A direita
tinha razão. Desde os acordos de Oslo em 1993, os que se opuseram a um acordo
envolvendo entregar terras contra uma promessa de paz dos Palestinos, tiveram
razão. Vinte anos depois, Israel ou o Oriente Médio não estão melhor por causa destes
acordos.
Durante este
tempo, os israelenses foram bombardeados pela mídia e pelos líderes de esquerda
com falsas noções de que um acordo estaria iminente e que daí para a frente,
Israel não só teria paz com os palestinos mas com o resto do mundo árabe, senão
islâmico, com a vantagem de ter evitado um problema demográfico que poderia por
a existência de Israel em perigo ao longo prazo. Assim, com estes cenários
saídos do País das Maravilhas, a maioria dos israelenses chegou a apoiar o
princípio da solução de dois estados.
Mas nos
últimos 20 anos, os inúmeros atentados de homens-bomba, as duas intifadas, a
implacável propaganda de ódio na mídia e nos livros escolares palestinos,
trouxeram esta maioria de israelenses de volta à realidade. Hoje os israelenses
vivem no paradoxo. Enquanto muitos ainda acreditam que a criação da Palestina seja
uma necessidade existencial para Israel - que não quer gerenciar um outro povo,
também sabem que a criação de tal estado será uma ameaça existencial para o
estado judeu, colocando sua população civil ao alcance de milhares de mísseis e
foguetes palestinos.
Os líderes
mundiais, muitos deles “amigos” de Israel como os Estados Unidos, se têm
mantido firme na idéia de dois estados. Se tudo dependesse do otimismo e
entusiasmo do secretário de estado John Kerry, um acordo já teria saído. Mas
apesar de todos os seus esforços, a direita ainda estava com a razão. Um acordo
negociado de dois estados entre Israel e os palestinos não irá acontecer pelo
menos não até o dia 29 de abril próximo ou num futuro próximo.
Mahmoud
Abbas, mundialmente conhecido como o mais “moderado” dos líderes palestinos, já
declarou que não assinará qualquer acordo que reconheça o direito do povo judeu
à soberania in sua terra ancestral e nem abandonará o chamado “direito de
retorno” pelo qual ele quer que milhões de palestinos, filhos, netos, bisnetos
dos que abanonaram suas casas em 1948, invadam Israel própria. Aliás, a
definição de “refugiado” de várias gerações só se aplica ao povo palestino.
A liderança
israelense fez tudo o que podia. Netanyahu congelou a construção dentro dos
assentamentos por 10 meses em 2009 e 2010 e Abbas esperou até o décimo mês para
reiniciar as negociações que se encerraram antes do mês terminar. É preciso
deixar bem claro que construção nos assentamentos nunca foi um problema pois ela
é limitada dentro do perímetro destes assentamentos determinado há décadas
atrás. Não há nenhum centímetro de terra a mais a ser usado. E foi por isso que
durante o governo de Ehud Olmert as negociações prosseguiram junto com as
construções nos assentamentos.
O problema
não é a construção nos assentamos mas a falta de vontade ou a incapacidade
psicológica dos palestinos de aceitarem a legitimidade de um estado judeu.
Os palestinos
continuam a exigir que sua posição maximalista prevaleça. Isto quer dizer, impor
o chamado “direito de retorno” de refugiados para dentro de Israel própria, não
reconhecer o direito dos judeus à autodeterminação, Jerusalem como capital, a
evacuação de centenas de milhares de judeus de suas casas na Judéia e Samária, controlar
o Vale do Jordão - arriscando a segurança de Israel e da Jordânia, a soltura de
todos os prisioneiros palestinos independente da natureza do seu crime e em
troca não querem dar absolutamente nada além de um papel assinado por alguém
que não tem legitimidade para representar os palestinos desde 2009.
A direita
tinha razão e continua a te-la. Mesmo aqueles israelenses que propõe soluções
temporárias de “armistício” ou de fronteiras até que os palestinos estejam
prontos para negociar, não conseguem confrontar o fato básico que os árabes ainda
não podem aceitar judeus soberanos e independentes no seu meio.
A comunidade
internacional, por seu lado continua a insistir que Israel tem que negociar com
base nas linhas de armistício de 1949, tem que dividir Jerusalem e tem que
mostrar “flexibilidade” para com as outras exigências, a primeira das quais é a
soltura de terroristas palestinos que infelizmente Israel tem feito só para
manter Abbas na mesa de negociações.
E aqui eu vou
fazer um parêntese. Neste ano, nesta festa de Pessach em que comemoramos nossa
liberdade coletiva, Baruch Mizrachi foi morto por um terrorista quando se
dirigia com a familia para o Seder. Ele deixou a esposa ferida e 5 órfãos. Um
palestino saltou na estrada e crivou seu carro de balas.
Outro, que hoje ninguém
lembra, foi o ataque em março do ano passado no qual Adva Bitton dirigia seu
carro com suas três filhas pequenas perto de Ariel quando uma chuva de pedras atingiu
seu veículo fazendo-o bater. Todos os ocupantes do carro se feriram. A pequena
Adele Bitton de dois anos, no entanto, recebeu uma pedra do tamanho de um punho
na cabeça. Tudo indicava que ela não sobreviveria. Mas os serviços médicos
israelenses conseguiram salvar sua vida. Hoje com 3 anos de idade, ela vive num
estado semi-comatoso e os hospitais dizem que não podem fazer mais nada por
ela. Este incidente “menor”, que não mereceu sequer a atenção da mídia internacional,
devastou a familia e a vida da pequena Adele.
Chega de
ilusões e de propagandas mentirosas reconfortantes. Não haverá apertos de mãos ou
tapinhas nas costas na Casa Branca. Não haverá Premios Nobel e capas de “homem
do ano” na Revista Time. Chegou a hora desta realidade ser reconhecida pela
comunidade internacional que continua a querer impor a solução de dois estados
a qualquer preço.
Estes ataques
deveriam lembrar a União Européia e os Estados Unidos que estes são os
terroristas que irão para a rua como “gesto de boa vontade” de Israel quando não
há qualquer boa vontade da Autoridade Palestina para nem mesmo cessar o ódio e a
incitação. Em vez da solução de dois estados, Israel e o mundo deveriam procurar
a melhor maneira de garantir a segurança de Israel e seus cidadãos e pressionar
os palestinos a acabarem com sua propaganda e mensagens de incitação e o ódio.
E quanto à paz? Como diz o ditado: o que não
tem remédio, remediado está.
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