Na madrugada de terça-feira, 24 de junho, o presidente Donald Trump, anunciou de repente, o cessar-fogo com o Irã depois dele ter ordenado a Força Aérea americana
destruir três
instalações nucleares: Natanz, Isfahan e Fordow com seus
B-2 e bombas para destruir bunkers.
O cessar-fogo
deveria entrar em vigor oficialmente às 7 da manhã do dia 24. Mas o Irã esperou
até as 6:59 para lançar sua última salva de mísseis e drones. Infelizmente um
deles atingiu um prédio de apartamentos em Beer Sheva matando 4 israelenses, totalizando
28 mortos nesta guerra de 12 dias com o Irã. No final daquela noite, outra vez, dois drones assassinos lançados
minutos antes do cessar-fogo, foram interceptados a caminho de Israel. Drones não
são mísseis balísticos e demoram muito tempo para percorrer os 2 mil e
trezentos km entre a
República Islâmica e Israel.
Eu me
pergunto, o que teria
acontecido, se os drones tivessem atingido Israel com poder letal após o
cessar-fogo ter sido anunciado?
Quando o Irã lançou seus mísseis balísticos e de cruzeiro e
drones assassinos contra Israel, ele o fez de modo aleatório, para
atingir o máximo de dano e mortes de civis. E de fato, dos 28 mortos, 27 eram
civis e apenas, um, um garoto de 18 anos morto no dia 24 de junho, tinha
acabado de se alistar e ainda não tinha terminado o curso básico do exército.
No final o
resultado foi o seguinte: o regime iraniano explodiu um hospital, um centro de pesquisa do câncer,
uma clínica para crianças deficientes e milhares de casas de civis. Israel explodiu as capacidades de mísseis balísticos do Irã, militares
de alta patente, cientistas do programa nuclear e, junto com os Estados Unidos,
seu precioso programa nuclear.
Pergunto: Que
lado você apoia?
Depois do
cessar-fogo, tentamos voltar à normalidade, mas a ameaça dos misseis não
acabou. Os aliados do Irã, os Houthis do Iêmen, e até mesmo o Hamas em Gaza,
continuaram a lançar mísseis e drones e voltamos a correr para os abrigos.
Os misseis dos
Houthis são menos sofisticados que os do Irã e, geralmente causam menos danos. Como
os do Hamas. Mas desta vez, não podemos normalizar esta situação. Se 7 de outubro de 2023 nos ensinou alguma
coisa, é a não ignorar os sinais de agressão. Desde a época de Shimon Perez,
ouvimos que "você faz a paz com inimigos, não com amigos". Mas
primeiro, paz se faz com países, não com organizações terroristas que mantêm
reféns. Segundo, e mais importante, não se pode fazer a paz com inimigos que
ainda juram destruir você. Que oferecem apenas um cessar-fogo temporário, para nós
darmos suficiente tempo a eles se rearmarem e nos atacar outra vez. Isto
é pura insanidade.
Um
cessar-fogo de 60 dias com o Hamas em Gaza seria uma tolice – até suicida.
Seria esquecer a invasão e a megaatrocidade do Hamas patrocinada pelo Irã. E
mesmo assim, Israel mandou um grupo de negociadores para Qatar e lidar com as
exigências absurdas do Hamas para soltar os 50 reféns vivos e mortos como se o
Hamas tivesse sido vitorioso nesta guerra.
Ainda assim,
o ritmo acelerado das mudanças no Oriente Médio é palpável. O Hamas está
sentindo pela primeira vez a oposição de outros em Gaza. Nesta
última quarta-feira, o “ministro do interior” do Hamas, informou Yasser Abu
Shabab, líder de uma milícia armada, que ele deve se entregar em até dez dias
por "traição, espionagem e rebelião armada". Em resposta, o grupo de
Abu Shabab disse que "todos os membros do Hamas devem ser julgados pelas
mesmas acusações – por conexões com o Irã e a Irmandade Muçulmana.
Na Judeia e
Samária, vemos o mesmo movimento. O Sheikh mais poderoso de Hevron, Sheikh al-Jabari
e outros 21 Sheikhs declararam que querem cooperar com Israel e aderir aos
acordos de Abraão, numa cisão completa com a Autoridade Palestina. O Sheikh de
48 anos disse que quer instituir o Emirado de Hevron (sendo ele provavelmente o
emir) e que o melhor para os Palestinos é trabalhar com Israel para o bem de
suas comunidades.
Mas voltando
ao que é importante, amanhã o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viaja outra
vez para Washington. Antes de 7 de outubro, parecia que Israel e a Arábia
Saudita estavam à beira de um acordo de paz – um acordo que o Hamas conseguiu
até agora sabotar. Só que hoje, com a ameaça do Irã amplamente reduzida, a
Arábia Saudita se sente mais segura graças a Israel (e aos EUA). Talvez
Netanyahu está indo para Washington para saber se Mohamed Bin Salman irá
finalmente aderir aos Acordos de Abraão.
Muitas
possibilidades se abriram com as ações de Israel pós-7 de outubro: o Líbano
soberano foi fortalecido com a queda da Hezbollah, e a Síria tem um novo líder,
Ahmed al-Sharaa. Não sabemos ainda o que ele fará com todo o reconhecimento,
hoje mesmo a Inglaterra reatou as relações diplomáticas com Damasco, mas Israel
deverá ter muita cautela. É só perguntar o que as comunidades drusas, cristãs,
curdas e alawitas estão passando com ele.
Mas o mundo continua
estranhamente obcecado pelos palestinos. E acordos de paz não são garantia de
boas relações. A Jordânia e Israel assinaram um tratado de paz em 1994, mas no
domingo passado, a seleção jordaniana se recusou a jogar com Israel na Copa do
Mundo de basquete sub-19. Isso garantiu a Israel uma vitória técnica, mas o
envenenamento das mentes destes jovens foi é uma vergonha.
Um incidente
bizarro ocorreu na semana passada em Tournai, na Bélgica. Cerca de 100
ativistas pró-palestinos mascarados invadiram a fábrica da OIP, uma subsidiária
belga da fabricante israelense de armas Elbit Systems. Longe de prejudicar a
guerra defensiva de Israel em Gaza, os manifestantes danificaram tanques
destinados a ajudar a Ucrânia em sua guerra contra a agressão russa.
A eleição de
Zohran Mamdani como candidato democrata à prefeitura de Nova York na semana
passada é outro exemplo. Ele apoia abertamente o slogan "Globalizar a
Intifada". Quer dizer, levar a todos os países do mundo, homens bomba para
se explodirem em restaurantes, cafés, discotecas e ônibus. Que tal?
E aí temos o
antisemitismo que não mostra nenhum sinal de enfraquecimento. Neste final de
semana em Melbourne, na Australia, 2 incidentes graves ocorreram, um em uma
sinagoga que no meio da refeição de shabbat foi atacada com um instrumento
incendiário e forçou os congregantes a fugirem pelas portas dos fundos. O
outro, um restaurante israelense foi invadido por manifestantes pró-palestinos
e destruído.
A ex-refém
Noa Argamani, que foi resgatada pelo exército no ano passado, enfrentou uma audiência
terrível no Canadá na semana passada quando discursava em prol dos reféns ainda
em Gaza. Durante o evento, membros do Grupo de Solidariedade Palestina gritaram
para ela, entre outras coisas: "O Hamas está chegando". Imaginem o
trauma dela!
E na semana
passada também tivemos a vergonha do festival de música de Glastonbury, no sul
da Inglaterra. A dupla de punk rap Bob Vylan liderou os gritos de "Morte,
morte às Forças de Defesa de Israel" clamando pela destruição do único
exército na Terra encarregado de proteger os judeus do genocídio." A BBC
que transmitiu o festival, não achou nada de errado com a apresentação.
Realmente, a cultura popular britânica é hoje como uma cervejaria de Munique do
século XX. Você pode esperar uma mistura eclética de baladas e gritos
pré-pogrom."
E aqui está o
ponto crucial: o antissemitismo misturado ao apoio ao jihad islâmico está se
espalhando pelo mundo, mas há o que fazer. Israel deve ela, e ela sozinha acabar
o trabalho no Irã. O envolvimento americano foi o primeiro de uma guerra de
Israel. E isso não deve mais acontecer para restaurarmos nosso poder de dissuasão
e não termos que lidar com exigências mal colocadas do governo americano. Outra
coisa, nem Khamenei nem seu filho e sucessor Mojtaba, poderiam ter sobrevivido à
esta guerra. Sem mudança de regime no Irã estaremos na estaca zero em pouco
tempo porque eles irão reconstruir seu programa nuclear.
E aí
infelizmente, teremos testemunhado até agora, apenas a primeira guerra entre
Israel e o Irã.
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