Nesta semana
tivemos um milagre. Pela primeira vez – creio - na história, a ONU, a União Europeia,
os Estados Unidos, a Alemanha, a Suécia, John Kerry e até o movimento
esquerdista Paz Agora se uniram para censurar – vejam – não Israel, mas Mahmud
Abbas!
Os amigos
mais chegados do líder palestino finalmente reconheceram a verdade em público:
que Abbas é um antissemita e negador do Holocausto. Na ultima segunda feira, Abbas
declarou na reunião de cúpula da OLP que os nazistas mataram os judeus não por
causa de sua religião, mas por que eram agiotas.
O coordenador
especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov
disse que “o Holocausto foi o resultado de milhares de anos de perseguição e
por isso qualquer tentativa de reescrever, minimizar ou negá-lo são perigosos”.
Até o jornal The
New York Times, porta voz dos palestinos nos Estados Unidos, na quarta-feira
publicou seu editorial intitulado: “Que Essas Palavras vis de Abbas sejam suas
últimas como Líder Palestino”. O artigo ataca as falhas de Abbas em representar
os palestinos e leva-los a um acordo de paz com Israel. Seu governo, infestado por
corrupção e mal gerenciado perdeu o apoio do povo. Abbas enfraqueceu as
instituições governamentais essenciais para um estado, inclusive ao ficar no
governo anos além do termo para o qual foi eleito, impedindo lideres mais
jovens de contribuírem para o desenvolvimento de um estado palestino.
Enfim, será
que finalmente o NY Times viu a luz? Nem tanto. Nesta mesma semana o jornal
publicou um artigo parabenizando Karl Marx por seu aniversário de 200 anos dizendo
que ele “Estava Certo”! Como tem gente que diz besteira..
Agora para o
evento da semana que foi a controversa apresentação de Bibi ao mundo da meia
tonelada de documentos secretos do programa nuclear do Irã, que o Mossad
conseguiu tirar de debaixo dos narizes coletivos dos aiatolás.
Imediatamente
após a apresentação, os representantes da União Europeia, França e outros
países europeus, e até a oposição de Israel criticaram Bibi dizendo que não
houve qualquer novidade na revelação e fora até contra produtiva porque não
mostrou que o Irã estaria violando o acordo nuclear.
Mas esta é
uma visão obtusa e errônea do propósito da apresentação. Primeiramente,
qualquer pesquisa no Google irá gerar dezenas de vídeos em que o ministro das
relações exteriores do Irã, Javad Zarif, jura de pé juntos que seu país nunca
buscou armas nucleares ou teve qualquer programa nuclear militar. Os documentos
provam que isto é uma mentira.
Ainda, o
simples fato do Irã ter guardado estes documentos já foi uma violação
substancial do acordo que reza que “o Irã não poderá conduzir atividades que
possam contribuir para projetar e desenvolver um dispositivo nuclear explosivo” (clausula T.82 do acordo).
Já que o único proposito deste arquivo é o de possibilitar ao Irã recomeçar seu
programa nuclear de onde ele foi suspenso e estes arquivos mostram planilhas e esboços
de uma bomba nuclear, o Irã está em violação do acordo.
Mas a
pergunta é porque os agentes do Mossad simplesmente não copiaram os arquivos em
pen-drives em vez de retirar meia tonelada de papel e disquetes do país numa operação
perigosíssima? Primeiro porque o Irã poderia alegar que os documentos haviam
sido fabricados por Israel e segundo, há o que chamamos de guerra psicológica.
Os aiatolás
realmente acreditam nas lendas antissemitas que tem assolado o mundo por Milenia.
Tudo o que acontece contra eles ou seu governo e até catástrofes naturais tem o
dedo do judeu por trás. Se o Irã queria intimidar Israel aproximando-se de suas
fronteiras, Israel acabou de mostrar que está até dentro de Teherã e tem acesso
a toda a informação, por mais secreta que ela seja. O efeito não teria sido
diferente se um agente do Mossad tivesse escrito na porta do quarto do Supremo
Líder Ali Khamenai, “Israel esteve aqui”.
A estratégia
do Irã ao assinar o acordo era clara: eles já tinham o conhecimento necessário
para produzir a bomba. Era só ter suficiente urânio enriquecido. O que o Irã
não tinha era tecnologia para enviar a bomba, ou a capacidade de produzir
mísseis balísticos intercontinentais que poderiam levar ogivas nucleares.
Ora, o acordo
especificamente omite a pesquisa, produção e teste destes tipos de mísseis. E
para alcançar esta tecnologia, o Irã precisava de tempo e dinheiro. O acordo
nuclear lhes deu os dois e ainda mais.
Os bilhões de
dólares enviados por Obama não só financiaram o programa de mísseis balísticos
do Irã, mas foram usados para financiar grupos terroristas e rebeldes em vários
países estabelecendo a influencia do Irã no Iraque, na Síria, Líbano e Iêmen. O
Irã também fomentou revoltas em Bahrain e na Arábia Saudita. O Marrocos esta
semana cortou relações com o Irã acusando-o de patrocinar rebeldes berberes
para desestabilizar o governo marroquino. Esta consolidação, combinada com
armas nucleares, levariam o Irã a um poder e hegemonia regionais sem
precedentes.
Em sete anos
o acordo expira e até lá o Irã teria alcançado a hegemonia, teria a tecnologia
balística necessária para enviar uma bomba atômica e em alguns meses poderia
produzi-las.
O Irã sempre
acusou Israel de usar ataques cibernéticos porque não tinha coragem de
enfrentar suas tropas no campo de batalha. Agora com seus agentes livremente
agindo em Teherã, Israel mostrou que não tem medo de um encontro físico.
Sem dúvida,
quando Netanyahu baixou as cortinas, ele expôs toda a mentira do regime
iraniano, mas também infligiu a ele uma tremenda humilhação. Mas a estratégia
de Bibi não era só de convencer o ocidente a denunciar o acordo e cancela-lo.
Ele sabe que a única forma de eliminar o perigo de um Irã nuclear é uma mudança
de regime. A imprensa não tem noticiado, mas o povo iraniano continua a
protestar em todo o país, especialmente sobre a situação econômica. As mulheres
iranianas estão cheias da polícia da modéstia que as patrulha e as surra se não
estiverem bem cobertas ou se usarem maquiagem. A cidade de Esfahan está sem
água porque não há investimento do governo em infraestrutura. As minorias
curdas, árabes se sentem oprimidas.
Um dia antes
da conferência de Bibi, Israel destruiu bases iranianas em Hama e Alepo na
Síria que continham forças e armamentos iranianos. Uma base tinha um centro de recrutamento
e treinamento de milícias xiitas e a outra tinha 200 mísseis de precisão
iranianos. O Irã apenas negou que iranianos tivessem morrido no ataque. Esta
foi uma tentativa desesperada de gerenciar o dano, especialmente internamente.
O povo vê seu governo dar mais atenção e investir fora do Irã do que em
programas para a sua própria população.
Isto, junto
com a revelação dos documentos no dia seguinte, Bibi espera que esta humilhação
do governo do Irã incentive os protestos e o povo iraniano acabará derrubando
os aiatolás. Se virmos a apresentação de Bibi deste prisma, só podemos concluir
que ele avançou esta meta de maneira mais que profunda.
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