Sunday, February 20, 2022

O Tiro da Anistia Internacional Sai Pela Culatra - 20/02/2022

 

Há dois domingos, discuti aqui o relatório antissemita da Anistia Internacional sobre Israel, que concluiu que o Estado Judeu pratica o Apartheid contra os palestinos. Para chegar nesta conclusão, ela juntou Israel com a Judeia, Samaria e Gaza num só território, negando qualquer papel ou controle da Autoridade Palestina ou do Hamas sobre estas áreas. E a acusação não se atém aos anos pós-1967 quando Israel conquistou a Judeia, Samaria e Gaza. Não. A acusação remonta a 1948. Para a própria criação do Estado de Israel.

O relatório nem discute os mísseis vindos de Gaza sobre a população civil de Israel e omite as insanas violações de direitos humanos cometidas pelo Hamas e a Autoridade Palestina. Em junho do ano passado, policiais de Mahmoud Abbas no meio da noite, invadiram a casa de Nizar Banat, um ativista palestino e marceneiro, que denunciava regularmente a corrupção dos líderes palestinos, inclusive em relação à vacina da Covid.

Banat foi brutalmente surrado e morreu antes de chegar ao hospital. Milhares de palestinos foram às ruas protestar e a insatisfação com Mahmoud Abbas e seus capangas não para de crescer. A Autoridade Palestina está tentando subornar a família, oferecendo milhões de dólares por seu silêncio. Um primo de Nizar que assistiu a chacina, foi preso para não testemunhar no julgamento dos policiais, que é claro, estão livres para continuar a repressão dos que levantam a voz contra Abbas.

E a Anistia Internacional? ficou calada sobre esta verdadeira violação de direitos humanos publicando apenas uma fraca recomendação em seu site, por “transparência” sobre o assassinato de Banat, enterrada numa página interna, que você encontra somente fazendo uma busca específica.

Mas não é só a Anistia Internacional. Nos últimos dois anos, dezenas destas organizações não-governamentais (ONGs), supostamente envolvidas na defesa de direitos humanos, se uniram em uma campanha para acusar Israel de apartheid. Este termo ofensivo, usado levianamente por elas, visa avançar uma narrativa de imoralidade israelense sem paralelo na história. Ao longo do caminho, essas ONGs esperam promover a demonização de Israel por meio de BDS e guerras legais, inclusive no Tribunal Penal Internacional (TPI).

E o objetivo de tudo isso? Primeiro é o de angariar dinheiro. Estas ONGs conseguem milhões e quanto mais radicais mais dinheiro elas conseguem. Elas falam da ocupação israelense da Judeia e Samaria e de Gaza (apesar de Israel ter saído da Faixa em 2005), tratando todos, junto com Israel própria como uma única entidade discriminatória. A única solução possível então para Israel fugir da definição de Apartheid é de desmantelar o Estado judeu. Isso negaria ao povo judeu o direito de autodeterminação em sua terra ancestral. E esta é a definição de Antissemitismo.

Uma vez que Israel não fará isso e a comunidade internacional não quer o conflito que viria junto com tal desatino, estas ONGs estão prestes a perder sua credibilidade totalmente.

Mas apartheid não é o pior que aparece nestas publicações, não só da Anistia, mas da Human Rights Watch e da B’Tselem:  Nos relatórios destas ONGs aparecem também os termos supremacia judaica e dominação judaica. Esses termos ecoam a linguagem antissemita usada pelo Terceiro Reich, pelo Partido Nazista e pelos neonazistas contemporâneos.

O tropo da supremacia judaica, um termo antissemita encontrado no título do relatório do apartheid de B’Tselem, era regularmente usado durante o Terceiro Reich. Livros sobre o poder judaico, imperialismo judaico e dominação mundial judaica foram distribuídos na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial, propagando a crença de que a supremacia judaica seria derrotada por um salvador: nenhum outro que Adolf Hitler. A frase era frequentemente usada para doutrinar jovens alemães, proclamando que “Hitler quebraria a supremacia judaica com seu movimento”.

Em 1940, após a estreia do filme de propaganda antissemita nazista “O Judeu Eterno”, o Serviço de Segurança do Reich publicou um memorando sobre o filme, afirmando: “As representações cartográficas e estatísticas sobre a disseminação do judaísmo e sobre a expansão de sua influência em todas as áreas da vida e em todos os países do mundo é real” - (a comparação com os ratos foi enfatizada como particularmente impressionante), condenando ainda a aceitação dos judeus pelos Estados Unidos.

Em 2003, David Duke, o principal supremacista branco dos Estados Unidos, afirmou: “A verdade é que os sionistas não apenas buscam a supremacia judaica sobre os infelizes palestinos; eles buscam a supremacia sobre todos nós, não importa qual seja nossa raça ou nacionalidade. Não é apenas na América que eles buscam a supremacia, é o Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e todas as outras nações do mundo.”

As semelhanças entre a propaganda nazista e a retórica das ONGs que angariam milhões de dólares por ano para supostamente defender direitos humanas, são no mínimo estranhas. Elas não baseiam suas afirmações em nenhuma pesquisa, documentação ou prova sobre a supremacia judaica. Imaginem que 80% de 800 entrevistados em uma pesquisa no Twitter acreditaram que uma citação sobre a dominação judaica retirada do Mein Kampf de Hitler tinha saído do relatório do apartheid da Anistia.

A boa notícia é que de duas semanas para cá, os esforços da Anistia Internacional saíram pela culatra. Foram desde um importante diretor da Anistia acidentalmente minar a alegação de apartheid de sua organização dizendo que só Israel e Myanmar foram investigados por este ângulo, a democracias rejeitando abertamente o relatório (e até mesmo alertando o grupo para não atiçar as chamas do antissemitismo) como a Australia, Áustria, República Checa, Alemanha, Inglaterra e os Estados Unidos. O presidente da República Checa chegou a declarar que estava “horrorizado por uma posição tão antissemita e que condenava o relatório”.

A realidade é que Israel é a coisa mais distante de um estado de apartheid; 20% da população de Israel são árabes, que gozam de igualdade perante a lei, programas de ação afirmativa e cargos no parlamento e na Suprema Corte de Israel. Foi um juiz árabe-israelense, e mais tarde juiz da Suprema Corte, quem condenou um presidente israelense (um judeu) à prisão. Quando o próprio líder do partido islâmico em Israel declara que não há Apartheid no país, isso deveria acabar com a discussão.

E enquanto a Anistia culpa Israel pelo infortúnio palestino, quase todos os palestinos permanecem sob o governo da Autoridade Palestina na Cisjordânia, ou Hamas em Gaza.

Nada ilustra melhor a situação do que quando o ativista Yosef Haddad, um cidadão árabe de Israel, foi convidado a debater um palestrante da Anistia, a ONG supostamente se recusou a participar, pedindo (imaginem!) um judeu no lugar dele. Este gesto reflete o que parece ser o racismo da Anistia, desonestidade intelectual e vontade de sufocar a realidade.

As absurdas e infundadas alegações de apartheid da Anistia expuseram a má-fé da organização, sua desonestidade intelectual, racismo interno e credibilidade cada vez menor. E isto fez com que um mundo geralmente silente, levantasse sua voz. E é por isso que denunciar o antissemitismo é tão importante. Não podemos deixar passar nenhuma oportunidade para fazê-lo.

Temos que denunciar e parar de patrocinar ONGs como esta, que minam todos os esforços de paz no Oriente Médio. Elas algemam tanto Israel como os palestinos em estereótipos mentirosos para alcançar objetivos obscuros e ganho próprio.

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