Esta semana a violência entre Israel e o
regime terrorista Hamas em Gaza chegou à beira de se transformar em uma guerra
em grande escala. Mais de 180 mísseis foram lançados da Faixa sobre as
comunidades do sul de Israel. E se esta guerra acontecer, uma coisa será certa:
teremos milhares de manifestantes nas maiores cidades do ocidente, marchando em
apoio ao Hamas e seu objetivo de aniquilar Israel.
Podemos também esperar ataques a
instituições judaicas e a judeus em todas as maiores cidades do mundo como
aconteceu em 2014 na última guerra contra o Hamas. Mas desta vez os ataques
serão piores. Nos últimos quatro anos o antissemitismo e extremismo de esquerda
se espalhou como fogo no ocidente.
Não há quem seja pró-Israel, que não
seja chamado de racista. Se alguém defende o direito de Israel de existir, é
atacado virulentamente. O professor de direito de Harvard Alan Dershowitz, uma
estrela democrata, apoiador de Hillary Clinton, foi banido dos circulos da
elite liberal americana por apoiar Israel e dizer que não há base legal para o
impeachment do presidente Trump.
Vejam a situação da Inglaterra. Quando Trump
visitou este aliado americano no mês passado, a esquerda e os muçulmanos decidiram
agir. Membros e ativistas gays, feministas, jihadistas e defensores dos
direitos dos animais se uniram para organizar uma grande manifestação contra
Trump em Londres.
Mas a manifestação ao final foi quase exclusivamente
anti-americana e especialmente anti-Israel. A multidão dos manifestantes saiu
gritando coisas como “do rio para o mar, a Palestina será livre”. Banners e
posters de apoio ao Hamas também abundaram.
A
pergunta é porque manifestantes contra Trump adotaram uma mensagem
anti-americana e antissemita? O que possui feministas inglesas a apoiarem um
regime jihadista que rotineiramente ataca Israel sem motivo e trata as mulheres
como propriedade?
Nos últimos 15 a 20 anos, o ódio a
Israel e o apoio a seus inimigos, incluindo o Irã, o Hamas e o Hezbollah,
saíram das franjas radicais da esquerda para se tornarem sua posição padrão em
todo o mundo ocidental.
Duas semanas atrás, em um movimento sem
precedentes, os três maiores jornais judaicos britânicos decidiram publicar em
conjunto o mesmo editorial de primeira página sobre os perigos de um governo
trabalhista de Jeremy Corbyn. Os jornais se referiam a essa
possibilidade como "uma ameaça existencial à vida judaica neste
país".
Os jornais da comunidade judaica foram
levados a publicar este aviso conjunto por que o Partido Trabalhista se
recusara a adotar a mesma definição de anti-semitismo que o governo britânico. A
definição, elaborada pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto
(IHRA), enumera onze exemplos de anti-semitismo para permitir às autoridades
identificar adequadamente a discriminação antijudaica.
Entre elas está a acusação de que Israel
é um país racista e compara-la à Alemanha nazista. Mas o Partido Trabalhista
recusa estes exemplos. Isto prova que hoje o partido trabalhista vê como normal
comparar Israel à Alemanha nazista. E de fato, Corbyn e seus conselheiros foram
repetidamente documentados expressando estas visões.
Isto também mostra a intenção do partido
trabalhista de justificar a discriminação aberta e a perseguição dos judeus. Os
judeus ingleses não são os únicos que precisam ficar alarmados com a ascensão
de Corbyn e com o crescente anti-semitismo da esquerda. Israel também precisa
estar profundamente preocupada.
Há pouco tempo, Corbyn se referiu a terroristas
do Hamas e do Hezbollah como “seus amigos". Ele também colocou flores no
túmulo do terrorista que perpetrou o assassinato dos atletas israelenses em
Munique. Se ele se tornar primeiro-ministro, é possível que ele não só suspenda
toda a cooperação de segurança com Israel mas financie e transfira informações significativas
- para os "seus amigos".
Mas pode haver algo ainda pior. O
relacionamento estreito entre a Inglaterra e os Estados Unidos permite uma
influencia muito grande de Londres sobre Washington.
Imediatamente após os ataques de 11 de
setembro, o então primeiro-ministro inglês, Tony Blair, convenceu o presidente
George Bush a limitar a sua campanha antiterror contra grupos terroristas que
não atuavam contra israelenses. Graças à influência de Blair, os terroristas
palestinos receberam apoio político, militar e financeiro de todos os cantos do
mundo.
Se Corbyn subir ao poder enquanto Trump
ainda estiver na Casa Branca, ele dará legitimidade para a radicalização e
antissemitismo do Partido Democrata. Mas terá um efeito limitado na política
dos EUA em relação a Israel.
Mas se Corbyn for primeiro ministro
junto com um presidente americano democrata, isto poderá ter um efeito devastador
sobre as relações americanas com Israel.
Contra
isso há algumas coisas a fazer. Os judeus do mundo precisam denunciar e
criticar ferozmente Corbyn e suas posições. Não é preciso ser diplomata. Muito pelo
contrario. Temos que tirar as luvas. O partido trabalhista e Corbyn nunca
mediram palavras para derramarem seu veneno antissemita.
Como os três jornais judaicos notaram,
até recentemente, o Partido Trabalhista “era o lar natural de comunidade
judaica”, mas “o desprezo dos corbynitas por judeus e Israel” corroeu “seus
valores e integridade”.
Ainda, Israel precisa se preparar agora
para a possibilidade de Corbyn vencer a próxima eleição geral. Qualquer projeto
estratégico de longo prazo que Israel possa ter com o Reino Unido deve ser
desativado e novos projetos não devem ser nem considerados.
As atividades das ONGs financiadas ou com
laços com o Partido Trabalhista inglês que atuam em Israel devem ser seguidas
muito de perto.
Finalmente, Israel deve acabar com sua
dependência militar dos Estados Unidos. Ela deve transformá-la em uma parceria
militar. E com Trump isto é possível. Israel deve trocar a ajuda militar em investimentos
americanos em projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento de armamentos. Ao
transformar o relacionamento em parceria, haverá uma menor chance de que um
próximo presidente democrata afaste Israel para agradar as bases radicais do seu
partido e com Corbyn.
O
crescimento e escalada do anti-semitismo na esquerda ocidental é uma ameaça
estratégica para Israel e para todas as comunidades judaicas nos países
ocidentais. Para o futuro dos judeus ocidentais e de Israel, precisamos
reconhecer a ameaça agora, denunciá-la agressivamente e tomar todas as ações
necessárias para limitar suas conseqüências.
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