Na semana que passou tivemos o primeiro debate entre o presidente Trump e o ex-vice presidente Biden. Um espetáculo que deixou muito a desejar. A esquerda caiu em cima de Trump, dizendo que ele foi mal educado em interromper as não-respostas de Biden. Mas foi Biden quem quebrou o protocolo insultando o presidente. Ele foi de dizer para ele calar a boca, a chama-lo de “palhaço”. Uma verdadeira vergonha.
Os programas
políticos e econômicos ficaram atrás dos ataques pessoais e ao final, não
pudemos ouvir absolutamente nada sobre as propostas para levar o país à frente
pós-pandemia. Uma mostra clara e triste do declínio da América. Uma América que
nos últimos 20 anos, foi remodelada à imagem da mídia de esquerda que trabalhou
incansavelmente para destruir os valores morais através da televisão e do rádio.
Hoje palavrões, xingamentos, nudez, sexo explícito, tudo é válido, engraçado e
aceitável, desde que saia da boca da esquerda que quer destruir o país.
E aí, na sexta-feira,
quando achávamos que estávamos no fundo do poço da civilidade, Trump e sua
esposa testaram positivos para o Covid. As reações então conseguiram abaixar o
nível ainda mais: comediantes, jornalistas, acadêmicos correram para o Twitter
para desejar a morte de Trump, declarar que D-us existe e tinha mandado o
castigo ou simplesmente mostrar o dedo. Para eles Blacks Lives Matter mas não a
vida do presidente ou o respeito pelo cargo.
Interessante
foi ver a imprensa iraniana noticiou o contagio de Trump nas manchetes. A liderança
iraniana, no entanto, não emitiu qualquer declaração a respeito. A pergunta é:
o que o regime está pensando? Será que vão aproveitar e atacar as forças
americanas em algum lugar?
Antes já da
noticia sobre o estado de saúde de Trump, milícias iranianas atacaram com
mísseis de 122mm o aeroporto do Kurdistão aonde estão estacionadas as tropas
americanas no Iraque. Isto fora dos ataques de guerrilha diários contra
posições americanas ou de seus aliados. Além disso o Irã continua a atacar a Arábia
Saudita a partir do Iêmen e ameaçar Israel do Líbano e de Gaza.
Também ameaça
os países do Golfo Árabe. Na semana passada um grupo de terroristas, membros da
Guarda Revolucionaria iraniana foram apreendidos antes de conseguirem cometer
um ataque no Bahrein e outro na Arábia Saudita. O Irã também está tentando
convencer o Qatar a patrocinar os rebeldes Houthis que destruíram o Iêmen.
Será que o
Irã pensa que o poder de dissuasão dos EUA possa ter diminuído devido à doença
de Trump? ou devido às eleições dos EUA?
O Irã está
sob sanções econômicas cada vez mais estritas desde que, em 2018, Trump
denunciou o Acordo Nuclear assinado por Obama. As tensões entre o Irã e os EUA
aumentaram em maio de 2019, quando a Casa Branca alertou sobre possíveis ataques
iranianos. Os ataques ocorreram contra petroleiros no Golfo de Omã e drones e
mísseis na Arábia Saudita. As tensões aumentaram quando o Irã derrubou um drone
americano e novamente quando grupos pró-iranianos no Iraque dispararam mísseis
contra forças americanas e ataques misteriosos ocorreram nos armazéns de
munição das facções apoiadas pelo Irã no Iraque.
O Irã então ordenou
aos Houthi alvejarem o campo de gás Shaybah e usou 25 drones e mísseis de
cruzeiro contra a refinaria de Abqaiq na Arábia Saudita. Enquanto isso, Israel
foi para a ofensiva para impedir a instalação do Irã na Síria bombardeando
milhares de alvos iranianos e comboios de armas para a Hezbollah no Líbano.
Quando os
Estados Unidos interceptaram várias embarcações do Irã com armas destinadas aos
Houthis, os iranianos mandaram suas milícias no Iraque aumentar os ataques com
mísseis. Em dezembro, um empreiteiro americano foi morto e os aliados do Irã
invadiram a embaixada americana no Iraque. Aí os Estados Unidos responderam
matando o comandante da Guarda Revolucionária, o legendário terrorista Qasem
Soleimani. Seguiram-se dúzias de ataques dos dois lados mas os Estados Unidos
conseguiram consolidar suas bases e reduzir o numero de soldados no Iraque.
É onde
estamos agora. Um embargo de armas ao Irã está expirando neste mês. As
tentativas da America de reaplicar as sanções da ONU falharam. O Irã está tentando
fortalecer suas relações com países como a Venezuela (que também está sob
sanções dos EUA), Líbano, Síria e também a Rússia, China e Turquia. No Líbano, Israel
publicou recentemente um vídeo mostrando supostas fábricas de mísseis. Em seu
discurso na ONU, Bibi chegou a mostrar fotos de depósitos de armas da Hezbollah
ao lado do Aeroporto de Beirute. A Hezbollah negou a existência dos armazéns.
Do seu lado,
Trump conseguiu algo inédito: trazer as lideranças libanesa e israelense para a
mesa de negociações sobre a demarcação de fronteiras marítimas. É um começo. E
algo que ninguém conseguiu em mais de 30 anos.
Se por um
lado o Irã não para de tentar provocar Israel, por outro não parece querer
testar Jerusalém. É por isso que Teerã prefere atacar a Arábia Saudita porque acha
que Riad não vai responder diretamente.
O Irã sabe
que Trump quer cumprir sua promessa de campanha e acabar com as guerras sem fim,
tirando as tropas americanas do Iraque e do Afeganistão. Mas também sabe que
ele responderá duramente se soldados americanos forem mortos. É por isso que o
Irã quer criar uma situação estável o suficiente para os EUA deixarem o Iraque,
mas ainda assim, uma situação aonde chovem mísseis, mas sem vítimas. O Irã
também quer que os EUA saiam do Afeganistão. Mas para isso tem quer esperar o
fim do embargo de armas. Enquanto isso o Irã avança em seu objetivo de
estabelecer uma nova ordem mundial com a Rússia, China e Turquia como parceiros
e aliados.
Só depois, o
Irã se voltará para seu projeto maior: o de desestabilizar o Golfo. O Irã sabe
que o Líbano está falido e em crise, por isso não pode pedir à Hezbollah, que
está com sua credibilidade bastante abalada no país, que faça muita coisa no
momento. Mas pode enviar mais armas para a Síria, para continuar a ameaçar
Israel. Como uma gigantesca sucuri, o Irã está consumindo a Síria aos poucos.
A sucuri pode
se mover rapidamente se sentir fraqueza num oponente, como Trump, mas sabe que
precisa de bastante tempo para digerir lentamente sua presa. Vamos ver se o Irã
irá agir com cautela antes de testar um governo americano que pode parecer
estar momentaneamente sem líder. O Irã sabe que o membro mais forte do governo
Trump é Mike Pompeo, que não é nem um pouco fã dos aiatolás. Apesar da idade,
da pandemia e de todo o resto, Trump continua alerta e trabalhando 20 horas por
dia. Será melhor para o Irã se a sucuri não testar o vespeiro.
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