Sunday, July 13, 2025

O Antisemitismo de Nossos Dias - 13/07/2025

 

Na madrugada de terça-feira, 24 de junho, o presidente Donald Trump, anunciou de repente, o cessar-fogo com o Irã depois dele ter ordenado a Força Aérea americana destruir três instalações nucleares: Natanz, Isfahan e Fordow com seus B-2 e bombas para destruir bunkers.

O cessar-fogo deveria entrar em vigor oficialmente às 7 da manhã do dia 24. Mas o Irã esperou até as 6:59 para lançar sua última salva de mísseis e drones. Infelizmente um deles atingiu um prédio de apartamentos em Beer Sheva matando 4 israelenses, totalizando 28 mortos nesta guerra de 12 dias com o Irã. No final daquela noite, outra vez, dois drones assassinos lançados minutos antes do cessar-fogo, foram interceptados a caminho de Israel. Drones não são mísseis balísticos e demoram muito tempo para percorrer os 2 mil e trezentos km entre a República Islâmica e Israel.

Eu me pergunto, o que teria acontecido, se os drones tivessem atingido Israel com poder letal após o cessar-fogo ter sido anunciado?

Quando o Irã lançou seus mísseis balísticos e de cruzeiro e drones assassinos contra Israel, ele o fez de modo aleatório, para atingir o máximo de dano e mortes de civis. E de fato, dos 28 mortos, 27 eram civis e apenas, um, um garoto de 18 anos morto no dia 24 de junho, tinha acabado de se alistar e ainda não tinha terminado o curso básico do exército.

No final o resultado foi o seguinte: o regime iraniano explodiu um hospital, um centro de pesquisa do câncer, uma clínica para crianças deficientes e milhares de casas de civis. Israel explodiu as capacidades de mísseis balísticos do Irã, militares de alta patente, cientistas do programa nuclear e, junto com os Estados Unidos, seu precioso programa nuclear.

Pergunto: Que lado você apoia?

Depois do cessar-fogo, tentamos voltar à normalidade, mas a ameaça dos misseis não acabou. Os aliados do Irã, os Houthis do Iêmen, e até mesmo o Hamas em Gaza, continuaram a lançar mísseis e drones e voltamos a correr para os abrigos.

Os misseis dos Houthis são menos sofisticados que os do Irã e, geralmente causam menos danos. Como os do Hamas. Mas desta vez, não podemos normalizar esta situação.  Se 7 de outubro de 2023 nos ensinou alguma coisa, é a não ignorar os sinais de agressão. Desde a época de Shimon Perez, ouvimos que "você faz a paz com inimigos, não com amigos". Mas primeiro, paz se faz com países, não com organizações terroristas que mantêm reféns. Segundo, e mais importante, não se pode fazer a paz com inimigos que ainda juram destruir você. Que oferecem apenas um cessar-fogo temporário, para nós darmos suficiente tempo a eles se rearmarem e nos atacar outra vez. Isto é pura insanidade.

Um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas em Gaza seria uma tolice – até suicida. Seria esquecer a invasão e a megaatrocidade do Hamas patrocinada pelo Irã. E mesmo assim, Israel mandou um grupo de negociadores para Qatar e lidar com as exigências absurdas do Hamas para soltar os 50 reféns vivos e mortos como se o Hamas tivesse sido vitorioso nesta guerra.

Ainda assim, o ritmo acelerado das mudanças no Oriente Médio é palpável. O Hamas está sentindo pela primeira vez a oposição de outros em Gaza.   Nesta última quarta-feira, o “ministro do interior” do Hamas, informou Yasser Abu Shabab, líder de uma milícia armada, que ele deve se entregar em até dez dias por "traição, espionagem e rebelião armada". Em resposta, o grupo de Abu Shabab disse que "todos os membros do Hamas devem ser julgados pelas mesmas acusações – por conexões com o Irã e a Irmandade Muçulmana.

Na Judeia e Samária, vemos o mesmo movimento. O Sheikh mais poderoso de Hevron, Sheikh al-Jabari e outros 21 Sheikhs declararam que querem cooperar com Israel e aderir aos acordos de Abraão, numa cisão completa com a Autoridade Palestina. O Sheikh de 48 anos disse que quer instituir o Emirado de Hevron (sendo ele provavelmente o emir) e que o melhor para os Palestinos é trabalhar com Israel para o bem de suas comunidades.  

Mas voltando ao que é importante, amanhã o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viaja outra vez para Washington. Antes de 7 de outubro, parecia que Israel e a Arábia Saudita estavam à beira de um acordo de paz – um acordo que o Hamas conseguiu até agora sabotar. Só que hoje, com a ameaça do Irã amplamente reduzida, a Arábia Saudita se sente mais segura graças a Israel (e aos EUA). Talvez Netanyahu está indo para Washington para saber se Mohamed Bin Salman irá finalmente aderir aos Acordos de Abraão.

Muitas possibilidades se abriram com as ações de Israel pós-7 de outubro: o Líbano soberano foi fortalecido com a queda da Hezbollah, e a Síria tem um novo líder, Ahmed al-Sharaa. Não sabemos ainda o que ele fará com todo o reconhecimento, hoje mesmo a Inglaterra reatou as relações diplomáticas com Damasco, mas Israel deverá ter muita cautela. É só perguntar o que as comunidades drusas, cristãs, curdas e alawitas estão passando com ele.

Mas o mundo continua estranhamente obcecado pelos palestinos. E acordos de paz não são garantia de boas relações. A Jordânia e Israel assinaram um tratado de paz em 1994, mas no domingo passado, a seleção jordaniana se recusou a jogar com Israel na Copa do Mundo de basquete sub-19. Isso garantiu a Israel uma vitória técnica, mas o envenenamento das mentes destes jovens foi é uma vergonha.

Um incidente bizarro ocorreu na semana passada em Tournai, na Bélgica. Cerca de 100 ativistas pró-palestinos mascarados invadiram a fábrica da OIP, uma subsidiária belga da fabricante israelense de armas Elbit Systems. Longe de prejudicar a guerra defensiva de Israel em Gaza, os manifestantes danificaram tanques destinados a ajudar a Ucrânia em sua guerra contra a agressão russa.

A eleição de Zohran Mamdani como candidato democrata à prefeitura de Nova York na semana passada é outro exemplo. Ele apoia abertamente o slogan "Globalizar a Intifada". Quer dizer, levar a todos os países do mundo, homens bomba para se explodirem em restaurantes, cafés, discotecas e ônibus. Que tal?

E aí temos o antisemitismo que não mostra nenhum sinal de enfraquecimento. Neste final de semana em Melbourne, na Australia, 2 incidentes graves ocorreram, um em uma sinagoga que no meio da refeição de shabbat foi atacada com um instrumento incendiário e forçou os congregantes a fugirem pelas portas dos fundos. O outro, um restaurante israelense foi invadido por manifestantes pró-palestinos e destruído.

A ex-refém Noa Argamani, que foi resgatada pelo exército no ano passado, enfrentou uma audiência terrível no Canadá na semana passada quando discursava em prol dos reféns ainda em Gaza. Durante o evento, membros do Grupo de Solidariedade Palestina gritaram para ela, entre outras coisas: "O Hamas está chegando". Imaginem o trauma dela!

E na semana passada também tivemos a vergonha do festival de música de Glastonbury, no sul da Inglaterra. A dupla de punk rap Bob Vylan liderou os gritos de "Morte, morte às Forças de Defesa de Israel" clamando pela destruição do único exército na Terra encarregado de proteger os judeus do genocídio." A BBC que transmitiu o festival, não achou nada de errado com a apresentação. Realmente, a cultura popular britânica é hoje como uma cervejaria de Munique do século XX. Você pode esperar uma mistura eclética de baladas e gritos pré-pogrom."

E aqui está o ponto crucial: o antissemitismo misturado ao apoio ao jihad islâmico está se espalhando pelo mundo, mas há o que fazer. Israel deve ela, e ela sozinha acabar o trabalho no Irã. O envolvimento americano foi o primeiro de uma guerra de Israel. E isso não deve mais acontecer para restaurarmos nosso poder de dissuasão e não termos que lidar com exigências mal colocadas do governo americano. Outra coisa, nem Khamenei nem seu filho e sucessor Mojtaba, poderiam ter sobrevivido à esta guerra. Sem mudança de regime no Irã estaremos na estaca zero em pouco tempo porque eles irão reconstruir seu programa nuclear.  

E aí infelizmente, teremos testemunhado até agora, apenas a primeira guerra entre Israel e o Irã.


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