Sunday, November 17, 2013

O Fim da Liderança da América - 17/11/2013

Mais de um século atrás, o filósofo espanhol George Santayana escreveu que “aqueles que se recusam a lembrar o passado, estarão condenados a repeti-lo”. Ele poderia muito bem estar se referindo a John Kerry e a subsecretária de Estado para assuntos políticos, Wendy Sherman sobre seus pronunciamentos sobre o Irã esta semana.
Na semana passada, mostrei como o Secretário de Estado John Kerry havia finalmente removido sua máscara de “amigo de Israel” para revelar as verdadeiras intenções da administração Obama. Nesta semana o tema é o fim da liderança da América especialmente no Oriente Médio.
Depois de chamar os bairros judaicos de Jerusalém e as comunidades de judeus na Judeia e Samaria de “ilegítimas” Kerry e Sherman disseram ao Comitê dos Bancos do Congresso americano para “não acreditarem no que Israel diz sobre o Irã” como se todo o ódio dos Ayatollahs desde 1979, os ataques terroristas que deixaram dúzias de americanos mortos e os cânticos de "morte ao Grande Satã" fossem uma mera miragem de um passado distante. 
Kerry então rapidamente fez a mala e viajou para Genebra para finalizar um acordo meio negociado com os iranianos. Felizmente, os franceses mostraram mais frieza e concluíram que um não acordo era melhor que um mau acordo. Eles então se opuseram ao fim das sanções contra o Irã que oferecera somente medidas cosméticas que não afetariam sua capacidade de produzir uma bomba nuclear.  
Desde que assumiu o Departamento de Estado John Kerry não fez outra coisa a não ser por os pés pelas mãos e a decisão deliberada da França em Genebra pôs efetivamente um fim à liderança que a América manteve nos assuntos do mundo desde o colapso da União Soviética.
Para um país ser líder, especialmente um que quer ditar o futuro de outras nações, precisa ter poder e credibilidade. Antes de Obama, a América era a nação mais poderosa do mundo. Mas as políticas de desarmamento unilateral, de retirada de tropas sem um plano sucessório no Iraque e no Afeganistão, de submissão aos humores de outros países e organizações como a ONU ou OTAN, reduziram o poder dos Estados Unidos, permitindo que outras nações muito menos democráticas ou qualificadas preenchessem o vácuo. Hoje vemos russos e chineses concluindo acordos com o Egito e a Arábia Saudita, além de outros países do golfo árabe.
Tinha sobrado a credibilidade, mas esta foi destruída na semana passada.
Em sua grosseira tentativa de convencer Israel e os países árabes de aceitarem este acordo com o Irã, Kerry mentiu.  Ele afirmou que o acordo era limitado à liberação de 5 bilhões de dólares em bens iranianos em troca do congelamento temporário do programa nuclear do Irã. Mas os ingleses e franceses informaram os israelenses e sauditas que longe de só liberar bens iranianos, o acordo também acabava com as sanções sobre os setores de petróleo e gás e outras industrias iranianas.
A posição Americana em aceitar este acordo que nem mesmo reduziria a velocidade com a qual Teherã continua a enriquecer urânio, e as mentiras de Kerry a seus principais aliados na região, acabou de destruir o pouco que restava da credibilidade americana depois de seu apoio à Irmandade Muçulmana no Egito e suas desastrosas ações ou falta delas na Síria.
O acordo não saiu não por causa dos iranianos ou desta administração americana. Não saiu por que a França vetou um acordo que abria o caminho para um Irã nuclear. O preço que Estados Unidos irão pagar por este apaziguamento do Irã é a perda da liderança do mundo. Uma perda que aumenta se pensarmos que as ações americanas deram legitimidade a este governo do Irã, endossaram os planos nucleares dos Ayatollahs e humilharam Israel e a Arábia Saudita, os principais inimigos do Irã.
Se fosse tão fácil conseguir dobrar o Irã, com a simples liberação de alguns bilhões de dólares de seu próprio dinheiro, porque administrações passadas não o fizeram?? Porque todas as administrações passadas, desde a tomada da embaixada americana em 1979 chegaram à conclusão que o preço de uma relação com Teherã era simplesmente alto demais e incluía vender todos seus demais aliados. E isso causaria a perda da credibilidade da América ao redor do globo.
Em outras palavras, para gozar de um relacionamento com o Irã, os Estados Unidos teriam que abandonar Israel, o Egito, a Arábia Saudita, o Iraque, a Jordânia e todos os outros países do Golfo Árabe, do Kuwait aos Emirados.
E é exatamente isso o que está acontecendo. Obama não é candidato à reeleição. Ele não se importa com o que acontecerá depois dele. Ele poderia muito bem repetir o que disse Luis XV da França: Depois de mim, o dilúvio! Quem perdeu a credibilidade não foi ele, foram os Estados Unidos. Quem ficou irremediavelmente enfraquecida diplomaticamente e perdeu a liderança cultivada por mais de duas décadas foi a América. A prova disto é vermos seus aliados tomarem seus próprios rumos pois não mais confiam que o Tio Sam virá em seu socorro.
Vários países em tumulto estão se voltando para a Russia e a China para a compra de armas e hoje há rumores que Israel estaria ativamente trabalhando com a Arábia Saudita para um possível ataque ao Irã.
As cenas da América ao lado de Israel nos últimos 45 anos  em face ao ódio árabe parece que chegaram ao fim. Mas chegaram ao fim pelas próprias mãos da América que deliberadamente decidiu bombardear sua aliança com o Estado Judeu.
E como disse na semana passada, este processo também gerou uma carta branca para os palestinos aumentarem a violência e não fazerem qualquer concessão que permita um acordo com Israel. Um recruta foi morto enquanto dormia num ônibus esta semana por um palestino de 16 anos e três irmãos foram indiciados pela chacina de um coronel aposentado. Os irmãos declararam que mataram o sexagenário como um “presente” para suas famílias.
Por um lado, é muito desencorajante ver os judeus americanos, ainda enamorados de Obama, dizerem que Netanyahu quer trazer o apocalipse e que teria que ser mais flexível para permitir um acordo com o Irã.
Por outro lado, a única maneira de salvar a liderança da América hoje seria uma ação do Congresso para endurecer as sanções contra o Irã e porque não, aprovar ajuda econômica para as comunidades judaicas  além da linha verde em desafio às sanções europeias. Isto mostraria que as ações radicais de Obama não representam a vontade do povo americano e talvez assim, o próximo presidente possa restaurar a sanidade à política exterior dos Estados Unidos.

Se o Congresso tomar esta iniciativa, salvaguardará talvez um mínimo de credibilidade da América para dar uma chance à próxima administração recuperá-la. Até lá só teremos que contar os dias para Obama sair da Casa Branca.

1 comment:

  1. Shalom!
    Por isso, Deus vai destruir Estados Unidos: http://israelemportugues.blogspot.com/2013/11/a-destruicao-dos-estados-unidos-parte-1.html
    Se voce mora nos Estados Unidos, saia o mais rapido possivel.

    Deus te abencoe!

    ReplyDelete