Na última quarta-feira,
o primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh exigiu que o governo americano
não bloqueasse a candidatura palestina para sua associação à ONU, como Estado.
Os Estados Unidos já indicaram que não têm qualquer intenção em reconhecer o
Estado da Palestina que de fato não tem fronteiras reconhecidas, tem dois
governos, o de Ramallah e o de Gaza e continua a ser dependente da ajuda
estrangeira para seu funcionamento, em especial e ironicamente de Israel.
Esta é mais uma
tentativa do presidente Mahmoud Abbas de tentar melhorar sua imagem junto aos
árabes já que sua aprovação está no tanque. O líder de 87 anos que está no cargo
há 17, de um mandato de 4 anos, mais uma vez irá usar o pódio da ONU para
culpar Israel por sua má gestão, violência e corrupção.
Ele é a
própria definição do cara de pau que conhecemos. Aquele que mata o pai e a mãe
para ir no baile dos órfãos.
A questão é
que o Conselho de Segurança e os outros organismos da ONU parecem não se cansar
de castigar Israel em suas discussões mensais obrigatórias sobre os palestinos
aos quais foi concedido o status de “refugiado perpétuo”. Poderíamos pensar, na
situação do mundo hoje, que haveria outros refugiados necessitados de atenção, como
por exemplo, ucranianos, após a invasão da Rússia, afegãos, após a tomada pelo
Talibã e o conflito na Etiópia – mas
não, a posição dos palestinos não pode ser tocada e muito menos resolvida dentro da ONU.
Somente os
palestinos têm uma organização dedicada às suas necessidades, a UNRWA com um
orçamento de 1.6 bilhões de dólares para 5.6 milhões de refugiados registrados,
incluindo netos e bisnetos que nasceram na Europa e Estados Unidos. Todas as
outras pessoas, deslocadas, refugiados, oprimidos, perseguidos – onde quer que
estejam espalhadas pelo mundo – são tratadas pelo Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados, que tem um orçamento de 8 bilhões para lidar com
quase 90 milhões de pessoas.
Na
quinta-feira passada, o Conselho de Segurança da ONU de 15 membros ouviu falar
de uma ameaça “existencial”. Essa palavra, traz à mente assuntos de extrema
gravidade – como os planos do Irã para obter capacidade nuclear enquanto ainda
apoia o terrorismo e desenvolve mísseis guiados para ameaçar o mundo ocidental.
Mas o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, usou esta frase para
descrever a queda no financiamento da sua organização.
Lazzarini
disse que a agência, não recebeu todos os fundos prometidos e culpou as
“campanhas coordenadas para deslegitimar a UNRWA”. Ora, a UNRWA faz um bom
trabalho para se deslegitimar sozinha.
Os números
são conhecidos, mas vale a pena repetir. A UNRWA foi fundada em 1949 como uma
solução temporária para "refugiados
palestinos”. Na época, aproximadamente 700 mil árabes estavam sob os auspícios
da UNRWA, muitos deles com nacionalidades estabelecidas como jordanianos, egípcios,
sauditas, mas que se encontravam no território que se tornou Israel em algum
momento entre 1946 e 1948. Graças à política de permitir que eles passem seu
status de refugiado para seus descendentes, seus números aumentaram para milhões
nas últimas sete décadas.
Esse
crescimento exponencial é uma das razões pelas quais é difícil atrair a
simpatia e financiamento que obteve no passado. Ninguém vê uma luz no final do
túnel. Outra é a falta de transparência. Ninguém sabe para onde está indo o
dinheiro. Os livros escolares das escolas da UNRWA mostram seu apoio a uma
cultura que promove o terrorismo e o martírio. E depois há aqueles casos em que
foram encontrados túneis e armazéns de armas embaixo de escolas e postos de
saúde da UNRWA em Gaza, que a ONU condenou, mas não conseguiu impedir.
Assim, no
mesmo dia em que o chefe da UNRWA estava alegando pobreza em relação aos
refugiados, o embaixador palestino na ONU, Riad Mansour, diz estar otimista
sobre a adesão plena da AP à organização. Em outras palavras, Abbas quer um
Estado sem negociar qualquer acordo com Israel sobre fronteiras, segurança,
água, esgoto, eletricidade, espaço aéreo e outras questões críticas. É o mesmo
Abbas que no mês passado acusou Israel em solo alemão, de cometer “50
holocaustos” em vez de se desculpar pelo massacre olímpico de Munique quando
ele estava no comando das finanças do Setembro Negro.
Aqui reside o
absurdo da situação palestina: de acordo com a ONU eles seriam refugiados mesmo
que vivessem em seu próprio estado plenamente reconhecido. Que hipocrisia! E
isso não dá à Abbas nenhuma motivação para voltar à mesa de negociações de boa-fé
para resolver as questões que podem permitir que Israel e os palestinos vivam lado
a lado. Pelo contrário.
Agora também
é óbvio para todos que Israel está aqui para ficar, com ênfase no aqui – em sua
antiga pátria. Tendo recusado várias rodadas de negociações e processos de paz
– que geralmente terminam com ondas de terrorismo a AP não pode ser
recompensada com um reconhecimento na ONU. Não vamos esquecer que os mapas da
“Palestina” incluem todo o Israel, “do rio ao mar”.
Ao mesmo
tempo, o plano de longo prazo dos palestinos é continuar sua dependência da ONU
e de mendicância para manter seu status de refugiados. Não é tanto um paradoxo
quanto uma paródia. É muita cara de pau.
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