Agora já sabemos: a Irmandade Muçulmana é senhora do Egito. A grande
questão é como o novo presidente Mohamed Morsi poderá resolver o paradoxo que o
acordo de paz com Israel representa para a ideologia deste grupo islâmico
radical.
Uma das promessas de campanha que o elegeu foi de cancelar ou no mínimo,
re-examinar o tratado de paz com Israel. A Irmandade Muçulmana tem como
objetivo maior a restauração do Califado Islamico que eles chamam de Estados
Unidos dos Árabes com capital em Jerusalem. Em seus discursos Morsi nunca
deixou de repetir o mantra do grupo: “o Korão é a Constituição, o Jihad é o
caminho e a morte por Allah sua maior aspiração”.
No entanto, em inglês, a estória é outra. Em Dezembro de 2011, ele afirmou
ao senador americano John Kerry que o Egito tinha a obrigação de honrar os
acordos assinados.
Então o que fica: a revisão ou o cumprimento do tratado de paz com
Israel? Numa entrevista há um mês atrás, ele explicou a discrepância: Para que
o Egito continue a respeitar o acordo, Israel por seu lado, teria que respeitar
“todos” seus acordos. Para Israel há 2 acordos: o de paz com o Egito e o acordo
com os palestinos. Como para Morsi Israel não tem mantido suas obrigações para
com os palestinos, então o Egito não precisaria manter o seu acordo de paz com
Israel.
Mas isto é uma besteira. O próprio tratado de paz estabelece no seu
Artigo VI(2) que “as partes se obrigam a cumprir suas obrigações em boa-fé independentemente
de qualquer ação ou omissão de qualquer outra parte ou de qualquer instrumento
estranho à este Acordo.” Mas a comunidade internacional obviamente não sabe
destes detalhes.
Os Estados Unidos, como intermediários, se obrigaram a tomar todas as
medidas para garantir que as partes observassem o Acordo de Paz. O que a
América fará se Morsi decidir colocar o Acordo com Israel na mesa para ser
renegociado ou num referendo nacional?
Agora tudo depende do que a Irmandade Muçulmana acha que pode fazer. Apesar
da plataforma profundamente antisemita que é consenso geral, a vitória apertada
da Irmandade mostra que metade da população não concorda com a imposição da lei
islâmica no país. Os partidos seculares do Egito e a imprensa jordaniana e
palestina têm expressado ira e desapontamento pelo apoio e reconhecimento da
administração Obama à Irmandade Muçulmana.
Agora Morsi e seu governo terão que equilibrar seu profundo ódio aos
judeus e à existência de Israel com os limites impostos pela comunidade
internacional, especialmente os Estados Unidos. Como cumprir o que prometeu em
sua campanha sem ameaçar a continua ajuda americana que alimenta milhões de egípcios?
Os outros países da região estarão prestando atenção. A mídia e líderes
muçulmanos já não se incomodam com o politicamente correto e publicam artigos
abertamente anti-semitas. Não mais sob a máscara do anti-sionismo mas
profundamente anti-judaicos. É o que aconteceu esta semana no Irã.
Apesar de ter uma das maiores populações judaicas num país muçulmano, o
vice-presidente do Irã disse num forum das Nações Unidas contra as drogas que
os Judeus controlam o tráfego internacional de entorpecentes. Ele disse que os
judeus vendem drogas para cumprir um mandato do Talmud: “de destruir qualquer
um que se oponha aos judeus”. Para ele, a conspiração é obvia já que segundo
suas fontes, não existem judeus drogados. Ele chegou ao ponto de dizer que “a
Republica Islamica do Irã pagará qualquer um que encontrar um só sionista
viciado. Eles não existem. Esta é a prova do seu envolvimento no tráfego de
drogas”.
E a reação da mídia à este discurso? Os jornais do mundo livre ou não se
incomodaram ou tentaram minimizar o efeito destas palavras. De acordo com o jornal
the New York Times, o vice-presidente não odeia judeus, só os sionistas. Seu
reporter, Thomas Erdbrink não mediu esforços para nos convencer que tirando
esta pequena aberração, o regime iraniano é perfeitamente respeitável.
Nós sabemos que este não é o caso. O Supremo Líder rotinamente se refere
à Israel como um câncer que deve ser removido. Vários jornalistas escreveram
sobre os discursos antisemitas do vice-presidente Mohamed-Reza Rahimi como
prova de que o Irã não pode adquirir armas nucleares.
É óbvio que um regime de fanáticos religiosos que procura efetuar um genocídio messiânico não pode adquirir
armas nucleares.
Mas da mesma forma que Hitler chegou a ser nomeado “O Homem do Ano” pela
revista Time em 1939, os jornalistas de hoje continuam a desconsiderar ataques
antisemitas de líderes fanáticos que prometem aniquilar o povo judeu.
70 anos mais tarde, nada une mais os muçulmanos do que o ódio aos judeus
e mesmo assim, o antisemitismo é o assunto menos divulgado do planeta.
A mídia ocidental acha que o mundo islâmico deve ser apaziguado e que devemos
encontrar meios para acomodar a Irmandade Muçulmana e o Irã. Reportar ataques
antisemitas não ajuda. Outros dizem que o ódio aos judeus é justificável por
causa dos palestinos.
Ambas as desculpas para o ódio aos judeus são escandalosas. E a contínua
presença de dignatários estrangeiros dando legitimidade à Teherã é ainda pior.
Se Rahimi tivesse direcionado seu ódio à qualquer outro povo, raça,
credo, estado ou cor, nenhum diplomata ocidental teria ficado para escutar
outra palavra saída desta latrina. A mídia, por seu lado, em vez de denunciar o
racismo, a discriminação e a campanha de incitação contra os judeus, ela
colabora com os perpetradores.
Nesta última terça-feira, o New York Times publicou um artigo sobre os
esforços dos palestinos de Battir, um vilarejo ao sul de Jerusalem, que quer
que seu sistema de irrigação em terraços da época romana, seja reconhecido pela
UNESCO como herança mundial. Eles dizem que se isso não acontecer, Israel
poderá construir a barreira de separação pelo vilarejo e danificar o sistema.
Só que o sistema não é romano. É judaico da época do segundo templo. Battir é a
pronuncia árabe de Betar, o local aonde Bar-Kochba liderou a última batalha dos
judeus contra o Império Romano.
Como sempre, o New York Times não falou nada disso pois feriria o
nacionalismo palestino e levantaria questões sobre o direito dos judeus à
terra. Assim, tudo bem fazer uma reportagem errada. E eu que pensava que a
mídia estava aí para reportar os fatos e não redesenhar verdades.
São órgãos da mídia como a revista Time e o jornal The New York Times, de
certa respeitabilidade que se sentem no direito de negar, reportar mal ou
enganosamente a razão mais importante por trás dos eventos do Oriente Médio
hoje: o ódio islâmico aos judeus. O mesmo ódio que levou os nazistas a
exterminarem 6 milhões de homens, mulheres e crianças. O mesmo ódio que temos a
obrigação de combater por todos os meios possíveis. Só depende de nós.
Texto muuuuuuuuuiiiiitooo massa !!
ReplyDeletegostei muito da defesa !!!
parabéns !!!