A secretária de estado norte-americana
Hillary Clinton está no Cairo visitando o novo presidente Mohamed Morsi. Há 2
semanas atrás perante milhares de pessoas, Morsi prometeu libertar o Sheikh Omar
Abdel Rahman, lider do grupo Gamaa Al-Islamia responsável pelo assassinato de
Anwar Sadat em 1981. O Sheikh foi o mentor do assassinato do Rabbi Meir Kahane
em Nova Iorque em 1990, do primeiro ataque às Torres Gêmeas em 1993 e de uma
tentativa de assassinato de Hosni Mubarak. Ele também tinha planos de explodir
locais estratégicos de Nova Iorque como os túneis Holland e Lincoln e as sedes
do FBI e da ONU. Por tudo isto pegou prisão perpétua nos Estados Unidos.
Nos dias que antecederam sua viagem, Hillary
Clinton havia planejado fazer um discurso sobre a importância da democracia.
Mas todas as versões foram rejeitadas. Hoje a administração americana está na desconfortável
posição de querer patrocinar a democracia na região e ao mesmo tempo não ferir
os sentimentos da Irmandade Muçulmana com quem quer manter um relacionamento. E
o problema não se atém ao Egito.
A administração Obama vazou a informação
de que teria um time da CIA no sul da Turquia abastecendo a oposição da Síria
com rifles automáticos, granadas, munições e armas anti-tanques.
Pelo artigo publicado no jornal The New
York Times, o time tem que assegurar que as armas não acabem nas mãos da
Al-Qaeda apesar de estarem sendo entregues por uma rede um tanto obsura da
Irmandade Muçulmana Síria. A mesma que foi massacrada pelo finado Hafez
Al-Assad, pai do atual presidente e que se auto-declara anti-americana,
antisemita e jihadistas.
Não é possível que esta administração
continue a dividir o mundo em mocinhos e bandidos. Al-Qaeda bandidos, outros
grupos islâmicos radicais e revolucionários Mocinhos. “Mocinhos” na cabeça
ingênua deste pessoal do Departamento de Estado e Pentágono significa aqueles
que têm potencial de se tornarem “moderados”.
O fato de todas estas armas estarem indo
para as mãos da Irmandade Muçulmana, significa que eles terão o poder de derrubar
o governo primeiro e depois dominar o resto da oposição.
Apesar da Al-Qaeda reclamar a autoria de
massacres de cristãos e Alawitas pelo mundo árabe, a Irmandade Muçulmana não
fica atrás. É só ver seu plano de converter forçosamente os cristãos coptas do
Egito ao islamismo.
De acordo com o mesmo artigo do The New
York Times, a Arábia Saudita, Qatar e a Turquia estariam pagando por estas
armas. Mas são os Estados Unidos que estão sendo usados para armar
desproporcionalmente estes radicais islâmicos na Síria.
Há alguns no ocidente que querem manter o
regime de Bashar al-Assad porque sua saída poderá trazer algo pior como um
regime islâmico radical sunita. Há outros mais ingênuos que acreditam que se o
regime cair há a chance de um regime melhor para o povo Sírio e para os
interesses americanos tomar seu lugar. Há ainda outros que acham que o problema
não tem solução e o melhor é deixar o pessoal se matar, enfraquecendo o regime
e reduzindo o poder estratégico do Irã.
Mas ninguém quer ver os Estados Unidos
ajudar a criar outro governo radical islâmico, determinado ao jihad contra a
América e mais provavelmente contra Israel. Ninguém quer ver um estado
salafista se unir a outros governos radicais como a Tunisia, o Egito, Gaza, a
oposição da Jordânia - que acabou de anunciar o boicote às eleições
parlamentares - e os sunitas do Líbano
que já estão em confronto com a Hezbollah – e formarem um bloco para
desestabilizar o Oriente Médio.
Mas na cabeça torcida desta administração,
se ajudarem a montar este bloco, ele poderá se contrapor ao Irã e assim
fortalecer os interesses americanos. É, do mesmo modo que nos anos 80 os
americanos armaram os Talibãs no Afganistão para se livrarem dos russos achando
que ao final eles se aliariam aos Estados Unidos.
Enquanto isso, esta administração não
perde uma oportunidade para criticar seu único verdadeiro aliado na região: Israel.
Netanyahu comissionou um grupo liderado pelo Juiz da Suprema Corte de Israel
Edmond Levy para investigar a legalidade das cidades e vilarejos judaicos na
Judéia e Samária e criar um guia para as futuras construções de judeus na
região.
A conclusão do grupo foi que estas comunidades
são completamente legais. E isso não é
novidade. Desde 1922 a Liga das Nações deu aos judeus o Mandato da Palestina incluindo
a Judéia, a Samária, e Jerusalém para construirem seu país. Mas dados os
incessantes ataques aos direitos dos judeus, liderados pela administração
Obama, Netanyahu sentiu a necessidade de renovar a legitimidade de Israel sobre
estas áreas.
A resposta americana foi vitriólica
dizendo que apesar das comunidades poderem ser legais os Estados Unidos não
reconhecem sua legitimidade. Então vejamos: a Administração Obama não tem
qualquer problema em patrocinar alguém que promete libertar um terrorista responsável
indiretamente pela morte de 3 mil americanos. Também não tem qualquer problema
em receber na Casa Branca membros do grupo terrorista que hoje fazem parte do
governo egípcio. Mas para o governo eleito de Israel reunir um grupo de peritos
para determinar se o país está agindo dentro da lei Internacional, ao permitir
que judeus vivam numa terra que palestinos insistem deve ser Judenrein, isto é
uma afronta?
A disparidade de tratamento não pode ser
mais clara. A política de se curvar aos islamistas continua apesar de não ter
alcançado um só resultado positivo para a América. Quem duvida que isto acabará
mal?
Mas a situação está cada vez pior. A
administração Obama está promovendo o islamismo radical sunita em vez de lutar
contra ele.
Voltando para a Síria, não é preciso ser
profeta para saber o que vai acontecer. Vamos acordar um dia e a Síria estará
sendo governada por mais uma ditadura dedicada à destruição dos interesses
americanos, ao jihad contra Israel e a impor o islamismo radical pelo mundo afora.
Eles irão suprimir violentamente o povo Sírio e promover a expulsão da
população cristã do país.
E quando este dia chegar, ele não será o
resultado de uma política americana que falhou mas de uma estratégia americana
que deu certo: de colocar no poder os maiores inimigos da América depois do
Irã.
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