Depois da última visita de Netanyahu a Washington na qual o presidente americano Barak Obama jurou guardar as costas de Israel, funcionários do governo americano embarcaram numa manobra diplomática incompreensível e potencialmente muito danosa para o estado judeu.
Todas as declarações vazias de apoio não compensam o dano concreto que o inexplicavel vazamento de informação da administração Obama está causando ao poder de dissuasão de Israel, efetivamente sabotando uma alternativa viável de atacar o Irã.
Primeiro, 2 semanas atrás a administração americana vazou ao The New York Times o resultado de uma simulação do Pentágono que mostrava que um ataque de Israel ao Irã poderia atrasar a produção de uma bomba nuclear somente por meio ano mas resultaria na morte de uns 200 americanos. Eles não explicaram em que circumstâncias estes americanos morreriam mas 200 estão bem longe dos 1556 americanos mortos no Iraque e Afganistão desde que Obama assumiu a presidência até hoje, em guerras que ele mesmo declarou serem ilegítimas.
A mensagem de Obama foi: Não ataquem ou vamos culpar vocês pela morte de americanos. E para provar que estavam sérios, o jornal publicou o local exato, data, parâmetros e nomes dos participantes da simulação.
Depois disso o Serviço de Pesquisa do Congresso vazou um relatório que concluiu que um ataque de Israel ao Irã iria causar pouco dano e o custo político seria altissimo para os Estados Unidos.
Mas pior que tudo, foi o vazamento deliberado de documentos do Departamento de Estado para a revista Foreign Policy, sobre detalhes de bases aéreas israelenses secretas no Azerbaijão que tem fronteira com o Irã, assim como detalhes logísticos de uma operação militar de Israel a partir de lá.
Toda a suposta “coordenação” entre Israel e Washington sobre o Irã, as alegações de Obama de estar do lado de Israel, veio abaixo esta semana quando Obama tirou sua máscara mostrando que está mais interessado em implodir os esforços de Israel do que impedir o Irã de adquirir a bomba.
Israel negou que teria bases aéreas no Azerbaijão mas verdade ou não, esta era uma informação considerada secreta. Na terça-feira, Amir Oren do jornal Haaretz, aparentemente baseando sua informação em fontes do governo americano disse que Israel teria concordado em adiar um ataque ao Irã até 2013. Assumindo que esta informação seja verdadeira, de quem ela veio?
Rivais do primeiro ministro Benjamin Netanyahu e do Ministro da Defesa Ehud Barak que se opoem a um ataque ao Irã, consideraram uma grande vitória política trazer estes fatos para a o topo da agenda internacional. Eles acreditam que o boicote ao Irã foi um esforço de Israel, e se sanções forem impostas sobre o Banco Central do Irã, então o efeito será rápido e devastador.
Se isto for correto, então o que alguém no Pentágono teria a ganhar dizendo aos Ayatollahs que eles não têm nada a temer agora? Isto é muito esquizofrênico!
O Irã mostrou querer negociar uma suspensão do componente militar do seu programa nuclear quando sentiu uma ameaça séria de Israel. A declaração do ministro da defesa da Alemanha após se encontrar com Ehud Barak dizendo que estava muito preocupado com um ataque de Israel ao Irã só fortaleceu as chances do Irã a suspender seu programa nuclear. Sem temor, não há como trazer os ayatollahs para a mesa de negociação.
Há uma grandíssima diferença entre os Estados Unidos tentarem dissuadir Israel de uma ação militar diplomaticamente e uma pressão unilateral e pública de Obama para impedir Netanyahu e Barak de tornar crível uma ameaça de intervenção militar no Irã.
Ninguém quer um ataque a não ser que todas as outras opções tenham falhado. Mas este ataque pode acontecer com muito sucesso mesmo se 200 americanos ou israelenses forem mortos na operação.
E talvez ele não aconteça ou porque se tornou desnecessário ou porque Israel perdeu o barco e as usinas nucleares passaram do ponto de não retorno. Este é o pior cenário. De um jeito ou de outro, os Estados Unidos estão prejudicando a segurança e fechando as janelas de oportunidade para Israel, divulgando segredos militares que eles adquiriram em confiança de um aliado.
Obama não perde a oportunidade para se gabar aos eleitores judeus de ter autorizado um upgrade das relações de inteligência com Israel e o desenvolvimento conjunto de armas. Mas estes suposto upgrade só beneficia os Estados Unidos. Israel passa informações classificadas e Obama as vaza para a mídia, numa verdadeira sabotagem à segurança nacional de Israel.
O ex-embaixador americano na ONU John Bolton, disse na quinta-feira que o vazamento deste tipo de informação de um país amigo era algo sem precedentes. Israel como “país amigo” nesta administração americana é algo ainda a ser determinado. Citando um fonte do governo americano a Foreign Policy disse que administração Obama estava “observando o Irã muito atentamente mas também o que Israel estava fazendo no Azerbaijão e não estava nada contente com o que estava vendo.”
Os romanos nos ensinaram que “aquele que quer paz, deve se preparar para a guerra”. Hoje, temos que dizer que aquele que quer paz, deve se preparar para a guerra e ameçar faze-la de modo convincente.
Quanto a Obama, ele deveria saber que “guardar as costas” não implica em apunhala-las na primeira ocasião. E seus eleitores não devem esquecer isso quando chegar novembro.
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