Sunday, March 20, 2016

O Começo do Fim do Acordo Nuclear - 20/3/2016

No último dia 9 de março, o Irã lançou dois mísseis balísticos com alvos situados a 1.400 quilômetros da base com a frase “Israel precisa ser destruída” pintada em Hebraico. A distância entre Teerã e Jerusalem é de 1.800 quilômetros.

O general iraniano Amir Ali Haji Zada, comandante da divisão aérea das Forças Revolucionarias disse que os mísseis pertenciam aos palestinos, aos libaneses, aos sírios, aos iraquianos, ao mundo islâmico e a todos os povos oprimidos do mundo.

Quanta magnanimidade!!! 

Outro, o brigadeiro-general Hossein Salami, complementou dizendo que Israel irá entrar em colapso muito em breve e se gabou da enorme reserva de mísseis que o Irã tem, prontos a serem lançados.

Muito rápido os Estados Unidos estão descobrindo sua trágica impotência em face deste acordo nuclear com o Irã. Estes dois testes claramente violaram as restrições impostas pela ONU e a América sugeriu a imposição de novas sanções contra os mulás. Mas de repente os americanos se deram conta que por causa do acordo assinado em junho, a imposição de novas sanções tornou-se impossível.

Nunca houve qualquer ligação entre os programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã. No começo das negociações, o problema foi levantado. O Irã ameaçou se retirar da mesa e então os Estados Unidos decidiram abandonar a questão acreditando que a ONU já tinha imposto restrições suficientes ao programa balístico. Mas no acordo final, todas estas restrições foram suspensas. A União Europeia, por exemplo, tinha provisões robustas contra os mísseis balísticos que foram revogadas com o acordo.

A embaixadora americana Samantha Power na ONU disse que o teste merecia uma resposta do Conselho de Segurança. Mas o embaixador russo objetou dizendo que ele não violara a resolução 2231 adotada como parte do acordo nuclear.

A resolução 2231 do Conselho de Segurança revogou as seis resoluções precedentes que objetivavam restringir os programas nucleares e balísticos do Irã. Em particular, revogou a resolução 1929 que estabelecia que o “Irã está proibido de engajar em qualquer atividade relativa a misseis balísticos capazes de carregar ogivas nucleares, incluindo o lançamento usando tecnologia balística e que os Estados deveriam adotar as medidas necessárias para prevenir a transferência de tecnologia e assistência técnica ao Irã, relativa a estas atividades.” Esta linguagem clara e dura, foi substituída pela resolução 2231 que diz simplesmente que o “Irã é chamado a se abster de atividade relacionada com mísseis balísticos capazes de carregar armas nucleares incluindo o lançamento usando tecnologia balística até a data do oitavo aniversario do acordo nuclear ou até a data em que a Agencia Nuclear de Energia Atômica submeta um relatório confirmando a Conclusão Abrangente, o que ocorrer primeiro”.

Quer dizer, o que antes era “o Irã está proibido” agora é “o Irã fará um esforço para se abster”. De algum modo, na pressa para assinar um acordo que fosse aceitável para o Irã, os Estados Unidos diluíram a linguagem sobre os mísseis balísticos ao ponto dela se tornar irrelevante.

Há ainda o fato da Rússia ter se comprometido a entregar ao Irã o moderníssimo sistema S-300 de defesa antimísseis, algo que havia sido cancelado por causa das prévias resoluções. O Irã então não só tem a capacidade de atacar, mas de se defender de qualquer resposta à sua agressão. Com o poder de veto a novas sanções, Putin hoje está segurando todas as cartas em relação aos mulás. Este foi o presentão dado a Moscou  pelos Estados Unidos através deste acordo mal negociado. 

Incidentes como este nos fazem perguntar: se o Irã pode se safar de testes com mísseis balísticos por causa da linguagem completamente ineficaz do acordo, e se o Irã pode de fato ignorar a recomendação para se abster de tal atividade, contrariamente ao que Obama declara, então, este acordo não vale o papel em que está escrito!

Eu já havia dito isto no passado, inclusive quando apontei para uma cláusula do acordo em que os Estados Unidos e os outros signatários se comprometem a proteger o Irã de qualquer ataque exterior às suas usinas nucleares.

Este acordo negociado por John Kerry, um político de carreira e burocrata que até o acordo nuclear, teve como maior conquista, casar com a milionária herdeira do grupo Heinz do ketchup mais vendido na América. Outra conquista deste imbecil foi declarar esta semana, que os assassinatos em massa de cristãos e yazidis pelo Estado Islâmico foi genocídio. Sério???

O que levou o secretário de estado a esta conclusão depois de dois anos sentado no muro assistindo o avanço destes bárbaros? Será que foram os vídeos do leilão de meninas de 3 anos de idade vendidas como escravas sexuais? Ou fotos de crianças cristãs crucificadas por serem cristãs? Ou será as centenas de decapitados, milhares de executados ou os milhões de refugiados que levaram Kerry a esta conclusão?

A razão realmente não importa, e sabem porquê? Porque isto não fará qualquer diferença na política americana. Com todo o genocídio, até o final do ano passado os Estados Unidos tinham aceito somente 53 cristãos refugiados da síria. Sabem quantos muçulmanos? Mais de 2.100. Mas a declaração faz um bom circo para a mídia.

Ontem houve mais um ataque terrorista na Turquia. Um homem bomba se explodiu no meio de um shopping center em Istambul popular com turistas. Três israelenses e dois americanos morreram e outros 10 israelenses foram feridos alguns em estado grave. Isto não seria nem noticiário de primeira página, não fosse a reação da parlamentar turca e diretora de comunicação digital do presidente Tarcip Erdogan, Irem Atkas que twitou que desejava que todos os israelenses feridos morressem.

Este é o tipo de comentário de uma mulher parlamentar, de um país que se diz suficientemente civilizado para se tornar membro da União Europeia? Estes eram turistas que vieram aquecer a economia da Turquia tão afetada por recentes ataques, gastando em hotéis, restaurantes, ajudando a criar empregos no país. Ela é sim, representante desta barbárie islâmica que quer nos levar de volta à pré-história.

Hoje vivemos uma era em que o que você diz importa. Tudo se torna público e sujeito à uma reação do público. Nos Estados Unidos o povo está apoiando Donald Trump por estar cansado de burocratas que só querem pontos em suas carreiras e não medem as consequências de acordos mal escritos que podem levar o mundo à devastação. Opiniões como da parlamentar turca desejando a morte dos israelenses feridos no ataque em Istambul, tornam-se noticias internacionais, e afetam a decisão de turistas que gostariam de visitar a Turquia mas escolhem um outro país menos exposto ao terrorismo.

No Brasil, ouvimos incrédulos os grampos publicados na semana passada e a tentativa do governo de obstruir a justiça nomeando Lula para um cargo de ministro.

Em particular, a Folha de São Paulo, nesta última sexta-feira, publicou um editorial asinino, ousando fazer a defesa legal de quem, sinceramente, encontra-se indefensável. O jornal disse que “o imperioso combate à corrupção não pode avançar à revelia das garantias individuais e das leis em vigor no país.” Que “tal lembrança deveria ser desnecessária num Estado democrático de Direito, mas ela se torna relevante diante de recentes atitudes do juiz federal Sergio Moro, em geral cioso de seus deveres e limites.”
Que “talvez contaminado pela popularidade adquirida entre os que protestam contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Moro despiu-se da toga e fez o povo brasileiro saber que se sentia "tocado pelo apoio às investigações".

Desde quando o interesse individual se sobrepõe ao interesse da sociedade? Há incontáveis artigos nos códigos civil e penal que colocam o direito da sociedade acima do indivíduo. O direito de expressão não permite alguém gritar “fogo” num teatro colocando em risco a vida dos que lá se encontram. Quando o Estado quer construir uma obra pública, pode desapropriar o imóvel do individuo! E outros tantos exemplos.

Ora, o gênio do juiz Sergio Moro foi ter feito tudo com provas e não o vejo passando o tempo dando entrevistas ou procurando o holofote ou o microfone. O jornal pergunta, se as escutas eram irrelevantes para a acusação criminal, porque foram divulgadas?

Foram divulgadas porque são de interesse público! O povo quer saber o que os dirigentes estão fazendo com o dinheiro dos seus impostos que estão entre os maiores do mundo e sem qualquer retorno em educação, saúde, transporte, trabalho e oportunidades! O povo brasileiro acordou e está exigindo a prestação de contas! Se assim não fosse, o presidente americano Richard Nixon não teria sofrido impeachment, Color tampouco e outros tantos políticos e funcionários públicos envolvidos em corrupção.

É um absurdo que um jornal como a Folha de São Paulo, que alegadamente vendeu pesquisas mentirosas para influenciar as últimas eleições, venha supostamente defender a credibilidade de um judiciário, que francamente, tirando o Sergio Moro, nunca colocou corrupto nenhum na cadeia por muito tempo.

Temos que dar um basta a isso. Exigimos transparência. O funcionário público, seja um gari de rua ou um presidente, é empregado do povo e deve responder a ele. Quando alguém se elege, deve sim sofrer um escrutínio muito maior do que outro cidadão porque a ele é confiado o futuro da nação na forma de seu erário.

Temos que mudar esta mentalidade de reverência para com estes “doutores” no saque dos cofres públicos. “Doutores” que nem curso primário têm. Que tal revogarmos o “desacato à autoridade” e criarmos uma pena por “desrespeito ao cidadão”?

Só assim o povo poderá assegurar um governo que não dilapida seus impostos, roubando sua dignidade e seu futuro e que trabalhará para dar às gerações seguintes uma vida melhor do que as anteriores.


Fica aí registrado o meu protesto.

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