Depois da normalização entre Israel e os
Emirados Árabes Unidos, agora Bahrain, depois de receber o ok da Arábia
Saudita, também anunciou seu acordo com Israel. O Sultanato de Omã parabenizou
Bahrain e a especulação é que seja o próximo. Espera-se o mesmo da Arábia
Saudita que já autorizou todos os voos originários de Israel a atravessarem seu
espaço aéreo.
Mas o mais significativo é que estes
acordos estão construindo um relacionamento verdadeiramente amigável. O
Instituto Weizmann de Israel e o Instituto de Inteligência Artificial dos
Emirados assinaram um memorando de cooperação e o hospital Sheba Tel Hashomer
assinou uma joint venture com os Emirados e a Apex Internacional para promover
uma série de soluções inovadoras de saúde em todo o Golfo Árabe.
Houveram alguns protestos locais. Uma dúzia
de pessoas saiu em Bahrain em protesto ao acordo de normalização mas a vasta
maioria do povo de Bahrain, que conta com uma antiga mas minúscula comunidade
judaica, estava muito otimista e já planejando visitar o Estado judeu.
Mahmoud Abbas não deve ter pregado os olhos
roxos nestes dias com todas estas noticias. A grande bofetada não veio destes
países do Golfo, mas da Liga Arabe.
Durante uma sessão nesta semana, os
palestinos submeteram uma resolução para que a Liga Árabe condenasse duramente
os Emirados Árabes pelo seu acordo com Israel. Os chanceleres árabes se
recusaram a endossar o projeto de resolução palestino.
E esta recusa está em concerto com o plano
de vários outros estados árabes estabelecerem relações com Israel.
Um alto funcionário palestino, disse ao
Jerusalem Post que “primeiro pensamos que os Emirados estavam sozinhos nos
apunhalando pelas costas mas na quarta-feira vimos como vários outros países
árabes traíram o povo palestino e a questão palestina. Este é um dia negro na
história dos palestinos e dos árabes. ”
Abdulkhaleq Abdulla, professor de ciências
políticas dos Emirados, comentando sobre o fracasso dos palestinos em convencer
a Liga Árabe a condenar os Emirados, escreveu no Twitter: “A delegação
palestina foi rejeitada na reunião da Liga Árabe, que derrubou um projeto de
resolução palestino condenando o acordo de paz Emirados Árabes Unidos-Israel.
Isso está acontecendo pela primeira vez na história da Liga Árabe devido à
estupidez da liderança palestina corrupta.”
O projeto de resolução palestino foi
rejeitado depois que vários países árabes, incluindo Emirados Árabes, Bahrein,
Egito, Jordânia, Marrocos e Sudão se oporem à sua linguagem.
“Todo estado soberano tem o direito
indiscutível de conduzir sua política externa da maneira que quiser, e isso é
algo que a Liga Árabe respeita e endossa”, disse o secretário-geral Ahmad Aboul
Gheit, durante a reunião.
Uma das primeiras autoridades palestinas a
reagir à frieza dos países árabes aos palestinos foi Mohannad Aklouk, o enviado
palestino à Liga Árabe. Ele escreveu no Facebook: “Com todo orgulho, a
Palestina queria uma decisão dos chanceleres árabes que rejeita e condena a
normalização dos Emirados [com Israel], evita o declínio árabe e preserva o
legado da Liga Árabe. Mas a Palestina não foi capaz de impor isso, então o
projeto de resolução ruiu. Temos dignidade, nossos mártires, prisioneiros e
campos de refugiados gloriosos, e isso é o suficiente para nós”.
É, agora eles têm “gloriosos campos de
refugiados”. Mas não é aonde Abbas e sua corriola moram.
O Comitê Executivo da OLP disse que "fracasso
dos palestinos em obter o consentimento de todos os países árabes para condenar
a decisão dos Emirados é extremamente perigoso” porque “constitui uma negação
flagrante do povo palestino e de seus direitos” e acusou a Liga Árabe de “se aliar
à ocupação contra o povo palestino”.
O que aconteceu durante a reunião da Liga
Árabe foi mais uma indicação de que os países árabes não estão mais “defendendo
e ajudando os palestinos em sua luta” contra Israel. E aí temos a verdade. O
verdadeiro objetivo dos palestinos. Mahmoud Abbas aprendeu a falar com ambos os
cantos da boca de seu líder e predecessor Yasser Arafat. Como presidente da
Autoridade Palestina ele reafirma seu comprometimento com a paz. Mas como líder
da OLP ele continua a fomentar o sonho de destruir Israel.
E da mesma forma que Yasser Arafat, Abbas rejeitou
cada uma das propostas de paz de Israel e dos Estados Unidos. Foi-lhe oferecido quase toda a Judeia e
Samaria, com trocas de terras em porções iguais, a retirada israelense dos
bairros árabes de Jerusalém Oriental e um túnel até Gaza. Qualquer um teria aproveitado
uma proposta desta para criar um estado. Mas, infelizmente, como seu
antecessor, Abbas cumpriu a missão palestina de mais uma vez perder a
oportunidade.
A tendência palestina de rejeitar oferta
após oferta é uma indicação de que eles realmente não querem uma paz com Israel
ou com seu povo. Pelo menos não em um futuro próximo.
E os árabes realizaram isso. E mostraram
que perderam a paciência, que chegaram ao fim da linha com os palestinos.
O ciclo de rejeição palestina também mostrou
o outro lado da moeda, o quanto Israel está investida no processo de paz.
Israel tem trabalhado pela paz com seus vizinhos desde a sua criação. Eles
assinaram um tratado de paz com o Egito em 1979, entregando toda a Península do
Sinai; com a Jordânia em 1994, resolvendo questões de terra e água. E não vamos
esquecer que foi Israel que ofereceu Gaza aos palestinos em troca da paz.
Então, por que a paz com os palestinos ainda
não foi feita? Uma pesquisa de 2014 revelou uma tendência interessante. Naquele
ano, 60% dos israelenses queriam renovar as negociações de paz, enquanto que 60%
dos palestinos queriam “recuperar toda a Palestina do rio Jordão ao mar
Mediterraneo”, outra maneira de dizer que queriam a destruição de Israel.
Esta é a razão pela qual os palestinos
nunca puderam assinar nem mesmo o melhor dos acordos de paz com Israel. Esses dados
mostram a gravidade da situação, e por mais que os israelenses queiram
construir um relacionamento duradouro, a maioria dos palestinos não ficará satisfeita.
Um tratado de paz na mente dos palestinos, é um sem Israel.
E isso não vai acontecer.
Simplesmente acabaram-se as oportunidades
para os palestinos. E outra não aparecerá enquanto sua liderança continuar nas
mãos dos terroristas. A paz será impossível com líderes que vêem a democracia
como um trem, do qual se pula quando se chega ao destino. Com a normalização das
relações de Israel com outros países árabes, os palestinos devem se dar conta
que o melhor é eles reconstruírem seus relacionamentos com os israelenses,
melhorarem sua economia e aproveitarem a autonomia que Israel lhes permite. Se
quiserem mesmo um estado, terão que construí-lo de baixo para cima e almejar a
paz. Se não, se continuarem com seus mártires e gloriosos campos de refugiados
nesta luta fútil, estarão sós contra Israel que estará sempre pronta a se
defender.
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