Sunday, July 15, 2012

Armando a Irmandade na Síria - 15/07/2012


A secretária de estado norte-americana Hillary Clinton está no Cairo visitando o novo presidente Mohamed Morsi. Há 2 semanas atrás perante milhares de pessoas, Morsi prometeu libertar o Sheikh Omar Abdel Rahman, lider do grupo Gamaa Al-Islamia responsável pelo assassinato de Anwar Sadat em 1981. O Sheikh foi o mentor do assassinato do Rabbi Meir Kahane em Nova Iorque em 1990, do primeiro ataque às Torres Gêmeas em 1993 e de uma tentativa de assassinato de Hosni Mubarak. Ele também tinha planos de explodir locais estratégicos de Nova Iorque como os túneis Holland e Lincoln e as sedes do FBI e da ONU. Por tudo isto pegou prisão perpétua nos Estados Unidos.

Nos dias que antecederam sua viagem, Hillary Clinton havia planejado fazer um discurso sobre a importância da democracia. Mas todas as versões foram rejeitadas. Hoje a administração americana está na desconfortável posição de querer patrocinar a democracia na região e ao mesmo tempo não ferir os sentimentos da Irmandade Muçulmana com quem quer manter um relacionamento. E o problema não se atém ao Egito.

A administração Obama vazou a informação de que teria um time da CIA no sul da Turquia abastecendo a oposição da Síria com rifles automáticos, granadas, munições e armas anti-tanques.

Pelo artigo publicado no jornal The New York Times, o time tem que assegurar que as armas não acabem nas mãos da Al-Qaeda apesar de estarem sendo entregues por uma rede um tanto obsura da Irmandade Muçulmana Síria. A mesma que foi massacrada pelo finado Hafez Al-Assad, pai do atual presidente e que se auto-declara anti-americana, antisemita e jihadistas.  

Não é possível que esta administração continue a dividir o mundo em mocinhos e bandidos. Al-Qaeda bandidos, outros grupos islâmicos radicais e revolucionários Mocinhos. “Mocinhos” na cabeça ingênua deste pessoal do Departamento de Estado e Pentágono significa aqueles que têm potencial de se tornarem “moderados”.  

O fato de todas estas armas estarem indo para as mãos da Irmandade Muçulmana, significa que eles terão o poder de derrubar o governo primeiro e depois dominar o resto da oposição.

Apesar da Al-Qaeda reclamar a autoria de massacres de cristãos e Alawitas pelo mundo árabe, a Irmandade Muçulmana não fica atrás. É só ver seu plano de converter forçosamente os cristãos coptas do Egito ao islamismo.

De acordo com o mesmo artigo do The New York Times, a Arábia Saudita, Qatar e a Turquia estariam pagando por estas armas. Mas são os Estados Unidos que estão sendo usados para armar desproporcionalmente estes radicais islâmicos na Síria.

Há alguns no ocidente que querem manter o regime de Bashar al-Assad porque sua saída poderá trazer algo pior como um regime islâmico radical sunita. Há outros mais ingênuos que acreditam que se o regime cair há a chance de um regime melhor para o povo Sírio e para os interesses americanos tomar seu lugar. Há ainda outros que acham que o problema não tem solução e o melhor é deixar o pessoal se matar, enfraquecendo o regime e reduzindo o poder estratégico do Irã.  

Mas ninguém quer ver os Estados Unidos ajudar a criar outro governo radical islâmico, determinado ao jihad contra a América e mais provavelmente contra Israel. Ninguém quer ver um estado salafista se unir a outros governos radicais como a Tunisia, o Egito, Gaza, a oposição da Jordânia - que acabou de anunciar o boicote às eleições parlamentares -  e os sunitas do Líbano que já estão em confronto com a Hezbollah – e formarem um bloco para desestabilizar o Oriente Médio.  

Mas na cabeça torcida desta administração, se ajudarem a montar este bloco, ele poderá se contrapor ao Irã e assim fortalecer os interesses americanos. É, do mesmo modo que nos anos 80 os americanos armaram os Talibãs no Afganistão para se livrarem dos russos achando que ao final eles se aliariam aos Estados Unidos.

Enquanto isso, esta administração não perde uma oportunidade para criticar seu único verdadeiro aliado na região: Israel. Netanyahu comissionou um grupo liderado pelo Juiz da Suprema Corte de Israel Edmond Levy para investigar a legalidade das cidades e vilarejos judaicos na Judéia e Samária e criar um guia para as futuras construções de judeus na região.

A conclusão do grupo foi que estas comunidades são completamente legais.  E isso não é novidade. Desde 1922 a Liga das Nações deu aos judeus o Mandato da Palestina incluindo a Judéia, a Samária, e Jerusalém para construirem seu país. Mas dados os incessantes ataques aos direitos dos judeus, liderados pela administração Obama, Netanyahu sentiu a necessidade de renovar a legitimidade de Israel sobre estas áreas.

A resposta americana foi vitriólica dizendo que apesar das comunidades poderem ser legais os Estados Unidos não reconhecem sua legitimidade. Então vejamos: a Administração Obama não tem qualquer problema em patrocinar alguém que promete libertar um terrorista responsável indiretamente pela morte de 3 mil americanos. Também não tem qualquer problema em receber na Casa Branca membros do grupo terrorista que hoje fazem parte do governo egípcio. Mas para o governo eleito de Israel reunir um grupo de peritos para determinar se o país está agindo dentro da lei Internacional, ao permitir que judeus vivam numa terra que palestinos insistem deve ser Judenrein, isto é uma afronta?

A disparidade de tratamento não pode ser mais clara. A política de se curvar aos islamistas continua apesar de não ter alcançado um só resultado positivo para a América. Quem duvida que isto acabará mal?

Mas a situação está cada vez pior. A administração Obama está promovendo o islamismo radical sunita em vez de lutar contra ele.

Voltando para a Síria, não é preciso ser profeta para saber o que vai acontecer. Vamos acordar um dia e a Síria estará sendo governada por mais uma ditadura dedicada à destruição dos interesses americanos, ao jihad contra Israel e a impor o islamismo radical pelo mundo afora. Eles irão suprimir violentamente o povo Sírio e promover a expulsão da população cristã do país.

E quando este dia chegar, ele não será o resultado de uma política americana que falhou mas de uma estratégia americana que deu certo: de colocar no poder os maiores inimigos da América depois do Irã.

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