Sunday, December 31, 2023

Recapitulando 2023 - 31/12/2023

 

Pensei hoje, sendo dia 31 de dezembro, falar do que foi 2023 e as lições que fomos forçados a aprender com tudo o que passamos.

A primeira lição é: não subestime a esquerda.

Com o colapso da União Soviética e a revelação da sua pobreza, corrupção e atraso, a esquerda já não podia pregar o comunismo idílico. Hoje já não se ouve falar da luta de classes e a não ser alguns que ainda dormem no sótão empoeirado, não chamam mais seus correligionários de “companheiro”.

A esquerda então mudou a retórica, conseguindo dividir o mundo entre opressores e oprimidos. E todo o ocidente e países que promovem os princípios de liberdade, hoje são rotuladas como “opressores”. Todos os outros, por mais vis, genocidas, misóginos, homofóbicos, violentos que sejam, são coitados “oprimidos”.

A segunda lição, é entendermos que nem todas as pessoas pensam como nós, têm os mesmos valores, têm os mesmos objetivos para sua sociedade ou mesmo para seus filhos. A ideia que cada ser humano quer as mesmas coisas independente de sua cultura e de sua educação é uma mentira. Não são todas as sociedades que querem que suas filhas estudem ou que seus filhos não sejam mártires. O Hamas não pensou duas vezes em chacinar crianças em seus berços, estuprar mulheres na frente de seus maridos para depois matá-las ou arrastá-las para Gaza ou as queimarem junto com seus maridos e filhos. E tudo isso sancionado por sua cultura. Duvidam?

Então vejam: a professora Suad Saleh da prestigiosa Universidade Islâmica de Al-Azhar no Egito em um programa de tv em 12 de setembro de 2014, ela discutiu o conceito islâmico de "aqueles a quem você possui". Falando na TV Hayat, a professora Saleh disse que os muçulmanos que capturam mulheres numa guerra legítima contra os seus inimigos podem possuí-las e fazer sexo com elas como escravas. “Para humilhá-las”, ela disse. “Essas mulheres se tornam propriedade do comandante do exército, ou de um muçulmano, e ele pode fazer sexo com elas”. Isso é uma mulher defendendo a violência contra outras mulheres, não há cem anos atrás. Mas no século 21. Mesma cultura? Acho que não.

E ela não está só. Imediatamente depois do massacre de 7 de outubro, milhares saíram às ruas defendendo as ações do Hamas pregando o genocídio do povo judeu, cantando do rio ao mar, a Palestina será livre. 90% não sabia que rio ou qual mar de que estavam falando e nem mesmo que os 8 milhões de judeus de Israel vivem entre este Rio e este Mar. E tudo muito bem organizado por grupos de esquerda. E se a esquerda saiu às ruas é porque os judeus são opressores e culpados, e os palestinos têm que então ser os oprimidos. Se os palestinos mataram, estupraram, torturaram e sequestraram é por causa de algo que Israel fez a eles.

A terceira lição então é que fraqueza gera agressão. A América e o Ocidente, em sua visão errônea da realidade, decidiram se afastar das zonas de conflito, achando que havia chegado a hora de cada país tomar seu próprio rumo e ser dono de seu próprio destino. Uma retórica linda, mas vazia demais.

A América saiu do Afeganistão e entregou o país, com bilhões em armamentos a bárbaros que não saíram do século VII. De forma menos dramática, com seu silêncio, o mundo ratificou a invasão da Georgia pela Rússia em 2008. Como ninguém falou nada, em 2014, a Rússia invadiu a Crimeia. O mundo também ficou quieto. Aí em 2022 ela decidiu invadir toda a Ucrânia. E isso afetou as rotas no Mar Negro, os preços mundiais da farinha de trigo, de fertilizantes e outros produtos da região. A guerra pode estar ocorrendo em outro continente, mas afeta nossos bolsos aqui em casa. Tudo porque o mundo mostrou fraqueza.

Outra lição é que numa disputa só existem duas opções: apaziguamento e dissuasão. Não há uma terceira.

O apaziguamento foi tentado repetidamente pela América, países do ocidente e por Israel, sem sucesso. Barack Obama levantou sanções contra o Irã, achando que isso iria trazer os aiatolás para a comunidade das nações. Ele não entendeu a mentalidade iraniana de superioridade e de sua missão como catalisador do fim dos tempos.

Em vez disso, Teerã aumentou sua capacidade de produção de uranio, fincou sua presença no Iraque, consolidou seu domínio na Síria e Líbano e financiou o golpe dos xiitas Houthis no Iêmen, além de expandir sua influência na Venezuela e outros países na América do Sul e na Asia. E até Israel tentou apaziguar o Hamas com malas de dólares, achando que podia reformar estes terroristas da Faixa de Gaza.

Nos anos da administração Trump, vimos o Irã diminuir suas atividades, mas assim que Biden assumiu a presidência americana, e fez sua prioridade a volta ao acordo nuclear com os mulás, eles retomaram suas atividades em ritmo dobrado plantando bases na Síria, armando, treinando e financiando o Hamas no sul de Israel, o Hezbollah no norte, as milicias iraquianas e os Houthis no Iêmen.

Ninguém tinha seriamente se preocupado com os Houthis até que eles começaram a atacar navios que se adentravam o Mar Vermelho em direção ao Canal de Suez e também ao porto de Eilat em Israel e Akaba na Jordânia. A desculpa é que estavam atacando navios israelenses ou de propriedade de israelenses.

Notem que o mar vermelho e o canal de Suez são responsáveis por 30% de todo o transporte de containers do mundo. A pirataria deste procurador iraniano está não só causando uma ruptura no comércio internacional, mas o aumento dos preços de mercadorias, dos fretes e dos seguros marítimos. Mas tudo é desculpado porque os Houthis não são brancos ocidentais e eles hasteam a bandeira palestina às suas lanchas antes de tomarem os navios.  

Durante os últimos 25 anos, a esquerda procurava um inimigo comum para unir todas as causas e encontrou o antissionismo.

É aí que o Islamismo, com seu ódio visceral à modernidade e ao Ocidente, entra como um aliado da esquerda e os muçulmanos passam a ser os novos injustiçados.

E isso explica por que temos Queers prós palestinos, apesar dos palestinos matarem gays. Ou feministas anti-estupro apoiarem o Hamas, e até os que pregam que não haverá justiça ambiental se a Palestina não for livre do rio ao mar.

O ataque de 7 de outubro de 2023, perpetrado pelo Hamas, um grupo terrorista islâmico, deveria ter provocado uma onda de solidariedade às vítimas, mas o que se viu na esquerda foi ou o apoio explícito ao Hamas ou, de novo, justificativas para os atos de terror como “colonialismo” e “apartheid” por parte de Israel contra os palestinos.

Como a escritora e filósofa Catarina Rochamonte escreveu: “Seis milhões de judeus exterminados não foi o suficiente para transformá-los em minoria oprimida, merecedora da compaixão e da solidariedade mundial, após o ataque de um grupo tão ou mais perverso do que os nazistas. Pelo contrário, em uma inversão moral perversa, a extrema esquerda criou a narrativa do judeu nazista e do Estado genocida, que estaria praticando um novo holocausto contra os palestinos.

É preciso refletir sobre o que leva aqueles que supostamente defendem as minorias a ficarem ao lado do mundo árabe-muçulmano que reúne várias nações riquíssimas e mais de 1 bilhão de indivíduos contra um pequeno Estado e um pequeno povo que não ultrapassa os 15 milhões de pessoas.

E esta é a última lição de 2023. Da mesma forma que o nazismo encantou o mundo com sua superioridade ariana na década de 30, a esquerda junto com o radicalismo islâmico está angariando apoio para suas ações nefastas usando o papel de vítima. Não podemos deixar isso nos intimidar. Israel construiu um Estado próspero e moderno, no modelo das bem sucedidas democracias liberais do Ocidente, longe das teocracias vizinhas do Oriente Médio. O problema é que Israel está só para se defender. E ela sempre esteve só para se defender. Israel não pode se dar ao luxo de continuar apaziguando o inimigo. Ela tem que retomar o poder de dissuasão contra seus inimigos.

E cabe a nós também defender Israel para que ela nunca mais adote o papel de eterna vítima da crueldade do mundo.

Desejo a todos vocês, um super 2024, cheio de saúde, paz, sucesso, e boas notícias.

No comments:

Post a Comment