos, não conseguiram construir uma só instituição de base, nem uma companhia elétrica, nem de água ou tratamento de esgotos, nada. É um grupo que acima de tudo promove o ódio, a discriminação, e a violência. O inventor do terrorismo moderno, é anti-mulheres, anti-gay, anti-liberdade de expressão e de religião enfim, tudo o que consideramos como liberdades humanas essenciais. E o mundo continua a bajular os palestinos achando que ao faze-lo irão ser poupados do menosprezo árabe. Como vimos nas distribuições de doces e comemorações pelos ataques de 11 de setembro em 2001, de julho de 2005 e em outros ataques, eles sabem cuspir bem no prato aonde comem.

E isto não é só entre os palestinos mas é endêmico ao mundo árabe como um todo. Isto vem de uma ideologia que os ensina que a civilização ocidental inteira está errada e que seu fundamentalismo islâmico é o correto. Uma ideologia que promete trazer o final dos tempos e que se estiver de posse de uma arma atômica, irá sem dúvida usa-la e pior, na esperança que o outro lado faça o mesmo.

Na semana passada apesar do seu silencio, parece que a força aérea de Israel atacou uma base no norte da Síria aonde teria existido um laboratório de armas químicas e mísseis de precisão. Sem confirmar ou desmentir o ataque, o ministro da defesa Avigdor Lieberman somente avisou que Israel não iria permitir a transferência de tais armas para a Hezbollah que há muito procura meios de extermínio em massa contra Israel. Armas como a bomba de hidrogênio que ontem foi confirmado pela inteligência inglesa, foi produzida pela Coreia do Norte com ajuda e assistência do Irã.

Depois de 120 anos do Primeiro Congresso Sionista, aí está a diferença. O Estado de Israel é um sucesso em todas as áreas porque trabalhou duro para sê-lo. Sua motivação foram as duras lições de extermínio e perseguições. Hoje Israel é proativa em sua defesa e não deixará ninguém prejudicar a segurança de sua população.

Quem sabe que o que os palestinos e o resto dos árabes precisem, em vez de terroristas como líderes, seria o seu Theodor Herzl? Infelizmente até agora estão muito longe disto.




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