Durante a semana passada, houve várias
entrevistas infelizes nas rádios, tvs e jornais internacionais sobre as
próximas eleições no Brasil. Eles se concentraram em duas questões principais:
a inelegibilidade do ex-presidente Lula para concorrer pela terceira vez e
críticas ao favorito, Jair Bolsonaro, descrito para o público americano e
europeu como um candidato de "extrema direita", alguém que é contra
os direitos das mulheres, negros, gays e um admirador da ditadura militar que
governou o Brasil de 1964 a 1985.
O sentimento que transpareceu das entrevistas
foi o de pesar pelo primeiro e trepidação pelo segundo. Embora entendamos que a
mídia está firmemente cimentada na esquerda do espectro político, é inaceitável
e ofensivo permitir que equívocos e mentiras descaradas sejam transmitidos na
véspera de uma eleição tão crucial e influenciar o voto de brasileiros
residentes no exterior.
Em relação ao ex-presidente Lula, nenhum dos
artigos trouxe o fato de que ele atualmente cumpre pena de 12 anos por corrupção,
suborno, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Atualmente, existem
outros cinco processos penais pendentes contra ele. Durante sua presidência ele
comandou o maior esquema de corrupção da história da humanidade, roubando e
esbanjando bilhões de dólares e roubando o futuro do povo brasileiro.
Para a mídia de esquerda no Brasil e em outros
lugares, isso não é importante. Eles acham injusto que um político popular como
Lula não possa concorrer - de novo. E especialmente depois que o Comitê de
Direitos Humanos das Nações Unidas decidiu recomendar que ele fosse autorizado
a fazê-lo - da prisão! Afinal, quase todos os senadores, congressistas,
governadores, prefeitos e funcionários públicos do Brasil estavam ou estão
envolvidos em corrupção de alguma forma. O mundo vê isto como nosso passatempo
nacional!
O que a mídia quer é focar nas supostas
“conquistas” do governo Lula quando o Brasil, o primeiro dos BRICS, países emergentes
promissores, estava sendo aplaudido em todo o mundo por suas proezas
econômicas. A verdade é que o que Lula e seu Partido dos Trabalhadores
conseguiram foi enterrar o país em dívidas, atingir incríveis 40 milhões de
desempregados, fechar milhares de pequenos negócios, arruinar a maior empresa
pública do país e acabar com a economia.
O Brasil tem um dos maiores encargos
tributários corporativos do mundo e a burocracia mais pesada que se possa
encontrar. Uma empresa paga cerca de 60 impostos diferentes para operar, a
maioria deles composta. As licenças levam anos para serem concedidas e somente
após o pagamento de “taxas de urgência” intermináveis. A máquina de corrupção
criada pelo Partido dos Trabalhadores é um monstro tão grande quanto o Brasil.
Mas todos os impostos cobrados de mais de 220 milhões de brasileiros sob o
comando de Lula não foram suficientes para saciar o apetite de seus políticos
ou os gestos demagógicos que ele fez para se tornar a “darling” do mundo.
Lula, que não poderia ser um limpador de rua no
Brasil tendo completado apenas o segundo ano primário, recebeu diplomas honoris
causa de nada menos que 16 universidades, entre as quais a Universidade de
Coimbra (Portugal), Politécnica de Lausanne (Suíça), Sciences-Po (Institut
d'Etudes Politiques de Paris - França) e da Universidade de Salamanca
(Espanha). Do presidente Obama, Lula conseguiu uma estátua perto da Casa Branca
como Herói das Américas, ao lado de Abraham Lincoln, Gabriel Garcia Marquez e
Simón Bolívar!
Sim, o Lula foi um herói. Um herói para Cuba
para onde enviou bilhões de dólares para financiar portos e outras
infraestruturas como um gesto para seu mentor Fidel. Ele fez amizade com Hugo
Chávez, Ali Khamenei, para não falar de seu "irmão" Muamar Khadafi.
Ele também presenteou um dos terrenos mais caros da capital Brasília a Mahmoud
Abbas para construir uma gigantesca embaixada palestina e outros 10 milhões de
dólares para construir um hospital em Ramallah. Tudo isso enquanto os hospitais
públicos do Brasil vivem em crise, faltando remédios, equipamentos e onde até
hoje pacientes são atendidos no chão por falta de macas.
Lula aprendeu com os melhores para criar a
ilusão de um Brasil próspero. Da mesma forma que a União Soviética se
vangloriava de suas conquistas sociais.
O analfabetismo no Brasil é enorme. Lula
investiu em escolas? Não. Ele decidiu que a pessoa que mal conseguia escrever
seu nome era alfabetizada. Os jornais alegaram que, em 14 anos, a taxa de
analfabetismo caiu 4,3%! Como isto fosse uma conquista! A pobreza é galopante.
Lula investiu em escolas técnicas ou deu incentivos a pequenos negócios? Não.
Ele decidiu que se alguém ganhasse 300 reais por mês, ele seria transferido da
classe baixa para a classe média. A mesma coisa com o alto desemprego. Seu
governo investiu em empregos? Não. Lula decidiu que os beneficiários dos
subsídios governamentais para alimentação deveriam ser classificados como
empregados!
A saúde um verdadeiro desastre. O que o Lula
fez? Ele não investiu em hospitais, clínicas ou cursos para enfermeiros e
médicos. Em vez disso, ele “importou” médicos de Cuba e que choque (!), Muitos
deles nem sequer eram médicos, mas militares cubanos desfrutando de um tempo no
Brasil, cortesia do contribuinte brasileiro.
Que ótima maneira de criar resultados no
governo! O único pequeno problema é que tudo é uma mentira que não se sustenta.
Uma das primeiras medidas de Lula, depois de
ser inaugurado, foi de desarmar a população. O resultado foi a explosão em
sequestros, tráfico de drogas, homicídios e roubos. Só em 2017, houve 59.080
homicídios. Entre 2005 e 2015, mais de 318.000 crianças e adolescentes foram
assassinados. Apenas 3% dos casos são resolvidos.
Há um mês, o Museu Nacional do Rio de Janeiro
foi incendiado. Mais de 20 milhões de documentos insubstituíveis, exposições e
artefatos foram perdidos. A própria história e memória do Brasil se foi para
sempre. O museu precisava de apenas 600.000 reais por ano para sua manutenção e
proteção. Não recebeu. Dos 310 milhões de reais destinados à Cultura, 280
milhões foram destinados a projetos “culturais” duvidosos destinados a artistas
de esquerda e “pseudo” artistas, além de artistas consagrados que não precisam
mais de “incentivos”, mas levam para casa fortunas por seu contínuo apoio a
Lula e a esquerda.
Após 15 anos de desgoverno, o povo brasileiro
decidiu dizer basta. Basta à corrupção, basta ao roubo de recursos públicos, basta
à violência, basta à falta de escolas, à falta de assistência médica, à falta
de transporte, à falta de justiça, ao desrespeito com o bem-estar do povo e basta
à retórica mentirosa que trouxe fortuna para a família e o círculo íntimo de
Lula, mas uma grande miséria para o povo.
O nome desse clamor público é Jair Bolsonaro. O
congressista não é um "outsider" como Trump, mas em muitos aspectos
ele não faz parte do establishment. Ele é um dos políticos solitários no Brasil
que não está sob investigação ou que está sendo processado por corrupção ou
qualquer outro crime. Ele é muito vocal sobre suas crenças que, por estarem
cimentadas em valores judaico-cristãos, são consideradas “ofensivas” pela
esquerda e pela mídia. E elas incluem seu apoio a Israel e sua promessa de
transferir a embaixada brasileira para Jerusalém.
Bolsonaro se formou na principal academia
militar do Brasil. Ele serviu no exército por 17 anos, atingindo a patente de
capitão. Em 1988 ele entrou na política. Em seus 25 anos no Congresso, ele enviou
173 projetos de lei e uma emenda constitucional. No Exército, ele é lembrado
como um oficial justo, forte e de princípios. Desde que ele decidiu concorrer,
no entanto, ao Congresso e aos membros da mídia, ele é nada menos do que um
nazista.
Então vejamos. Bolsonaro foi acusado de ser
contra as mulheres por não incluir em seu programa medidas para equiparar seus
salários aos dos homens. O fato dele não poder fazer nada sobre isso como
presidente - já que a questão foi tratada pela lei federal - é irrelevante para
a mídia. Ele também foi falsamente acusado de incitar estupro quando defendeu a
castração química de estupradores!
Ele foi acusado de ser homofóbico. Ele disse
repetidamente que a vida sexual de cada indivíduo é seu assunto particular. Mas
ele é contra a concessão de privilégio a alguém por causa de sua orientação
sexual, bem como as tentativas de incluir livros sobre homossexualidade no
currículo de crianças de até seis anos. Livros que foram considerados muito explícitos
para aparecer às 21h na TV brasileira! Da mesma forma, ele não é contra os
negros, mas contra cotas em universidades reservadas para pessoas de cor, instituído
por Lula, independentemente de seu mérito. Joaquim Barbosa, o único juiz negro
do Supremo Tribunal do Brasil elogiou efusivamente Bolsonaro no ano passado.
Bolsonaro também é acusado de defender a
ditadura militar que governou o Brasil por 21 anos. Ninguém lembra que foi o
Congresso que solicitou a intervenção das Forças Armadas contra um golpe
comunista que visava transformar o Brasil em uma ditadura do proletariado.
Bolsonaro reconheceu que o erro foi cometido quando os militares não convocaram
eleições alguns anos depois.
Eu cresci sob esta ditadura. Lembro-me de ruas
limpas, orgulhosamente cantando o hino nacional todas as manhãs na escola e me
esforçando para ser escolhida para hastear a bandeira. Meus pais,
recém-chegados de países árabes como refugiados judeus, encontraram no Brasil
um refúgio de segurança e oportunidade ao qual são gratos até hoje. Nossas
portas estavam sempre abertas e nós brincávamos nas ruas o dia todo com os
vizinhos. Sim, na faculdade, aprendemos que alguns abusos foram cometidos
durante esse tempo. Mas nada perto de 60 mil assassinatos não resolvidos por
ano, o nível inaceitável de pobreza e pura negligência que enfrentamos hoje ou
o saque da riqueza do país. E isso porque, embora eles não estivessem aptos a
governar a longo prazo, os militares acima de tudo amavam o país e não eram
corruptos.
Há algumas semanas, um seguidor de Lula decidiu
matar Bolsonaro durante um comício. Ele sobreviveu por pouco ao ataque com
faca, mas quase imediatamente outra alegação absurda surgiu sobre a escolha do
hospital feita pela família. Declarar que a tentativa de assassinato de
Bolsonaro colocou a comunidade judaica contra os árabes é escandalosa! Não
existe tal conflito no Brasil, onde ambas as comunidades são muito unidas e
usam os dois hospitais de forma intercambiável.
Como judia que perdeu família em Auschwitz,
sinto-me profundamente ofendida quando as pessoas usam o insulto nazista
levemente. Bolsonaro não é nazista. E se ser "extrema-direita" é
querer tentar trazer alguma medida de sanidade para um governo em desordem,
atormentado por pessoas sem princípios que procuram apenas encher seus bolsos, é
ser de "extrema-direita", então que o seja. Eu, uma mulher, judia,
defensora da igualdade de direitos e obrigações para todos, continuarei a
apoiar orgulhosamente a campanha de “extrema-direita” de Bolsonaro e votarei
nele como presidente. Talvez ele não consiga matar o monstro da corrupção, mas
ele é o único candidato que tem o que é preciso para dar ao meu país de
nascimento uma chance de ser salvo das garras dessa gangue imunda que tomou
conta de Brasília.
Originalmente Publicado do Jerusalem Post do dia 7/10/2018
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