Há dois
domingos, discuti aqui o relatório antissemita da Anistia Internacional sobre
Israel, que concluiu que o Estado Judeu pratica o Apartheid contra os
palestinos. Para chegar nesta conclusão, ela juntou Israel com a Judeia,
Samaria e Gaza num só território, negando qualquer papel ou controle da
Autoridade Palestina ou do Hamas sobre estas áreas. E a acusação não se atém
aos anos pós-1967 quando Israel conquistou a Judeia, Samaria e Gaza. Não. A
acusação remonta a 1948. Para a própria criação do Estado de Israel.
O relatório nem
discute os mísseis vindos de Gaza sobre a população civil de Israel e omite as
insanas violações de direitos humanos cometidas pelo Hamas e a Autoridade
Palestina. Em junho do ano passado, policiais de Mahmoud Abbas no meio da
noite, invadiram a casa de Nizar Banat, um ativista palestino e marceneiro, que
denunciava regularmente a corrupção dos líderes palestinos, inclusive em relação
à vacina da Covid.
Banat foi
brutalmente surrado e morreu antes de chegar ao hospital. Milhares de
palestinos foram às ruas protestar e a insatisfação com Mahmoud Abbas e seus
capangas não para de crescer. A Autoridade Palestina está tentando subornar a
família, oferecendo milhões de dólares por seu silêncio. Um primo de Nizar que
assistiu a chacina, foi preso para não testemunhar no julgamento dos policiais,
que é claro, estão livres para continuar a repressão dos que levantam a voz
contra Abbas.
E a Anistia
Internacional? ficou calada sobre esta verdadeira violação de direitos humanos
publicando apenas uma fraca recomendação em seu site, por “transparência” sobre
o assassinato de Banat, enterrada numa página interna, que você encontra
somente fazendo uma busca específica.
Mas não é só
a Anistia Internacional. Nos últimos dois anos, dezenas destas organizações
não-governamentais (ONGs), supostamente envolvidas na defesa de direitos humanos,
se uniram em uma campanha para acusar Israel de apartheid. Este termo ofensivo,
usado levianamente por elas, visa avançar uma narrativa de imoralidade
israelense sem paralelo na história. Ao longo do caminho, essas ONGs esperam
promover a demonização de Israel por meio de BDS e guerras legais, inclusive no
Tribunal Penal Internacional (TPI).
E o objetivo
de tudo isso? Primeiro é o de angariar dinheiro. Estas ONGs conseguem milhões e
quanto mais radicais mais dinheiro elas conseguem. Elas falam da ocupação
israelense da Judeia e Samaria e de Gaza (apesar de Israel ter saído da Faixa
em 2005), tratando todos, junto com Israel própria como uma única entidade
discriminatória. A única solução possível então para Israel fugir da definição
de Apartheid é de desmantelar o Estado judeu. Isso negaria ao povo judeu o
direito de autodeterminação em sua terra ancestral. E esta é a definição de
Antissemitismo.
Uma vez que
Israel não fará isso e a comunidade internacional não quer o conflito que viria
junto com tal desatino, estas ONGs estão prestes a perder sua credibilidade
totalmente.
Mas apartheid
não é o pior que aparece nestas publicações, não só da Anistia, mas da Human
Rights Watch e da B’Tselem: Nos
relatórios destas ONGs aparecem também os termos supremacia judaica e dominação
judaica. Esses termos ecoam a linguagem antissemita usada pelo Terceiro Reich,
pelo Partido Nazista e pelos neonazistas contemporâneos.
O tropo da
supremacia judaica, um termo antissemita encontrado no título do relatório do
apartheid de B’Tselem, era regularmente usado durante o Terceiro Reich. Livros
sobre o poder judaico, imperialismo judaico e dominação mundial judaica foram
distribuídos na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial, propagando a crença
de que a supremacia judaica seria derrotada por um salvador: nenhum outro que Adolf
Hitler. A frase era frequentemente usada para doutrinar jovens alemães,
proclamando que “Hitler quebraria a supremacia judaica com seu movimento”.
Em 1940, após
a estreia do filme de propaganda antissemita nazista “O Judeu Eterno”, o
Serviço de Segurança do Reich publicou um memorando sobre o filme, afirmando:
“As representações cartográficas e estatísticas sobre a disseminação do
judaísmo e sobre a expansão de sua influência em todas as áreas da vida e em
todos os países do mundo é real” - (a comparação com os ratos foi enfatizada
como particularmente impressionante), condenando ainda a aceitação dos judeus
pelos Estados Unidos.
Em 2003,
David Duke, o principal supremacista branco dos Estados Unidos, afirmou: “A
verdade é que os sionistas não apenas buscam a supremacia judaica sobre os
infelizes palestinos; eles buscam a supremacia sobre todos nós, não importa
qual seja nossa raça ou nacionalidade. Não é apenas na América que eles buscam
a supremacia, é o Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e todas as
outras nações do mundo.”
As
semelhanças entre a propaganda nazista e a retórica das ONGs que angariam
milhões de dólares por ano para supostamente defender direitos humanas, são no
mínimo estranhas. Elas não baseiam suas afirmações em nenhuma pesquisa,
documentação ou prova sobre a supremacia judaica. Imaginem que 80% de 800
entrevistados em uma pesquisa no Twitter acreditaram que uma citação sobre a
dominação judaica retirada do Mein Kampf de Hitler tinha saído do relatório do
apartheid da Anistia.
A boa notícia
é que de duas semanas para cá, os esforços da Anistia Internacional saíram pela
culatra. Foram desde um importante diretor da Anistia acidentalmente minar a
alegação de apartheid de sua organização dizendo que só Israel e Myanmar foram
investigados por este ângulo, a democracias rejeitando abertamente o relatório
(e até mesmo alertando o grupo para não atiçar as chamas do antissemitismo)
como a Australia, Áustria, República Checa, Alemanha, Inglaterra e os Estados
Unidos. O presidente da República Checa chegou a declarar que estava
“horrorizado por uma posição tão antissemita e que condenava o relatório”.
A realidade é
que Israel é a coisa mais distante de um estado de apartheid; 20% da população
de Israel são árabes, que gozam de igualdade perante a lei, programas de ação
afirmativa e cargos no parlamento e na Suprema Corte de Israel. Foi um juiz
árabe-israelense, e mais tarde juiz da Suprema Corte, quem condenou um
presidente israelense (um judeu) à prisão. Quando o próprio líder do partido
islâmico em Israel declara que não há Apartheid no país, isso deveria acabar
com a discussão.
E enquanto a
Anistia culpa Israel pelo infortúnio palestino, quase todos os palestinos
permanecem sob o governo da Autoridade Palestina na Cisjordânia, ou Hamas em
Gaza.
Nada ilustra
melhor a situação do que quando o ativista Yosef Haddad, um cidadão árabe de
Israel, foi convidado a debater um palestrante da Anistia, a ONG supostamente
se recusou a participar, pedindo (imaginem!) um judeu no lugar dele. Este gesto
reflete o que parece ser o racismo da Anistia, desonestidade intelectual e
vontade de sufocar a realidade.
As absurdas e
infundadas alegações de apartheid da Anistia expuseram a má-fé da organização, sua
desonestidade intelectual, racismo interno e credibilidade cada vez menor. E
isto fez com que um mundo geralmente silente, levantasse sua voz. E é por isso
que denunciar o antissemitismo é tão importante. Não podemos deixar passar
nenhuma oportunidade para fazê-lo.
Temos que
denunciar e parar de patrocinar ONGs como esta, que minam todos os esforços de
paz no Oriente Médio. Elas algemam tanto Israel como os palestinos em
estereótipos mentirosos para alcançar objetivos obscuros e ganho próprio.
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