Sunday, February 16, 2025

O Plano de Trump Para Gaza - 16/02/2025

 

Hoje, a questão em todo o mundo é se o plano do presidente Donald Trump de reassentar os moradores de Gaza em outros países pode dar certo. A julgar por uma pesquisa feita pouco antes da guerra, pelo Centro Palestino de Política e Pesquisa antes que grande parte de Gaza fosse destruída, a proposta de Trump é razoável.

A pesquisa descobriu que 44% dos jovens de Gaza entre 18 e 29 anos gostariam de emigrar. Quase um terço (31%) de toda a população já tinha considerado emigrar. O "destino preferido dos moradores de Gaza é a Turquia, seguido pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Catar". A maioria disse querer sair por razões econômicas; o segundo e o terceiro motivos são oportunidades "políticas" ou educacionais. O quarto motivo é a segurança e o quinto é a corrupção. Se esta porcentagem já era substancial antes da guerra, hoje com certeza ela é muito maior.

Trump que sempre trabalhou em construção civil, sabe calcular quanto tempo levará para reabilitar a Faixa de Gaza. Enfrentar morar de 15 a 20 anos em tendas fincadas em escombros, respirando poeira e ouvindo o interminável barulho ​​de construção, não é o que a maioria da população almeja, especialmente os jovens que desejam começar uma vida e construir um futuro.

O menor problema de Trump é a população. Tanto o Hamas, o Jihad Islâmico e a Autoridade Palestina rejeitarão este plano por razões políticas. Eles não querem perder seus escudos humanos e a história mostra que nem a Autoridade Palestina nem o Hamas nem qualquer outro grupo colocou alguma vez o bem do povo à frente de considerações políticas. Estes grupos podem intimidar os moradores chamando os que escolherem sair de traidores.

Consequentemente, se Trump quiser que seu plano tenha sucesso, ele deve ignorar a Autoridade Palestina e o Hamas e trabalhar diretamente com o povo de maneira sigilosa e com a saída garantida pelos Estados Unidos.

O problema é que além dos atores terroristas em Gaza, Israel tem que lidar com os líderes dos países vizinhos. Eles também não querem que nenhum residente de Gaza deixe a “prisão de céu aberto” como eles chamam a Faixa. Na terça-feira passada, o rei Abdullah da Jordânia se encontrou com Donald Trump, quase exatamente um ano depois de se sentar com Joe Biden, na Casa Branca. Um ano atrás, Abdullah sentado ao lado de um Biden sonolento, discordou abertamente da política americana. Desta vez, ele se sentou ao lado de Trump e segurou a língua. O contraste entre as duas reuniões não poderia ter sido mais impressionante.

Na terça-feira, Abdullah parecia visivelmente perturbado, mudando de posição na cadeira enquanto o presidente expandia seu plano de assumir o controle de Gaza e realocar seus moradores, inclusive para uma "parcela de terra na Jordânia". O rei se contraiu enquanto Trump falava, mas ofereceu pouca resistência. Ele apenas disse que há um plano egípcio que será apresentado no final deste mês na Arabia Saudita.

Abdullah não desafiou o plano de Trump publicamente nem o contradisse abertamente. Ele sentou-se ali em silêncio, cauteloso e contido, abstendo-se notavelmente de criticar Israel — algo que ele tem feito frequentemente desde o massacre de 7 de outubro em vários fóruns internacionais. Ele entendeu que Trump seria muito menos receptivo a essas queixas.

Abdullah não foi tão contido com Biden. O rei exigiu um cessar-fogo completo alegando mentirosamente que depois de 4 meses havia mais de 100 mil mortos em Gaza – a maioria mulheres e crianças. Mas depois que Trump deu a luz verde a Israel para soltar o inferno em Gaza se o Hamas não libertasse os reféns Abdullah decidiu ficar calado.

Além disso, no ano passado, Abdullah defendeu o papel e o financiamento da UNRWA. Mas com Trump tendo assinado uma ordem executiva na semana passada cortando o financiamento da UNRWA e dizendo que a organização tinha sido infiltrada por terroristas, alguns que inclusive participaram do massacre de 7 de outubro, Abdullah entendeu que levantar a questão provavelmente não era a coisa mais sensata a fazer. Ele simplesmente sentou e ouviu enquanto Trump falava sobre seu plano de assumir o controle de Gaza.

Abdullah claramente discordou. Mas ele não expressou essa oposição — pelo menos não na cara de Trump. Em vez disso, ele o elogiou. Engolindo seco, ele disse: "Sr. Presidente, eu realmente acredito que com todos os desafios que temos no Oriente Médio, finalmente vejo alguém que pode nos levar até a linha de chegada para trazer estabilidade, paz e prosperidade para todos nós na região.

Somente depois, no X, Abdullah expressou alguma resistência real, afirmando que ele havia "reiterado a posição firme da Jordânia contra o deslocamento de palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Esta é a posição árabe unificada. Reconstruir Gaza sem deslocar os palestinos e abordar a terrível situação humanitária deve ser a prioridade de todos." Quer dizer, manter os residentes de Gaza nestas condições intoleráveis, entregar ajuda humanitária que o Hamas vende a preços astronômicos para comprar armas e voltamos de novo ao começo da roda.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, não quis sair da panela para a frigideira e cancelou sua visita a Washington. Temos então que esperar até o final do mês para ver o que estes hipócritas que vivem chorando sobre os palestinos vão fazer para cinicamente manter toda a população num estado precário, somente para ser usada como peão contra Israel. 

E junto com isso, o antissemitismo não parece se aplacar pelo mundo. Dezenas de milhares de manifestantes pró-Palestina em Londres, que parecem não ter mais o que fazer no sábado, saíram para insultar os judeus. Porco sionista” foi apenas um dos insultos - e gritos de "Khaybar, Khaybar, oh judeus, o exército de Maomé retornará", pregando outro genocídio judaico foi entonado por todo o caminho.

O antissemitismo está em um nível recorde. Mas o que as autoridades locais estão fazendo é praticamente nada.

Na Alemanha, a neta de um sobrevivente do Holocausto registrou nada menos que 60 ocorrências com a polícia, entre elas ameaças de estupro, de ser degolada e de ser fisicamente agredida, tudo saindo da Universidade Goethe onde ela estuda. Ela ainda gravou estudantes a seguindo na saída do campus universitário e de receber constantes ameaças anônimas de que será esfaqueada ou baleada. A polícia alega que além de uma investigação não pode fazer nada.

E um rapaz do estado de Utah depois de fazer dúzias de ameaças, decidiu ir para NY para atirar em judeus na sinagoga central.

Mas nesta semana ganhou o prêmio de antissemitas do mês um casal de enfermeiros muçulmanos na Australia. No Instagram, um influenciador israelense Max Veifer, recebeu a ligação de Ahmad Rashad Nadir que se identificou como médico e de Sarah Abu Lebdeh uma enfermeira que trabalhavam num hospital em Sydney. Quando Max Veifer se identificou como israelense, o tom dos dois mudou, o ameaçaram de morte e chegaram a alegar terem assassinado israelenses e ameaçado assassinar outros israelenses no hospital, de acordo com declarações do Ministro da Saúde Mark Butler e do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia de New South Wales.

O conselho de enfermagem suspendeu o registro dos dois o que, de acordo com Butler, significa que "eles não podem exercer a enfermagem em nenhum lugar da Austrália, em nenhum contexto".

Butler continuou dizendo que “os australianos têm o direito de se sentir seguros aonde quer que vão e nenhum lugar deve ser mais seguro do que um hospital. A ideia de que alguém pense em destacar um grupo específico e declarar que não se importa com eles, e pior, ameaçar ativamente suas vidas, vai contra todos os princípios do nosso sistema de saúde. Seus comentários repugnantes – e o ódio que os sustenta – não têm lugar em nosso sistema de saúde e em nenhum lugar da Austrália.”

Óbvio que a polícia australiana está agora investigando para verificar se eles realmente mataram israelenses ou judeus, mas espero que isso não termine com um tapinha na mão ou que eles sejam reintegrados no corpo de enfermagem em qualquer lugar.

Este é o ódio que está sendo marquetado em todo o mundo e que os judeus da diáspora estão começando a sentir na pele. Aqui em Israel estamos ainda na roda viva da alegria da volta de reféns e da amargura da soltura de sanguinários que só contribuem com violência para a humanidade. Mas o teatro da propaganda é um estudo na arte de auto-decepção. E é o que assistimos a cada espetáculo do Hamas.

Seus terroristas, vestidos com trajes novos e completos de batalha — equipamentos que eles obviamente nunca usaram em combate pois se escondem em tuneis, atrás das saias das mulheres e sob os berços dos bebês — desfilam pelo palco como matadores de dragões vitoriosos, ameaçando marchar sobre Jerusalém.

Esta não é a mensagem de uma força triunfante. É a fanfarronice vazia de um movimento buscando relevância, agarrando-se a símbolos porque a realidade se voltou contra ele. Gaza está em ruínas, completamente destruída. Centenas de milhares de moradores de Gaza caminharam do sul de volta para suas moradias no Norte, e não encontraram nada além de escombros. A formação militar do Hamas foi destruída; tudo o que resta são caminhonetes com homens armados brandindo rifles.

Se esta é uma vitória para o povo palestino, então não sei o que poderia ser uma derrota.

Por seu lado, o Egito e a Jordânia sabem que vão ficar com a responsabilidade de tentar reabilitar Gaza e isso irá demandar muita liderança que seus governos corruptos parecem não ter. E todos estes antissemitas que hoje não têm mais vergonha de expressar seu antissemitismo, vão ter que lidar com a decepção de não terem a Palestina do Rio ao Mar, mesmo sem saberem que rio ou que mar e terão que viver com Israel laNetzah, para sempre. Am Israel Chay para a eternidade!.

Sunday, February 9, 2025

O Nunca Mais Está Acontecendo Agora - 09/02/2025

 

Ontem deveria ter sido mais um dia de comemoração em Israel. Outros três reféns foram libertados pelo Hamas contra 183 criminosos culpados de assassinato e de participarem em ataques terroristas. Mas a alegria inicial foi logo substituída por espanto e incredulidade.

Os rostos dos três, Or Levy, Eli Sharabi e Ohad Ben Ami estavam magros e afundados, seus corpos frágeis, precisando da ajuda de seus captores, terroristas do Hamas para andar. Olhos fundos, ossos salientes e estruturas esqueléticas tocaram um alarme instantâneo para israelenses e judeus em todo o mundo: sobreviventes do Holocausto! Esta é a história que seus corpos contaram depois de 491 dias de cativeiro do Hamas. Eli Sharabi sem saber que sua mulher e duas filhas tinham sido mortas em 7 de outubro e Or Levy terá que criar seu filho Almog sem sua esposa, também assassinada naquele dia horrendo.

Mas quando esses reféns voltaram para casa precisamente 80 anos após a queda do regime nazista, a resposta do mundo foi inimaginavelmente fria. Logo após todas as comemorações da libertação de Auschwitz e a renovação das juras de “nunca mais” por este mundo antissemita e hipócrita, nossos reféns regressam esqueléticos e torturados, imagens idênticas aos sobreviventes do Holocausto.

A BBC ontem convenientemente omitiu o sofrimento destes reféns. Hoje, ela compara em sua página inicial a situação dos reféns com as dos 183 criminosos palestinos soltos ontem. A CNN, por outro lado, achou adequado destacar a condição "emaciada" dos prisioneiros (não judeus) mas palestinos libertados que, é preciso dizer, receberam três refeições por dia, assistência médica e visitas de familiares e da Cruz Vermelha. A comparação não é apenas absurda; é obscena.

Vamos esclarecer as coisas. Os prisioneiros palestinos nas prisões israelenses não são reféns; eles são criminosos condenados, muitos culpados de terrorismo e assassinato. Suas detenções seguem julgamentos, evidências e devido processo legal em que eles têm acesso a advogados de sua escolha — luxos que o Hamas não concede a seus prisioneiros. Eles podem apelar de suas sentenças, têm acesso a livros, televisão, jornais e até estudos universitários.

E os reféns israelenses em Gaza? Trancados na escuridão, sem alimentação suficiente, em túneis super úmidos, sem luz do sol, sem exercício, sem contato com seus entes queridos ou com a Cruz Vermelha. Alguns deles foram operados sem anestesia; outros tiveram ferimentos graves por mais de um ano sem nenhum tratamento médico. O corpo da refém Eden Yerushalmi, de 24 anos, que foi assassinada num túnel junto com outros 5 reféns, pesava 36 kilos!

Agora eu pergunto: Onde estão as organizações de direitos humanos? Onde estão os protestos das mesmas vozes que, em um momento ou outro, se juntaram em rápida sucessão para condenar Israel? Elas estão mudas, indiferentes às vítimas israelenses, a menos que a tragédia possa de alguma forma ser distorcida para se tornar parte de uma condenação do estado judeu.

Ontem não vimos nenhum palestino subnutrido ou em farrapos. Sabem onde podemos ver milhares de pessoas subnutridas e farrapos? No Sudão. Mas ninguém liga para eles. No Jews, no News. Não tem judeus, não tem notícia.

Em sua volta para casa, a ex-refém Liri Albag contou que foi obrigada além de limpar e cozinhar, de tomar conta dos filhos de 3-4 anos de idade do casal que a prendia. E a brincadeira preferida deles era: “cuspir na judia”. Estes são a próxima geração de terroristas sendo preparados hoje para nos matar amanhã.

Mas estes terroristas e a população que vimos ontem, todos bem alimentados, bem vestidos e bem armados, não perdem por esperar.

Em sua conferência de imprensa com Bibi Netanyahu, Trump fez uma declaração bombástica: que os Estados Unidos iriam tomar Gaza. Agora temos outro comandante na Casa Branca e esta declaração tem o potencial de mudar todo o mapa do Oriente Médio! E o que ele oferece é a saída de Gaza para aqueles que querem sair da Faixa. E não são poucos.

Gaza não tem uma fronteira somente com Israel. Sua principal fronteira é com o Egito. Mas este país “irmão” dos palestinos fechou a passagem e somente os muito ricos conseguem um visto de saída de Gaza e de entrada no Egito. Incrivelmente, até mesmo cidadãos egípcios, que estavam em visita em Gaza, precisaram pagar as somas astronômicas que beneficiam ao que parece, a família do presidente Al-Sisi. Que surpresa!

Durante anos, uma rede de agentes de viagens e intermediários baseados no Egito e em Gaza têm oferecido passagem rápida por Rafah por um preço que varia de centenas a milhares de dólares. Quanto mais profundo o desespero para sair, melhor o negócio. Durante a guerra com o Hamas em que a outra saída controlada por Israel para Gaza foi fechada, as taxas dispararam. Alguns corretores agora estão cobrando dos palestinos entre US$ 4.500 e US$ 10.000 para uma autorização de travessia, de acordo com mais de uma dúzia de entrevistas conduzidas pelo Projeto de Reportagem do Crime Organizado e Corrupção e pela plataforma de mídia SaheehMasr, sediada no Cairo. A taxa para aqueles com nacionalidade egípcia é menor, em torno de US$ 650 a US$ 1.200 por pessoa. Até janeiro de 2024, a estimativa é que os egípcios tenham feito acima de 88 milhões de dólares com este esquema.

Trump simplesmente disse: se pudermos achar um lugar ou vários lugares e construirmos residências bem bonitas, e injetarmos dinheiro na economia, eu acho que seria melhor do que voltar para Gaza!

O mundo rapidamente reagiu à solução de Trump dizendo ser transferência forçada, um crime contra a humanidade, algo impossível. Isso me lembrou o autor Arthur C. Clarke que disse que ideias novas passam por 3 fases: a primeira é “não é possível fazê-la”, a segunda é “provavelmente pode ser feita, mas não vale a pena” e finalmente a terceira “eu sabia que era uma boa ideia desde o começo”.

E esta é uma ideia única, sem precedentes? Absolutamente não. Em todas as guerras há transferência de populações. Depois da Segunda Guerra, em 1950, 14.6 milhões de alemães foram transferidos da Europa central para a Alemanha e Áustria. Em 1947, na divisão da Índia, 20 milhões de pessoas foram transferidas, hindus do Paquistão para a Índia e muçulmanos da Índia para o Paquistão e Bangladesh.

Então por que o escândalo? Porque isso eliminaria uma plataforma de lançamento de mísseis e guerra contra Israel, perpetuando o conflito.

Isso quer dizer que Trump irá enviar tropas americanas para a área, ou reclamar soberania americana na Faixa…? Não. Quem conhece Trump sabe que você não pode levar o que ele diz literalmente, mas você tem que levá-lo a sério. Ele provavelmente dará a Israel todo o necessário para coordenar a saída dos palestinos que querem sair e a limpeza de toda a área destruída, que de acordo com estimativas levará 15 anos.

Se a saída voluntaria da população civil de Gaza for facilitada, removendo assim os escudos humanos do Hamas, que também complicam as operações do exército de Israel, e a normalização com as outras nações árabes é alcançada, isso deixará o Hamas mais isolado e ineficaz. Um regime como o do Hamas, que prioriza sua própria sobrevivência em detrimento do bem-estar das pessoas pelas quais afirma lutar, acabará perdendo o controle quando essas mesmas pessoas que ele governa puderem livremente buscar uma alternativa.

Ao sugerir que os Estados Unidos tomem Gaza, Trump fez o que ele sabe fazer de melhor: abrir a porta para uma discussão acirrada até o alcance da solução. Ele declarou que a solução de dois estados está morta e que devemos aprender com a história. Tudo já foi tentando e tudo falhou. E se o mundo vê Gaza como uma prisão a ceu aberto, porque manter sua população presa? Porque não permitir que ela saia, quem quiser sair, e reconstruir a área?

Estamos vivendo verdadeiramente tempos históricos. Anos que serão lembrados tanto por seus avanços tecnológicos como por sua brutalidade. E inexplicavelmente uma geração que consegue reconciliar os dois. E é exatamente por isso que elegemos Donald Trump para líder do mundo livre porque somente ele com sua coragem poderá nos ajudar a navegar estes tempos.

 

Sunday, February 2, 2025

A Mídia Que Só Ama Judeus Mortos - 2/2/2025

 

Ontem mais três reféns israelenses foram soltos nesta primeira fase do pagamento de resgate por Israel. Um pai, de 54 anos, Ofer Calderon, que finalmente pode abraçar seus 4 filhos, um avô americano-israelense de 65 anos, Keith Siegel, e um marido e pai de 35 anos, Yarden Bibas, que voltou sem sua mulher Shiri e seus bebês Ariel de 5 anos agora, e Kfir de quase 2 anos. Kfir foi levado quando tinha apenas 9 meses. Foi um retorno como nenhum outro. Todo o país prendendo a respiração e rezando neste Shabat por Yarden. Não sabíamos se ele já tinha sido avisado que sua família ainda continuava cativa em Gaza.

E aí o noticiário da noite mostrou um vídeo sem voz de um Yarden com rosto contorcido sendo filmado pelo Hamas enquanto eles contavam a ele que Shiri, Ariel e Kfir estavam mortos, num ato de inimaginável crueldade. E quando ele foi finalmente recebido ontem por seu pai e sua irmã, vimos que a luz dos seus olhos tinha desaparecido.

O Hamas continua a fazer seu circo, exibindo os reféns em palcos onde escreveram em inglês “Palestina: A vitória do povo oprimido sobre o Nazismo Sionista”. Os reféns obrigados a sorrir e acenar, com sacolas de memórias do seu cativeiro, diplomas assinados pela Cruz Vermelha e até cópias do al-Corão. E o coreógrafo desta palhaçada toda? Nada menos que um jornalista da AlJazeera chamado Tamer Al-Mishal! Seria mais apropriado a rede reconhecer que é uma empresa de propaganda e não de noticias.

E contra 34 israelenses, Israel está soltando 1,900 terroristas, muitos com prisão perpétua, assassinos impiedosos que em muitos países teria recebido a pena de morte.

Pessoas que se importam com Israel ao redor do mundo sabem que o esforço para obter uma cobertura positiva — ou até mesmo justa — do estado judeu na mídia internacional é enorme. E o jornalista Gil Hofman compilou várias instâncias preocupantes.

Na semana do ataque de 7 de outubro, eu disse aqui que o mundo estava se comiserando com Israel, mas que sabia que logo iria acabar E de fato, ela terminou quase que instantaneamente com três exceções.

Israel recebeu cobertura positiva no próprio dia 7 e parte do dia 8 de outubro, até que o exercito se recompôs e começou a lutar. A mídia foi empática novamente quando o Irã lançou seus ataques a Israel com mísseis balísticos e drones em 13 de abril e 1º de outubro de 2024.

E ainda temos os relatórios favoráveis ​​no Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto (exceto por programas como Bom Dia Inglaterra que esqueceram suas vítimas judias). Como disse Dara Horn em seu livro de 2021, “As Pessoas Amam Judeus Mortos”.

Aqueles que buscavam empatia da mídia nas últimas duas semanas pelas nove jovens israelenses, dois homens idosos, e dois de meia idade que finalmente retornaram para suas famílias, e para a nação que incessantemente orou por eles — ficaram amplamente decepcionados.

A foto principal na capa do The New York Times Internacional na segunda-feira, 20 de janeiro, um dia após Romi Gonen, Doron Steinbrecher e a cidadã britânica Emily Damari terem sido libertadas, era mais uma foto de Khan Yunis com a manchete "Residentes de Gaza Sonham Com Sua Casa". A edição americana tinha uma foto enorme do campo de refugiados de Jabalya e uma menor da refém Emily Damari que voltou sem dois dedos.

A esmagadora maioria da mídia internacional continuou a transmitir a narrativa enganosa do Hamas, implicitamente justificando o sequestro e a retenção de reféns.

A BBC alegou falsamente, durante sua reportagem ao vivo, que Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag foram libertadas usando os mesmos uniformes do exército que usavam quando entraram em Gaza. A gigante da mídia britânica financiada publicamente realmente achou que o mundo tinha esquecido as imagens chocantes filmadas pelo próprio Hamas das meninas ensanguentadas arrancadas de suas camas em pijamas e roupas íntimas e desfiladas pelas ruas de Gaza? A ABC News da Austrália e outros veículos também compraram essa mentira asquerosa.

Por que importa tanto que a mídia mundial tenha errado?

Importa porque o Hamas estava deliberadamente tentando insinuar que essas "soldadas" eram alvos militares legítimos e estava usando a imprensa para espalhar essa mensagem ao redor do mundo.

As quatro jovens foram forçadas a subir num palco com todo o aparato de uma comemoração incluindo faixas erguidas com o dinheiro que Gaza de repente encontrou. Os terroristas do Hamas bem alimentados usavam uniformes, limpos e passados, para fazer o mundo esquecer que eles normalmente operam à paisana.

Ao facilitar o golpe repugnante de relações públicas do Hamas, a mídia mundial deu a ele legitimidade e humanizou a organização terrorista que continuará tentando sequestrar e assassinar o máximo de judeus possível.

E só se a coisa tivesse parado por aí..

Mas não. Os assassinos libertados das prisões israelenses foram tratados como vítimas de Israel. Esperávamos que os principais meios de comunicação internacionais no mínimo os chamassem de terroristas, mas sua flexibilidade etimológica foi totalmente assustadora. O New York Times os chamou de "ativistas", o Washington Post se referiu a eles como "ativistas políticos", a Reuters disse que eles eram "palestinos proeminentes" e o The Guardian disse que eles foram "presos por operações anti-Israel". Sim, mas o prêmio vai para a Globo que os definiu como “reféns” de Israel, não terroristas sanguinários presos e mantidos às custas do contribuinte israelense.

A mídia então contou histórias de prisioneiros palestinos abraçando seus filhos pela primeira vez sem se preocupar em mencionar porque estavam na prisão e sob quais acusações.

Por exemplo, o The Washington Post destacou a infame terrorista da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) Khalida Jarrar, presa há seis anos após participar de um ataque terrorista que assassinou Rina Shnerb, de 17 anos.

"Em um ato surpreendente de omissão jornalística, o The Washington Post convenientemente ignorou seus [Khalida Jarrar] laços diretos com a violência, em vez disso, a pintou como mais uma figura política incompreendida em vez de uma peça-chave de uma organização terrorista", escreveu o Honest Reporting.

Os relatos da mídia sobre a libertação dos prisioneiros na semana passada não foram melhores. A Sky News postou um vídeo do que descreveu como celebrações "emocionantes" em Gaza após as notícias do cessar-fogo. Nisto ela compartilhou um clipe de uma grande multidão cantando “Khaybar Khaybar ya yahud” – uma ameaça bem conhecida de massacre de judeus – com a palavra “Khaybar” se referindo ao lugar onde os judeus da Arábia Saudita foram massacrados no ano 628. O final do canto é “jaish Muhammad soufa ya’oud,” que significa “o exército de Maomé retornará.”

Os principais meios de comunicação minimizaram consistentemente a tragédia do lado israelense. A manchete da NBC na segunda-feira foi "Hamas diz que 8 dos 26 reféns restantes estão mortos", esquecendo que na época ainda havia 90.

O HonestReporting compilou uma análise de 733 prisioneiros palestinos cujos nomes foram divulgados pelo governo israelense com seu gênero, idade, as acusações contra eles e sua afiliação terrorista.

Ao contrário de sua representação na mídia internacional como principalmente mulheres e crianças presas injustamente, 91% são homens; 91% têm entre 18 e 59 anos; 609 dos 733 foram condenados por crimes violentos; e 87% são membros de organizações terroristas.

Vamos ver o que a mídia internacional fará nas próximas semanas, incluindo se os meninos Bibas e sua mãe forem trazidos em sacos para cadáveres. Estamos todos apenas esperando com a respiração presa. O povo todo, em Israel e na Diáspora está desesperado por qualquer notícia. E se eu não consigo parar de pensar na Shiri e seus bebês nas profundezas do inferno, como a família, como Yarden deve se sentir? A tortura é sobre todos nós.

A tortura de todo Am Yisrael, esperando que por um milagre esses garotinhos ruivos e sua mãe voltem para casa sãos e salvos.