Sunday, September 3, 2017

O Último Teste Nuclear da Coreia do Norte - 03/09/2017

A semana passada eu não escrevi porque fui convidada pela pastora Jane Silva, presidente da Comunidade Internacional Brasil-Israel a participar de um grupo muito especial de brasileiros que viajaram a Israel para conhecer a realidade política do país em loco. A Comunidade organizou passeios e seminários com autoridades em estratégia militar, política e mídia que simplesmente desmontaram a retórica anti-Israel que nos bombardeia diariamente através da imprensa. Fizemos um tour de Jerusalem com Chaim Silberstein que mostrou como a divisão da cidade é inviável e perniciosa principalmente para os residentes árabes. Ouvimos Itamar Marcus, um perito da mídia palestina, que nos mostrou como o ódio aos judeus é instilado em crianças árabes da mais tenra idade e como as autoridades palestinas promovem a incitação dos jovens à violência.

Apesar de estarem com a agenda lotada com visitas oficiais, deputados federais brasileiros em visita a Israel dos Estados do Acre, Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rondonia conseguiram participar desta experiência. Em especial, gostaria de agradecer o Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul, Carlos Gomes e o deputado Rocha do Acre que demostraram grande interesse e envolvimento. Os participantes receberam a comenda de Embaixadores da Paz entregue no Ministério das Relações Exteriores com a presença do presidente da Bnei Brit Mundial Chaim Katz, do Ministro das Comunicações de Israel Ayoub Kara e do Deputado Robert Ilatov.

O grupo também trocou bandeiras de cada Estado brasileiro com a bandeira de Israel em sinal de solidariedade, denunciando a posição oficial do governo do Brasil nas últimas votações da UNESCO que não refletem os sentimentos do povo brasileiro.

As grandes estrelas desta viajem, que reportaram suas experiências em tempo real para o Brasil foram a renomada ativista Dra. Bia Kicis e a jornalista Joice Hasselmann. A energia e alegria das duas transformaram um evento com exposição limitada em um marco nacional. Mas como disse antes, nada disso poderia ter acontecido não fosse o sonho e o empenho da pastora Jane Silva que é implacável em seu trabalho em defesa de Israel. Parabéns a ela e a todos pelo sucesso!

Meu comentário esta semana deveria ter sido sobre a força devastadora do furacão Harvey e as chuvas recordes que basicamente destruíram a costa do Estado do Texas. O dano e as perdas - inclusive de vidas - foi enorme, mas em meio à tragédia vimos a solidariedade e o verdadeiro espírito do povo americano que se uniu como um só homem para ajudar nos esforços de salvamento. Quando o governo anunciou que não tinha barcos suficientes para procurar sobreviventes, centenas de residentes de outros estados amarraram seus barcos nos carros e se dirigiram para a zona do desastre para ajudar. Mas esta e outras estórias tocantes ficarão para outra vez.

No meio desta noite foi detectado um terremoto de 6.3 pontos na escala Richter na região norte da República Popular Democrática da Coreia. De acordo com a Agência Geológica Americana que detecta tremores no mundo, tudo indica que este tenha sido o resultado do sexto teste nuclear deste regime criminoso.

E de fato, a agência de noticias da Coreia do Norte anunciou hoje que testaram com sucesso uma bomba de hidrogênio. Isto não é absolutamente nenhuma brincadeira. Este país tem um louco, egomaníaco como líder que nem é democrático, nem uma republica e muito menos popular. É um regime ditatorial bárbaro, impiedoso e irracional.

O teste e a magnitude da explosão pegou todos os peritos de surpresa. Os mesmos peritos que há uma semana diziam que levaria uns 2 ou 3 anos para Kim Jon Un desenvolver uma bomba miniaturizada forte o suficiente para ameaçar os Estados Unidos.

Estavam errados. Ele já chegou lá.

E agora? Será que temos tempo para mais chances e danças diplomáticas ou teremos que aprender a viver num mundo com este monstro armado de bombas atômicas e de hidrogênio e mísseis intercontinentais para lança-las aonde quiser? O programa nuclear norte-coreano, que é o mesmo que o iraniano, tem evoluído numa velocidade alucinante. Em 2013 eles testaram uma bomba de 6 a 7 Kilotons, em Janeiro de 2016 de 7 a 10 Kilotons, apenas 9 meses depois testaram uma bomba estimada entre 15 e 25 Kilotons e hoje, a bomba teria entre 100 e 120 Kilotons. Só para efeito de comparação, a bomba que os americanos explodiram em Hiroshima e que instantaneamente matou 90 mil pessoas tinha entre 13 e 18 Kilotons e a de Nagasaki que matou 80 mil pessoas tinha até 22 Kilotons.

O mundo não pode viver com esta ameaça. Não pode tampouco aceitar ser chantageado por um doente mental que tem sonhos expansionistas de pelo menos reunificar a península coreana sob seu comando. Este é seu objetivo.

Ele acha que agora está em posição de força para exigir que os Estados Unidos retirem suas tropas e armamentos da Coreia do Sul, algo que a China também quer. Os Estados Unidos tem 38 mil soldados americanos estacionados na Coreia do Sul além de submarinos, jatos e outros ativos militares. Uma vez isto alcançado, Kim Jon Un facilmente poderá invadir a Coreia do Sul e reunificar a península.

Não há uma resposta fácil para este problema. Seul, a capital da Coreia do Sul e seus 10 milhões de habitantes, ficam próximos à fronteira e estão ao alcance da artilharia e armas convencionais do Norte. Se Kim Jon Un se sentir ameaçado, irá certamente causar muito dano e mortes ao sul antes de se voltar contra os Estados Unidos. Mas outra vez, não estamos lidando com alguém racional.

Os peritos hoje dizem que o que falta para a Coreia do Norte é passar de combustível líquido para solido para seus mísseis, algo que eles disseram já ter. Se isto for verdade, poderemos ter uma situação em que a cidade de Chicago poderá ser alvejada com zero tempo de alerta, por uma bomba vastamente mais destrutiva que a bomba nuclear. Isto é uma escalada séria da situação.

O que fazer? A última cartada diplomática que os Estados Unidos têm disponível é ir atrás da China que continua a lavar dinheiro para a Coreia do Norte através de seus bancos e continua a dar assistência ao programa nuclear norte-coreano através de empresas chinesas. O porta-mísseis, os computadores e outras partes das usinas são chinesas.  O jogo da China é simples. Toda a vez que Pyongyang faz um passo, o mundo fala com Beijing para usar sua influencia e parar o programa nuclear do Norte. Em troca, a China quer reconhecimento de seu expansionismo no Mar do Sul da China que já chegou perto das Filipinas.

Como podemos confiar na China? Em junho último, os Estados Unidos foram atrás da empresa chinesa Mingzheng por agir como laranja para o banco norte coreano, lavando milhões de dólares. Isto era um aviso aos chineses que eles não ouviram. Se os Estados Unidos banirem o Banco da China, por exemplo, de operar em dólares americanos, levará a China ao caos econômico e possivelmente a uma mudança de regime. Então os Estados Unidos têm pelo menos uma arma para ameaçar a China se não colocar a Coreia do Norte na linha. O que tem faltado até agora é vontade política de faze-lo.

Desde Bill Clinton, que deu 4 bilhões de dólares ao regime norte-coreano em troca do desmantelamento do programa nuclear que não aconteceu, temos visto uma apatia total das sucessivas administrações americanas em aplicar sanções contra a Coreia do Norte. As sanções contra o Sudão e o Zimbabwe chegam a ser mais robustas!

O grande perigo para o mundo não é apenas a Coreia do Norte, mas o Irã estar de posse desta tecnologia e usar das mesmas táticas de Kim Jon Un. Os aiatolás podem a qualquer momento denunciar o mau acordo feito com Obama e partir para a ameaça de todo o Oriente Médio.

Estamos caminhando para uma situação sem volta. A ameaça à paz mundial está cada vez maior. E volto a perguntar: porque o Brasil continua a manter relações diplomáticas com a Coreia do Norte?? O que o Brasil tem a ganhar em continuar a se posicionar do lado dos fora da lei internacional? Isto é uma vergonha. Coloco aqui o meu protesto e espero que as autoridades brasileiras tomem as medidas necessárias para retornar nosso país ao lado correto da história.



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