Sunday, May 13, 2012

As Fracassadas Iniciativas de Paz da America - 13/05/2012


Em entrevista na semana passada para a CNN, o ex-primeiro ministro de Israel Ehud Olmert quis dar ao público a impressão de que ele estava à beira de um acordo histórico com Mahmoud Abbas em 2008 e foi só por causa da interferência de certos indivíduos dos Estados Unidos que trouxeram dinheiro de fora, que o acordo não saiu.

Independente de seus motivos políticos, Olmert decidiu alimentar um mito internacional que um acordo entre Israelenses e Palestinos era iminente e só precisava de uma diplomacia americana robusta para ser finalizado.

Deixando de lado estas acusações absurdas sobre milhões de dólares instantâneos transferidos para grupos extremistas de direita para acabar com a inciativa de paz, Olmert não estava nem na porta da garagem de um acordo de paz. De fato, suas negociações secretas são prova do abismo que existe entre a maior concessão feita por um primeiro ministro israelense e as exigências mínimas dos palestinos para um acordo.

Depois das fracassadas negociações de Camp David e Taba, a administração americana se concentrou em trazer de volta estas propostas que simplesmente não funcionaram. Outras alternativas nem foram consideradas e continuam a não ser consideradas. O ex-presidente Bill Clinton, escreveu no the New York Times que “todo o mundo sabe qual será o acordo final” por causa das iniciativas diplomáticas de Olmert.

Assim, presidentes americanos desinformados, que são levados a acreditar que um acordo de paz está à sua porta, inevitavelmente lançam iniciativas baseados nos termos negociados por Olmert só para no final baterem de frente com seus aliados israelenses e falharem outra vez.

Desde 1949, os Estados Unidos se auto-nomearam mediadores do conflito entre Israel e os Árabes. Além do acordo de paz, Washington queria aumentar sua influência na região. Esta mediação falhou nos dois pontos e feriu interesses econômicos e de segurança vitais para os Estados Unidos.

De fato, a mediação americana nunca produziu um só tratado de paz entre Israel e os árabes. Os dois tratados que Israel assinou, foram iniciados diretamente pelas partes sem a participação dos Estados Unidos.

Menachem Begin iniciou as tratativas do acordo com o Egito em 1979, que foi aceito por Sadat, em desafio à preferência do presidente Jimmy Carter que queria uma conferência internacional e a concordância da Liga Árabe sobre os termos do acordo. Carter tentou sabotar a iniciativa pressionando Israel sobre Jerusalem e os palestinos. Só quando viu que iria perder o bonde deste momento histórico foi que Carter pulou no vagão e coordenou as tratativas para selar o acordo.

Os acordos de Oslo de 1993 entre Israel e os palestinos, foram apresentados pelo primeiro ministro Yitzhak Rabin e Shimon Peres, surpreendendo o presidente Bill Clinton que depois aceitou facilitar a sua assinatura. Do mesmo modo o acordo entre Israel e a Jordânia em 1994, foi totalmente negociado entre Yitzhak Rabin e o Rei Hussein. Clinton só apareceu na cerimônia de assinatura que se deu em Israel e não nos Estados Unidos.

Até agora, as várias iniciativas de paz americanas não só não produziram qualquer paz, mas aumentaram a beligerância dos árabes. Elas foram todas baseadas no conceito errado de “terra por paz” que premia os agressores em vez de penaliza-los e provoca mais agressões contra a vítima.

Estas iniciativas de paz incluiram pressionar Israel para terminar a ocupação do Negev, internacionalizar Jerusalém e permitir a volta de refugiados árabes para dentro de Israel em 1949 e 50, os planos Roger, Kissinger, Reagan, Bush-Baker, Clinton e Mapa da Rota e conferências de Madrid, Wye River, Sharm el Sheikh, Camp David, Taba, Annapolis, culminando nos pronunciamentos de Obama santificando as linhas de cessar-fogo de 1949, promovendo a divisão de Jerusalem e o congelamento da construção de judeus em Jerusalem do leste, Judéia e Samária.  

Infelizmente, as tentativas de mediação honesta entre Israel e os palestinos têm escapado aos Estados Unidos. Enquanto Israel, através de seus 64 anos de história se manteve uma aliada incondicional da América e um modelo para confrontar o terrorismo, os palestinos ideologica e abertamente se posicionaram do lado dos seus inimigos: a Alemanha nazista, o bloco soviético, Saddam Hussein e Osama Bin Laden. Eles assassinaram o embaixador americano em Khartoum em 1973, participaram no bombardeamento da base americana em Beirute em 1983, comemoraram o 11 de setembro, condenaram a execução de Saddam Hussein e bin Laden e estabeleceram um sistema educacional anti-semita e anti-americano para produzir novas levas de terroristas e homens-bombas.

A mediação americana se basea na falsa premissa que o conflito entre Israel e os árabes é a causa de toda a turbulência no Oriente Médio, criando uma ligação ilusória e absurda entre este conflito que tem uns cem anos e o conflito islâmico entre sunnitas e shiitas que dura há mais de 1400 anos.  Hoje os países árabes estão em tumulto e o sentimento anti-americano em ascenção. Os Estados Unidos estão reduzindo seu orçamento militar e diminuindo sua presença no Oriente Médio inclusive em países que abriram seus braços para seu exército como a Arábia Saudita e Bahrain. A China e a Russia estão aumentando sua influência e o programa nuclear do Irã está avançando. Todos estes acontecimentos são independentes do problema palestino, do conflito entre Israel e árabes, e da própria existência de Israel.

Em 1967 a Arábia Saudita ficou satisfeita com a devastação do Egito e da Síria na guerra dos 6 dias que tinha como objetivo também a remoção da família Saud. Em 1990, enquanto o Kuwait e a Arábia Saudita se debatiam com a invasão do Iraque, o time Bush-Baker estava preocupado com os assentamentos judaicos na Judéia e Samária.

Hoje, 22 anos mais tarde, a Arabia Saudita e a maioria dos países árabes esperam ansiosos por um ataque preventivo de Israel ou dos Estados Unidos contra o Irã. Esta é a verdadeira ameaça à sua existência. Todos são anti-Israel e querem sua destruição mas não é o conflito com o estado judeu ou o assunto palestino, hoje seu maior problema.

Para que a confiança árabe na liderança americana se justifique, os Estados Unidos devem focar nos problemas reais como o Irã, o terrorismo islâmico, e o tumulto recente nos países árabes que estão se radicalizando a cada dia.  

Mas não só isso. Para aumentar seu poder e influência no Oriente Médio, os Estados Unidos precisam fortalecer a cooperação com os países democráticos, estáveis, e aliados incondicionais na região como Israel. E não subordinar tal cooperação à uma mediação de um assunto que hoje é secundário.

Obama não pode entender isso mas se tivermos uma virada na Casa Branca em novembro, vamos esperar que Mitt Romney entenda.

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