O Ministro de defesa Ehud
Barak e o novo membro da coalisão do governo Netanyahu, Shaul Mofaz do Kadima, estão
arrastando o governo de Israel novamente para a esquerda. Nesta semana,
falando em Tel Aviv, Barak avisou que se Israel não puder chegar logo à um
acordo com os palestinos, deveria considerar entregar a Judéia e a Samária, em
troca de ... NADA!
Mesmo os esquerdistas mais
fanáticos tiveram dificuldade em engolir estas palavras. Ainda não esquecemos que
12 anos atrás, quando era primeiro ministro, Barak ordenou a retirada de Israel
do sul Líbano prometendo que se a Hezbollah tivesse o sul, ela seria forçada a se
desarmar e a se comportar como um partido político ocidental.
Depois disso, tivemos Gaza.
Ariel Sharon ignorou o que aconteceu no Líbano e prometeu que se todos os
judeus saíssem da Faixa, ela iria magicamente se transformar na versão árabe de
Singapura. Mas além disso, Barak e Sharon prometeram que
ao fazer estes gestos, Israel iria ganhar o “amor” da comunidade internacional,
o que a seu ver era urgente conseguir. Deve ser à esta falta de “amor” a que Barak
se referiu esta semana quando disse que Israel irá pagar o preço se não agir
logo.
Vamos ver a lógica dos fatos:
a Hezbollah tomou não só o sul do Líbano mas todo o Líbano. E hoje nem a
Autoridade Palestina na Judéia e Samária, nem o Hamas em Gaza estão dispostos a
aceitar a existência de Israel em qualquer fronteira. Consequentemente, precisamos
ainda mais do “amor” do mundo e o único jeito de consegui-lo é colocando sua
existência em perigo mortal, entregando o coração de seu país às próprias
pessoas que juraram destruí-lo.
Vamos ver então se há
motivação do mundo ou mais especificamente dos Estados Unidos, em “amar” Israel
como espera Barak?
A situação não é fácil. A
política americana de Obama é tão irracional e divorciada da realidade quanto a
de Barak. E nada torna isso mais evidente do que sua política em relação ao
Irã. Desde que tomou posse, Obama diz que o ódio do Irã aos Estados Unidos se
deve à desconfiança dos Ayatollahs para com o ocidente. Isto é absurdo. Desde a
revolução islâmica de 1979, o Irã tem jurado aniquilar a América e Israel
porque vê os dois países como obstáculos para a Islamização do mundo.
Em vez de aceitar esta
verdade fundamental, Obama e seus acessores continuam tentando negociar com os
mullahs. Como disse o vice-premier Moshe Ya’alon, os iranianos estão rindo e
correndo no caminho para a bomba. Eles já conseguiram enriquecer 750 kilos de
urânio a 3.5% e 36 kilos a 20% durante estas “negociações” enquanto destroem evidências
de seus testes para continuar a enganar o mundo com esta semana em Parchin.
E quando é confrontado com
as evidências Obama simplesmente diz aos israelenses para confiar nele, que ele
sabe o que está fazendo. Mas permitir ao Irã adquirir a bomba não é o único
preço que Obama está disposto a pagar para apaziguar os ayatollas. Ao se manter
calado face aos massacres de Assad na Síria, Obama está sinalizando ao Irã que
não irá enfraquecer seus interesses.
Hoje a oposição síria não
só é dominada pela Irmandade Muçulmana mas também por agentes da Al-Qaeda. Se
Obama tivesse agido há um ano atrás ele talvez tivesse tido a oportunidade de instalar
um regime democrático na Síria. Hoje vivemos a dolorosa realidade de reconhecer
que talvez estaremos mais seguros deixando Assad no poder.
E aí temos a Turquia.
Em sua cabeça fantasiosa,
Obama acredita que Erdogan seja um grande aliado dos Estados Unidos. O fato
dele ser líder de um partido islâmico e ter distanciado a Turquia do ocidente,
se aproximado do Irã e da Irmandade Muçulmana, ter rendido incoerente a missão
estratégica da OTAN, ter quebrado sua aliança com Israel, ter reprimido e matado
civis kurdos e ameaçar fazer a guerra sobre depósitos de gás no Mediterrâneo
que não pertencem à ele, é tudo irrelevante para Obama.
Em relação aos palestinos,
Obama também vive na fantasia. Esta semana o Departamento de Estado surtou
quando o Senador Mark Kirk conseguiu incluir na legislação de ajuda aos
palestinos, a exigência de duas informações: o número de palestinos fisicamente
desalojados em 1948 e o número de descendentes administrados pela Agência da
ONU para refugiados palestinos - UNRWA.
Os palestinos dizem ter uns
5 milhões de refugiados. Eles exigem que Israel os traga todos para dentro do
estado para concordar com a “paz”. A UNRWA e os Palestinos dizem que os
deslocados e seus descendentes são refugiados até hoje. Os deslocados da época que
ainda estão vivos totalizam umas 30 mil pessoas. Tudo o que o Senador exigiu
são informações mas o Departamento de Estado decidiu cair sobre ele como um
torpedo dizendo que o mundo iria ver esta exigência como uma tática americana para
influenciar o problema.
Para o Departamento de
Estado, até um acordo final de paz ser assinado, os Estados Unidos devem apoiar
uma política em relação aos refugiados palestinos que é absurda e profundamente
hostil a Israel. A mesma política que dita a recusa americana de reconhecer a
soberania de Israel sobre qualquer parte de Jerusalém, nem o lado oeste. O fato
de Jerusalem ser a capital de Israel, é irrelevante.
E aí voltamos para Barak e
a esquerda que não podem abandonar a idéia de entregar todo o banco para ganhar
o “amor” do mundo. De acordo com eles, para evitar o isolamento de Israel e
garantir o apoio americano, Israel tem que esquecer as lições da saída do
Líbano, o falso processo de paz com a OLP e a saída de Gaza e implementar à
todo o vapor políticas que tornarão impossível para Israel se defender.
Enquanto isso, Obama no
país das maravilhas continua com suas políticas permitindo ao Irã se tornar uma
potência nuclear, eliminando qualquer alternativa razoável para a Síria,
fortalecendo o governo turco mais anti-americano da história e pressionando
Israel a renunciar não só a seu direito histórico à terra mas acima de tudo, ao
seu direito e capacidade de se defender.
Isto é “amor” demais, não? Talvez
seja melhor Israel “dar um tempo” e lembrar que às vezes é melhor estar só do
que mal acompanhado. Mesmo!...
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