Sunday, July 20, 2025

Israel na Defesa de Outros - 20/07/2025

 

Ataques contra civis drusos, perpetrados por beduínos e membros das forças governamentais do novo governo sírio, se multiplicaram na última semana, alvejando a minoria drusa na cidade de Sweida no sul da Síria. A magnitude dos ataques, as imagens dos massacres, a selvageria contra civis inocentes nos trouxeram de volta ao pesadelo do 7 de outubro.

Corpos foram empilhados no chão de quartos dentro do Hospital Nacional de Sweida, porque o necrotério estava lotado. Outros corpos estavam enfileirados em corredores encharcados de sangue. A cidade, cercada, está isolada e inacessível. A equipe médica, teve que operar sem eletricidade, sem água e com apenas os suprimentos médicos restantes até o hospital ser destruído e médicos mortos.

Um líder druso, Sr. Anan Kheir, me disse hoje que há pelo menos 1500 mortos, que a contagem está difícil pois há muitos corpos nas ruas. Entre eles pelo menos 21 mulheres e 45 crianças foram identificadas. As vítimas foram mortas por fogo de artilharia, tiros de snipers e execuções sumárias. Idosos foram baleados na cabeça em suas camas. Imagens horrendas do massacre foram publicadas pela Sky News, ao vivo de Sweida.

Sim, também houve casos de estupros de adolescentes e meninas. E cenas saídas da Alemanha nazista, com os jihadistas cortando os bigodes e barbas dos líderes religiosos drusos para humilha-los.

E o mundo? em completo silêncio. Novamente. E ficou assim até que Israel se envolveu para proteger os drusos. E para quê? Para condenar Israel por ferir a soberania da Síria e até alegando que Israel estava interessada em fomentar a violência para seu próprio benefício como disse o presidente da Turquia. Sim, este hipócrita do Erdogan, que fala que outros querem ocupar território quando ele próprio se apoderou do norte da Síria e isso sem falar de Chipre.

E por que Israel se envolveu? Porque os judeus e os drusos de Israel têm um pacto de sangue. Os drusos servem o exército chegando a ser generais. São membros da Knesset, diretores de hospitais, enfim, nossos irmãos. No dia 7 de outubro eles provaram ser até mais que isso. Eles largaram tudo e desceram ao sul do país para lutar contra o Hamas, muitos deles dando suas vidas. Eles são uma minoria, mas são muito corajosos e muito dignos. E os drusos da Síria são suas famílias. Literalmente. Famílias que foram divididas durante a Guerra dos Seis Dias. No Brasil há uma comunidade representada pelo Lar Druzo Brasileiro em São Paulo e Belo Horizonte mas eles estão principalmente no Líbano, na Síria, em Israel e alguns na Jordânia.

A comunidade drusa não é apenas uma aliada histórica de Israel, mas ela está na linha de frente entre a ordem e o caos. Defender esta comunidade não é só uma necessidade estratégica, mas um imperativo moral. Deixá-la à mercê dos jihadistas de al-Jolani ou al-Sharaa, como ele decidiu ser chamado depois que vestiu o terno, seria convidar estes radicais islâmicos apoiados pela Turquia a se instalarem nas portas de Israel.

As consequências da guerra com o Irã remodelaram a forma como Israel é percebida e como deve agir daqui para a frente. Enquanto o Ocidente continua atolado na questão palestina, o mundo árabe está ajustando sua postura para lidar com Israel como a nova superpotência da região. E uma superpotência não se mede apenas por sua capacidade de dissuasão, mas pela ordem que ela cria à sua volta. Isso significa agir quando minorias, especialmente irmãos de longa data como os drusos, enfrentam o extermínio.

Com a queda de Bashar al-Assad, o auto titulado presidente da Síria, Ahmad al-Sharaa (um ex-membro do grupo jihadista Hay'at Tahrir al-Sham ligado à Al-Qaeda), não está conseguindo segurar a frágil colcha de retalhos que compõe o país e que está se desfazendo rapidamente. Primeiro seus jihadistas atacaram os alawitas matando várias centenas e causando o êxodo de milhares para o Líbano. Depois, e ainda continua, a perseguição aos cristãos. Agora temos o massacre dos drusos. Depois quem virá? Os curdos que a Turquia quer exterminar? Ou os armênios, circassianos, turcomanos, ou os assírios?

Os ataques aéreos israelenses contra as forças e tanques sírios na semana passada, criaram uma ruptura histórica. Pela primeira vez, Israel decidiu não apenas se defender, mas também defender outros. Não se trata de um mero jogo político. mas um sentimento de continuidade moral de sua própria saga de perseguição e sobrevivência.

Deixar Sweida à sua própria sorte, seria uma traição dos valores sobre os quais o Estado de Israel foi construído desde a independência: segurança, solidariedade e uma defesa inabalável da dignidade humana. Israel não esperou que mediadores acalmem a situação ou que as forças de paz da ONU protejam os drusos ou protejam a fronteira, nem se absteve de atacar os jihadistas de Sharaa porque a Europa está novamente investindo na Síria.

O mesmo vale para a Judeia e Samaria. Ninguém se ilude que a "autoridade" palestina possa ou venha a neutralizar terroristas. Ninguém tem a mínima confiança que a AP possa se tornar um sistema de governo democrático, transparente ou eficiente. Trinta anos e depois de bilhões de dólares e euros, o retorno do investimento na independência palestina é uma vergonha. Não há lá nem democracia, nem Estado de Direito, ou transparência, investimento na economia ou na educação para a paz. Só há nepotismo e corrupção, programas de "pagar para matar" (ou seja, salários para os terroristas que fazem ataques contra Israel), propaganda violenta e ataques diplomáticos em todos os fóruns internacionais possíveis. Nenhum hospital novo foi construído na Judeia ou Samaria. Esses fundos devem ter acabado em contas em algum paraíso fiscal. E mesmo com a UNRWA, desde 1949, nenhum refugiado foi reassentado.

Mesmo assim, a França e a Arábia Saudita querem ressuscitar a ilusão de um Estado palestino. E para quê? A França, respondendo à seus eleitores muçulmanos, quer impedir que Israel se torne “forte” demais, "agressivo" demais em suas ações militares, "dominante" demais na região. Ou bem-sucedido na prevenção da criação estabanada de um Estado palestino. "Sem discussão", disse Macron pomposamente esta semana sobre "a necessidade de reconhecer urgentemente" o Estado palestino. Isso "precisa" acontecer, apesar dos protestos e, se necessário, dos cadáveres de israelenses.

Em Gaza a situação é igual. Israel tem que acabar com a ameaça do Hamas e proteger o sul do país. Isso quer dizer que além de alguma negociação para a libertação de reféns, não há como fazer um acordo com esse grupo terrorista e ele precisa ser erradicado.

Em relação ao Irã, Israel deve impedir a República Islâmica de reconstruir seu programa nuclear e de mísseis balísticos e de recriar sua rede de proxies por aí afora.

Em suma, Israel tem que seguir em frente e manter sua vantagem. Agora é a hora de remodelar o Oriente Médio para melhor.

Aos cidadãos da velha guarda da diplomacia tradicional, hipócrita e apaziguadora, cuja antipatia por Israel fede até os céus, digamos: se acostumem com um novo Oriente Médio, com uma Israel forte.

O que estamos testemunhando pode ser o primeiro capítulo de uma Pax Israelense, uma ordem regional não imposta pela conquista, mas assegurada pela força de princípios. Que comece em Sweida, não apenas porque é possível, mas porque é o correto a fazer.

 

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