A situação do antissemitismo aqui nos Estados Unidos e em especial em Nova Iorque está tomando rumos e níveis escandalosos.
Na semana
passada, pelo menos 50
professores da Universidade da Cidade de Nova York, a maior
universidade pública do Estado, retirou sua filiação do sindicato do corpo docente, após a aprovação de uma resolução
unilateral do Sindicato condenando Israel pela recente guerra contra o
Hamas e ameaçando apoiar
o movimento de boicote, desinvestimento e sanções contra o Estado judeu.
A resolução aprovada pelos delegados do sindicato, indignou
muitos professores - alguns dos quais são descendentes de vítimas do Holocausto
e têm familiares em Israel.
O Professor
Yedidyah Langsam, presidente
do Departamento de Ciência da Informação e Computação do Brooklyn College e de
seu conselho docente escreveu em uma carta de demissão à presidente dizendo que “o Sindicato, escolheu apoiar uma organização
terrorista, o Hamas, cujo objetivo ('Do Rio ao Mar') é destruir o estado de
Israel e matar todos os meus familiares que vivem lá”.
Langsam comparou a situação com a dos professores judeus nas
universidades alemãs durante o infame reinado nazista no final dos anos 30. “Pessoalmente, tenho uma sensação
desconfortável ao interagir com esses professores e, como muitos alunos
escreveram, sinto-me extremamente desconfortável no campus”.
“Por esse motivo, renunciei ao Sindicato com efeito imediato,
após ter sido membro por mais de 40 anos. Pedi a meus colegas professores que
renunciassem imediatamente. Vocês NÃO nos representam e eu não farei parte de uma
organização que apóia aqueles que desejam nos destruir.”
Isso vem em
seguida à decisão do fabricante de sorvetes Ben & Jerry’s anunciar que não venderá mais seus produtos
nos territórios palestinos ocupados por Israel. E isso
colocou o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, numa saia justa já que em
sua campanha em 2016, ele jurou suspender os negócios com qualquer empresa envolvida na campanha antissemita do BDS contra Israel. E
outros 34 estados que passaram resoluções anti-BDS também estão pesando a
presença do sorvete em seus territórios e os investimentos de seus fundos de
pensão na holding, Unilever.
O Fiscal Estadual de NY Tom DiNapoli já alertou a Unilever, que Nova York
poderá restringir os investimentos na empresa.
A presidente
do Sindicato dos professores, reconheceu que a resolução anti-Israel causou "angústia"
entre os membros, mas culpou os conservadores por
supostamente “explorarem a controvérsia para prejudicar o grupo”. É. Ela dá o tiro no
pé e culpa os “conservadores”.
Os professores
transtornados com a
resolução argumentam que ela ignorou completamente fatos cruciais, como por exemplo, que o Hamas disparou
milhares de mísseis contra
centros populacionais civis em Israel durante a recente disputa. A
resolução simplesmente diz que o “Sindicato condena o massacre de palestinos pelo estado israelense'' e critica o" expansionismo e
violentas incursões de Israel nos territórios ocupados".
A resolução ainda diz que a luta palestina por
“autodeterminação” é semelhante às lutas de “povos indígenas e negros nos
Estados Unidos” e negros no apartheid na África do Sul e que no outono
“o
Sindicato irá considerar
sei apoio ao
BDS” contra Israel.
Isso foi na
semana passada.
Nesta semana,
um professor adjunto da mesma universidade afirmou que os muçulmanos vão
"apagar essa sujeira chamada Israel" e que “os judeus causam
corrupção em todo o mundo”, durante um sermão proferido no Centro Islâmico de
Union County, em Nova Jersey. O discurso pode ser visto no site da Memri.
Abbasi
apresentou sua interpretação do capítulo do Alcorão intitulado “Jornada Noturna”
que diz: "E transmitimos aos Filhos de Israel nas Escrituras que, 'certamente
vocês causarão corrupção na terra duas vezes, e certamente alcançarão grande
arrogância.'". Abbasi declarou que os muçulmanos tiveram uma rodada no
tempo de Maomé e depois os judeus receberam "uma rodada" nas décadas
de 1930 e 1940, quando "eles vieram de toda parte" para Israel.
Ele disse que
‘a primeira das advertências aconteceu,' e 'então tivemos a oportunidade de
dominá-los.' Aí então eles ganharam de novo, estabelecendo seu projeto colonial
chamado Israel". E, com um sorriso sarcástico Abbasi declarou "não
quero deixá-los deprimidos, quero lhes dar as boas notícias agora. Com a ajuda
de Alá, [os muçulmanos] irão apagar essa sujeira chamada Israel."
Na quarta-feira,
o congressista de Nova York, Lee Zeldin, pediu à Universidade da Cidade de NY
que demitisse Abbasi dizendo: "Em um momento em que a violência antissemita
está aumentando nos Estados Unidos, ninguém, - especialmente alguém encarregado
de educar - deveria poder atiçar ainda mais as chamas do antissemitismo,
endossando -a violência contra Israel."
"Mohammad
Abbasi e sua odiosa retórica antijudaica e anti-Israel não têm absolutamente
nenhum lugar em qualquer sala de aula americana, e não podemos permitir que ele
faça uma lavagem cerebral em nossos jovens com seu antissemitismo. Ele deve ser
demitido imediatamente, e a CUNY precisa tomar medidas definitivas para
eliminar o antissemitismo das fileiras de seu corpo docente. "
O que é preciso
entender é que a Universidade da Cidade de Nova York, não é qualquer
universidade. Ela tem 25 campuses com 275 mil estudantes. Muitas de suas faculdades
estão entre as melhores do país apesar de ela ser pública. Só para comparar, a
Universidade de São Paulo, a maior do Brasil, tem ao todo 59 mil estudantes.
Aceitar
professores com esta retórica em nome da “diversidade” ou fechar os olhos para
a moção do seu sindicato é inadmissível.
E voltando ao
Sindicato, sua moção
desequilibrada nem menciona os mais de 4.000 mísseis disparados de Gaza contra áreas
residenciais e falha em abordar o apartheid do governo palestino. Afinal nem um único judeu tem permissão para
entrar em Gaza
ou nas áreas controladas pela Autoridade Palestina na Judéia e Samaria sem ser
linchado. E nem mesmo reconhece que palestinos são membros da Knesset israelense com
5 partidos e hoje fazem parte da coalizão governante.
Langsman
corretamente disse que o Sindicato “equipara o bombardeio cuidadoso da Força Aérea Israelense contra alvos estritamente militares - para minimizar qualquer dano colateral, com as ações dos palestinos que usam
seus próprios civis, mulheres e crianças, hospitais e
escolas como cobertura para seus locais de lançamento de mísseis.
Langsam disse que Israel pode receber críticas legítimas, mas que a
resolução foi "unilateral" e "nada mais é do que uma expressão de puro
antissemitismo, disfarçado na terminologia
do Politicamente Correto de anti-sionismo."
O grupo de
professores que saíram do Sindicato declararam “que ele evoluiu nos últimos anos de maneiras
que o tornam irreconhecível”. “Eles agora gastam tempo e dinheiro em atividades
que não têm nada a ver com nossas carreiras. Em vez disso, eles se concentram
na política externa, mesmo quando muitos dos membros não têm interesse nisso.
“Decidimos, portanto, não financiar mais este
Sindicato com nossos
salários ou continuarmos como membros. ” O êxodo crescente prejudicará o bolso do sindicato. Os
professores contribuem para ele com mais de 1% do seu salário bruto.
É isso aí.
Quem pensa que pode boicotar Israel injustamente, deve estar preparado para ser
boicotado de volta.
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