Duas semanas atrás, a Arábia Saudita e
outros países do Golfo Árabe listaram a Hezbollah como um grupo terrorista. No
processo os sauditas cancelaram os 3 bilhões de dólares em ajuda ao fictício
exército libanês. Na verdade este é um reconhecimento que o Líbano se tornou de
fato uma colônia do Irã e que a Hezbollah tem de fato controle do país.
A Hezbollah e seus patrões no Irã não
parecem de modo algum incomodados. Para eles isto equivale a uma rendição dos
sunitas. Hoje o Líbano é da Hezbollah e dos xiitas.
Como pode ser que um grupo terrorista, sem
força aérea ou tanques, como o exército libanês, tenha conseguido dominar o
Líbano? Porque diferentemente do exército, a Hezbollah não vê qualquer problema
em destruir o Líbano se for do interesse do Irã.
Até 1986, o Líbano tinha uma minoria xiita de
20%. Hoje alguns dizem que eles formam 40% da população, o Irã tendo pagado
muitos sunitas para se converterem ao xiismo e dado incentivos para outros
xiitas se mudarem para o Líbano.
A Hezbollah foi criada em 1982 com o
suposto objetivo de defender o sul do Líbano de Israel. Esta foi sua propaganda
através dos anos convencendo os libaneses sunitas e cristãos, a apoiarem o
grupo. Mesmo quando seu líder Hassan Nasrallah causou a destruição de Beirute
em 2006, depois de provocar uma guerra com Israel, os libaneses continuaram a
defende-los.
Foi preciso uma guerra civil na Síria para
desmascarar a Hezbollah. Israel não está envolvida, mas milhares de seus
militantes foram enviados para a Síria para defenderem Assad dos insurgentes
sunitas e do Estado Islâmico. Estes militantes, se voltarem vivos, serão mais
experientes e perigosos para Israel.
Hoje o estado judeu precisa olhar para as
lições do passado, e não repetir os erros cometidos, especialmente com sua
política na Síria e no Líbano.
Em Maio de 2000, o então primeiro ministro
Ehud Barak, decidiu retirar o exército de Israel incondicionalmente do sul Líbano.
Esta rendição foi arquitetada pelo esquerdista Yossi Beilin que acreditava que
se Israel saísse do sul do Líbano, a Hezbollah perderia sua razão de existir.
Estes libaneses então se distanciariam do Irã e transformariam o grupo num
simples partido político. Esta teoria foi detonada, quando em 2006, Israel foi
atacada por milhares de mísseis da Hezbollah e 121 soldados e 43 civis israelenses
perderam a vida defendendo o país.
Mas aí a esquerda teve outra ideia. Até o
ano 2000 os Estados Unidos estavam tentando negociar uma paz entre Israel e a
Síria, na qual Israel devolveria os Altos do Golan. Ehud Olmert decidiu que se
apaziguasse a Siria, devolvendo o Golan, ela se distanciaria do Irã. Em 2008
Olmert, por intermédio da Turquia, anunciou que sairia completamente do Golan
em troca de um acordo de paz. Afortunadamente, a Síria recusou. Bashar Assad
decidiu que Golan não era suficiente. Ele exigiu de Israel todo o território
que se estende até Tiberias, para provar aos árabes que Israel tinha
capitulado. A teoria de Olmert era totalmente infundada e irreal e
consequentemente o apaziguamento falhou.
A infatigável esquerda, no entanto,
concatenou outra solução: a internacionalização. Isto é baseado na resolução 1701
do Conselho de Segurança da ONU que enviou tropas da UNIFIL para o sul do
Líbano. Estas tropas da ONU teriam, teoricamente, que substituir o exército de
Israel e prevenir agressões na fronteira norte assim como evitar o rearmamento
da Hezbollah. Hoje vemos que esta substituição foi completamente ineficaz. As
agressões da Hezbollah continuam de tempos em tempos e há duas semanas
Nasrallah se gabou de poder causar um cataclisma em Israel se lançasse mísseis
nos depósitos de produtos químicos em Haifa. É estimado que ele tenha mais de
100 mil mísseis apontados para Israel. Foi sob a vigilancia da UNIFIL que três soldados israelenses foram sequestrados em
2000 e outros dois mortos e sequestrados em 2006.
A decisão dos países sunitas do Golfo Árabe,
seguida do Conselho de Cooperação do Golfo e nesta semana da Liga Árabe de banir
a Hezbollah de fato vindicou Israel. Mas toda esta evidência não trouxe
qualquer dose de realidade para sua esquerda. Ela quer continuar com as mesmas
políticas de retirada unilateral, apaziguamento e internacionalização em
relação aos palestinos. E os resultados devastadores continuam acontecendo.
Benjamin Franklyn disse que loucura é você repetir
a mesma coisa esperando um resultado diferente. Israel já tentou o
apaziguamento com os acordos de Oslo, já tentou a retirada incondicional em
Gaza e hoje, a esquerda está advogando pela internacionalização, inclusive de
Jerusalem.
Isto seria a maior vitória para Mahmoud
Abbas. Ver Israel perder a soberania em sua cidade mais sagrada. Em Israel a
loucura é tanta que face à condenação da Hezbollah pelo mundo arabe sunita, os
membros árabes da Knesset israelense - que são sunitas - condenaram a Arábia
Saudita e os outros países do golfo, defendendo a Hezbollah!!! Os mesmos árabes
que sofreram bombardeamentos do grupo terrorista durante a guerra de 2006!
De 1982 a 2000, Israel conseguiu impedir
que a Hezbollah tomasse o poder ao manter controle sobre a faixa de segurança
no sul do Líbano. Por 28 anos, Israel evitou que os palestinos se tornassem uma
sociedade terrorista dedicada à destruição do seu povo ao manter a autoridade
civil e de segurança na Judeia e Samaria. E funcionou.
Hoje vemos adolescentes com tesouras sairem
às ruas para matar judeus. Para nós eles
são patéticos mas em sua sociedade eles são heróis. Na semana passada um
estudante americano que nem era judeu foi morto em Yafo durante a visita de
Biden a Tel Aviv. Quando Biden se encontrou com Abbas, o palestino prestou
condolências ao vice-presidente, mas se recusou a condenar o ataque. Um ataque
que ele próprio incitou.
Israel não tem alternativa a não ser lidar
com este tipo de terrorismo caso a caso. O patético é vermos diariamente artigos
nos jornais exigindo que Israel faça a paz. Que Israel tome as rédeas da
economia palestina. Que Israel resolva o problema de desemprego na Judeia e
Samária; que Israel faça isso e Israel faça aquilo. Nunca, nunca é exigido que
a Autoridade Palestina assuma a responsabilidade por seus atos e seu futuro.
É como uma mulher que quer casar com um
homem que não quer casar com ela e de fato, é violento com ela. Apesar dela
chamar a polícia para evitar que ele a mate, ela ainda faz ofertas para se
casar com ele. Ele recusa.
É uma situação impossivel, mas o mundo
exige que Israel faça de tudo para convencer os palestinos a aceita-la e fazer
a paz. Como Israel quer a paz, é sobre ela que colocam a pressão. Se só Israel
fizesse uma concessão, ou algumas concessões. Se só Israel deixasse de querer
ser o estado judeu no meio do mundo árabe.
Israel não tem alternativa a não ser
continuar a governar seus inimigos. Isto não traz qualquer gratificação,
premios ou trofeus. Ao contrario, isto só traz condenações e criticas. Mas este
é o preço que Israel tem que pagar por sua liberdade.
Queria ainda dividir com os leitores algo
que me emocionou muito na semana passada. A rede PBS tem um programa que
investiga as raizes de pessoas famosas.
O último programa foi sobre Dustin Hoffman,
o ator americano ganhador de 2 Oscars. Dustin nunca soube quem eram seus avós
paternos. O apresentador lhe disse que eles eram Frank e Esther Hoffman, judeus
da Ucrania que imigraram para os Estados Unidos no começo do século 20.
Quando Frank ouviu que judeus da Ucrania
estavam sendo mortos em pogroms, ele voltou para salvar seus pais Sam e Libba
Hoffman.
Ele nunca os encontrou. Frank foi preso e
morto pelos bolshevistas. Seu pai Sam foi preso e morto. Mas Libba conseguiu
sobreviver cinco anos num campo de concentração e fugir para a Argentina. De lá
ela foi para os Estados Unidos nos anos 30. Ela conseguiu chegar na América aos
62 anos, sem um braço, quase cega e com começo de senilidade. Ela foi a heroina
da familia.
Ao ouvir isso, Dustin Hoffman se desfez em
lágrimas e disse que se alguém perguntar quem ele é, daqui por diante ele dirá
que é Judeu. Em honra a estas pessoas que passaram pelo inferno para que ao
final, ele pudesse nascer num país livre.
É com muito orgulho que recebemos Dustin
Hoffman como o membro mais novo de nossa tribo.
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