Mais de um século atrás, o
filósofo espanhol George Santayana escreveu que “aqueles que se recusam a
lembrar o passado, estarão condenados a repeti-lo”. Ele poderia muito bem estar
se referindo a John Kerry e a subsecretária de Estado para assuntos políticos,
Wendy Sherman sobre seus pronunciamentos sobre o Irã esta semana.
Na semana passada, mostrei
como o Secretário de Estado John Kerry havia finalmente removido sua máscara de
“amigo de Israel” para revelar as verdadeiras intenções da administração Obama.
Nesta semana o tema é o fim da liderança da América especialmente no
Oriente Médio.
Depois de chamar os bairros
judaicos de Jerusalém e as comunidades de judeus na Judeia e Samaria de “ilegítimas”
Kerry e Sherman disseram ao Comitê dos Bancos do Congresso americano para “não
acreditarem no que Israel diz sobre o Irã” como se todo o ódio dos Ayatollahs desde 1979, os ataques terroristas que deixaram dúzias de americanos mortos e os cânticos de "morte ao Grande Satã" fossem uma mera miragem de um passado distante.
Kerry então rapidamente fez a mala e
viajou para Genebra para finalizar um acordo meio negociado com os iranianos. Felizmente, os
franceses mostraram mais frieza e concluíram que um não acordo era melhor que um mau acordo. Eles então se opuseram ao fim das sanções contra o Irã que
oferecera somente medidas cosméticas que não afetariam sua capacidade de
produzir uma bomba nuclear.
Desde que assumiu o
Departamento de Estado John Kerry não fez outra coisa a não ser por os pés
pelas mãos e a decisão deliberada da França em Genebra pôs efetivamente um fim à
liderança que a América manteve nos assuntos do mundo desde o colapso da União
Soviética.
Para um país ser líder, especialmente
um que quer ditar o futuro de outras nações, precisa ter poder e credibilidade.
Antes de Obama, a América era a nação mais poderosa do mundo. Mas as políticas
de desarmamento unilateral, de retirada de tropas sem um plano sucessório no
Iraque e no Afeganistão, de submissão aos humores de outros países e organizações
como a ONU ou OTAN, reduziram o poder dos Estados Unidos, permitindo que outras
nações muito menos democráticas ou qualificadas preenchessem o vácuo. Hoje vemos russos e chineses concluindo acordos com o Egito e a Arábia Saudita, além
de outros países do golfo árabe.
Tinha sobrado a credibilidade, mas
esta foi destruída na semana passada.
Em sua grosseira tentativa de
convencer Israel e os países árabes de aceitarem este acordo com o Irã, Kerry
mentiu. Ele afirmou que o acordo era
limitado à liberação de 5 bilhões de dólares em bens iranianos em troca do
congelamento temporário do programa nuclear do Irã. Mas os ingleses e franceses
informaram os israelenses e sauditas que longe de só liberar bens iranianos, o
acordo também acabava com as sanções sobre os setores de petróleo e gás e
outras industrias iranianas.
A posição Americana em aceitar
este acordo que nem mesmo reduziria a velocidade com a qual Teherã continua a
enriquecer urânio, e as mentiras de Kerry a seus principais aliados na região,
acabou de destruir o pouco que restava da credibilidade americana depois de seu
apoio à Irmandade Muçulmana no Egito e suas desastrosas ações ou falta delas na
Síria.
O acordo não saiu não por causa dos
iranianos ou desta administração americana. Não saiu por que a França vetou um
acordo que abria o caminho para um Irã nuclear. O preço que Estados Unidos irão pagar por este apaziguamento do Irã é a perda da liderança do mundo. Uma perda que aumenta se pensarmos que as ações americanas deram legitimidade a este governo do Irã, endossaram os
planos nucleares dos Ayatollahs e humilharam Israel e a Arábia Saudita, os
principais inimigos do Irã.
Se fosse tão fácil conseguir
dobrar o Irã, com a simples liberação de alguns bilhões de dólares de seu
próprio dinheiro, porque administrações passadas não o fizeram?? Porque todas
as administrações passadas, desde a tomada da embaixada americana em 1979
chegaram à conclusão que o preço de uma relação com Teherã era simplesmente
alto demais e incluía vender todos seus demais aliados. E isso causaria a perda
da credibilidade da América ao redor do globo.
Em outras palavras, para gozar de
um relacionamento com o Irã, os Estados Unidos teriam que abandonar Israel, o Egito, a
Arábia Saudita, o Iraque, a Jordânia e todos os outros países do Golfo Árabe,
do Kuwait aos Emirados.
E é exatamente isso o que está acontecendo.
Obama não é candidato à reeleição. Ele não se importa com o que acontecerá
depois dele. Ele poderia muito bem repetir o que disse Luis XV da França:
Depois de mim, o dilúvio! Quem perdeu a credibilidade não foi ele, foram os Estados
Unidos. Quem ficou irremediavelmente enfraquecida diplomaticamente e perdeu a
liderança cultivada por mais de duas décadas foi a América. A prova disto é
vermos seus aliados tomarem seus próprios rumos pois não mais confiam que o Tio
Sam virá em seu socorro.
Vários países em tumulto estão
se voltando para a Russia e a China para a compra de armas e hoje há rumores
que Israel estaria ativamente trabalhando com a Arábia Saudita para um possível
ataque ao Irã.
As cenas da América ao lado de
Israel nos últimos 45 anos em face ao
ódio árabe parece que chegaram ao fim. Mas chegaram ao fim pelas próprias mãos
da América que deliberadamente decidiu bombardear sua aliança com o Estado
Judeu.
E como disse na semana passada,
este processo também gerou uma carta branca para os palestinos aumentarem a
violência e não fazerem qualquer concessão que permita um acordo com Israel. Um
recruta foi morto enquanto dormia num ônibus esta semana por um palestino de 16
anos e três irmãos foram indiciados pela chacina de um coronel aposentado. Os
irmãos declararam que mataram o sexagenário como um “presente” para suas
famílias.
Por um lado, é muito
desencorajante ver os judeus americanos, ainda enamorados de Obama, dizerem que
Netanyahu quer trazer o apocalipse e que teria que ser mais flexível para
permitir um acordo com o Irã.
Por outro lado, a única maneira
de salvar a liderança da América hoje seria uma ação do Congresso para
endurecer as sanções contra o Irã e porque não, aprovar ajuda econômica para as
comunidades judaicas além da linha verde
em desafio às sanções europeias. Isto mostraria que as ações radicais de Obama
não representam a vontade do povo americano e talvez assim, o próximo
presidente possa restaurar a sanidade à política exterior dos Estados Unidos.
Se o Congresso tomar esta
iniciativa, salvaguardará talvez um mínimo de credibilidade da América para dar
uma chance à próxima administração recuperá-la. Até lá só teremos que contar os
dias para Obama sair da Casa Branca.
Shalom!
ReplyDeletePor isso, Deus vai destruir Estados Unidos: http://israelemportugues.blogspot.com/2013/11/a-destruicao-dos-estados-unidos-parte-1.html
Se voce mora nos Estados Unidos, saia o mais rapido possivel.
Deus te abencoe!