Sunday, August 1, 2021

O Antissemitismo na Universidade da Cidade de Nova Iorque - 1/8/2021

 A situação do antissemitismo aqui nos Estados Unidos e em especial em Nova Iorque está tomando rumos e níveis escandalosos.

Na semana passada, pelo menos 50 professores da Universidade da Cidade de Nova York, a maior universidade pública do Estado, retirou sua filiação do sindicato do corpo docente, após a aprovação de uma resolução unilateral do Sindicato condenando Israel pela recente guerra contra o Hamas e ameaçando apoiar o movimento de boicote, desinvestimento e sanções contra o Estado judeu.

A resolução aprovada pelos delegados do sindicato, indignou muitos professores - alguns dos quais são descendentes de vítimas do Holocausto e têm familiares em Israel.

O Professor Yedidyah Langsam, presidente do Departamento de Ciência da Informação e Computação do Brooklyn College e de seu conselho docente escreveu em uma carta de demissão à presidente dizendo que o Sindicato, escolheu apoiar uma organização terrorista, o Hamas, cujo objetivo ('Do Rio ao Mar') é destruir o estado de Israel e matar todos os meus familiares que vivem lá”.

Langsam comparou a situação com a dos professores judeus nas universidades alemãs durante o infame reinado nazista no final dos anos 30. “Pessoalmente, tenho uma sensação desconfortável ao interagir com esses professores e, como muitos alunos escreveram, sinto-me extremamente desconfortável no campus”.

“Por esse motivo, renunciei ao Sindicato com efeito imediato, após ter sido membro por mais de 40 anos. Pedi a meus colegas professores que renunciassem imediatamente. Vocês NÃO nos representam e eu não farei parte de uma organização que apóia aqueles que desejam nos destruir.”

Isso vem em seguida à decisão do fabricante de sorvetes Ben & Jerry’s anunciar que não venderá mais seus produtos nos territórios palestinos ocupados por Israel. E isso colocou o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, numa saia justa já que em sua campanha em 2016, ele jurou suspender os negócios com qualquer empresa envolvida na campanha antissemita do BDS contra Israel. E outros 34 estados que passaram resoluções anti-BDS também estão pesando a presença do sorvete em seus territórios e os investimentos de seus fundos de pensão na holding, Unilever.

O Fiscal Estadual de NY Tom DiNapoli alertou a Unilever, que Nova York pode restringir os investimentos na empresa.

A presidente do Sindicato dos professores, reconheceu que a resolução anti-Israel causou "angústia" entre os membros, mas culpou os conservadores por supostamente “explorarem a controvérsia para prejudicar o grupo. É. Ela dá o tiro no pé e culpa os “conservadores”.

Os professores transtornados com a resolução argumentam que ela ignorou completamente fatos cruciais, como por exemplo, que o Hamas disparou milhares de mísseis contra centros populacionais civis em Israel durante a recente disputa. A resolução simplesmente diz que o “Sindicato condena o massacre de palestinos pelo estado israelense'' e critica o" expansionismo e violentas incursões de Israel nos territórios ocupados".

A resolução ainda diz que a luta palestina por “autodeterminação” é semelhante às lutas de “povos indígenas e negros nos Estados Unidos” e negros no apartheid na África do Sul e que no outono o Sindicato irá considerar sei apoio ao BDS” contra Israel.

Isso foi na semana passada.

Nesta semana, um professor adjunto da mesma universidade afirmou que os muçulmanos vão "apagar essa sujeira chamada Israel" e que “os judeus causam corrupção em todo o mundo”, durante um sermão proferido no Centro Islâmico de Union County, em Nova Jersey. O discurso pode ser visto no site da Memri.

Abbasi apresentou sua interpretação do capítulo do Alcorão intitulado “Jornada Noturna” que diz: "E transmitimos aos Filhos de Israel nas Escrituras que, 'certamente vocês causarão corrupção na terra duas vezes, e certamente alcançarão grande arrogância.'". Abbasi declarou que os muçulmanos tiveram uma rodada no tempo de Maomé e depois os judeus receberam "uma rodada" nas décadas de 1930 e 1940, quando "eles vieram de toda parte" para Israel.

Ele disse que ‘a primeira das advertências aconteceu,' e 'então tivemos a oportunidade de dominá-los.' Aí então eles ganharam de novo, estabelecendo seu projeto colonial chamado Israel". E, com um sorriso sarcástico Abbasi declarou "não quero deixá-los deprimidos, quero lhes dar as boas notícias agora. Com a ajuda de Alá, [os muçulmanos] irão apagar essa sujeira chamada Israel."

Na quarta-feira, o congressista de Nova York, Lee Zeldin, pediu à Universidade da Cidade de NY que demitisse Abbasi dizendo: "Em um momento em que a violência antissemita está aumentando nos Estados Unidos, ninguém, - especialmente alguém encarregado de educar - deveria poder atiçar ainda mais as chamas do antissemitismo, endossando -a violência contra Israel."

"Mohammad Abbasi e sua odiosa retórica antijudaica e anti-Israel não têm absolutamente nenhum lugar em qualquer sala de aula americana, e não podemos permitir que ele faça uma lavagem cerebral em nossos jovens com seu antissemitismo. Ele deve ser demitido imediatamente, e a CUNY precisa tomar medidas definitivas para eliminar o antissemitismo das fileiras de seu corpo docente. "

O que é preciso entender é que a Universidade da Cidade de Nova York, não é qualquer universidade. Ela tem 25 campuses com 275 mil estudantes. Muitas de suas faculdades estão entre as melhores do país apesar de ela ser pública. Só para comparar, a Universidade de São Paulo, a maior do Brasil, tem ao todo 59 mil estudantes.

Aceitar professores com esta retórica em nome da “diversidade” ou fechar os olhos para a moção do seu sindicato é inadmissível.

E voltando ao Sindicato, sua moção desequilibrada nem menciona os mais de 4.000 mísseis disparados de Gaza contra áreas residenciais e falha em abordar o apartheid do governo palestino. Afinal nem um único judeu tem permissão para entrar em Gaza ou nas áreas controladas pela Autoridade Palestina na Judéia e Samaria sem ser linchado. E nem mesmo reconhece que palestinos são membros da Knesset israelense com 5 partidos e hoje fazem parte da coalizão governante.

Langsman corretamente disse que o Sindicato “equipara o bombardeio cuidadoso da Força Aérea Israelense contra alvos estritamente militares - para minimizar qualquer dano colateral, com as ações dos palestinos que usam seus próprios civis, mulheres e crianças, hospitais e escolas como cobertura para seus locais de lançamento de mísseis.

Langsam disse que Israel pode receber críticas legítimas, mas que a resolução foi "unilateral" e "nada mais é do que uma expressão de puro antissemitismo, disfarçado na terminologia do Politicamente Correto  de anti-sionismo."

O grupo de professores que saíram do Sindicato declararam que ele evoluiu nos últimos anos de maneiras que o tornam irreconhecível”. “Eles agora gastam tempo e dinheiro em atividades que não têm nada a ver com nossas carreiras. Em vez disso, eles se concentram na política externa, mesmo quando muitos dos membros não têm interesse nisso.

“Decidimos, portanto, não financiar mais este Sindicato com nossos salários ou continuarmos como membros. ” O êxodo crescente prejudicará o bolso do sindicato. Os professores contribuem para ele com mais de 1% do seu salário bruto.

É isso aí. Quem pensa que pode boicotar Israel injustamente, deve estar preparado para ser boicotado de volta.


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